Comprar!!! Porquê? Portugal deve construir

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Luso

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« Responder #30 em: Janeiro 12, 2008, 09:11:07 pm »
Já seria óptimo que o Estado não atrapalhasse.
E que respeitásse os compromissos assumidos, etc.

Muita coisa aqui se pode fazer, desenvolver e inventar. Mas com empatas institucionais, cobardes e desinteressados (como qualquer burocrata), nada se pode fazer a menos que pingue algo para algum lobby legalizado - o partido - que por azar é o viveiro das espécies mais desinteressadas (mas interesseiras) e ignorantes que pode haver.

É assim a regra do jogo.
Não se pode ter tudo.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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lurker

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« Responder #31 em: Janeiro 13, 2008, 02:53:33 am »
Citação de: "Bulldozer"
Ja agora, qual é a utilização dada ao POSAT1? ainda esta operacional? Sei que por alturas do seu lançamento, ouvi que uma parte da sua utilização era para fins militares, ainda é assim?


O POSAT-1 é um misto de satélite cientifico e de comunicações. Não sei bem que uso tem, mas ainda lá está e funciona.

A componente cientifica é a "Cosmic Ray Experiment", um par de sensores que monitorizam a quantidade de raios cósmicos que o satélite recebe.
Não tenho a certeza se esses dados ainda são monitorizados mas encontrei referências a isso tão recentes quanto 2003.

O satélite não é geo-síncrono, não está sempre sobre o mesmo ponto da terra. Por isso, a componente de comunicações baseia-se em store & forward de ax.25. Isto permite comunicações globais mas.. as mensagens podem levar 6 horas a chegar ao destino -- a estação emissora tem de esperar que o satélite passe por cima dela para enviar a mensagem, depois a estação receptora tem também de esperar que o satélite passe por cima dela para receber a mensagem.
Foi usado para algumas comunicações militares em nos anos 90 (Balcãs e tal) mas acho que agora não o usam.
 

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balburdio

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« Responder #32 em: Janeiro 13, 2008, 03:28:11 pm »
Citação de: "papatango"
De facto assim é.

Os problemas que se colocam a Portugal, colocam-se a todos os países.

Básicamente é o mesmo problema que por exemplo se nos deparou no inicio do século XX.

Os canhões que conseguiamos produzir no século XVI a XVIII eram inuteis e não tinhamos tecnologia suficiente para produzir os nossos próprios canhões.

Hoje ocorre a mesma coisa. Mas no caso da INDEP, creio que foi de facto um erro estratégico a venda por exemplo da capacidade de produzir munição ligeira.

De resto, a tecnologia hoje está a um nível, que só parcerias tornam viável o desenvolvimento de novos sistemas de armas. E mesmo que todos os nossos engenheiros se dedicassem ao sector de defesa, mesmo assim não teríamos futuro garantido.

Se não houvesse guerras, lá tinhamos que reconverter as industrias de armamentos.

Um país não pode colocar demasiados ovos num só cesto e os nossos ovos divididos por vários cestos não são suficientes para criar nenhuma industria de armamentos.

Depois disso há o problema das economias de escala.

Lembre-se que na maioria dos casos um produto mesmo que Portugal o consiga desenvolver, custará sempre mais.
Como é que se explica ao contribuinte que as Forças Armadas gastem 5.000 euros numa espingarda automática quando a podem comprar por 750 euros ?

Há limites para os gastos. E isso implicaria um aumento nas despesas militares que embora como diz o Cavaco sejam um investimento, acabariam por ser exagerados e por criar mais problemas que soluções.


todas essas considerações são liminarmente desmentidas pela Suécia, um país com menos população que portugal e que é praticamente auto-suficiente em matéria de industria de defesa.

quanto ao preço, esqueça isso! uma LUSA A2 custa metade, leu bem,metade, do preço de uma FAMAE que, efectivamente não lhe é superior, pelo contrário (é consideravelmente menos robusta e precisa).
Já para não falar que poderiamos fazer o que as nações inteligentes fazem e que é desenvolver os projectos, procurar parcerias ou investidores internacionais ou mesmo quem fabrique e inclusivamente acabam, bastantes vezes, por capitalizar com o programa, que afinal tem por objectivo o equipamento das forças armadas.
Aliás Portugal até  tem na G-3 um bom exemplo. Das 600.000 produzidas em Portugal a grande maioria foram para exportação, pelo que o programa foi largamente compensador em termos económicos. mas é claro, nessa altura havia alguma seriedade nos nossos assuntos de estado.
 

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Luso

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« Responder #33 em: Janeiro 13, 2008, 03:34:58 pm »
Citação de: "balburdio"
quanto ao preço, esqueça isso! uma LUSA A2 custa metade, leu bem,metade, do preço de uma FAMAE que, efectivamente não lhe é superior, pelo contrário (é consideravelmente menos robusta e precisa).


Pode partilhar connosco as fontes em que se baseou?
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papatango

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« Responder #34 em: Janeiro 13, 2008, 05:10:09 pm »
Citação de: "balburdio"
todas essas considerações são liminarmente desmentidas pela Suécia, um país com menos população que portugal e que é praticamente auto-suficiente em matéria de industria de defesa


Muito pelo contrário.
A Suécia é apenas uma demonstração do que digo.
Em primeiro lugar é um país com um nível de vida muito maior que Portugal e o maior nível de vida quer dizer que se se colectam mais impostos. Um nível de impostos que em Portugal levaria a um golpe de estado pela certa.

A Suécia abandonou o seu programa de produção de tanques, comprou à Alemanha
A Suécia na prática entregou o fabrico e desenvolvimento de aeronaves aos americanos, porque pura e simplesmente mesmo sendo rica não tinha dinheiro para os desenvolver sozinha.
O país tendo no passado uma industria militar, limita-se hoje, como a maior parte dos países a «clusters» específicos.

Eu defendo que deveriamos ter feito isso e que uma das melhores apostas seria na continuação do fabrico de armas e munições ligeiras, onde em teoria teríamos possibilidades.

Ou seja: Embora não tenhamos capacidade para produzir os equipamentos que uma força militar necessita (como não tem praticamente nenhum país europeu e como não tem nenhum país da nossa dimensão) teriamos possibilidade de nos especializarmos em algumas áreas.

Infelizmente nem isso fomos capazes de fazer. Hoje como no passado.
Nos anos 60 metemo-nos com a construção das Pereira da Silva e resultou no que resultou. Agora estamos com o «caso» NPO.
No passado até navios como as corvetas B.A. e J.C. (menores que os NPO) foram mandadas construir no estrangeiro.

Temos, hoje como no passado, uma grande facilidade em mudar de ideias ou com muita rapidez ou então não mudar de ideias nunca.
Qualquer das opções tem demonstrado ser má.

= = =

O preço da LUSA-A2 fabricada nos EUA não é o preço que custaria se fosse fabricada em Portugal. Logo, não pode ser vista como ponto de referência. Não sabemos como seria, o que quer que digamos é especulação.

Aceito no entanto, que o seu desenvolvimento e utilização pelas forças armadas teriam sido boa ideia e que foi provavelmente uma oportunidade perdida, porque era um investimento com o qual a dimensão do país poderia arcar.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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balburdio

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« Responder #35 em: Janeiro 13, 2008, 11:21:42 pm »
Citar
Muito pelo contrário.
A Suécia é apenas uma demonstração do que digo.
Em primeiro lugar é um país com um nível de vida muito maior que Portugal e o maior nível de vida quer dizer que se se colectam mais impostos. Um nível de impostos que em Portugal levaria a um golpe de estado pela certa.
não, pelo contrário. o nível de vida não é o factor de progresso, o progresso é que determina o nível de vida.
O progresso de um certo país nórdico onde há menos papatangos e mais balburdios que não procuram desculpas para evitar fazer coisas, pesquisar, inventar, desenvolver, produzir. enfim, realizar o progresso, como fizeram os nossos egrégios avós que mandaram os velhos do restelo ir apanhar urtigas!



Citar
A Suécia abandonou o seu programa de produção de tanques, comprou à Alemanha
não abandonou, os Leopard suecos foram produzidos em grande parte no país. A suécia desenvolveu um excelente tanque, o Strv 103 sem torre e portanto sem essa vulnerabilidade, com um sistema hidraulico especial e controlo de direcção que lhe permitia ultrapassar o óbice de não ter uma peça orientavel. Devido ao seu baixo perfil e excelente armadura foi considerado um dos melhores tanques do mundo no seu tempo.
Pelo menos até aparecer o T-72 e a sua capacidade de disparar com precisão em movimento.
Esses tanques ainda são utilizados em funções secundárias.
Uma curiosidade, o tanque S como era também designado era movido por uma turbina , uma ideia que os cóbois não tardaram a copiar!
admita lá que o exemplo não é muito feliz

Citar
A Suécia na prática entregou o fabrico e desenvolvimento de aeronaves aos americanos, porque pura e simplesmente mesmo sendo rica não tinha dinheiro para os desenvolver sozinha.
????
os Gripen são fabricados em Linköping, o motor apesar de ser baseado num desenho americano é um desenvolvimento sueco objectivado a uma maio performance, melhor resistencia a ingestão de aves e melhor segurança monomotor.
a sua afirmação deve-se por certo a algum erro tipográfico, peço desculpa pela correcção.

Citar
O país tendo no passado uma industria militar, limita-se hoje, como a maior parte dos países a «clusters» específicos.
de facto, o país é muito específico, só produz 2 coisas: tudo e mais alguma coisa.
produz os submarinos e as corvetas visby para a marinha, os caças, aviões de treino e alguns EW para a força aérea, tanques, artilharia, ATGMs, SAMs, MANPADs e armas ligeiras para o exército.
E tudo dentro da melhor qualidade. A ponto dos canhões Bofors serem usados pela maioria das marinhas europeias e não só.
De fabrico sueco nas nosas FAs temos os Penguim(?), os Karl Gustav, peças Bofors, etc.


Citar
Eu defendo que deveriamos ter feito isso e que uma das melhores apostas seria na continuação do fabrico de armas e munições ligeiras, onde em teoria teríamos possibilidades.
Pois, nem isso foi feito, o que me faz lembrar o que uma vez ouví a um certo consultor internacional, encarregue pelo govero Cavaco Silva de um estudo estruturante para a economia nacional (infelizmente abandonado). o homem dizia que ás nossas aspirações eram muito baixas, colocamos a fasquia nos mínimos e claro, assim não funciona!
Porque será que só conseguimos ser bons no futebol?


Citar
Ou seja: Embora não tenhamos capacidade para produzir os equipamentos que uma força militar necessita (como não tem praticamente nenhum país europeu e como não tem nenhum país da nossa dimensão) teriamos possibilidade de nos especializarmos em algumas áreas.
nenhum?????
mas...:
Espanha(marinha quase 100% de fabrico nacional, caças produzidos no país,etc.)
França(produz 95% do equipamento militar que utiliza)
Itália (produz navios, tanques de projecto 100% nacional, armas ligeiras, caças, artilharia, etc...),
Inglaterra (produz tanques, navios armas ligeiras, artilharia e caças)
Alemanha (tanques, navios, armas ligeiras, caças, artilharia, etc.)
Suecia (Caças, atilharia, navios, armas ligeiras)
A rep. Checa (tanques, armas ligeiras, aviões ligeiros, artilharia, etc.)
várias rep.s ex-jugoslávia (tanques, armas ligeiras, artilharia, aviões)
Polónia(tanques, armas ligeiras, artilharia, etc.)
Bélgica(caças, artilharia, armas ligeiras, etc.)
será que estes países não são europeus???


Citar
Infelizmente nem isso fomos capazes de fazer. Hoje como no passado.
Nos anos 60 metemo-nos com a construção das Pereira da Silva e resultou no que resultou. Agora estamos com o «caso» NPO.
No passado até navios como as corvetas B.A. e J.C. (menores que os NPO) foram mandadas construir no estrangeiro.
não me parecem bons exemplos.
dados os objectivos são realmente boas ideias, que infelizmente não foram muito bem compreendidas.
A nossa marinha, ao contrário da americana, acumula as funções de guarda costeira, pelo que necessita de navios com essa valência.
O NPO é um navio adequado, é mesmo uma solução brilhante dadas as nossas dificuldades. taõ brilhante que ainda consegue ser dos raros exemplos de concretização no nosso país!


Citar
Temos, hoje como no passado, uma grande facilidade em mudar de ideias ou com muita rapidez ou então não mudar de ideias nunca.
Qualquer das opções tem demonstrado ser má.

com a mentalidade que evidencia que ideias acha que pode mudar.

se queremos a lua temos que pedir o sol, acredite!
em portugal ser realista é estar derrotado à partida. è até estupido já que os portugueses são daqueles povos capazes de milagres, se tiver que ser!


Citar
O preço da LUSA-A2 fabricada nos EUA não é o preço que custaria se fosse fabricada em Portugal. Logo, não pode ser vista como ponto de referência. Não sabemos como seria, o que quer que digamos é especulação.
Pois não, de facto são mais caras que eram quando produzidas no nosso país. A mão de obra americana é mais cara, o cliente americano paga mais e a maquinaria, que é a que nós lhes vendemos, teve de ser modernizada, os custos repercutiram-se no preço unitário.
Mesmo assim é metade daquilo que pagámos pelas FAMAE.
Não é expeculação, as FAMAE foram adquiridas porque uma das clausulas da cedencia de direitos e maquinaria da indep era o favorecimento que portugal daria aquleas armas.
São armas excessivamente caras, baseadas na família SIG SAUER, com custos de produção tipicamente "Suiços". E um país pobre como o nosso dá preferencia a esse tipo de "armas de luxo". genial não é???
o custo de aquisição das armas da GNR foi superior ao que os os chilenos pagaram pela maquinaria e direitos de produção das SIG (nós tinhamos direitos para produzir as SIG 543 mas o "brilhantismo" político vendeu essa galinha dos ovos de ouro, os chilenos agradecem!!)

Citar
Aceito no entanto, que o seu desenvolvimento e utilização pelas forças armadas teriam sido boa ideia e que foi provavelmente uma oportunidade perdida, porque era um investimento com o qual a dimensão do país poderia arcar.

ah, ainda bem que aceita isso.
curioso, acho que já lhe tinha chamado velho do restelo noutra ocasião.
 

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Luso

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« Responder #36 em: Janeiro 14, 2008, 12:05:08 am »
Balburdio, volto a pedir-lhe que nos forneça as fontes em que se baseou para construir os seu raciocínio relativamente aos preços das duas submetralhalhadoras.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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balburdio

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« Responder #37 em: Janeiro 14, 2008, 12:51:45 am »
Citação de: "Luso"
Balburdio, volto a pedir-lhe que nos forneça as fontes em que se baseou para construir os seu raciocínio relativamente aos preços das duas submetralhalhadoras.


sina estranha a minha, que só eu tenha que fornecer as minhas fontes!!!

sorte que a aquisição das FAMAE tenha vindo em diário da república, com o orçamento e o nº de armas adquiridas.
uma breve conta de dividir nos dará o custo unitario: 1.500$ US

quanto à Lusa A2, fabricada com a nossa maquinaria e mão de obra americana é vendida pela empresa LUSA USA na versão Law Enforcement & Military  
Class III :
900 rpm
9mm para
28 munições
full auto, semi & safe
pelo preço unitário(só para forças policiais e militares) de 800$ us
 

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« Responder #38 em: Janeiro 14, 2008, 07:05:31 am »
Parece que finalmente aparecem algumas ideais convergentes com a minha...

Mas sem dúvida que eu não vejo grande futuro para este pequeno país, a ver por algumas ideais aqui demonstradas.

Até parece que se fossem alguns membros a escolher entre as FAMAE e a LUSA A-2, teriam escolhido a FAMAE. Heheheheh

Continuando:

Eu não sou contra as parcerias... Só se fosse "tolo", seria contra elas. Mas depois de se gastar tanto dinheiro em coisas "tão mal gastas" que até "dói", porque não se gasta antes em investigação.

Depois a ideia de que se tem de ser Grande para se produzir bem e bom é completamente errado... Nós já produzimos outras coisas muito bem. Nós temos o sector da Cortiça e a sua transformação, etc. É preciso é ser-se bom, e investir, investir.

A Suécia é de facto um excelente exemplo. A Bélgica é outro e a Suíça então nem se fale. Este País até é neutro, e tem a dimensão que tem.

A LISNAVE, CETNAVE, etc, já fechou porque o estado não encomendou nada quando devia. Comprou as MEKO. São boas, mas será que não tínhamos engenheiros capazes de desenhar um navio ao qual colocavam sistemas e armas, ainda que estrangeiras, e comunicações inteiramente nacionais EID. Será que um navio assim não flutuaria, porque nós somos pequenos. Havia de flutuar e provavelmente seria um excelente navio também. Agora perdeu-se soldadores, engenheiros navais, etc.

Por sua vez a Espanha ao ver que o sector da construção naval civil estava a perder mercado para países emergentes, virou-se para o sector militar e agora até vai fornecer a Austrália. Superou os Ingleses.

O mesmo se passou com os UMM, o estado deixa o parque automóvel das policias e exercito ficarem muito velhos, não encomendou quando essas instituições precisavam. Esse tempo coincidia com  altura certa para viabilizar a empresa. Agora até poderiam estar a estudar uma viatura todo terreno mais blindada ( tipo HUMMER) que teria muito mercado, e o estado português precisa.

Agora o sector privado também tem que despertar para estes tenas, e não falo só do ramo militar, falo em todas as vertentes.

O estado "tem" a obrigação de comprar português caso o produto seja bom, e o Privado não deveria explorar o estado sabendo que este, vai escolher o seu produto.

Quanto ao custo das LUSA A-2, não me diga que elas são mais baratas no EUA do que eram em 92 se fossem produzidos cá. Porque cá a mão de obra é mais barata.

Quando criei este tópico já estava à espera de uma discussão assim e só por isso já valeu entrar para este fórum.
« Última modificação: Janeiro 14, 2008, 09:29:09 am por MonstruPortugal »
 

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P44

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« Responder #39 em: Janeiro 14, 2008, 08:48:33 am »
Citar
O NPO é um navio adequado, é mesmo uma solução brilhante dadas as nossas dificuldades. taõ brilhante que ainda consegue ser dos raros exemplos de concretização no nosso país!

e dura e dura e dura, desde 2005 e ainda estamos á espera da "concretização"... :roll:

Citar
De fabrico sueco nas nosas FAs temos os Penguim(?),


Os Penguin são noruegueses...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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pedro

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« Responder #40 em: Janeiro 14, 2008, 12:34:08 pm »
MostruPortugal em certas coisas ate tem razao.
Cumprimentos
 

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manuel liste

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« Responder #41 em: Janeiro 14, 2008, 02:36:00 pm »
La construcción naval civil del Estado en España desapareció por falta de competitividad. Una situación parecida a la de Portugal y a la de otros paises de Europa

La construcción militar es otro sector bastante distinto, no se pueden comparar.
 

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ricardonunes

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« Responder #42 em: Janeiro 14, 2008, 04:11:47 pm »
Citação de: "balburdio"
Citação de: "Luso"
Balburdio, volto a pedir-lhe que nos forneça as fontes em que se baseou para construir os seu raciocínio relativamente aos preços das duas submetralhalhadoras.

sina estranha a minha, que só eu tenha que fornecer as minhas fontes!!!

sorte que a aquisição das FAMAE tenha vindo em diário da república, com o orçamento e o nº de armas adquiridas.
uma breve conta de dividir nos dará o custo unitario: 1.500$ US



 :shock:

Desculpe estar a intrometer, caro balburdio, mas leia o quadro da página 33 deste documento.
Potius mori quam foedari
 

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balburdio

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« Responder #43 em: Janeiro 14, 2008, 05:39:33 pm »
Citação de: "ricardonunes"
Citação de: "balburdio"
Citação de: "Luso"
Balburdio, volto a pedir-lhe que nos forneça as fontes em que se baseou para construir os seu raciocínio relativamente aos preços das duas submetralhalhadoras.

sina estranha a minha, que só eu tenha que fornecer as minhas fontes!!!

sorte que a aquisição das FAMAE tenha vindo em diário da república, com o orçamento e o nº de armas adquiridas.
uma breve conta de dividir nos dará o custo unitario: 1.500$ US


 :shock:

Desculpe estar a intrometer, caro balburdio, mas leia o quadro da página 33 deste documento.


esse documento reporta a entrega de um lote de 1500 e de um pagamento feitos num determinado periodo.
não é forçoso que o pagamento seja igual ao preço do lote.
Produtos e pagamentos são faseados, cada parcela do pagamento é feito contra a entrega de um lote, mas as parcelas nem sempre são proporcionais ao lote entregue.
imagine que adquirimos 5000 armas em 4 lotes: 1500 + 1500 + 1000 + 1000, contra parcelas de 20% + 20% + 20% + 40% (é normal o fecho do pagamento ser a parcela maior).

Será necessário portanto analizarmos um documento que englobe a totalidade do fornecimento (todos os lotes) e dos pagamentos(o total das parcelas)
uma hipótese é esse diário da república, mas a pesquisa é um pesadelo.
outra hipotese seria termos os relatórios dos outros anos, infelizmente este (des)governo não quer prestar contas ao país, pelo que não publica relatórios de contas


há um outro aspecto além do preço e que é o da qualidade.
ora segundo fontes internas da GNR a arma é considerada perigosa, pouco fiável (problemas com os carregadores) e de má qualidade de construção (algumas terão rebentado em treinos de fogo real)
a maioria destas armas está na prateleira devido à perigosidade.

O mesmo aconteceu com as GLOCK e a trava de segurança
inventaram aquela história da carochinha de que a trava estava à direita e as policias portuguesas preferem à esquerda, uma mentira inacreditável mas sempre possível com estes governantes.
na realidade os imbecis que meteram dinheiro ao bolso com a compra da glock, nem sequer se deram ao trabalho de verificar se a arma era adequada para o serviço das nossas polícias.
o que se passa é que a glock 19 não tem trava de segurança tradicional (activada pelo polegar), tem apenas mecanismos de segurança internos (anti-queda) e segurança de gatilho duplo.
ou seja, se um agente por descuido apertar o gatilho a arma dispara, já que a segurança é activada pelo próprio gatilho (ao longo do curso do gatilho primeiro dá-se o destravamento da segurança e depois o disparo).
As polícias já tinham dito que preferiam a HK, mas como a HK não paga subornos!

outro problema das glock é que já n tem a qualidade inicial, as mais recentes são muito mais frágeis e apresentam o conhecido problema de não se darem muito bem com munição de chumbo (o infame KABOOM)
o que torna as sessões de treino muito mais dispendiosas.
é uma arma cara ainda por cima, a glock n licencia produção, etc. etc.

o costume portanto.

volta tortas está perdoado!!!
 

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lurker

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« Responder #44 em: Janeiro 14, 2008, 05:52:09 pm »
Citação de: "MonstruPortugal"
Eu não sou contra as parcerias... Só se fosse "tolo", seria contra elas. Mas depois de se gastar tanto dinheiro em coisas "tão mal gastas" que até "dói", porque não se gasta antes em investigação.


Porque em muitos casos, acabariamos por gastar mais dinheiro no estrangeiro e/ou obter um produto inferior ou muito atrasado.

Para fazer investigação é necessário meios humanos, conhecimento e meios materiais adequados. Por meios materiais refiro-me a peças, componentes, ferramentas, equipamento de medida, etc, etc.

Não havendo cá o conhecimento necessário, é nessário adquiri-lo. Isso pode ser feito fazendo investigação mais básica ou pagando para que as pessoas vão lá fora adquiri-lo, o que implica saida de divisas para o estrangeiro.

Não havendo cá quem fabrique os meios materiais necessários à investigação é necessário desenvolvê-los ou ir comprá-los ao estrangeiro, o que também implica a saída de divisas para o estrangeiro.

Em Portugal há uma enorme falta de ambas as coisas na maioria das áreas.
Eu trabalho em investigação, em Portugal. Nós gastamos rios de dinheiro tanto em peças como em formação no estrangeiro porque cá.. não há quem faça.

A triste verdade é que são limitadas as coisas que podemos desenvolver e fabricar cá que não implicam uma saida de divisas para o estrangeiro maior que comprar feito.
É preciso criar bases para isso. Gosto de pensar que estão a ser construidas.. mas é devagarinho.

Quanto à questão Lisnave, UMM e etc, há várias vertentes.
A mais imediata tem a ver com os custos fixos. Para além do fabrico propriamente dito de um navio ou um jipe, uma empresa tem custos fixos variados: desenvolvimento, ferramentas, instalações, etc.
Se uma empresa não capaz de ser lucrativa no mercado privado, rapidamente se torna  muito mais barato ao Estado comprar a outra empresa que seja.
E, porque como disse atrás, temos falta de empresas que forneçam as bases, também há um interesse limitado em proteger empresas nacionais porque no fim do dia, essas empresas vão ter de ir gastar muito dinheiro ao estrangeiro.

Depois há a questão politica: nós fazemos parte da UE e de um mercado global.
O protecionismo das indústrias  é uma questão extremamente politica, embora haja uma linha consensual de que ter indústrias subsidiadas é em geral mau.
Qualquer medida protecionista terá como resposta outras medidas protecionistas dos paises para quem exportamos.
Portugal é especialmente sensivel a isto porque é um pais pequeno e que recebe subsidios do estrangeiro: UE, NATO (que comparticipou as MEKO....)