Tensão em Timor Leste

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TOMKAT

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« Responder #165 em: Junho 26, 2006, 02:42:11 am »
http://online.expresso.clix.pt/opiniao_int/artigo.asp?id=24761326

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Timor-Leste: Austrália pacificadora ou predadora de petróleo?
 

UMA rebelião de dois meses levada a cabo por oficiais do exército demitidos e desertores da polícia em Timor-leste, um dos mais recentes e mais pobres países do mundo, teve como consequência o desembarque na sua capital Dili de uma «força de manutenção da paz» liderada pelos australianos, e uma pressão para uma «mudança de regime» com a ajuda dos meios de informação.
 
O primeiro-ministro Mari Alkatiri, um muçulmano que lidera um país predominantemente católico, é o líder do Partido Fretilin, que lutou pela independência do jugo indonésio durante duas décadas, e que ganhou com uma vitória esmagadora as primeiras eleições legislativas, em 2001.
 
Nas notícias dos meios de informação australianos, que por sua vez influenciam toda a informação regional e internacional sobre o assunto, a crise em Timor é descrita como uma luta interna pelo poder, onde um primeiro-ministro «impopular» depara com a oposição de um movimento popular. As palavras «petróleo» e «gás» raramente são mencionadas nestas notícias, apesar de isso estar na origem da intervenção australiana.
 
A história da independência de Timor-leste é também a história das piruetas dos australianos e das suas tentativas de deitar mão aos vastos depósitos petrolíferos nos mares envolventes, actualmente avaliados em mais de 30 mil milhões de dólares. Contudo, a Austrália sempre pintou o seu apoio à independência timorense como uma missão «humanitária» e de defesa dos «direitos humanos». Ainda hoje os meios de informação reflectem isso.
 
Falando recentemente na ABC Rádio, James Dunn, conselheiro da Missão das Nações Unidas em Timor-leste (UNMET) em 1999, referiu-se a Alkatiri como um «político que tinha laços estreitos com o povo» e acrescentou que é também um trabalhador eficiente e um bom governante, mas não uma «pessoa com quem seja fácil lidar».
 
Foi a sua posição dura ao negociar com a Austrália os direitos de Timor às suas reservas de petróleo e de gás, nos últimos cinco anos, que lhe mereceram a cólera do governo australiano - que tentou intimidar o seu vizinho pobre para o submeter às ambições de Camberra para controlar a exploração destes recursos naturais.
 
Rob Wesley-Smith, porta-voz de Free East Timor, considera que Alkatiri tem tendências ditatoriais e que a Fretilin se tornou corrupta, mas lança as culpas ao governo australiano do primeiro-ministro John Howard por ter precipitado a crise ao derrogar desde 1999 todas as receitas do petróleo em disputa, no valor de cerca de 1,5 mil milhões de dólares, à Austrália».
 
«Apesar desta área estar a ser disputada, é quase certo segundo os regulamentos da UNCLOS (Comissão da ONU para a Lei Marítima) que ela pertence a Timor-leste», disse ele à IPS, acrescentando que as imagens televisivas das tropas australianas que chegaram a Dili a observar pilhagens e incêndios sem nada fazer o levavam a perguntar se isto não faria parte de uma conspiração sinistra de Camberra para declarar Timor-leste um Estado inviável «para que assim pudessem controlar o roubo (do petróleo) do Mar de Timor».
 
Wesley-Smith salientou que embora a Austrália levasse quase 1,5 mil milhões de dólares em royalties das reservas de petróleo em disputa nos mares de Timor desde 1999, retribuíram com aproximadamente 300 milhões de dólares em assistência durante o mesmo período, contribuindo assim para criar uma dependência.
 
Helen Hill, uma académica australiana, autora de «Stirring of Nationalism in East Timor» (Incentivar o nacionalismo em Timor Leste), defendeu recentemente num artigo de jornal que a razão por que Alkatiri é odiado pelas autoridades de Camberra é porque, apesar de ser o único líder timorense a fazer frente às tácticas intimidatórias do governo australiano, também tem estado a criar ligações com países asiáticos como a China e a Malásia, e com Cuba, Brasil e Portugal, a antiga potência colonial, para ajudar a diversificar os laços económicos de Timor-leste.
 
«Ele é um nacionalista económico», nota Hill. «Espera que uma empresa petrolífera estatal, assistida pela China, Malásia e Brasil permita que Timor beneficie do seu próprio petróleo e gás, a juntar às receitas que receberá das áreas partilhadas com a Austrália».
 
Alkatiri também se manifestou contra a privatização da electricidade e conseguiu criar um depósito farmacêutico de «balcão único», apesar da oposição do Banco Mundial. Também se recusou a receber ajuda condicional da parte do Banco Mundial e do FMI, convidou médicos cubanos para prestarem serviço nos centros de saúde rurais e ajudarem a criar uma nova faculdade de Medicina, aboliu as propinas nas escolas primárias e introduziu um serviço de almoços gratuitos para crianças. Tudo isto e o facto de ter sido educado e passado 24 anos no exílio num Moçambique marxista tem sido citado pelos seus opositores na Austrália como sendo características identificadoras de líder comunista.
 
Pelo contrário, julga-se que o líder rebelde, Major Alfredo Reinado, antigo exilado na Austrália, foi treinado na academia de defesa nacional em Camberra, tendo sido o candidato preferido da Austrália para o cargo de primeiro-ministro, o ministro dos Negócios Estrangeiros Ramos Horta, quem criou o programa de treino diplomático em Sydney durante os seus anos de exílio na Austrália.
 
Falando esta semana na ABC-TV, Horta defendeu que Timor-leste «não pode dar-se ao luxo do seu governo continuar a perder credibilidade nem do país manter uma má imagem», assim Alkatiri deve afastar-se no interesse do seu próprio partido.
 
Rebatendo acusações feitas no mesmo programa de que tinha armado elementos da Fretilin para eliminar os seus opositores, Alkatiri disse que não está a sofrer qualquer pressão para se demitir e que não tenciona fazê-lo.
 
A campanha em curso contra Alkatiri reflecte as sucessivas reviravoltas políticas dos governos australianos relativamente a Timor-leste desde 1975, atribuídas ao seu desejo de controlar os recursos naturais de petróleo e gás de Timor.
 
Depois de apoiar a anexação indonésia em 1975, a Austrália e a Indonésia assinaram em 1989 um tratado, o «Timor Gap Treaty» (TGT), para partilharem os recursos nesta área. A Autoridade Transitória da ONU em Timor-leste declarou o TGT ilegal em 2001, a Austrália assinou um Memorando de Entendimento com as autoridades da ONU que lhe permite uma exploração petrolífera continuada na região.
 
Mas pouco antes de Timor-leste se tornar um estado independente em 2002, o governo de Howard anunciou que nunca mais se submetia às decisões do Tribunal Mundial sobre fronteiras marítimas, uma atitude que Alkatiri descreveu nessa altura como hostil.
 
Desde então, Alkatiri tem tido uma série de azedas discussões com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Austrália Alexander Downer sobre este problema. Após duras negociações, em Janeiro Alkatiri conseguiu levar Camberra a aceitar uma quota de 90-10 dos rendimentos do campo Greater Sunrise a favor de Timor-leste. Isso ocorreu depois de concordar em não levar por diante, pelo menos durante 40 anos, a reivindicação de Timor-leste ao mar em disputa segundo as disposições da convenção da UNCLOS, um período de tempo suficiente para que a maioria das reservas de petróleo e gás estejam esgotadas.
 
Em 2005, constou que o governo Alkatiri iniciou negociações com a Petro China para construir uma refinaria em Timor-leste, o que deitaria por terra os planos australianos de construção de uma refinaria em Darwin, uma cidade do norte da Austrália, para processar todo o petróleo do Mar de Timor de ambos os lados da fronteira. O Presidente Xanana Gusmão devia visitar a China este mês para cimentar o acordo, mas isso foi impedido pelos militares australianos.
 
Tim Anderson, um especialista em política da Universidade de Sydney, considera que o governo de Howard planeia impor uma «junta» em Timor-leste, liderada por Horta e por Gusmão, que está doente, e que também incluiria nomeações feitas pelo bispado católico. «A presença das tropas ocupantes (australianas) até às eleições do próximo ano pode minar seriamente a posição dominante da Fretilin», salienta.
 
 
Kalinga Seneviratne  


Um texto interessante, revelador da provada hipocrisia australiana e dos muitos interesses tendenciosos de muitos dos personagens timorenses, actores pouco inocentes neste período da história timorense.

A arrogância descarada dos australianos, a "azia" que a presença portuguesa lhes provoca, os personagens mais activos na "revolta" claramente oriundos da "escola" australiana,...

Será Timor, como país independente e autónomo da Austrália uma causa perdida?
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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Leonidas

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« Responder #166 em: Junho 26, 2006, 11:15:48 pm »
Saudações guerreiras

Citação de: "Leonidas"
A esperteza nunca deu em inteligência o que é pena. Portugal batia recordes de desenvolvimento!!


Caros intervenientes no fórum, quero deixar bem claro que a frase acima não não foi dirigida a ninguém durante o diálogo. Eu não seria capaz de tal atitude, pois não havia razão objetiva que podesse ter levado a fazê-lo.

A todos, muito obrigado.

Cumprimentos
 

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Lancero

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« Responder #167 em: Junho 28, 2006, 08:23:26 pm »
Mais uma indicação da colonização australiana/americana de Timor?

Timor-Leste: Voz da América vai encerrar emissões em português

Washington, 28 Jun (Lusa) - A emissora oficial dos Estados Unidos, Voz  da América, vai suspender as emissões em português para Timor-Leste, disseram hoje fontes daquela estação emissora.
        A emissão em português deverá ser transmitida pela última vez no próxim o domingo, mas como as emissões de fim-de-semana são gravadas antecipadamente o  programa termina com efeito na sexta-feira.
        As fontes disseram que a decisão não se deve à actual situação politica em Timor-Leste e estava a ser ponderada há muito tempo por razões logísticas.
        O ano passado uma decisão de encerrar as transmissões foi adiada devido a oposição dos jornalistas responsáveis pela emissão e de protestos de diplomat as timorenses, acrescentaram.
        O português é língua oficial de Timor-Leste, a par do tétum.
        A Voz da América iniciou as transmissões em português para Timor-Leste  há pouco mais de cinco anos, tendo desde então transmitido diariamente um programa de 30 minutos ao início da manhã (hora local).
        O programa é retransmitido em directo por uma estação emissora timorens e ligada à FRETILIN, a Voz da Esperança, que para poder captar e transmitir o programa recebeu equipamento da Voz da América.
        O programa, com notícias e reportagens, tem sido elaborado por jornalis tas do serviço em português para África que segundo as mesmas fontes luta com falta de pessoal e fundos.
        Os jornalistas que asseguram diariamente o programa nunca visitaram Timor-Leste e nunca tiveram meios para contratar um correspondente em Díli, elabora ndo as notícias sobre Timor-Leste com base nas agências noticiosas internacionais e nas notícias publicadas em jornais australianos.
        Actualmente, a Voz da América transmite em português para África um total de duas horas de programação diária, sendo 30 minutos dedicados especialmente a Angola num programa elaborado totalmente com base em reportagens de jornalistas angolanos baseados no país, mas apresentado por um locutor/jornalista em Washington.
        Dos restantes 90 minutos, 30 minutos são transmitidos pela manhã (hora africana) e 60 minutos ao início da noite.
        As fontes disseram que o programa especialmente dedicado a Angola esteve recentemente em risco de ser encerrado, o que poderá acontecer a "médio prazo" .
        O serviço em português da Voz da América conta actualmente com nove jornalistas/apresentadores divididos em dois turnos e dois técnicos de som.
   

        JP.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Luso

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« Responder #168 em: Junho 28, 2006, 09:11:11 pm »
Não vai faltar muito atá começarmos a sentir a nossa verdadeira vocação Luso-Ultramarina. Da Europa e do mundo anglo-saxonico não pode vir boa coisa.
O tempo dará razão a estas palavras.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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TOMKAT

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« Responder #169 em: Junho 29, 2006, 04:36:45 am »
Entrevista do DN ao comandante Nuno Antunes, especialista português em Direito Internacional.

http://dn.sapo.pt/2006/06/29/internacional/planos_alkatiri_prejudicariam_territ.html

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Planos de Alkatiri prejudicariam Territórios do Norte da Austrália

Armando Rafael

Que importância tem o petróleo na crise timorense?

Sou avesso a teorias da conspiração. Agora, tenho é poucas dúvidas de que as declarações de apoio a Xanana Gusmão e a Ramos-Horta por parte da Austrália em geral têm muito a ver com o facto de o primeiro- -ministro timorense ser quem é.

A Austrália não perdoa o acordo que Mari Alkatiri conseguiu obter...

Não, não, não! O que está em causa são os projectos que Mari Alkatiri tinha para o futuro...

O que é quer dizer com isso?

Bem gerido, o petróleo permitirá a Timor-Leste colocar-se numa situação de relativa independência perante a Austrália e a Indonésia. Especialmente se o gasoduto do Greater Sunrise for construído para o lado timorense, e não para Darwin, como os australianos pretendem...

Os australianos e algumas petrolíferas envolvidas no projecto...

A Osaka Gas, que integra a joint- -venture do Greater Sunrise, chegou a dizer isso mesmo, quando Mari Alkatiri visitou o Japão. E o que ele respondeu foi muito simples: a menos que lhe demonstrassem que a solução Timor-Leste era inviável, comercial e tecnicamente, ele faria tudo para os contrariar.

Como?

O primeiro-ministro timorense tem alguns poderes ao nível regulador que podem atrasar ou, pelo menos, condicionar o desenvolvimento desses projectos, impedindo que o gás vá para Darwin. E o argumento que Alkatiri usava, era razoável: se a Austrália já beneficiava do gás de Bayu-Undan, seria normal que Timor-Leste retirasse benefícios do Greater Sunrise.

A distância é mais pequena...

Muito mais. O único problema é que o fundo do mar é razoavelmente plano até Darwin, o que não acontece no trajecto para Timor-Leste, em que é necessário ultrapassar a fossa do mar de Timor que vai até aos três mil e poucos metros de profundidade, embora seja possível cruzá-la a um nível próximo dos dois mil metros ...

E do lado australiano qual é a profundidade?

Cem, cento e poucos metros.

Qual é o custo desses gasodutos?

No caso de Timor-Leste, creio que são dois mil milhões de dólares.

E do lado australiano?

Ligeiramente menos, dado que a Austrália já possui algumas infra- -estruturas: portuárias, redes viárias e de electricidade...

Que os timorenses não têm...

Mas esse era um dos grandes objectivos do primeiro-ministro, que percebia que um projecto destes faria disparar os investimentos nas infra-estruturas. Quem perderia seriam os Territórios do Norte [Austrália], que veriam comprometidos os seus planos de desenvolvimento.

Que planos?

Há cinco anos, li um estudo feito por australianos segundo o qual o desenvolvimento associado daquela região à construção das diversas instalações de gás em Darwin rondaria os 20 mil milhões de dólares.

Que quantidade de petróleo ou de gás existe em Timor-Leste?

É muito difícil dizê-lo. Mas atenção: Timor-Leste não é o Koweit, nem o Brunei. Não é disso que estamos a falar. O que estamos a falar é de um país que, tendo em conta os acordos já celebrados com a Austrália e com o preço do barril de petróleo nos 50 dólares, iria receber cerca de 25 mil milhões de dólares nos próximos 25 a 30 anos. Ou seja, mil milhões de dólares por ano. Se pensarmos que o orçamento timorense para este ano anda nos 200 milhões de dólares, é fácil fazer as contas e perceber o que isto representa. E só estou a falar de Bayu-Undan.

Ou seja, ainda falta o Greater Sunrise na zona de exploração conjunta com a Austrália. Existe alguma estimativa do petróleo e do gás que possam existir na zona exclusiva de Timor-Leste?

Quanto ao onshore [em terra], ninguém sabe. Até porque há sempre sedimentações a correr ao longo da inclinação da ilha que dificultam as medições. Relativamente ao offshore [no mar], é preciso separar a zona de exploração exclusiva e a zona de exploração conjunta com a Austrália. Quanto à parte exclusiva timorense, sabe-se pouco. E o que se sabe é por associação ao que se conhece da zona de exploração conjunta.

E o que se sabe sobre a zona de exploração conjunta?

Bayu-Undan, o campo que alimenta neste momento as receitas de Timor-Leste, tem reservas confirmadas de 3,4 TCF [trillion cubic feet, sendo que cada TCF corresponde a 167 milhões barris de petróleo]. Além disso, Bayu-Undan tem 400 milhões de líquidos [combustíveis] que poderiam ser explorados.

O que existe é, portanto, essencialmente gás...

Essencialmente. O que não quer dizer, no entanto, que não exista petróleo. Mas o essencial é gás.

E os outros campos?

O Greater Sunrise tem à volta 8 TCF e 300 milhões de barris de condensados. Ou seja, as suas reservas de gás representam mais do dobro de Bayu-Undan, ainda que o Greater Sunrise seja mais seco. Mas, nos termos do acordo celebrado no início deste ano, as receitas do Greater Sunrise serão dividas ao meio entre Timor-Leste e a Austrália.

E ainda existem outros campos...

Mais pequenos. Com excepção do Fénix, que poderá ter cerca de 3 TCF, tanto o Chuditch, como o Jahal Add Kuda-Tasi, entre outros, terão menos de um TCF cada.

Nuno Antunes trabalhou de perto com Mari Alkatiri, tendo ajudado a consolidar o Fundo Petrolífero do país. Para onde são canalizadas todas as receitas da exploração do mar de Timor e que contém uma regra essencial: Díli só pode gastar parte dos rendimentos do fundo. Se a regra não for alterada, os timorenses continuarão a beneficiar destas receitas muito para além do ciclo normal de exploração: 30 anos.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
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Jorge Pereira

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« Responder #170 em: Junho 29, 2006, 05:34:40 pm »
Ora aí está a peça que faltava encaixar neste puzzle!

Sempre achei que a quantidade de petróleo em questão não era assim tão relevante como para justificar tantas “mãos invisíveis”. :conf:
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Marauder

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« Responder #171 em: Junho 29, 2006, 10:59:18 pm »
Bem, para a futura força da ONU, Fiji já se voluntariou..

http://news.xinhuanet.com/english/2006- ... 755359.htm
 

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Leonidas

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« Responder #172 em: Junho 30, 2006, 11:28:53 pm »
Sauidações guerreiras

Caro Luso, como vê,  Alkatiri até pode ser um comunista, nas não deixou de ser timorense e fazer todo por todo para que Timor tenha direito aquilo que lhe perternce, desenvolvendo-se. Como vai ser agora? Vai ser melhor? Alkatiri já não tá na jogada. Irónicamente era ele que estava a fazer a diferença. Vamos esperar mais uns tempos até a novela petróleo acabar e ver a que mãos vão parar os contratos desta vez.

Caro Jorge Pereira, não sei porquê, mas mesmo assim, mesmo que não tenhamos nada a ver com isso, ainda não me agrada nada o que se passa. Se a influência australiana continuar acho que irão perder mais do que ganhar. Mas isso é só lá com eles.

Que é feito do Nuno Bento? Há novidades por aí?

Cumprimentos
 

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Luso

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« Responder #173 em: Junho 30, 2006, 11:43:02 pm »
Citação de: "Leonidas"
Caro Luso, como vê,  Alkatiri até pode ser um comunista, nas não deixou de ser timorense e fazer todo por todo para que Timor tenha direito aquilo que lhe perternce, desenvolvendo-se.


Está confuso! :wink:
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NVF

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« Responder #174 em: Julho 01, 2006, 01:37:06 am »
Luso, andas a mandar bocas ao outro colega mas tambem andas a dar nas pastilhas  :)
Talent de ne rien faire
 

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Luso

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« Responder #175 em: Julho 01, 2006, 02:14:01 am »
Citação de: "NVF"
Luso, andas a mandar bocas ao outro colega mas tambem andas a dar nas pastilhas  :)


Bocas?
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Marauder

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« Responder #176 em: Julho 06, 2006, 08:00:28 pm »
Citar
Alkatiri diz-se vítima «conspiração» australiana pelo petróleo
Mari Alkatiri afirmou hoje que a sua demissão do cargo de primeiro-ministro foi «uma conspiração orquestrada» e acusou os media e alguns políticos australianos de «não gostarem» dele devido às negociações sobre o petróleo do Mar de Timor.

«Não tenho dúvidas de que o conjunto dos media australianos tentou demonizar-me - a realidade é essa. Porquê? Não tenho dúvidas de que alguns ministr os e responsáveis australianos não gostam de mim porque me conhecem como um negociador exigente», disse o ex-primeiro-ministro timorense numa entrevista publica da hoje pelos jornais australianos Sydney Morning Herald e The Age.

Para Alkatiri, contudo, tanto Timor- Leste como a Austrália perdem com a sua demissão, porque o Governo estava a preparar a apresentação de uma proposta de lei para a ratificação de um acordo com a Austrália sobre a exploração do campo de gás e de petróleo Greater Sunrise, no valor de 41 mil milhões de dólares australianos (cerca de 23,9 mil milhões de euros).

«Agora volta tudo à mesa das negociações», disse.

Depois da independência de Timor-Leste, Mari Alkatiri chefiou as negoci ações com a Austrália sobre os recursos petrolíferos do Mar de Timor, processo que lhe granjeou a reputação de negociador forte e intransigente na defesa dos in teresses do seu país.

Na entrevista publicada hoje, Mari Alkatiri descreve a sua demissão com o «uma conspiração orquestrada», mas escusa-se a avançar com responsáveis concretos, adiantando que ainda tem de fazer alguma investigação para acusar alguém.

«Tenho a certeza de que, um dia, tudo se vai saber», disse.

Sobre o seu futuro político, Mari Alkatiri afirma que se vai manter no cargo de secretário-geral da FRETILIN e dirigir o partido maioritário até às ele ições previstas para o início do próximo ano.

«Vencer as eleições é a minha principal tarefa neste momento», disse.

«Mas vai ser muito mais difícil devido à situação de insegurança. Os me mbros da FRETILIN, particularmente os da parte ocidental do país, continuam a ser intimidados por homens armados», acrescentou, explicando que se a situação de segurança não melhorar «pode ser difícil organizar as eleições».

Questionado sobre se pode voltar a ser nomeado primeiro-ministro em caso de vitória eleitoral, Alkatiri remete qualquer decisão para a FRETILIN e admit e que pode ser benéfico escolher outra pessoa.

«Essa será uma decisão do partido... Espero que o partido não mo imponha. Talvez seja melhor ter outros [nomes] para o cargo de primeiro-ministro. Se calhar o que temos de fazer é não pensar no passado e olhar para a frente», disse .

Alkatiri escusou-se, por outro lado, a comentar a possibilidade de ser sucedido no cargo de primeiro-ministro pelo actual ministro da Defesa e dos Negó cios Estrangeiros, José Ramos Horta, que foi fundador da FRETILIN mas abandonou o partido durante a ocupação indonésia de Timor-Leste.

«A FRETILIN apresentou três soluções... três nomes diferentes (...) O que o país precisa agora é de uma reconciliação até às eleições», disse.

Segunda-feira passada, o porta-voz da FRETILIN disse à Agência Lusa em Díli que o partido apresentará ao Presidente da República, Xanana Gusmão, três nomes para sucederem a Alkatiri: José Ramos Horta, independente, Estanislau da Silva, membro do comité central do partido e ministro da Agricultura, e Rui Araújo, também independente e ministro da Saúde.

Mari Alkatiri, secretário-geral da FRETILIN desde 2001, demitiu-se da chefia do Governo a 26 de Junho, cedendo à exigência de Xanana Gusmão, que ameaço u resignar se o líder do partido maioritário não se demitisse.

Nas últimas eleições, realizadas em Agosto de 2001, a FRETILIN elegeu 55 dos 88 deputados à Assembleia Constituinte, posteriormente transformada em Parlamento Nacional.

Diário Digital / Lusa

06-07-2006 14:26:00


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=235198

Resposta australiana:
Alkatiri tem aceitar críticas dos media, diz PM australiano
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=235226

Vamos lá a ver se o negócio do petróleo vai ser aprovado..ou "alterado"..
 

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Marauder

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« Responder #177 em: Julho 06, 2006, 08:01:09 pm »
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Alkatiri diz-se vítima «conspiração» australiana pelo petróleo
Mari Alkatiri afirmou hoje que a sua demissão do cargo de primeiro-ministro foi «uma conspiração orquestrada» e acusou os media e alguns políticos australianos de «não gostarem» dele devido às negociações sobre o petróleo do Mar de Timor.

«Não tenho dúvidas de que o conjunto dos media australianos tentou demonizar-me - a realidade é essa. Porquê? Não tenho dúvidas de que alguns ministr os e responsáveis australianos não gostam de mim porque me conhecem como um negociador exigente», disse o ex-primeiro-ministro timorense numa entrevista publica da hoje pelos jornais australianos Sydney Morning Herald e The Age.

Para Alkatiri, contudo, tanto Timor- Leste como a Austrália perdem com a sua demissão, porque o Governo estava a preparar a apresentação de uma proposta de lei para a ratificação de um acordo com a Austrália sobre a exploração do campo de gás e de petróleo Greater Sunrise, no valor de 41 mil milhões de dólares australianos (cerca de 23,9 mil milhões de euros).

«Agora volta tudo à mesa das negociações», disse.

Depois da independência de Timor-Leste, Mari Alkatiri chefiou as negoci ações com a Austrália sobre os recursos petrolíferos do Mar de Timor, processo que lhe granjeou a reputação de negociador forte e intransigente na defesa dos in teresses do seu país.

Na entrevista publicada hoje, Mari Alkatiri descreve a sua demissão com o «uma conspiração orquestrada», mas escusa-se a avançar com responsáveis concretos, adiantando que ainda tem de fazer alguma investigação para acusar alguém.

«Tenho a certeza de que, um dia, tudo se vai saber», disse.

Sobre o seu futuro político, Mari Alkatiri afirma que se vai manter no cargo de secretário-geral da FRETILIN e dirigir o partido maioritário até às ele ições previstas para o início do próximo ano.

«Vencer as eleições é a minha principal tarefa neste momento», disse.

«Mas vai ser muito mais difícil devido à situação de insegurança. Os me mbros da FRETILIN, particularmente os da parte ocidental do país, continuam a ser intimidados por homens armados», acrescentou, explicando que se a situação de segurança não melhorar «pode ser difícil organizar as eleições».

Questionado sobre se pode voltar a ser nomeado primeiro-ministro em caso de vitória eleitoral, Alkatiri remete qualquer decisão para a FRETILIN e admit e que pode ser benéfico escolher outra pessoa.

«Essa será uma decisão do partido... Espero que o partido não mo imponha. Talvez seja melhor ter outros [nomes] para o cargo de primeiro-ministro. Se calhar o que temos de fazer é não pensar no passado e olhar para a frente», disse .

Alkatiri escusou-se, por outro lado, a comentar a possibilidade de ser sucedido no cargo de primeiro-ministro pelo actual ministro da Defesa e dos Negó cios Estrangeiros, José Ramos Horta, que foi fundador da FRETILIN mas abandonou o partido durante a ocupação indonésia de Timor-Leste.

«A FRETILIN apresentou três soluções... três nomes diferentes (...) O que o país precisa agora é de uma reconciliação até às eleições», disse.

Segunda-feira passada, o porta-voz da FRETILIN disse à Agência Lusa em Díli que o partido apresentará ao Presidente da República, Xanana Gusmão, três nomes para sucederem a Alkatiri: José Ramos Horta, independente, Estanislau da Silva, membro do comité central do partido e ministro da Agricultura, e Rui Araújo, também independente e ministro da Saúde.

Mari Alkatiri, secretário-geral da FRETILIN desde 2001, demitiu-se da chefia do Governo a 26 de Junho, cedendo à exigência de Xanana Gusmão, que ameaço u resignar se o líder do partido maioritário não se demitisse.

Nas últimas eleições, realizadas em Agosto de 2001, a FRETILIN elegeu 55 dos 88 deputados à Assembleia Constituinte, posteriormente transformada em Parlamento Nacional.

Diário Digital / Lusa

06-07-2006 14:26:00


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=235198

Resposta australiana:
Alkatiri tem aceitar críticas dos media, diz PM australiano
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=235226

Vamos lá a ver se o negócio do petróleo vai ser aprovado..ou "alterado"..
 

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Luso

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(sem assunto)
« Responder #178 em: Julho 14, 2006, 10:33:54 am »
Da BBC!
http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/3729807.stm

Citar
Australia rapped over E Timor oil
 
Oxfam is urging Australia to "play fair" with its smaller neighbour
East Timor is at risk of becoming a failed state, just two years after winning independence, Oxfam has warned.
It claims Australia is hampering East Timor's finances by laying claim to the lion's share of Timor Sea oil fields.

While Australia has been a "generous donor" it has actually reaped 10 times more in revenues from East Timor than it has given since 1999, Oxfam added.

Australia makes £1m ($1.7m) a day from a temporary deal granting access to two thirds of the oil fields, Oxfam said.

But, the charity argued, if a maritime boundary were set up between the two countries according to international law it would deliver "most, if not all" of these resources to East Timor.

Lucrative territory

The boundary has been a long source of conflict between the two countries, with energy deposits worth an estimated $20bn in royalties at stake.

Oxfam's report said tensions over access to the resources "stand to push East Timor to the brink of becoming a failed state through no fault of its own".

  East Timor wants access to the resources it believes it is entitled to under international law so that it can develop without dependence on foreign aid.

James Ensor, Oxfam  

It also claimed the row threatens to "tarnish" Australia's support of the country over the past five years.

James Ensor, Oxfam Community Aid Abroad's director of public policy said: "The vast oil and gas reserves of the Timor Sea provide East Timor with a window of opportunity for providing for its people and future generations.

"However, Australia is not displaying good faith in its current negotiations with our neighbour."

Aid declining

The Oxfam report, released to coincide with the second anniversary of East Timor's independence, highlighted the current plight of the country where one in four people live below the poverty line.

It adds that the fledgling country is also facing a $30bn deficit over the next four years and is heavily dependent on foreign aid to deal with various needs such as health, education and infrastructure.

But that aid is expected to decline steeply in coming years - with Australia's contributions dropping 8.4% during the next financial year, it added.

Last month, East Timor's president Xanana Gusmao launched a fierce attack on Australia's attitude in its dealings with his country.

'Unlawful'

He said there had been an unequal struggle between the two - comparable to the Timorese fight for independence from Indonesia - over securing rights to the oil and gas resources.

Meanwhile, during negotiations between the two neighbours in the East Timorese capital Dili aimed at settling the dispute prime minister Mari Alkatiri accused Australia of unlawfully exploiting the resources of the sea between the two countries.

East Timor argues that the sea border between the two should be at the middle of the 375 miles of sea between the countries, in line with international laws.

However, Australia wants to keep the present border, at the continental shelf which at some places is just 94 miles from East Timor's coast.

Little was achieved during the last round of talks over the disputed territory - negotiations are set to restart in September.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #179 em: Julho 14, 2006, 02:51:42 pm »
Citação de: "Marauder"
Citação de: "Luso"
Da BBC!
http://news.bbc.co.uk/2/hi/business/3729807.stm

de...Wednesday, 19 May, 2004, 15:57 GMT 16:57 UK


Eu reparei nisso, quando coloquei a notícia.
Impressionante a... "surpresa" de todos face aos eventos recentes!
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...