Como o Ricardo disse, esta ideia surgiu numa conversa que tivémos um com o outro, e continuo a pensar que o Super Tucano (ou uma aeronave equivalente) é uma boa escolha para Timor.
Por um lado temos as restrições financeiras, que não permitem a compra de aviões a jacto. Assim, aviões a hélice como o Super Tucano passam a ser a única escolha razoável (até porque não se pode esperar que a aviação de apoio táctico se resuma aos hélis...)
Para missões de COIN e interdição de fronteira, e especificamente para o território de Timor, o Super Tucano é provavelmente a melhor escolha.
Como o Luso bem disse
- A fronteira deverá ser patrulhada agressivas com equipas de cerca de 4-6 elementos (talvez 4). Serão mais discretas e silenciosas e permitem economia de meios;
Mas, em caso de encontro com um grupo de milícias, um avião é a melhor forma de apoio para estas patrulhas.
Uma patrulha com jipes, um morteiro de 60mm e uma peça 12.7mm são muito mais eficazes, baratas e acima de tudo, não correm o risco de se espetar contra encostas de vales escarpados.
Discordo Papatango - num terreno como Timor, é extremamente difícil, para não dizer impossível em muitos casos, usar um jipe para transportar a MG de 12,7mm, e apoiar o morteiro (por alguma razão os ANZACS usavam os M113 e não os Piranha ou outros jipes, para apoiar as suas tropas no mato, em Timor).
E de qualquer modo, mesmo que eles conseguissem chegar junto do inimigo, estariam sempre limitados ao vector terra, e à disposição do terreno. Por outro lado, um jipe, ou outro veículo terrestre, não se coaduna com a ideia de patrulhas silenciosas na selva...
Um héli ou um Super Tucano são muito mais versáteis, pois podem ignorar a disposição do terreno, e atacar por cima, com um poder de fogo muito maior (e aqui, muitas vezes, o que conta mais é o impacto psicológico do ataque). Mas para mim, o Tucano é o melhor, pois é mais silencioso do que um héli, alertando menos as milícias, e pode chegar à zona de contacto muito mais depressa, coordenando depois com as tropas no terreno o apoio de fogo.
Quanto à vulnerabilidade - as milícias não têm armas anti-aéreas (nem sequer metralhadoras pesadas). Mas têm provavelmente RPG's e estes, como se tem visto nos últimos conflitos, são muito úteis para abater hélis... contudo não fazem mossa num Tucano
Em relação ao terreno - o Tucano foi criado para voar a baixa altitude, num ambiente de elevada temperatura e humidade, o que é exactamente a descrição de Timor. Tem ainda, segundo o site Airforce Technology:
The two seat AT-29 is fitted with a forward-looking infrared AN/AAQ-22 SAFIRE turret on the underside of the fuselage. The SAFIRE thermal imaging system supplied by FLIR Systems is for targeting, navigation and target tracking. The system allows the aircraft to carry out night surveillance and attack missions.
NAVIGATION
The aircraft is equipped with an advanced laser inertial navigation and attack system, a global positioning (GPS) system and a traffic alerting and collision avoidance (TCAS) system.
Penso que isto reduz muito a possibilidade de se estamparem contra colinas e escarpas... :lol:) Outra hipótese seriam Hueys em segunda mão, se se arranjarem baratos, ou então Portugal podia oferecer os All III, depois de um revisãozita claro
A sugestão do Papatango de usar Aviocars para tranporte é também bastante razoável - mais uma vez existe a hipótese de Portugal ceder alguns (se a substituição for em frente...), ou então, existem muitos aviões usados que podem preencher essa função - os C-160 Transall, os G222, ou mesmo os An-12 Cub e versões mais antigas do C-130, embora estes já sejam talvez demasiado grandes...
Abraços
JNSA