11 Março ainda dá que falar

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11 Março ainda dá que falar
« em: Setembro 21, 2006, 04:26:20 pm »
Espanha: Autoria de atentados de 11 de Março ainda a causar polémica política

Madrid, 21 Set (Lusa) - A autoria dos atentados de 11 de Março voltou hoje a marcar a agenda política em Espanha com o PP a exigir a presença no parlamento do ministro do Interior, para clarificar acusações publicadas na imprensa.

      O PSOE (no poder) respondeu de imediato, através do porta-voz Diego López Garrido, afirmando que Alfredo Pérez Rubalcaba não irá ao plenário, acusando o Partido Popular (PP, na oposição) de pretender "trazer novamente para o parlamento a confusão, o enredo e as dúvidas sobre o Estado de Direito".

      Já na quarta-feira, também no parlamento, todos os grupos políticos se uniram contra o PP, anunciando que irão bloquear qualquer tentativa do PP de "contaminar" o plenário através da introdução no debate das suas "suspeitas" relativas à investigação do 11 de Março.

      Representantes dos sete partidos afirmaram, em conferência de imprensa conjunta, que o PP deve levar à justiça qualquer prova das suas suspeitas, recusando-se a que o parlamento "seja manipulado".

      Eduardo Zaplana, porta-voz do PP no parlamento, criticou a decisão dos sete grupos parlamentares, que considerou de "histeria" e representativa de "comportamentos e agressões impróprias em democracia".

      Também Mariano Rajoy, presidente do PP, condenou a acção das restantes forças políticas, afirmando que o seu partido vai continuar a pedir ao governo "para que nunca abandone as investigações" sobre os atentados, até "que se saiba a verdade".

      Líderes do PP têm vindo, repetidamente, a questionar a acção das forças judiciais, do executivo e do aparelho da justiça em torno da investigação do caso, fazendo muitas vezes eco de notícias publicadas na imprensa mais conservadora.

      A questão da autoria dos atentados e, nomeadamente o alegado envolvimento da ETA, tem assumido particular relevo desde os atentados em Março, com o governo do então Partido Popular a responsabilizar, apesar das provas em contrário, a organização basca.

      Isso levou a manifestações maciças em Madrid que se traduziram dois dias depois na derrota inesperada dos Populares nas eleições nacionais, vencidas pelo governo liderado por José Luis Rodríguez Zapatero.

      Na sua edição de hoje, o jornal El Mundo - acusado pelo PSOE e na quarta-feira pelo Colégio de Jornalistas da Catalunha de fazer "campanha" pelo PP - acusa na manchete o Ministério do Interior espanhol de ter manipulado um documento remetido ao juiz de instrução do processo dos atentados.

      O jornal refere que essa falsificação pretendia "ocultar os laços entre o 11 de Março e a ETA", explicando que deliberou entregar os dois documentos ao juiz de instrução do processo, Juan del Olmo.

      O Comissariado Geral da Polícia Científica espanhola já negou, em comunicado, ter remetido a Del Olmo qualquer documento falso, afirmando que a versão inicial continha "análises e considerações subjectivas sem fundamento científico", que tiveram que ser excluídas do relatório final enviado ao juiz.

      "O outro documento (que o El Mundo considera ter sido alterado) era apenas um esboço que seguiu o procedimento administrativo habitual. Nesse processo confirmou-se que as observações dos peritos não tinham fundamento científico e, como tal, não podiam constar de um relatório científico", sublinha o mesmo comunicado.

      O El Mundo, a par da Cope, a rádio da conferência episcopal espanhola, têm dado um amplo espaço às suspeitas sobre o alegado envolvimento da ETA, questionando regularmente a investigação judicial e das forças de segurança do Estado.

      Esta posição levou o Colégio de Jornalistas da Catalunha (CJC) a afirmar, em comunicado, que os dois órgãos de imprensa têm em curso "campanhas" sobre os atentados "que pretendem conseguir fins políticos e económicos e nada têm que ver com o jornalismo".

      "Os responsáveis destes meios de comunicação ignoram de forma repetida os princípios éticos da profissão", refere a organização.

      "O incumprimento destas normas básicas do jornalismo representa uma distorção no funcionamento do sistema democrático, agravado pela virulência das campanhas, a duração e a coincidência com a estratégia de um sector do principal partido da oposição", sublinha.

      Esperanza Aguirre, presidente da comunidade autónoma de Madrid, afirmou não entender "que não se queira investigar" publicamente "a falsificação de um documento".

      "Não sei porque devemos recusar as investigações da imprensa. Como vamos a renunciar a saber toda a verdade sobre o atentado mais importantes da história de Espanha", questionou.
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« Responder #1 em: Outubro 03, 2006, 12:22:59 am »
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A posicion do PP e da maior parte da prensa e unha vergoña e aun por encima estan facendo moito dano a convivencia
 

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Lancero

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« Responder #2 em: Outubro 10, 2006, 07:08:12 pm »
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Espanha: Juiz acusa peritos falsificarem documento para vincular ETA ao 11 Março  

      Madrid, 10 Out (Lusa) - O juiz espanhol Baltasar Garzón acusou três peritos policiais de terem falsificado um relatório para tentar vincular "sem qualquer sustentação real" a organização ETA e aos atentados de 11 de Março de 2004.

      No auto hoje divulgado, o juiz dá por concluída a investigação sobre o relatório, que estabelecia a ligação com base no ácido bórico encontrado num apartamento usado pela ETA e na casa dos terroristas envolvidos nos atentados de 2004, em Madrid.

      Garzón refere no documento que a detecção da substância "carece de relevância jurídico-penal", afirmando que o relatório, publicado no jornal El Mundo, foi retirado "do único original" preparado por um dos peritos, Manuel Escribano, ao qual "apenas ele tinha acesso".

      Sugere assim que foi esse perito da Polícia Científica, um dos três acusados por falsificação, quem terá facultado o relatório ao jornal cuja cobertura foi aplaudida pelo Partido Popular e amplamente criticada pela maioria da imprensa espanhola.

      No auto, Garzon refere que as conclusões do relatório são sustentadas em "simples elucubrações", carecendo da mínima base cientifica, e acrescenta que os especialistas omitiram "dados relevantes cuja presença suporia a inocuidade dessas observações", nomeadamente o facto do ácido bórico não ser uma substância explosiva.

      O juiz refere que não há qualquer indicação de que o ácido bórico tenha servido para além de "utilização doméstica", nomeadamente matar baratas, afirmando que os peritos confirmaram, em testemunho, não haver a nível mundial qualquer registo do uso desta substância em explosivos.

      "A não inclusão dessas informações, precisamente nas observações deste documento, não é uma omissão casual por parte de quem fez o relatório, mas é perfeitamente meditada", sustenta o juiz, acrescentando que dessa informação dependeria o estabelecimento do vínculo "entre a ETA e organizações terroristas islâmicas".

      Assim, o juiz conclui que as observações foram "mutiladas" com o objectivo de "produzir, presumivelmente, um efeito alheio ao da própria finalidade do relatório pericial", acusando os peritos de procurarem "ressaltar a hipotética e artificial conexão" entre a ETA e os terroristas islâmicos.

      Segundo refere, dois dos peritos sabiam, em 2000 - e assim o tinham notado num outro relatório - da inocuidade do ácido bórico.

      O documento, referiu, nunca foi "oficializado", encontrando-se apenas numa disquete na pose de um dos peritos, Manuel Escribano, "o único que disponha de uma chave de acesso".

      Garzon refere que a 11 de Julho Escribano "fabricou um novo original do documento" passando-o depois para assinatura dos outros dois peritos, Isabel López e Pedro Manrique, que aceitaram assinar sem mudar a data inicial, de 21 de Março de 2005.

      "Uma vez criada essa aparência documental, o documento foi posto em circulação através do seu envio ao diário El Mundo, entre 11 de Julho e 21 de Setembro", data em que o jornal o publicou em manchete que acusada o Ministério do Interior de "falsificar um documento para ocular ao juiz ligações entre o 11 de Março e a ETA".

      A publicação do artigo no El Mundo intensificou o debate e a polémica em torno da autoria dos atentados, com o Partido Popular (PP) a exigir a presença no parlamento do ministro do Interior, para clarificar as acusações publicadas na imprensa.

      No parlamento, todos os grupos políticos se uniram contra o PP anunciando que bloqueariam qualquer tentativa do PP "contaminar" o plenário, introduzindo no debate as suas "suspeitas" sobre a investigação do 11 de Março.

      Líderes do PP têm, repetidamente, questionado a acção das forças judiciais, do executivo e do aparelho da justiça em torno da investigação do caso, muitas vezes recorrendo a notícias publicadas na imprensa mais conservadora.

      A questão da autoria dos atentados e nomeadamente o alegado envolvimento da ETA tem assumido particular relevo desde as explosões, com o governo do então Partido Popular a responsabilizar a organização basca, apesar das provas em contrário.

      Tal actuação levou à realização de manifestações contra o PP em Madrid e, dois dias depois, à derrota inesperada dos Populares nas eleições nacionais, de que saiu vencedor o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), liderado por José Luis Rodríguez Zapatero.

      O El Mundo e a COPE, a rádio da conferência episcopal espanhola, têm dado amplo espaço às suspeitas sobre o alegado envolvimento da ETA, questionando regularmente a investigação judicial e das forças de segurança do Estado.

      Face a esta situação, o Colégio de Jornalistas da Catalunha (CJC) afirmou em comunicado que os dois órgãos de imprensa têm em curso "campanhas" sobre os atentados "que pretendem conseguir fins políticos e económicos e nada têm que ver com o jornalismo".
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« Responder #3 em: Novembro 15, 2006, 10:48:32 am »
Ya que ese admirador de Shakira rescató el tema, quisiera decir que finalmente Garzón fue apartado del caso, han retirado las acusaciones a los peritos y han imputado un delito de falsificación a sus superiores, por manipular el documento que los peritos policiales habían redactado.

Los superiores, mandos policiales, habrían suprimido toda referencia a ETA en el informe antes de entregarlo al juez del caso 11-M. Ese acto se considera falsificación de documento público, y podría suponer la pérdida de empleo y la cárcel.