BOPE - Rio de Janeiro

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Paisano

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BOPE - Rio de Janeiro
« em: Maio 12, 2004, 08:19:05 pm »
Batalhão de Operações Policiais Especiais - BOPE

A primeira idéia de criação de uma Companhia de Operações Especiais na PMERJ surgiu no ano de 1971, quando era Comandante Geral da Corporação o General de Brigada Oswaldo Ferraro de Carvalho, que ficou sensibilizado com a idéia, não sendo, porém, concretizada.

Posteriormente, no comando do General de Brigada Adyr Fiúza de Castro, foi criado o DESTACAMENTO DE ATIVIDADES ESPECIAIS (DAE), mais tarde transformado em BPAE e hoje 16º BPM (Olaria). O DAE não era constituído de Policiais Militares Especializados, portanto, seus integrantes não possuíam o preparo técnico e tático inerente ao homem de Operações Especiais.

No dia 12 de Janeiro de l978, quando a Corporação era comandada pelo Coronel do Exército Mario Sotero de Menezes, o Capitão PM Paulo César Amêndola de Souza iniciou uma exposição oral ao Comandante Geral com a seguinte afirmação:

"A Policia Militar tem necessidade de uma tropa de elite, tecnicamente mais preparada e adaptada a todos os tipos de ações que lhe sejam exigidos", propondo a criação de uma companhia de Operações Especiais na PM.

Assim nasceu em 19 de Janeiro de 1978 o Núcleo da Companhia de Operações Especiais (NuCOE), com a finalidade de dotar a PMERJ de um órgão operacional que reunisse Oficiais e Praças voluntários, para que, através de muito treinamento e dedicação, formassem um grupamento altamente especializado e com elevado preparo técnico, tático e psicológico. Funcionando em áreas físicas do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) - 31 de Voluntários, a quem era subordinado administrativamente, ficou alojado na então Escola de Formação de Oficiais (EsFO).

Pelo Boletim da PM n° 86, de 10 de maio de 1978, permanece em Instalações físicas do CFAP, mas subordinado administrativamente ao antigo Batalhão de Policia de Atividades Especiais (BPAE), seu efetivo arranchado e alojado na EsFO e, operacionalmente subordinada ao Chefe do Estado-Maior Geral da PMERJ.

Pelo Boletim da PM n° 165, de 12 de novembro de 1979, passa a ser arranchado e aquartelado no CFAP, mantendo a subordinação administrativa ao BPAE e operacionalmente ao Chefe do Estado-Maior Geral. Posteriormente, ocupa no CFAP as instalações do antigo Centro de Educação Física e Desportos (CEFO) da PM, atual Núcleo de Recarga da Policia Militar.

Em abril de 1981 passa a ocupar parte das instalações físicas do Núcleo do 22° BPM (Benfica), a quem subordina-se administrativamente e mantém a vinculação operacional ao Chefe do Estado-Maior Geral.

No Boletim da PM n° 33, de 07 de abril de 1982, o NuCOE passa a funcionar nas instalações do BPChq, sob o comando do Coronel PM Danilo Rodrigues de Barros, como uma de suas companhias orgânicas (1° Cia), recebendo a designação de Companhia de Operações Especiais (COE) do BPChq, onde a instrução e o serviço específico da COE não deveriam sofrer solução de continuidade, podendo seus integrantes, todavia, serem utilizados em apoio à instrução do BPChq e seu material, equipamento e armamento passam a fazer parte da carga do BPChq.

Em 27 de junho de 1984, através da publicação em Boletim da PM n° 120, a COE do BPChq passou a ser novamente denominada Núcleo da Companhia de Operações Especiais (NuCOE), funcionando nas instalações físicas do Regimento Marechal Caetano de Farias, ficando subordinado apenas administrativamente ao BPChq, retornando sua subordinação operacional ao Chefe do Estado-Maior Geral da PMERJ.

Quanto a suas atribuições, o emprego do Núcleo da Cia de Operações Especiais foi regulamentado em publicação no Boletim da PM n° 86, de 10 de maio de 1978, onde delineava o emprego em operações policiais militares não convencionais, em missões de contraguerrilha urbana ou rural e, na condução de missões que venham a exigir, além de pessoal altamente especializado e com grande preparo técnico, tático e psicológico, o emprego de armamento e equipamentos Especiais, não devendo ser empregado em quaisquer modalidades de policiamento ostensivo preventivo e em missões de rotina policial militar.

Pelo Decreto Lei nº 11.094, de 23 de Março de 1988, foi criada a Companhia Independente de Operações Especiais - CIOE, com suas missões próprias em todo o Estado do Rio de Janeiro, que seriam determinadas pelo Comandante Geral.

E, finalmente, pelo Decreto nº 16.374, de 01 de Março de 1991, deu-se a criação do Batalhão de Operações Policiais Especiais - BOPE, ficando extinta a CIOE. Trata-se, pois, de uma Unidade Especial, constituída de Policiais Militares voluntários, dotados de elevado preparo técnico, tático e psicológico e equipada com os recursos indispensáveis para atuação em quaisquer operações não rotineiras de caráter policial militar. A missão do Batalhão de Operações Policiais Especiais é desenvolver Operações Especiais de Policia Militar.

O BOPE é comandando pelo Tenente Coronel PM Fernando Príncipe Martins.

O que é Operação Especial de Polícia Militar?

É toda Operação executada pelo BOPE, no Campo de Segurança Pública: caracterizada pelo desenvolvimento de ações, com objetivos específicos, para fazer frente a ocorrências que situem além da capacidade de ação das Unidades Operacionais da PMERJ, exigindo o emprego da tropa armada, equipada e especialmente treinada.

Como exemplo temos:

1 - Combate ao crime organizado, visando a captura ou neutralização de seus agentes;
2 - Captura de delinqüentes, fortemente armados e entrincheirados;
3 - Resgate de pessoas mantidas reféns;
4 - Atuação nas rebeliões de presos e estabelecimentos prisionais e nas unidades concentradoras de presos;
5 - Apoio às atividades específicas de Defesa Civil;
6 - Apoio às Operações Policiais Militares em favelas em que quadrilhas organizadas estão posicionadas e fortemente armadas,
7 - Execução de Operações Especiais de Polícia, por longo período de tempo, em áreas urbanas ou rurais, em terrenos montanhosos ou pantanosos, em zonas ribeirinhas ou costeiras;
8 - Execução de Operações helitransportadas, em missões como: Salvamento, localização de marginais entrincheirados em favelas, perseguições aéreas e similares;
9 - Apoio ao Departamento do Sistema Penitenciário (DESIPE) nas escoltas de presos de alta periculosidade;
10 - Execução de missões no Campo da Contraguerrilha Urbana e/ou Rural.

O BOPE ministra:

a) Curso de Operações Especiais para Oficiais e Praças da PMERJ e também oferece vagas para Oficiais e Praças de todos os Estados do Brasil que solicitarem, já tendo formado operações Especiais para: as Polícias Militares de Estados do Pará, Espírito Santo, Amapá, Mato Grosso, Paraíba, Bahia, Maranhão, Santa Catarina, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Alagoas, Sergipe, Distrito Federal e inclusive para os integrantes das Forças Armadas, Polícia Civil e Carabineiros do Chile.

O Curso de Operações Especiais do BOPE é reconhecido nacionalmente por todos os Órgãos de Segurança Pública, como sendo um dos cursos de maior responsabilidade ao nível de Comandos, capaz de possibilitar a seus Oficiais e Praças concludentes, executar e planejar missões especiais que venham a exigir elevado preparo técnico e psicológico, com vistas à atuação dirigida para as ações no Campo da Segurança Pública.

b) Vários Estágios de Técnicas de Abordagens para Oficiais da Corporação, co-irmãs e de polícias estrangeiras; Estágio de Conduta de Patrulha em Áreas de Alto Risco para alunos do Curso de Formação de Oficiais da PMERJ; Estágios de Operações Especiais; Estágios de Prevenção e Repressão a Roubo em Edifícios e Residências; Estágio de Atirador de Escol; Estágio de Segurança de Dignitários para a Câmara Municipal do Rio; Palestras para o Programa Especial de Esforço contra Seqüestros, Estágio de Técnicas Especiais de abordagens para a Polícia Militar do Estado de Pernambuco e Ações Táticas para integrantes da Corporação e também para as Polícias Militares de outros Estados.

3. ESTRUTURA OPERACIONAL:

A partir do convênio celebrado entre o Governo Federal e o Estado do Rio de Janeiro, publicado em Diário Oficial da União, o BOPE participou ativamente de todas as Operações Militares desencadeadas em nosso Estado pelas Forças Armadas, tendo sido sua participação elogiada por todas as Corporações Militares e reconhecida como fundamental para o êxito das operações.

Atualmente, de acordo com Resolução da Secretaria de Segurança Pública nº 13, de 30 de janeiro de 1995, o BOPE está subordinado ao Comando das Unidades Operacionais Especiais (Cmdo UopE), constituindo-se em reserva tática para pronto emprego do Comandante Geral da Corporação.

O BOPE é uma Unidade que busca em todas as missões superar-se, pois conta com homens voluntários dedicados, tecnicamente preparados e imbuídos do propósito de bem servir.

Fonte: Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro
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Ricardo Nunes

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« Responder #1 em: Maio 12, 2004, 08:39:38 pm »
Um excelente artigo Paisano.

Obrigado pela partilha, e já agora seja bem vindo ao fórum defesa.  :wink:
Ricardo Nunes
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Paisano

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« Responder #2 em: Maio 12, 2004, 08:57:34 pm »
:lol:
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« Responder #3 em: Maio 12, 2004, 09:09:56 pm »
Olá pessoal,

Segue abaixo o endereço do sitio do BOPE:

http://www.policiamilitar.rj.gov.br/bope/index.htm

Um abraço a todos.
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dremanu

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« Responder #4 em: Maio 12, 2004, 10:45:16 pm »
Oi Paisano! Bem vindo ao forum, e obrigado pelas informações. :D

Sem dúvida esses policias não têm vida fácil, a violência nas favelas do RJ é uma loucura, e lidar com essas situações requer coragem. É quase como se fosse uma guerra civil, da forma como os traficantes estam armados, e dispostos a lutar contra a autoridade civil.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Paisano

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« Responder #5 em: Maio 13, 2004, 12:45:33 am »
Olá dremanu,

Realmente, uma das poucas coisas que os traficantes das favelas do Rio temem (?) (ou respeitam (?)) é o BOPE.

Um abraço.
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TazMonster

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« Responder #6 em: Maio 13, 2004, 06:01:50 pm »
Se fosse eu que manda-se, dava-lhes outra coisa para temer e respeitar.
Chama-se NAPALM.
Taz
 

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Guilherme

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« Responder #7 em: Maio 13, 2004, 06:07:57 pm »
Citação de: "TazMonster"
Se fosse eu que manda-se, dava-lhes outra coisa para temer e respeitar.
Chama-se NAPALM.


Seria um desperdício. Bastariam projéteis de 7.62 x 51 mm, do tipo que se fragmenta dentro do corpo humano, disparado por atiradores do topo dos prédios próximos aos "soldados do tráfico".

Sempre que se avistasse um traficante com uma arma ilegal, como um fuzil ou metralhadora, esses atiradores deveriam ter autorização para atirar para matar.
 

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fgomes

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« Responder #8 em: Maio 13, 2004, 06:22:39 pm »
O que é que os participantes brasileiros, e não só, pensam da anunciada utilização de forças militares para combater o crime no Rio de Janeiro ?

Na minha opinião não me parece uma boa ideia, pois funções militares e policiais são coisas diferentes.
 

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Guilherme

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« Responder #9 em: Maio 13, 2004, 06:25:58 pm »
Citação de: "fgomes"
Na minha opinião não me parece uma boa ideia, pois funções militares e policiais são coisas diferentes.


Eis a minha opinião.  :)
 

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Paisano

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« Responder #10 em: Maio 13, 2004, 08:50:01 pm »
idem
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komet

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« Responder #11 em: Maio 13, 2004, 11:50:36 pm »
Mas porquê? Não se trata de pessoas que estão a desafiar a propria integridade do país? É quase como se o território que eles controlassem fosse um país à parte a lutar pela sua independencia, não há legitimidade de defender as populações com meios militares?
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Fábio G.

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« Responder #12 em: Maio 14, 2004, 12:16:32 am »
No outro dia num telejornal mostrou imagens de um grupo de operações não ouvi o nome talvez o BOPE? em confronto directo com traficantes numa favela do Rio, eles usavam a M-16 penso eu, é que apanhei a reportagem mesmo no fim.
 

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Paisano

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« Responder #13 em: Maio 14, 2004, 01:35:35 am »
Prezado komet,

O que acontece é que os militares não estão preparados para atuar nesse tipo de operações de manutenção da ordem pública, uma vez que o treinamento recebido por eles tem outras finalidades, isto é, os militares são treinados para a guerra.

Diferentemente do treinamento dos policiais, que é totalmente focado na segurança da população.

Um abraço.
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Guilherme

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« Responder #14 em: Maio 14, 2004, 01:50:52 am »
Além do motivo apresentado pelo Paisano, existe mais um: as Forças Armadas estão desde 1985 tentando recuperar sua imagem perante a população. Caso elas sejam usadas nas favelas do RJ, possivelmente ocorrerão baixas entre os civis, e a mídia esquerdista do Brasil utilizará ao máximo esse fato para denegrir ainda mais a imagem das Forças Armadas. Sempre que pode, a mídia esquerdista denigre a imagem das Forças Armadas, com calúnias, boatos e revisionismo histórico. Uma intervenção no RJ será um prato cheio para os canalhas da imprensa.