D. Nuno Álvares Pereira é o novo santo português

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TOMSK

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« Responder #195 em: Abril 21, 2009, 12:39:01 pm »
Exortação frente à estátua do Condestável na Batalha

Cavalga no bronze da glória
À ilharga do túmulo real,
Aqui, onde ficou, em pedra e fé, memória
Da mais vital vitória
De Portugal.

E ergue a espada nua. (Em certo dia
Bastara meia espada
Para enfrentar a cobardia
E vencer a batalha antes de começada.)

E o peito ovante oculta, floreada,
A cruz do seu brasão:
Como a sua alma e coração (branca e encarnada),
É divina divisa devotada
Ao Mestre, ao Rei e ao Irmão.

E olha o céu, caminho seu, seguro,
Pois sabe que no céu tudo se escoa
E Deus é sempre o futuro,
O último senhor do ceptro e da coroa.

Ó português que passas, indiferente,
Frente à estátua do Santo, do Herói:
Não te dói o presente?
A tua pátria doente
Não te dói?

Não sentes o desejo, o ímpeto de orar
Àquele que nos foi o salvador;
Pedir-lhe para regressar,
Formar quadrado contra o agressor?

De ter de novo como Capitão,
Por Deus e Pátria e Rei, o Herói, o Santo?
E de poder dizer altivamente não,
Seguindo o seu pendão,
Onde arde a esperança que perdeste há tanto?

Ah, se não queres marchar, em som de guerra,
Tal como ele, por um ideal,
É que não vale a pena o sangue, a terra,
E morre Portugal.


António Manuel Couto Viana

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Lancero

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« Responder #196 em: Abril 21, 2009, 12:55:49 pm »
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Canonização: Portugueses "divorciados" do acontecimento - D. Januário Torgal Ferreira


   Fátima, Santarém, 21 Abr (Lusa) - O bispo das Forças Armadas e de Segurança,  D. Januário Torgal Ferreira, considera que os portugueses "estão perfeitamente  divorciados" da canonização de D. Nuno Álvares Pereira, que se realiza domingo  no Vaticano.  

 

   "Eu não posso dizer sim, não ou 'nim'. Eu devo dizer aquilo que se passa",  afirmou D. Januário Torgal Ferreira, acrescentando que a sua sensibilidade  é que se trata de "um acontecimento que passa quase à margem de tudo aquilo  que nós vivemos".  

 

   Rejeitando que se trata de uma canonização elitista, o prelado considerou,  no entanto, que "tudo isto foi mal preparado", acusando, embora sem especificar,  os "sectores que estiveram em tudo isto".  

 

   Sem querer "pessoalizar" a questão, o bispo das Forças Armadas e de  Segurança - que não vai estar em Roma domingo para assistir à canonização  do militar português porque vai celebrar um casamento - admitiu nunca ter  tido qualquer contacto relacionado com este assunto, com excepção do Chefe  do Estado-Maior General das Forças Armadas.  

 

   O prelado afirmou, no entanto, que a canonização faz "justiça a uma  das mais antigas devoções que há na alma do povo", ressalvando contudo que,  neste momento, é "mínima" a devoção ao militar.  

 

   "Tendo eu descoberto que foi uma das devoções mais sentidas da alma  portuguesa, devo confessar, para não mentir, (...) que tenho sentido em  alargadíssimos sectores da alma nacional a mínima devoção ao Condestável  D. Nuno", declarou.  

 

   O bispo justificou: "Assumindo eu funções que tocam muito a figura do  Condestável D. Nuno como militar, nunca, em nenhum sector laical do País,  me foi solicitada uma celebração, uma eucaristia, uma conferência, uma reflexão  espiritual, uma visão historiográfica".  

 

   Sem esconder o desejo que D. Nuno Álvares Pereira fosse "o mentor espiritual  dos militares católicos portugueses", D. Januário Torgal Ferreira lamentou,  contudo, a forma "demasiadamente devocionista" como tem sido apresentado  o beato.  

 

   "Das várias coisas que tenho lido sobre o Condestável D. Nuno Álvares  Pereira são de tal forma devocionistas, são panegíricos tão fáceis, são  expressões de espiritualidade tão serôdia, que eu fico altamente escandalizado",  observou, aconselhando a leitura de um texto do padre António Ferreira Gomes,  posteriormente bispo do Porto, publicado em 1931, sobre o beato.  

 

   "Não quero ser também monolítico e dizer que a única pessoa a ter razão  foi D. António Ferreira Gomes", mas "o retrato com que é apresentado D.  Nuno Álvares trai a mais elementar das interpretações históricas", denunciou.  
 

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Canonização: Portugal necessita de santos nos tempos que correm - Presidente da Conferência Episcopal  

   Fátima, Santarém, 21 Abr (Lusa) - O presidente da Conferência Episcopal  Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, considera que o País "necessita de santos"  na actualidade e que ser santo "não é algo de excepcional, de anormal".  

 

   "Portugal, tendo alguns grandes santos, evidentemente que necessita  de santos nos tempos que correm e mesmo para o futuro", disse à Agência  Lusa, a propósito da canonização de D. Nuno Álvares Pereira, que decorre  domingo, em Roma.  

 

   "Eu creio que, pessoas como D. Nuno Álvares Pereira, Portugal necessita  de as ter (...) e, sobretudo, de as conhecer", acrescentou.  

 

   Para o Arcebispo Primaz de Braga, os santos são "homens e mulheres que  vivem o seu cristianismo com normalidade, num ambiente normal e que, por  isso mesmo, tentam ser modelo e exemplo para outros homens e mulheres".  

 

   O presidente da CEP destacou que a canonização do militar que comandou  as tropas portuguesas contra as castelhanas na Batalha de Aljubarrota é  um "apelo" a que "os católicos, os crentes, vejam que uma vida em fidelidade  com o Evangelho, pautada pelos valores de um humanismo autenticamente cristão  não é algo de excepcional, de anormal, mas é necessário para os tempos que  correm".  

 

   D. Jorge Ortiga destacou as qualidades de D. Nuno Álvares Pereira, que  não se limitaram a ser um "exímio militar" ou um "estratega", mas sublinhou  uma vida ligada à oração "antes da carreira militar, durante e, particularmente,  depois".  

 

   Além de realçar a relação "transcendente e com o divino através da oração",  o presidente da CEP apontou outros atributos cristãos do beato: "Sendo um  homem extremamente rico, possuidor de muitos bens, sentiu que deveria partilhar  em prol dos mais pobres".  

 

   Esta faceta - "de se colocar ao serviço dos mais necessitados, dos mais  carenciados" - é destacada por D. Jorge Ortiga, não hesitando em assumir  que D. Nuno Álvares Pereira "é uma referência neste tempo, que necessita,  precisamente, de alguém que possa dar como que uma ajuda no encontrar o  sentido da História".  

 

   Considerando que a canonização é uma "oportunidade" para a população  conhecer este grande português", que lutou para que Portugal conservasse  a independência, D. Jorge Ortiga afirmou ainda que "importaria que [os portugueses]  fossem capazes de sentir" a canonização como algo seu.  


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Canonização: Beato Nuno é do "melhor que Portugal teve na sua História" - Cardeal Patriarca


    Lisboa, 21 Abr (Lusa) - O Cardeal Patriarca de Lisboa considera que a canonização do Santo Condestável vai permitir recordar "o melhor que Portugal teve na sua História".  

 

    "Penso que a canonização, para quem a viver com sentido de Igreja, é um retocar, é um voltar à nossa memória o melhor que Portugal teve na sua História", sublinhou D. José Policarpo, em entrevista à Agência Lusa.  

 

    Além disso, a vida do Beato Nuno de Santa Maria, que domingo é canonizado em Roma pelo papa Bento XVI, vem mostrar que é possível servir a causa pública e ser cristão ao mesmo tempo, comentou.  

 

    "É possível ter cargos públicos importantes, servir a nação, como ele serviu, e serviu a nação num momento crucial da nossa História, e fazê-lo com um espírito cristão, de grande elevação. Portanto, não há contradição entre o ser cristão e o servir, antes pelo contrário, pode ser uma ajuda", afirmou.  

 

    Outro aspecto de Nuno Álvares Pereira que o Cardeal Patriarca de Lisboa destaca é a radicalidade da última fase da sua vida.  

 

    Recordando que o Condestável era possuidor de uma grande fortuna ("esteshomens públicos nessa altura eram gratificados com terras"), D. José Policarpo afirmou que Nuno Álvares Pereira dedicou tudo à causa dos pobres, à excepção dos bens necessários para a construção do Convento do Carmo, onde viveu e morreu.  

 

    Por isso, sublinhou, o Santo Condestável é o melhor que Portugal tem na sua História, independentemente das circunstâncias políticas da altura, situação que não é "transponível para os dias de hoje".  

 

    Quanto ao processo, D. José Policarpo recordou os principais passos, nomeadamente as anteriores tentativas de canonização, em 1918 e 1940, referindo que nos finais do século XVI a Igreja viu-se obrigada a exigir a abertura de processo canónico para os casos em que não tivesse havido martírio.  

 

    No entanto, disse, o decreto papal que fixou as regras estabeleceu uma excepção para os santos já com culto popular com mais de 200 anos.  

 

    "Era o caso do Santo Condestável: o beato Nuno de Santa Maria teve culto público praticamente logo a seguir à sua morte [1431]. Foi de tal maneira marcante, sobretudo a última parte da sua vida, de serviço dos pobres, de atendimento e de esmoler, porque distribuiu os seus bens pelos pobres, não era preciso canonização", sublinhou.  

 

    Apesar disso, em 1918 o então Cardeal D. António Mendes Belo decidiu introduzir a causa do Beato Nuno, ao que a Santa Sé respondeu não ser necessária a instrução de processo, aprovando por decreto o culto.  

 

    O processo voltou a ser apresentado em 1940, mas aí, referiu, percebe-se a razão.  

 

    "Em 1940 é a comemoração do centenário da nacionalidade e da Restauração, e aí penso que por pressão do governo de então, acho que o dr. Salazar fazia muita questão com isso, que se fizesse uma festa pública, e o Cardeal Cerejeira reintroduziu o processo", explicou.  

 

    "E a Santa Sé respondeu da mesma maneira: que não havia lugar para uma canonização, que quando muito declarava por decreto o culto. Mas isso não interessava ao governo da altura, que queria uma festa, e o assunto morreu", recordou.  

 

    Foi nessa altura que, por decreto papal, foi autorizado o culto e permitido que o Santo Condestável fosse patrono de igrejas.  

 

    A Igreja do Santo Condestável, em Campo de Ourique, Lisboa, foi o primeiro templo a ter Nuno Álvares Pereira como patrono, uma situação até então reservada pela Igreja a santos canonizados.  

 

    Quando em 2001 a Ordem Carmelita manifestou interesse em voltar a apresentar o processo, D. José Policarpo esperava que o desfecho fosse o mesmo.  

 

    No entanto, para sua surpresa, o cardeal Saraiva Martins, então prefeito da Congregação da Causa dos Santos, decidiu fazer um processo totalmente novo, como se nunca tivesse acontecido nada até então.  

 

    Esta circunstância levou D. José Policarpo a tomar uma decisão que desde então não voltou a repetir: mandar abrir os selos dos processos de 1918 e de 1940 para deles retirar os elementos que pudessem ser utilizados no novo processo, conduzido no Patriarcado pelo falecido cónego Saraiva Abrantes.

 

    E o processo acabou por terminar com a canonização do beato Nuno de Santa Maria.  

 

    "Finalmente o Santo Condestável vai ter uma festa, apesar de já ser santo há muito tempo, vai ter uma festa de canonização", comentou, sorrindo.

 

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 Canonização: Processo chega ao fim, 570 anos depois

Lisboa, 21 Abr (Lusa) - A primeira tentativa de canonização de D. Nuno Álvares Pereira foi feita por D. Duarte, pouco depois da morte do Condestável, pedindo ao papa Eugénio V para canonicamente declarar santo quem já o era aos olhos do povo.  

 

    De acordo com várias crónicas, o rei terá argumentado com os exemplos de humildade, bondade e devoção aos pobres que frei Nuno de Santa Maria, nome religioso que o Condestável adoptou ao entrar nos Carmelitas Calçados a 15 de Agosto de 1423.  

 

    D. Duarte, que as crónicas descrevem como muito amigo de D. Nuno Álvares Pereira e que se encontrava à sua cabeceira (bem como D. João I) quando a morte sobreveio a 01 de Abril de 1431, estava apenas a dar expressão oficial a um culto religioso popular que tivera início pouco antes.  

 

    "Alguns anos depois da sua morte, por volta de 1460-1470, Nun'Álvares tinha já culto nessa Ordem, e por iniciativa de D. Afonso V (Agiológio lusitano dos santos e varões ilustres, de Jorge Cardoso, 1668) ou de D. Duarte (Crónica dos Carmelitas, de Frei José Pereira de Santana, 1745) foi mandado lavrar em prata uma lâmpada que se conservou permanentemente acesa sobre a sepultura, localizada na capela-mor do Convento do Carmo", escreve o professor Castro Leal.  

 

    "Tais ocorrências permitiram o surgimento de um forte culto de religiosidade popular à sua santidade, fora das normas canónicas mas tolerado, que se traduzia em peregrinações religiosas e romarias festivas ao Convento", acrescenta o historiador, docente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, autor da monografia "Nuno Álvares: símbolo e mito nos séculos XIX-XX".  

 

    A causa da beatificação foi retomada já depois da Restauração da Independência, por D. João IV (1641) e por D. Pedro II, em 1674, em ambos os casos sem sucesso, a par de outras tentativas, igualmente falhadas, promovidas pela Ordem dos Carmelitas.  

 

    A partir de 1894 desencadeia-se novo processo, que conhece vários contratempos ("morte do notário e do promotor, mudança de juízes, resignação do Cardeal-Patriarca D. José Sebastião Neto") até que é aprovado o relatório que o então Patriarca, D. António Mendes Belo, envia para Roma.  

 

    No ano seguinte, a 15 de Janeiro de 1918, a Congregação dos Ritos aprovou o relatório e reconheceu o culto ao beato Nuno de Santa Maria, ratificado por decreto papal de Bento XV, de 23 de Janeiro de 1918, no qual é aprovada a missa e o ofício da festa ao novo beato para 06 de Novembro.  

 

    Conseguida a beatificação começaram desde logo os trabalhos para obter da Santa Sé a canonização do Santo Condestável, o que esteve quase a ser conseguido por decreto de Pio XII, num processo que acabou por não ter seguimento, segundo o padre Francisco Rodrigues, o carmelita Vice-Postulador do processo que agora concluiu.  

 

    Em Maio de 1941, o mesmo papa autoriza o início do processo de canonização "via milagre", mas, por razões que o padre Francisco Rodrigues afirma desconhecer, os trabalhos foram interrompidos anos depois, apesar do interesse manifestado por António Salazar e do empenho do então Cardeal Patriarca, D. Manuel Cerejeira.

 

    Na década de 60 do século passado, no sexto centenário do nascimento de D. Nuno Álvares Pereira, a causa foi retomada, mas rapidamente abandonada, face à guerra que então eclodiu em África.  

 

    O processo só recomeçou no início deste século, quando o actual Cardeal Patriarca de Lisboa acedeu ao pedido dos Carmelitas para reapresentar o processo, mas receando que igualmente tivesse o mesmo destino.  

 

    Mas, para seu espanto, como D. José Policarpo reconheceu em entrevista à Lusa, o cardeal Saraiva Martins, prefeito da Congregação da Causa dos Santos, decidiu começar o processo a partir do zero.  

 

    Reaberto em Julho de 2003 no âmbito do Patriarcado, foi concluído em menos de um ano (Abril de 2004), tendo sido nomeado em Novembro o tribunal eclesiástico que iria estudar o processo do milagre atribuído ao Santo Condestável.

 

    Esse suposto milagre, confirmado agora com a canonização, refere-se à cura de Guilhermina de Jesus, ocorrida a 07 de Dezembro de 2009, três meses depois de salpicos de óleo a ferver a terem atingido na córnea do olho esquerdo.  

 

    Em Janeiro de 2005 o processo foi enviado para aquela Congregação, incluindo já a aprovação do alegado milagre atribuído à intercessão do Santo Condestável.

 

    Ao fim de três anos de novos estudos, o papa Bento XVI aprovou, a 03 de Julho de 2008, os decretos sobre as virtudes heróicas e sobre o milagre, marcando, em Fevereiro deste ano, a data de 26 de Abril para a cerimónia de canonização, pondo termo a um processo com 570 anos.  
 
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Canonização: 600 anos de elogios a D. Nuno Álvares Pereira, "do melhor da História de Portugal"    

   Lisboa, 21 Abr (Lusa) - Unanimemente reconhecido como génio militar,  símbolo da independência e homem piedoso, com culto popular logo após a  morte, em D. Nuno Álvares Pereira, beato e santo a partir de domingo, esgotam-se  adjectivos e elogios há quase 600 anos.  

 

   "Vencedor heróico", "monge piedoso", "nobre pelo sangue e pelo carácter",  "encarnação da melhor alma portuguesa: fé, valentia, bondade, cavalheirismo",  "símbolo da fé e amor da Pátria", "Santo Condestável", "Conde Santo", "símbolo  da autonomia e da consolidação da Nação" são algumas das expressões recolhidas  pelo professor Ernesto Castro Alves, da Faculdade de Letras de Lisboa, na  monografia "Nuno Álvares: símbolo e mito nos séculos XIX-XX".  

 

   Filho do prior da Ordem dos Hospitalários de Portugal, D. Álvaro Gonçalves  Pereira, e de D. Iria Gonçalves de Carvalhal, dama de companhia de D. Beatriz,  filha de D. Fernando e de Dª Leonor Teles, Nuno Álvares Pereira nasceu em  Cernache do Bonjardim, na Beira Baixa, a 24 de Junho de 1360.  

 

   Apesar de ter sido armado cavaleiro pela própria Dª Leonor Teles, Nuno  Álvares Pereira não hesitou em se colocar ao lado dos poucos nobres portugueses  e do povo português que se revoltaram contra a possibilidade do trono vir  a cair em mãos castelhanas e aclamaram o mestre de Avis como rei de Portugal,  na crise de 1383-1385, facção contrária à dos seus meio-irmãos e da própria  mãe.  

 

   Amigo de longa data do mestre de Avis, D. Nuno Álvares Pereira revela-se  um notável estratego, estreando na batalha de Atoleiros (1384), a primeira  que travou, a táctica do quadrado, que viria a revelar-se decisiva na batalha  de Aljubarrota (15 de Agosto de 1385), o confronto que pôs fim à crise e  estabeleceu em definitivo o reinado de D.João I.  

 

   O rei, que o nomeara Condestável do reino após a vitória em Atoleiros,  cumula-o de terras e títulos (conde Ourém, conde de Barcelos, conde de Arraiolos,  entre outros), tornando-o num dos homens mais ricos e mais poderosos do  reino.  

 

   A aliança entre o mestre de Avis e o seu braço direito cimentou-se com  o casamento de um filho bastardo do rei, D. Afonso, com Dª Beatriz, filha  do matrimónio entre D. Nuno Álvares Pereira e Dª Leonor Alvim, dando origem  à casa de Bragança.  

 

   Alguns historiadores referem um afastamento entre os dois homens, provavelmente  resultado de uma luta pelo poder, anos após a consolidação da independência,  com referências à possibilidade de D. Nuno Álvares Pereira ter ficado desgostado  com o rumo que o país estava a levar, tendo um outro ideal para Portugal.  

 

   Após a morte da mulher, e mais tarde, da filha, resolve em 1423 doar  todos os bens aos pobres e recolher-se ao Convento de Nossa Senhora do Vencimento  do Monte do Carmo, em Lisboa, que ele próprio mandara construir muito provavelmente  em louvor da vitória na batalha de Valverde (1385), refere Castro Leal.  

 

   Tendo professado na data simbólica de 15 de Agosto de 1423, tomando  o nome de frei Nuno de Santa Maria, nunca quis ser ordenado padre.  

 

   É neste convento, de que hoje apenas restam ruínas, que morre no dia  01 de Abril de 1431, data que é largamente aceite pelos historiadores, embora  a convicção popular fosse de que tivesse morrido a 01 de Novembro, dia em  que tinha lugar a principal festa do culto ao Santo Condestável.  

 

   Os últimos anos da sua vida são passados a prestar auxílio aos pobres  da cidade de Lisboa, que faziam bicha à porta do Convento do Carmo, chegando  mesmo a mendigar por esmolas pelas ruas, pedindo dinheiro para distribuir  pelos mais necessitados, assinala o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José  Policarpo.  

 

   "Nun'Álvares morreu na austera cela do Convento do Carmo que habitava,  provavelmente em 1 de Abril de 1431, tendo a seu lado D. João I e o Príncipe  D. Duarte, e foi colocado numa sepultura rasa - conforme seu desejo - no  meio da capela-mor da Igreja do Convento, mais chegada às cadeiras que ficam  do lado da Epístola", refere o professor Castro Leal.  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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TOMSK

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« Responder #197 em: Abril 21, 2009, 01:18:05 pm »
O Estado Português não está, portanto, a fazer nada para assinalar condignamente a celebração de um dos maiores portugueses, escolhendo assilm deixar esta data "passar ao lado".
Já esperava isso, princilpalmente de um governo PS.

Se ao menos ainda estivéssemos numa coligação PSD/CDS-PP tinha a certeza que as coisas seriam ligeiramente diferentes - para melhor.
Ou numa Monarquia, sem dúvida.

Se no próximo dia 26 de Abril o Estado Português demonstrar mais uma vez não estar à altura das suas melhores tradições de honra aos Heróis da Nação, teremos pela frente um sinal muito claro de fim de Portugal como identidade cultural única e soberana, agora condenada aos desígnios externos e ocultos.

"Só as nações incultas desconhecem os seus homens ilustres.
O nosso povo, desgraçadamente, é um povo analfabeto. E, para o castigo ser mais rude, propagandas dissolventes, de procedências várias e com diversos fins, têm-no batido com insistência, durante largos anos, consecutivamente. Houve quem cerrasse os olhos a essa tarefa anti-portuguesa e anti-social. Houve quem aparentasse não se aperceber dos seus perigos, sabendo muito bem a sua gravidade. E foram-se esquecendo as nobres figuras, os edificantes exemplos e as lições prodigiosas do Passado, que é sempre uma escola, quer para os indivíduos, quer para as colectividades. Quem é hoje, fora do círculo apertado dos estudiosos, que conhece, e devidamente compreende, a personalidade eminente de Nun`Álvares? Quem sabe as suas glórias, os seus heroísmos, os seus rasgos, as páginas edificantes e comoventes da sua vida modelar, toda ela consagrada, sem um desfalecimento, sem uma hesitação, sem uma incoerência, ao amor de Deus e ao serviço da Terra-Mãe? Nós vivemos numa época que exige, como nenhuma outra, talvez, o conhecimento dos grandes homens dos tempos idos. Para os chorar? Para os admirar apenas? Principalmente, para os tomarmos como modelos. Para continuarmos a sua obra...
E Portugal salvar-se-á, de quantas crises o assoberbem, se não esquecer Nun`Álvares, se ouvir vozes e a lição do Santo Condestável... "
 

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Lancero

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« Responder #198 em: Abril 21, 2009, 03:26:41 pm »
Citação de: "TOMSK"
Se ao menos ainda estivéssemos numa coligação PSD/CDS-PP tinha a certeza que as coisas seriam ligeiramente diferentes - para melhor.


Onde vai estar domingo o presidente da República eleito pelo PSD/CDS-PP?
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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TOMSK

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« Responder #199 em: Abril 21, 2009, 03:53:56 pm »
Citação de: "Lancero"
Citação de: "TOMSK"
Se ao menos ainda estivéssemos numa coligação PSD/CDS-PP tinha a certeza que as coisas seriam ligeiramente diferentes - para melhor.

Onde vai estar domingo o presidente da República eleito pelo PSD/CDS-PP?


Ele ia estar presente. Só que lhe "apareceram" problemas de agenda, veja lá...
E era no Presidente da República que eu confiava para interceder junto do Governo. Afinal, juntou-se ao "boicote".

Digo o CDS-PP porque foi o partido que tem estado mais interventivo neste assunto. Referi-me a uma coligação porque não vejo a vitória única, por si só.
 

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TOMSK

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« Responder #200 em: Abril 21, 2009, 09:02:04 pm »
Entretanto, as boas noticías também devem ser assinaladas!

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A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou uma moção de homenagem ao Santo Condestável, que será canonizado por Bento XVI no próximo dia 26 de Abril.

Na reunião do passado dia 24, ficou ainda determinado que se solicite à Câmara Municipal de Lisboa que promova a colocação de um monumento a D. Nuno Álvares Pereira, no local para esse efeito preparado, no cimo do Parque Eduardo VII.

A moção que segue foi apresentada pelo deputado municipal Luís Brito Correia do PSD (foi também subscrita pelo Presidente da Junta de Freguesia do Santo Condestável) e cujos dois pontos foram votados em separado e aprovados, por maioria (PSD e CDS), sem votos contra (!) e com abstenções do PS, PCP, BE e PEV. O PCP (Modesto Navarro) apresentou um voto de vencido, invocando a separação da Igreja do Estado.

Texto da Moção
O Papa Bento XVI decidiu canonizar, em 26 de Abril de 2009, D. Nuno Álvares Pereira, beatificado pelo Papa Bento XV, em 23.1.1918, e a quem o povo português chama, há séculos, o Santo Condestável.
Armado cavaleiro aos 13 anos, foi treinado no culto dos grandes valores da vida; e tornou-se defensor da justiça, dos oprimidos, das viúvas e dos órfãos.
Nuno Álvares Pereira contribuiu decisivamente para a independência nacional, quer como chefe militar (Fronteiro-Mor do Alentejo e, depois, Condestável do Reino), quer como líder político, sobretudo, nas Cortes de Coimbra, de 1385. À sua coragem e determinação se devem as vitórias nas batalhas de Atoleiros (6.4.1384), Aljubarrota (12.8.1385) e Valverde (17 e 18.10.1385).

Como intérprete eminente dos sentimentos do povo português, e, especialmente, do então chamado "povo miúdo" de Lisboa, contribuiu de modo muito relevante para a consciência da nossa identidade nacional.
Com 55 anos, participou na expedição a Ceuta, com que se iniciou a expansão portuguesa pelo mundo, nos primórdios da globalização.
Promoveu a construção do Convento do Carmo, em Lisboa, um monumento nacional, que, ainda hoje, é admirável, apesar de arruinado pelo terramoto de 1755.

Depois de negociar a paz com Castela (em 31.10.1411), começou a orientar a sua vida para o convento. Tendo-lhe pertencido metade do Reino, repartiu as terras pelos netos; distribuiu todo o dinheiro, jóias, armas e roupas a cavaleiros e escudeiros e a pobres; e, desde 1423, viveu como humilde donato carmelita os últimos oito anos da sua vida, repartindo diariamente a tença real pelos pobres, à porta do convento. Ele, que fora, abaixo do Rei, o fidalgo mais poderoso do Reino (Condestável, Conde de Ourém, Conde Arraiolos, Conde de Barcelos, etc.), passou a viver numa "cela minguada, escura e solitária", não consentindo que lhe chamassem senão Nuno, por humildade - depois, Nuno de Santa Maria.
A Crónica do Condestável diz dele que "Deus por sua mercê fez e faz muitos milagres naquele lugar em que seu corpo jaz que são denotados e manifestos".
Foi considerado pelo historiador Oliveira Martins como "a mais nobre, a mais bela figura que a Idade Média portuguesa nos deixou".
A Assembleia Municipal de Lisboa, reunida em 24 de Março de 2009, delibera:

1. Aprovar um voto de congratulação pela anunciada canonização do Santo Condestável.
2. Solicitar à Câmara Municipal de Lisboa que promova a colocação de um monumento a D. Nuno Álvares Pereira, no local para esse efeito preparado, no cimo do Parque Eduardo VII.


Ou seja, dentro de pouco tempo a cidade de Lisboa terá um monumento a Nuno Álvares Pereira junto à grande bandeira nacional presente no Parque Eduardo VII.
Muito bem! Só espero que seja uma obra bem feita e não um qualquer aborto intitulado "arte".
 :Bajular:  :Palmas:
 

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TOMSK

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« Responder #201 em: Abril 22, 2009, 02:04:46 pm »
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Canonização com lotação esgotada



Correio da Manhã - 22 de Abril de 2009

Está tudo a postos. Trinta e dois anos depois da canonização de santa Beatriz da Silva, em 1976, Portugal volta a ter um santo. E, desta vez, um herói nacional.

A canonização do beato Nuno de Santa Maria está marcada para as 10h00 de domingo, na praça de S. Pedro, em Roma, onde os lugares já estão todos ocupados.

"Para assistir à celebração na praça, nós temos direito a pouco mais de três mil lugares (são 15 mil ao todo) e há muito que não há inscrições", disse ao CM o padre carmelita Francisco Rodrigues, vice-postulador da causa.

De resto, a concelebrar com o Papa estarão apenas 50 clérigos, sendo somente dez portugueses. É que os beatos a canonizar são cinco, quatro italianos e um português, e os lugares foram divididos em número exactamente igual para cada causa.

Assim, da causa portuguesa vão sentar-se ao lado de Bento XVI o Cardeal-patriarca, D. José Policarpo, o cardeal D. Saraiva Martins, o presidente da CEP, D. Jorge Ortiga, os bispos do Alentejo, D. José Alves, D. Antonino Dias e D. Vitalino Dantas, que é carmelita, o titular da paróquia do Santo Condestável, o provincial português da Ordem do Carmo, o abade-geral da Ordem e outro bispo que ocupará o lugar cedido pelo vice-postulador.

No meio dos restantes fiéis vão ficar bispos como D. Jacinto Botelho, D. Manuel Felício, D. Neto Quintas ou D. Carlos Azevedo.

Em lugar especial, definido pelo protocolo, vão sentar-se também as autoridades representantes do Estado, como o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, o chefe da Casa Civil do Presidente da República, O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e o deputado Guilherme Silva.

Mas há também outras personalidades nesse sector à direita do Papa, como D. Duarte Pio de Bragança ou a miraculada, Guilhermina de Jesus.

De resto, os primeiros portugueses começam a chegar a Roma já na próxima sexta-feira, dia em que se realiza a primeira vigília.

O PROCESSO QUE CHEGOU AO FIM

Após várias tentativas de canonização de D. Nuno Álvares Pereira, ao longo dos séculos, este processo, iniciado em Abril de 2004 pela Ordem do Carmo e pela diocese de Lisboa, acabou por alcançar um objectivo desejado há quase 570 anos. Estas duas caixas continham o processo que chegou ao fim.

DEZ SANTOS PORTUGUESES NASCIDOS APÓS A NACIONALIDADE

S. Teotónio (1082-1162)
Nasceu em Valença, é padroeiro de Viseu e considerado o primeiro santo português

SANTO ANTÓNIO (1179-1231)
É o mais conhecido santo português e ombreia em popularidade S. Francisco.

S. GUALTER (canon. em 1260)
Foi o primeiro frade franciscano a fixar-se em Guimarães. Ajudava os pobres.

SANTA ISABEL (1271-1336)
Rainha de Portugal, esposa de D. Dinis. Foi canonizada por Urbano VIII em 1625.

S. JOÃO DE DEUS (1495-1550)
É o padroeiro dos hospitais e foi canonizado em 1690 pelo Papa Alexandre VIII.

S. FREI GIL (1190-1265)
Nasceu em Vouzela, morreu em Santarém e foi canonizado por Bento XIV em 1748.

S. GONÇALO GARCIA (1557-1597)
Filho de portugueses, nasceu na Índia e foi martirizado no Japão. Canonizado em 1862.

S. JOÃO DE BRITO (1647-1693)
Nasceu em Lisboa e morreu, martirizado, na Índia. Canonizado por Pio XII em 1947.

SANTA BEATRIZ DA SILVA (1426-1492)
Nasceu em Campo Maior e morreu em Espanha. Canonizada por Paulo VI em 1976.

S. NUNO DE SANTA MARIA (1360-1431)
Herói de Aljubarrota, condestável e carmelita. Canonizado por Bento XVI em 2009.

VIGÍLIAS DE LOUVOR EM VÁRIAS IGREJAS DA CIDADE DE ROMA

Além da cerimónia de canonização, marcada para as 10h00 de domingo, estão previstas, mesmo no programa oficial, uma série de vigílias e celebrações, em várias igrejas de Roma, de louvor e agradecimento a Deus, "pela graça de Portugal ter mais um santo".

A primeira vigília ocorrerá já na sexta-feira à noite, altura em que muitos portugueses já estarão em Roma, e terá lugar no Colégio Pontifício Português. No sábado, pelas 19h30, o padre Fernando Millán, prior-geral da Ordem do Carmo, celebrará uma vigília na Igreja de Santa Maria, em Traspontina. Mas a grande vigília está marcada para as 21h00, na Igreja de Santo António dos Portugueses, e vai ser presidida pelo Patriarca de Lisboa.

Para além de D. José Policarpo, devem participar nesta celebração diversos prelados portugueses, como D. Jorge Ortiga, D. José Alves ou D. António Vitalino.

Na tarde de domingo, a Embaixada de Portugal junto da Santa Sé promove uma recepção com os prelados portugueses e elementos da hierarquia da Cúria Romana, como os cardeais D. Ângelo Amato, D. Ivan Dias e D. José Saraiva Martins.

De resto, na segunda-feira à tarde, o Cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, celebra uma Eucaristia de acção de graças na Basílica de São Paulo Fora de Muros. Na Terça, dia 28, há ainda uma Missa na Ordem do Carmo em Roma.

NO ALTAR DE UMA IGREJA LISBOETA

Em meados do século passado, mais de 30 anos após a beatificação de Nuno Álvares Pereira, o Patriarcado de Lisboa criou a paróquia do Santo Condestável. Foi construída uma igreja de raiz, toda dedicada ao ‘santo’ e herói da pátria. No dia 10 de Maio, esta paróquia vai realizar uma festa, para a qual D. Policarpo já convidou toda a diocese, em honra de S. Nuno de Santa Maria.

LIVRO REVELA TUDO SOBRE NOVO SANTO

Foi e é um dos maiores heróis nacionais. Primeiro venceu Aljubarrota, garantindo a independência de Portugal e agora, 570 anos após a morte, conquistou a santidade. Neste livro, disponível amanhã, na compra do CM, por apenas 1,5 euros, pode conhecer a vida de D. Nuno Álvares Pereira que, através da cerimónia de canonização do próximo domingo, sobe aos altares do Mundo. Ficará, ainda, a conhecer as suas facetas de guerreiro e de monge carmelita, assim como a evolução do processo de canonização, e o motivo pelo qual o mesmo se arrastou ao longo de vários séculos.

COMISSÃO DE HONRA

Cavaco Silva - Presidente da República

Jaime Gama - Presidente da A. República

Luís Amado - Ministro dos Neg. Estrangeiros

Luís Valença Pinto - CEMG das Forças Armadas

D. José Policarpo - Cardeal-patriarca de Lisboa

D. Jorge Ortiga - Presidente da CEP

Agostinho M. de Castro - Provincial Carmelita

D. Duarte Pio - Duque de Bragança


LONGO
Os processos de beatificação e canonização são sempre muito longos e difíceis. Os passos são muitos e em cada um deles é exigido algo muito difícil de provar: um milagre.

5
Só cinco anos após a morte de uma pessoa com fama de santidade é possível iniciar o processo de beatificação. A não ser que haja autorização do Papa, sempre excepcional, para antecipar o prazo, como aconteceu com a Irmã Lúcia.

570
Foram os anos que a Ordem do Carmo e Portugal tiveram de esperar para ver D. Nuno Álvares Pereira ser elevado aos altares do Mundo.

ESPERA
Portugal tem 23 processos de canonização e beatificação em espera no Vaticano. Uma lista que inclui os Pastorinhos Jacinta e Francisco, o padre Américo e o famoso Padre Cruz.


Por isso, quem quiser ficar a saber mais acerca da vida do Condestável,  aproveite amanhã  a "oferta" do Correio da Manhã. :wink:
 

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« Responder #202 em: Abril 23, 2009, 10:39:41 am »
agora é que Portugal finalmente vai sair do buraco...Aleluia!  :roll:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #203 em: Abril 23, 2009, 10:40:17 am »
Citação de: "Lancero"
Citação de: "TOMSK"
Se ao menos ainda estivéssemos numa coligação PSD/CDS-PP tinha a certeza que as coisas seriam ligeiramente diferentes - para melhor.

Onde vai estar domingo o presidente da República eleito pelo PSD/CDS-PP?


essa foi boa  :jok:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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« Responder #204 em: Abril 23, 2009, 10:53:35 am »
Citação de: "P44"
agora é que Portugal finalmente vai sair do buraco...Aleluia!  :P  :lol:
 

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« Responder #205 em: Abril 23, 2009, 11:02:36 am »
Citação de: "TOMSK"
Citação de: "P44"
agora é que Portugal finalmente vai sair do buraco...Aleluia!  :P  :shock: olha...pensando bem....
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Lancero

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« Responder #206 em: Abril 23, 2009, 11:44:16 am »
Não percebo porque se há-de criticar ou gozar com algo que satisfaz a parte dos portugueses. Mas enfim...


Mais uma resma...

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Canonização: Escuteiros portugueses marcam presença em Roma

Lisboa, 23 Abr (Lusa) - Cerca de 200 escuteiros portugueses deslocam-se  este fim-de-semana a Roma, para assistirem na Praça de São Pedro às cerimónias  de canonização do patrono do Corpo Nacional de Escutas (CNE), Beato Nuno  de Santa Maria.  

 

   Segundo informação hoje divulgada pelo CNE, um grupo de 202 escuteiros  desloca-se em voo charter.  

 

   Para a selecção dos membros que integram este grupo, o CNE organizou  um concurso na Internet, a nível nacional entre todos os escuteiros do país,  "oferecendo ao bando/patrulha/equipa de cada secção que mais soubesse da  vida do Santo Condestável a possibilidade de viajar até Roma para assistir  à cerimónia da canonização ao vivo".  

 

   "Além dos vencedores do concurso, viajam todos os que desejavam celebrar  com Bento XVI este momento tão importante para o CNE", explica Carlos Alberto  Pereira, Chefe Nacional do Corpo Nacional de Escutas.  

 

   "A ideia que presidiu à decisão foi encontrar uma solução que permitisse  aos escuteiros que quisessem viver este momento ímpar da canonização do  Patrono do Escutismo Católico Português, sem que o seu orçamento familiar  fosse muito sobrecarregado", acrescenta.  

 

   Para este responsável, a canonização de Nuno Álvares Pereira "é um momento  marcante", uma vez que "ele é o patrono do CNE, é um modelo de vida incontornável  no processo educativo que o escutismo oferece aos jovens".  

 

   A delegação do CNE parte para Roma na manhã de sábado, dia 25 de Abril,  regressando a Portugal no final de domingo, dia 26.  

 

   O programa em Roma prevê, além das cerimónias de canonização no domingo,  a participação, no sábado, na oração na Basílica de São Paulo Fora de Muros,  pelas 10:30, e na Vigília na Basílica de Santo António dos Portugueses,  presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, pelas 21:00.  
 


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Canonização: Portugueses viajam para Roma em número esperado pelas agências de viagens    

   Lisboa, 23 Abr (Lusa) -- Mais de 350 portugueses vão assistir, em Roma,  à cerimónia de canonização do beato Nuno integrados em circuitos organizados  por agências de viagens, uma participação que, em época de crise, correspondeu  às expectativas das empresas turísticas.  

 

   A maioria das viagens divulgadas no sítio oficial da Comissão "São Nuno  de Santa Maria" tinha já todos os lugares preenchidos a meio da semana,  com preços entre os 800 e 1.300 euros, relativos a estadas de três a sete  dias, incluindo outras cidades italianas para além da capital e do Vaticano.  

 

   No sábado, dia 25, véspera da canonização, partem do Aeroporto de Lisboa  três grupos organizados pela agência Abreu, dois dos quais - num total de  101 pessoas -- regressarão na segunda-feira.  

 

   Outros 41 passageiros apenas voltarão a Portugal na quarta-feira, já  que vão também conhecer Assis, outra referência nos roteiros de turismo  religioso.  

 

   Segundo a agência, "a procura de viagens para este acontecimento excedeu  todas as expectativas", havendo também "inúmeras" viagens individuais não  contabilizadas.  

 

   No caso da empresa especialista em turismo religioso Verde Pino, a procura  também surpreendeu. O proprietário da agência, Albino Frazão, explicou à  Lusa que a conjuntura levou a que não se arriscasse em voos "charter" e  que todos os lugares reservados em aviões acabaram por ser ocupados.  

 

   "Normalmente até se arrisca, mas na conjuntura actual não é fácil, as  coisas estão complicadas. Mas talvez tenhamos deixado em terra 20 pessoas,  por falta de lugar", contou.  

 

   A Verde Pino levará a Roma um total de 80 portugueses -- 35 ficarão  na capital durante três dias, enquanto os restantes 45 optaram por prolongar  a viagem para conhecer outros locais.  

 

   Uma outra agência de que Albino Frazão é também responsável constituiu  também um grupo de 35 a 40 pessoas, oriundo da vila de Aljubarrota, nas  proximidades da qual Dom Nuno Álvares Pereira conduziu o exército português  à vitória numa das mais decisivas batalhas pela independência nacional.  

 

   O responsável acredita que Portugal poderá ter uma representação de  meio milhar de fiéis anónimos na cerimónia de canonização de domingo.  

 

   Entre eles vão estar os 80 participantes das duas viagens organizadas  pela Paxtur, a partir de Lisboa e Porto.  

 

   De acordo com a directora da agência, Maria Benilde, o número corresponde  à expectativa da empresa.  

 

   Entretanto, muitos dos portugueses que assistirão ao vivo às cerimónias  que o Papa Bento XVI presidirá domingo na Praça de São Pedro, no Vaticano,  estarão identifcados com lenços e bonés preparados propositadamente para  o momento.  

 

   Cada conjunto composto por lenço e boné custa seis euros e os pedidos  têm sido satisfeitos por responsáveis da Ordem do Carmo em Portugal.  

 
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Canonização: Celebrações em vários pontos do país festejam novo santo

Lisboa, 23 Abr (Lusa) - Uma vigília no sábado e uma missa de Acção de Graças, a 10 de Maio, são as celebrações previstas, para já, para Lisboa, assinalando a canonização do Beato Nuno de Santa Maria, que "é sobretudo um Santo de Lisboa".  

 

    O Cardeal Patriarca, D. José Policarpo, vai estar em Roma, presidindo na noite de sábado a uma vigília de oração na Igreja de Santo António dos Portugueses, enquanto em Lisboa D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar, dirige idêntica celebração na Igreja do Sagrado Coração de Jesus.  

 

    O Cardeal Patriarca conclui as celebrações da canonização com uma missa de Acção de Graças no dia 10 de Maio na Igreja do Santo Condestável, em Lisboa, onde desde 1951 repousam os restos mortais do mais recente santo português.  

 

    Já em Ourém, onde Guilhermina de Jesus sofreu a queimadura na córnea, cuja cura viria a ser atribuída à intercessão do beato Nuno, será assinalada a canonização no próximo domingo com uma missa às 11:00 na Colegiada, em plena zona histórica, seguindo-se o descerramento de uma lápide junto à estátua de D. Nuno Álvares Pereira.  

 

    Por sua vez, em S. Jorge, concelho de Porto de Mós, onde em 1385 o Condestável liderou as forças portuguesas que derrotaram os castelhanos, a canonização vai ser seguida em ecrã gigante que a Fundação Batalha de Aljubarrota vai instalar junto à capela ali existente.  

 

    A emissão tem início às 09:00 e a fundação presidida por Alexandre Patrício Gouveia está a fazer um convite generalizado à população para que ali assista às cerimónias.  

 

    O mesmo vai acontecer na vila alentejana do Crato, no concelho de Portalegre, que vai assinalar a canonização do Beato Nuno Álvares Pereira com um vasto conjunto de iniciativas de âmbito festivo, reflexivo e religioso.  

 

    O primeiro acto, promovido por várias entidades daquele concelho, ocorrerá no domingo, 26 de Abril, com a transmissão em directo da cerimónia de canonização no interior do Mosteiro de Santa Maria, em Flor da Rosa.  

 

    O mosteiro, monumento nacional, está intimamente ligado a Nuno Álvares Pereira, uma vez que foi mandado construir pelo seu pai, D. Álvaro Gonçalves Pereira, que aí se encontra sepultado.  

 

    De acordo com a organização, até ao mês de Abril de 2010, vão ser programadas várias actividades culturais, como concertos, exposições e conferências, para assinalar este acontecimento.  

 

    Por sua vez, o município local vai criar uma condecoração oficial, incluir o nome do novo santo na toponímia do concelho e construir um monumento evocativo à canonização.  

 

    Estão também previstas, ao longo do ano, várias iniciativas de carácter militar para homenagear o novo santo.  

 

    A organização espera ainda efectuar a inclusão da liturgia do Beato Nuno Álvares Pereira nas paróquias daquele concelho, com especial destaque nas freguesias de Flor da Rosa e Crato.  

 

    Também o Mosteiro das Carmelitas Descalças do Crato será mobilizado e envolvido nesta iniciativa de cariz religioso.  

 

    Por por todo o país, entretanto, é esperado que o tema seja abordado na generalidade das paróquias durante as cerimónias religiosas de domingo.

 

    É o que vai acontecer na ilha do Pico, nos Açores, onde a Ouvidoria local, se vai associar à canonização de Nuno Álvares Pereira com uma celebração solene na Igreja da Candelária, a única paróquia da Diocese de Angra do Heroísmo que tem um templo dedicado ao beato português.  

 

    O templo situa-se no lugar da Mirateca e a eucaristia será presidida por D. Arquimínio Rodrigues da Costa, Bispo Emérito de Macau, e concelebrada pelo clero da ilha do Pico.  

 

    No final, realiza-se uma procissão com a imagem de S. Nuno, desde aquela igreja até à sua Ermida, na Mirateca.  


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Canonização: Museu dedicado ao Santo Condestável abre em Junho em Ourém

Ourém, Santarém, 23 Abr (Lusa) -- Um museu dedicado a D. Nuno Álvares  Pereira vai abrir em Junho na Zona Histórica de Ourém, no âmbito de uma  parceria entre a Fundação Batalha de Aljubarrota (FBA) e a Fundação Histórico-Cultural  Oureana.  

 

   O presidente da FBA, Alexandre Patrício Gouveia, explicou à Agência  Lusa que se trata de um espaço para "completar" o Centro de Interpretação  da Batalha de Aljubarrota que a fundação desenvolveu em S. Jorge, no concelho  de Porto de Mós.  

 

   "São espaços diferentes e complementares", precisou o responsável, acrescentando  que o Museu ao Santo Condestável -- designação que deverá assumir -- reúne  objectos relacionados com a vida de D. Nuno Álvares Pereira, 3º conde de  Ourém.  

 

   Alexandre Patrício Gouveia disse, ainda, acreditar que o futuro museu  vai potenciar a investigação sobre o militar, que liderou as tropas portuguesas  contra as castelhanas na Batalha de Aljubarrota, em 1385, assegurando que  vai, por outro lado, "enriquecer" a região.  

 

   Questionado por que razão o museu não vai ficar junto ao centro de interpretação,  o presidente da FBA afirmou que "o que importa é haver um espaço dedicado  a D. Nuno Álvares Pereira".  

 

   Já o presidente do conselho executivo da Fundação Histórico-Cultural  Oureana, Carlos Evaristo, adiantou que a abertura do museu está prevista  para 24 de Junho, quando se assinala mais um aniversário do nascimento de  D. Nuno Álvares Pereira.  

 

   Carlos Evaristo, filho da mulher que afirma ter sido curada de uma lesão  na vista por intercessão do novo santo, admitiu, no entanto, que a inauguração  oficial do espaço deverá ocorrer a 06 de Novembro, quando a Igreja Católica  assinala a festa do Beato Nuno de Santa Maria.  

 

   O responsável acrescentou que além de peças cedidas pela FBA, o museu,  que vai desenvolver-se num imóvel situado nas muralhas do Castelo de Ourém,  vai incluir artigos disponibilizados pela Ordem do Carmo, Casa Real Portuguesa  e particulares.  

 

   "O espaço vai ter peças alusivas à vida e obra de D. Nuno, ao seu culto  e à canonização, assim como ao seu condado", disse Carlos Evaristo.  

 

   "A ideia é criar a Rota do Santo Condestável", referiu ainda, exemplificando  que a rota quer incluir os espaços e caminhos na região onde esteve D. Nuno  Álvares Pereira.  

 

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Canonização: A vizinha que não fala do milagre (C/ VÍDEO E FOTOS)

    Ourém, Santarém, 23 Abr (Lusa) -- No interior das muralhas do Castelo de Ourém, onde numa das suas ruas mora a mulher que se afirma curada por intercessão de Nuno Álvares Pereira, mostram-se infrutíferas as tentativas para falar com a miraculada.  

 

    Já o filho de Guilhermina de Jesus, Carlos Evaristo, justificou o silêncio da mãe: "É um assunto demasiadamente pessoal. Entre ela e Deus, apenas. É a devoção particular dela".  

 

    Talvez por isso ninguém que a Agência Lusa contactou na Zona Histórica de Ourém tenha ouvido dizer uma palavra sequer a Guilhermina de Jesus, de 66 anos, sobre o suposto milagre.  

 

    Josefina Faria, de 73 anos, moradora na velha Ourém há cerca de quatro décadas, admitiu que por entre as muralhas do Castelo até se fale do assunto, "mas quem fala mais é o Carlos Evaristo".  

 

    "Não chego a perceber como é que foi", declarou Josefina Faria, garantindo que "nunca" ouviu de Guilhermina de Jesus uma palavra sobre o assunto.  

 

    E apesar de estarem de relações cortadas, esta moradora não poupou elogios à miraculada.  

 

    "É uma pessoa impecável, boa, capaz de acudir às pessoas. É divertida e muito de paródia", referiu Josefina Faria, que não revela fé no acontecimento que desencadeou o processo de canonização de Nuno Álvares Pereira.  

 

    Para o marido de Josefina, Raul Júlio, que se assumiu como um grande devoto, o beato Nuno "já é santo", independentemente de qualquer milagre.

 

    Enquanto mostra uma réplica da espada que mandou fazer semelhante à que terá sido usada por Nuno Álvares Pereira para derrotar os castelhanos em 1385, o septuagenário critica quem diz que Guilhermina de Jesus é de Ourém, pois, lembrou, ela é natural de Vila Franca de Xira.  

 

    Alterna, no entanto, o local de residência entre Ourém e Fátima, acrescentou o filho.  

 

    No velho burgo de Ourém, Guilhermina de Jesus é tratada como dona Mina e é assim que a chama Augusto Gonçalves, de 62 anos, habituado que está a servir-lhe cafés.  

 

    "A dona Mina é uma pessoa simpática e prestável", afirmou Augusto Gonçalves, acrescentando que é "bastante brincalhona e divertida".  

 

    O proprietário do estabelecimento acrescentou que da canonização "não se fala muito" por aqueles lados.  

 

    "Falam mais os jornais, fala mais a televisão que propriamente as pessoas aqui", declarou, acreditando que a razão do sucedido se deve tão-só ao facto de Guilhermina de Jesus não ser natural da freguesia.  

 

    "Eu não tenho falado com ninguém que ponha em causa qualquer coisa ou que diga que é mentira. Acho que as pessoas acreditam", continuou o morador.

 

    Augusto Gonçalves confessou ainda que nunca abordou a vizinha acerca da alegada cura inexplicável pela medicina, mas também nunca a miraculada, que conheceu há uma dúzia de anos no restaurante medieval, instalado no Castelo, lhe falou o assunto.  

 

    Um assunto que Hélder Farinha, funcionário na Galeria Municipal, garantiu, no entanto, não passar despercebido na localidade.  

 

    "As pessoas têm consciência que D. Nuno Álvares Pereira foi o 3º conde de Ourém, foi uma pessoa importante e de relevo na nossa história local", observou, esperançado que a canonização "sirva, também do ponto de vista turístico, para a atracção de novos públicos".  
 

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Canonização: Secretário da Conferência Episcopal destaca "grandeza espantosa" do Condestável    

   Fátima, Santarém, 22 Abr (Lusa) -- O porta-voz da Conferência Episcopal  Portuguesa (CEP), padre Manuel Morujão, destacou hoje, em Fátima, a "grandeza  espantosa" de Nuno Álvares Pereira, considerando que "ilumina a todos",  desde políticos a religiosos.  

 

   "É uma figura ímpar da nossa história, da história do heroísmo humano,  mas também do heroísmo de santidade", declarou Manuel Morujão numa conferência  de imprensa para divulgação dos trabalhos da Assembleia Plenária da CEP.  

 

   O responsável sublinhou que Nuno Álvares Pereira foi alguém que, "perante  uma crise nacional grave, de identidade e da própria independência, arriscou  a sua vida, entusiasmou as pessoas por uma causa".  

 

   Reconhecendo que uma qualquer batalha "é sempre uma história trágica  e muito triste", Manuel Morujão destacou a "grande humanidade" do militar  que, depois da Batalha de Aljubarrota, "organizou um campo de acolhimento  para os feridos".  

 

   O secretário da CEP, que lembrou já ter sido publicada uma nota pastoral  sobre D. Nuno Álvares Pereira, realçou também a distribuição que o militar  fez dos seus bens para ser um "simples irmão".  

 

   Confrontado com a existência de um erro nos convites oficiais para as  cerimónias de canonização, em que Álvares se apresenta como "Alvarez", o  padre Manuel Morujão considerou que são "erros que não deviam acontecer".  

 

   "É um erro de ignorância, penso que de modo algum de malícia", afirmou,  admitindo que é "triste", porque "deveria ser um ponto de honra que as coisas  fossem como deveriam ser".  

 
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Canonização: Forças Armadas sublinham "figura ímpar"

Lisboa, 22 Abr (Lusa) - O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas  (CEMGFA), general Valença Pinto, manifestou o regozijo das Forças Armadas  pela canonização da "figura ímpar" que foi D. Nuno Álvares Pereira.  

 

   "As Forças Armadas congratulam-se com o reconhecimento por parte da  Igreja Católica da dimensão e perfil de uma das mais altas personalidades  da sua História, traduzido pela canonização de D. Nuno Álvares Pereira,  Chefe Militar Português com acção decisiva na independência da Nação e,  como tal, figura ímpar do património histórico-militar de Portugal", declarou  o general Valença Pinto à Agência Lusa.  

 

   D. Nuno Álvares Pereira será canonizado no próximo domingo, dia 26 de  Abril, em Roma, pelo Papa Bento XVI.  

 

   Nascido a 24 de Junho de 1360, em Cernache do Bonjardim, D. Nuno foi  chefe militar e, como Condestável do reino, foi determinante para a consolidação  e futuro de Portugal, sobretudo pelo papel que desempenhou na crise de 1383-1385,  quando Portugal lutava pela sua independência contra Castela.  

 

   Depois de ficar viúvo e da morte da filha, despojou-se dos bens materiais  e entrou para o Convento do Carmo, onde morreria em 1431.  

 

   D. Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de Janeiro de 1918 pelo  Papa Bento XV.  



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Canonização: 520 anos depois da morte, Nuno Álvares Pereira descansa na Igreja do Santo Condestável    

   Lisboa, 22 Abr (Lusa) - Os restos mortais de D. Nuno Álvares Pereira  foram trasladados por oito vezes, encontrando repouso, ao fim de 520 anos,  na Igreja do Santo Condestável em Lisboa, onde se encontram desde 1951.  

 

   Cumprindo-se os seus desejos, frei Nuno de Santa Maria, o nome religioso  que D. Nuno Álvares Pereira adoptou ao entrar na Ordem dos Carmelitas Calçados,  foi colocado numa sepultura rasa do Convento do Carmo quando ali morreu  a 01 de Abril de 1431, levando até ao fim a humildade que caracterizou a  última parte da sua vida.  

 

   Quase cem anos depois registou-se a primeira trasladação, refere um  trabalho do professor Ernesto Castro Leal, da Faculdade de Letras de Lisboa:  em 1522, na presença de D. João III, o cadáver foi exumado e, depois de  retirados alguns ossos para um relicário ainda hoje guardado pela Ordem  dos Carmelitas, foi ali erguido um mausoléu de alabastro onde foram depositados  os restos mortais.  

 

   Em 1548 ocorreu a segunda trasladação, com a deslocação do mausoléu,  no interior da igreja, para a zona do Presbitério, junto ao lado do Evangelho,  com o objectivo de dar mais relevo ao túmulo.  

 

   Ali se manteve até ao terramoto de 01 de Novembro de 1755, que destruiu  o convento, deixando-o em ruínas, e o mausoléu.  

 

   A 21 de Março de 1768, os ossos de frei Nuno de Santa Maria, que estavam  guardados numa caixa de pau de Angelim, foram colocados num mausoléu de  madeira a imitar o anterior, situado na zona do templo apenas utilizada  pelos religiosos carmelitas.  

 

   Na mesma altura foi lavrado um auto, catalogando e descrevendo as ossadas  encontradas.  

 

   A quarta trasladação registou-se a 14 de Março de 1836 e envolveu a  saída dos restos mortais e do túmulo do convento do Carmo para a igreja  de São Vicente de Fora, onde, desde D. João IV, a Casa de Bragança tinha  um segundo Panteão (o primeiro situava-se no palácio ducal de Vila Viçosa).  

 

   Recorde-se que D. Nuno Álvares Pereira está na origem da Casa de Bragança,  pois a sua filha Beatriz casou com D. Afonso, bastardo de D. João I, primeiro  duque de Bragança.  

 

   Transportado em coche real, o túmulo ficou colocado no vão da capela  lateral do Cruzeiro da Igreja da parte do Evangelho.  

 

   As duas trasladações seguintes foram no interior da igreja de São Vicente  de Fora, contígua à actual sede do Patriarcado de Lisboa: em 09 de Março  de 1895 o túmulo foi transferido para a capela particular do Paço Patriarcal,  no rés-do-chão do edifício, e em Agosto de 1912 voltou ao piso superior,  junto ao Panteão da Casa de Bragança.  

 

   A 05 de Março de 1906 concluiu-se o exame e identificação das ossadas,  comparando o conteúdo do túmulo com o auto elaborado em 1768, o que veio  a ser repetido em Fevereiro de 1918, na sequência da beatificação de frei  Nuno de Santa Maria, em Janeiro desse ano.  

 

   Para 02 de Março de 1918 esteve prevista nova trasladação, desta vez  para o Mosteiro dos Jerónimos, que veio a ser inviabilizada pela feroz oposição  dos integralistas de A Monarquia, que se revoltaram contra a pretendida  intenção de fazer transportar a urna num armão da Artilharia.  

 

   Depois de acesa discussão sobre o melhor local para depositar os restos  mortais de D. Nuno Álvares Pereira (o Mosteiro de Santa Maria da Vitória,  na Batalha, chegou a ser alvitrado), a urna foi trasladada, de carro, para  a Capela da Ordem Terceira do Carmo, onde permaneceu até 1951 em más condições  de segurança.  

 

   A 14 de Agosto de 1951, 566 anos depois da batalha de Aljubarrota, foi  sagrada a nova Igreja do Santo Condestável, em Campo de Ourique, para onde  foram trasladados nesse mesmo dia, em grande cortejo, os restos mortais  do beato Nuno de Santa Maria, que ali repousam numa urna de mármore negro.  

 

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Canonização: Exemplo de D. Nuno Álvares Pereira usado como símbolo ao longo dos tempos  



    Lisboa, 22 Abr (Lusa) - A figura do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, como militar e como homem piedoso, foi usada como símbolo ao longo dos tempos para unir os portugueses em torno de um ideal ou como arma de combate.  

 

    Desde sempre o Santo Condestável, canonicamente santo a partir de domingo, foi apontado como exemplo de militar "bem sucedido, avaliador cauteloso das circunstâncias antes da tomada de decisão, portador de uma eficaz ideia de chefia", refere o professor Ernesto Castro Alves, num trabalho intitulado "Nuno Álvares: símbolo e mito nos séculos XIX-XX".  

 

    "A exemplaridade de Nuno Álvares Pereira, como herói e como santo, foi usada nos campos religioso, cultural e político português, com maior intensidade entre 1890 e 1940", disse à Lusa o historiador, professor na Faculdade de Letras de Lisboa.  

 

    O culto popular ao Santo Condestável, misturando a religiosidade com a simbologia de líder, manteve-se até ao século XVI, tendo sido refreado durante o período filipino com o surgimento do mito sebastianista.  

 

    Renovou-se a partir de 1890, e mais acentuadamente no início da República, como forma de combater o anti-clericalismo então vigente.  

 

    "A convergência dos católicos com os monárquicos em torno do cultualismo cívico a Nun'Álvares, nestes primórdios da I República, revestiu um claro sentido de resistência político-religiosa à prática vigente de republicanização laicista do Estado e da sociedade", observa Castro Leal, que acrescenta que aqueles sectores divulgavam uma representação ideológica e moral onde se valorizavam as dimensões de "vencedor heróico", de "condestável santo", de "monge piedoso", de "nobre pelo sangue e pelo carácter".  

 

    Do outro lado tentava-se evitar que, em resposta, se promovesse "uma espécie de republicanização de Nun'Álvares, à imagem do que tinha sido feito com Camões a partir de 1880".  

 

    Mas mesmo para destacados elementos da República, a figura de D. Nuno Álvares Pereira surgia como um dos maiores nomes de sempre da história portuguesa.

 

    Em Outubro de 1913, o jornal O Século publicou um inquérito a "29 elementos da elite republicana" com a pergunta "Qual é a mais bela figura da História Portuguesa?".  

 

    O nome do Santo Condestável aparece com o maior número de citações (oito), bem à frente do Infante D. Henrique e de D. Afonso de Albuquerque, com quatro citações cada.  

 

    "Entre 1918 e 1926 a Cruzada Nacional D. Nuno Álvares Pereira conseguiu estabelecer uma ampla convergência patriótica de republicanos e monárquicos, com a promoção de celebrações anuais que juntaram em cerimónias oficiais representantes do Estado, das Forças Armadas e da Igreja Católica", indicou à Lusa Castro Alves.  

 

    O culto religioso, festa do Santo Condestável, acentuou-se com a sua beatificação pelo papa Bento XV em 23 de Janeiro de 1918, sendo consagrado o dia 06 de Novembro para dia litúrgico do culto nacional dedicado ao Beato Nuno de Santa Maria.  

 

    "O culto cívico, festa do patriotismo, festa da pátria, foi oficializado na I República em 13 de Agosto de 1920, como festa nacional, a celebrar a 14 de Agosto, dia da batalha de Aljubarrota, mas em 1925 o regime republicano criou outra festa nacional, Festa de Portugal em honra de Camões, a comemorar no dia 10 de Junho", referiu o investigador.  

 

    Entre 1926 e 1928, "criou-se em áreas da opinião pública a ideia de que essas duas festas nacionais podiam ser transformadas em feriados oficiais".

 

    "Acabando com as dúvidas, em 29 de Julho de 1929, o governo de Artur Ivens Ferraz decretou a confirmação de todos os feriados nacionais anteriores e introduziu apenas mais um: o 10 de Junho, não consagrando o 14 de Agosto como feriado nacional", indicou.  

 

    Para trás também ficou o projecto de dar o nome de Nuno Álvares Pereira à Avenida 24 de Julho, em Lisboa, iniciativa que gerou polémica entre católicos e republicanos maçónicos e que acabou por ser abandonada.  
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Lancero

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« Responder #207 em: Abril 23, 2009, 11:49:00 am »
Este merece ir isolado.

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Canonização: Espanha desconhece Condestável e pouco destaque dá à Batalha de Aljubarrota - historiador  


    Madrid, 22 Abr (Lusa) - A figura de Nuno Álvares Pereira, que domingo será canonizado pelo Papa Bento XVI, é "totalmente desconhecida" em Espanha, apesar do seu papel na história espanhola, sintoma que reflecte o quase total desconhecimento da história portuguesa naquele país.  

 

    A opinião é de Hipólito de La Torre Gómez, professor da Universidade Nacional de Educação à Distância (UNED) espanhola que, em declarações à Agência Lusa, lamentou o facto de, em Espanha, se conhecer "pouco ou nada da História de Portugal", inclusive em momentos como o que viveu o Condestável, onde o vínculo entre os dois países é evidente.  

 

    "Não se conhece, ou então conhece-se muito isoladamente, entre um ou outro sector. Vejo isso pelos meus alunos, inclusive da cadeira de História de Portugal", afirmou.  

 

    La Torre - especialista em história ibérica - admitiu que o desconhecimento sobre Portugal continua a ser preocupante, estando no caso da História a agravar-se, dando como exemplo uma aula onde comprovou que nenhum dos seus 40 alunos sabia quem fora Luís de Camões.  

 

    "Eu estudei na escola quem era Camões. O grande poeta épico português, como dizíamos na altura. Agora chegam à Universidade e não sabem sequer que existiu", lamentou.  

 

    "Infelizmente, também não conhecem figuras importantes espanholas, mas, no caso de Portugal, a visão 'peninsularista' dos espanhóis leva a que vejam Portugal apenas como aquela franja de terra à beira do Atlântico e não entendam a dimensão de aprofundamento geopolítico português, a profundidade atlântica e os caminhos do mar", disse.  

 

    Daí que, neste cenário, o desconhecimento sobre D. Nuno Álvares Pereira possa ser mais facilmente entendido, tornando-se um figura de especialistas e desaparecendo da dinâmica do retrato histórico da formação ibérica.  

 

    "Pode haver alguns estudos medievais onde o assunto é tocado, mas passa-se muito por cima e não se dá importância à Batalha de Aljubarrota", disse.

 

    "Claro que a História é escrita pelos vencedores e, por isso, os vencidos não se interessam muito em aprofundar as suas derrotas. Assim, Nuno Álvares Pereira tem muito mais importância em Portugal", frisou.  

 

    O mesmo ocorre, por exemplo, na confusão feita regularmente em Espanha sobre quando ocorreu a independência de Portugal, que líderes espanhóis tendem a fixar em 1640 e não em 1143.  

 

    "Acho difícil que um espanhol entenda o que ocorreu entre Portugal e Espanha em 1640. Mas também não conhecem a data de 1143, tristemente, porque acho que cada vez se conhecem menos datas", afirmou.  

 

    "O período de 1640 acaba por ter aqui mais destaque porque se relaciona mais com a crise na monarquia hispânica, por momentos como a separação da Catalunha. Por isso saltam 1143", disse.  

 

    Já sobre Nuno Álvares Pereira, o historiador admitiu ser provável que sectores da Igreja espanhola, "que respondem também a interesses nacionais", possam, durante algum tempo, ter dificultado os esforços para canonizar o Condestável.  

 

    "Não estranharia que pudessem ter tentado levantar obstáculos para reconhecer essa figura como uma grande soldado e um dos grandes artífices da forja de Portugal", salientou.  

 

    "Mas, actualmente, não creio que em Espanha possa haver sectores que coloquem alguma reserva", disse.  

 

    Até porque, considerou, a canonização é "um reconhecimento justíssimo de uma figura muito notável no campo militar e religioso" e que "reúne as condições do famoso soldado-monge".  

 

    Uma personalidade que hoje, volvidos tantos séculos, continua a ter "uma grandeza fora de dúvida", que torna "justificável qualquer tipo de exaltação que tenha, ou que sempre teve em Portugal".  

 

    "O Santo Condestável tem muita actualidade. Tem uma profunda vocação social, uma entrega completa e sempre utilizou o poder militar e político em benefício do povo, renunciando a todas as honras e grandezas. É um exemplo eterno, tanto para a sociedade actual, como para o futuro", considerou Hipólito de La Torre Gómez.  

 

    O professor da UNED mostra-se esperançado que a canonização de Nuno Alvares Pereira contribua para novo passo no conhecimento espanhol sobre a história portuguesa, recordando que tentativas no passado de fomentar o conhecimento mútuo sempre "naufragaram".  

 

    A este propósito, lembrou uma comissão luso-espanhola de integrou, na década de 1990, a qual procurou estabelecer normas mínimas para "enxertar a História dos dois países, uma na outra".  

 

    Nas suas aulas, procura forçar um pouco o tema da história portuguesa, verificando a surpresa dos seus alunos quando vão descobrindo alguns detalhes.

 

    "Temos de recuperar alguns dos nossos marcos históricos. É a única forma de nos explicarmos, de tomar consciência do que ocorre no presente e de perceber o que devemos fazer. Até mesmo noutros sectores, como a economia e o direito, onde a matéria histórica se está a perder, há que repensar os novos padrões de estudo", disse o universitário espanhol.  

 

    "Seria uma pena que não se aproveitasse a figura de Nuno Álvares Pereira e este momento para recuperar uma época de esforço colectivo (...), aproveitando os exemplos desta figura que, apesar de ser o nosso vencedor, também é um figura de Espanha", disse.  
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« Responder #208 em: Abril 23, 2009, 11:51:28 am »
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Canonização: Visitantes da Batalha e S. Jorge conhecem o militar, mas desconhecem o santo

    Batalha, Leiria, 22 Abr (Lusa) - O Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA), em Porto de Mós, junto do qual se travou a batalha entre portugueses e castelhanos em 1385, tem no militar D. Nuno Álvares Pereira o maior dos protagonistas.  

 

    Já o Beato Nuno, que no próximo domingo vai ser canonizado em Roma por Bento XVI, passa despercebido aos visitantes.  

 

    É o que sucede, também, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, onde a estátua equestre é recordação a levar fotograficamente, para reavivar as memórias dos feitos militares que figuram nos livros de História de Portugal.

 

    Foi a essas memórias que José Martinho, de 66 anos, da Figueira da Foz, foi buscar a resposta à pergunta "Quem é D. Nuno Álvares Pereira?".  

 

    "Foi um português que comandou a Batalha de Aljubarrota", disse José Martinho, recordando que, "no tempo dele, foi um grande homem", o equivalente hoje a um "general", refugiando-se, depois, no facto de ter a quarta classe para pouco mais dizer sobre a vida do militar.  

 

    Quanto à canonização, o visitante afirmou que já ouviu "dizer qualquer coisa", mas não está "dentro do assunto", acrescentando, a propósito de o País "ganhar" domingo um novo santo: "Não posso dizer se será bom ou mau".

 

    Também de visita ao mosteiro que D. João I mandou erguer na sequência da vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota, o espanhol Miguel Herrera, de 67 anos, mostrou-se relutante em revelar que homem representa a estátua equestre.  

 

    "Não lhe posso dizer porque falo contra mim", afirmou, entre gargalhadas, para acrescentar que D. Nuno Álvares Pereira venceu "uma batalha muito simples, uma batalhita pequena".  

 

    Em nenhum momento, o espanhol, de Málaga, se referiu a castelhanos nem tão-pouco ao beato que no domingo é elevado a santo.  

 

    Nem ele, nem os seus acompanhantes, excursionistas pela História de Portugal que a Agência Lusa encontrou, mas que não conseguiu que se pronunciassem sobre a canonização.  

 

    Enquanto isso, uma compatriota insistia que o nome do militar era "Alvarez" e "tem nome de espanhol".  

 

    A portuguesa Laura Paulo, que intervalou a venda de cavacas das Caldas da Rainha para falar do beato Nuno, reconheceu que "propriamente" não sabe o que o militar fez para ser santo.  

 

    "Sei que foi da batalha, que depois foi viúvo e que não voltou a casar. Há mais qualquer coisa que eu não...", afirmou, para defender que santos devem "ser exemplos para as outras pessoas".  

 

    "Temos de acreditar em alguém", declarou ainda Laura Paulo.  

 

    Regressando ao CIBA, onde se encontravam mais portugueses que espanhóis, e próximo do qual está a capela de São Jorge, mandada construir em 1393 pelo Condestável, Ricardo Ramos, de 11 anos, de Vila Nova de Gaia, que integrava uma visita de estudo, atirou que D. Nuno Álvares Pereira "devia ter sido [santo] há mais tempo, pois ele fez tantas coisas boas por Portugal".  

 

    Já Amândio Santana, de 64 anos, residente em Lisboa, destacou que "o fundamental é o papel" que o militar "desempenhou na História de Portugal".  

    O resto, a beatificação ou a canonização, "depende da visão, da crença ou da fé de cada um", comentou o visitante, que acrescentou: "Para mim, fundamental é o que ele foi e o que representou na defesa da independência nacional".  
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TOMSK

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« Responder #209 em: Abril 23, 2009, 12:05:41 pm »
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Também de visita ao mosteiro que D. João I mandou erguer na sequência da vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota, o espanhol Miguel Herrera, de 67 anos, mostrou-se relutante em revelar que homem representa a estátua equestre.

"Não lhe posso dizer porque falo contra mim", afirmou, entre gargalhadas, para acrescentar que D. Nuno Álvares Pereira venceu "uma batalha muito simples, uma batalhita pequena".
Em nenhum momento, o espanhol, de Málaga, se referiu a castelhanos nem tão-pouco ao beato que no domingo é elevado a santo.

Nem ele, nem os seus acompanhantes, excursionistas pela História de Portugal que a Agência Lusa encontrou, mas que não conseguiu que se pronunciassem sobre a canonização.

Enquanto isso, uma compatriota insistia que o nome do militar era "Alvarez" e "tem nome de espanhol".

Notável este segmento!  ufx29
Tipicamente espanhol...

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Regressando ao CIBA, onde se encontravam mais portugueses que espanhóis, e próximo do qual está a capela de São Jorge, mandada construir em 1393 pelo Condestável, Ricardo Ramos, de 11 anos, de Vila Nova de Gaia, que integrava uma visita de estudo, atirou que D. Nuno Álvares Pereira "devia ter sido [santo] há mais tempo, pois ele fez tantas coisas boas por Portugal".

Valha-nos a juventude portuguesa!  yu23x1  :rir: