A Batalha de Aljubarrota

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TOMSK

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« Responder #90 em: Dezembro 05, 2008, 05:05:30 pm »
"Para que ninguém tenha que sofrer o que eu sofri"

-Portugueses!

Estavamos em Agosto de 1385,
Nessa madrugada do dia 14 partem de Porto de Mós as tropas portuguesas que iriam dar batalha ao invasor castelhano. Marcha penosa, chegam ao planalto de São Jorge por volta das 10h00, já cansados da caminhada que tinham feito horas atrás.

O Condestável, altivo e fraternal, ía distribuíndo ordens e recomendações, começando assim a organizar-se as tropas, as bandeiras são desfraldadas, as espadas são afiadas, e os soldados colocam as suas rudimentares armaduras. Alguns, pouco mais tinham para vestir que um trapo, e as suas armas, uma enxada ou um simples pau.
Contudo "estão lá".

Entretanto, aparece a Cruz de Avis nos estandartes que chegam.
É Dom João I, que se junta aos seus companheiros, aos Portugueses dos quais era Rei.


Nuno Álvares Pereira deixa a vanguarda entregue aos seus companheiros,e vai ter com ele, recebendo-o com grande felicidade, aqueles dois que eram quase como irmãos.

É então, que ao longe, aparece a enorme coluna castelhana. O chão treme de tão poderoso exército ali se aproxima. O pó se levanta
ao longe, perante o estandarte de Castela com o seu leão, que anseia o momento em que lhe role nas garras a bandeira lusitana.

Os portugueses percebem agora a verdadeira dimensão do exército inimigo que lhes apresenta perante os seus olhos, dimensão essa que o Condestável e Dom João I sempre tentaram esconder aos seus homens nos dias anteriores, cientes do efeito desmoralizador que isso poderia trazer ao exército português.

Mas logo chega Nuno Álvares, aparece na vanguarda e manda que se erga bem alto o seu estandarte, por ver que no rosto dos portugueses o ânimo começava a desvanecer.
Os nossos soldados aguardam. Um silêncio trémulo invade a posição portuguesa.
O inimigo não avança.

É então que por volta do meio-dia, os Castelhanos começam a movimentar-se.
Contudo, não atacam.
Optam sim, por contornar a nossa posição.

Mais uma vez, o incansável Nuno Álvares monta o seu cavalo, e dirige-se a alguns metros atrás, onde estava Dom João I. A ele lhe dá as novas informações, e discutem a melhor opção a tomar.

O exército português muda assim a sua posição uns 2Km para Sul, de forma a encarar o inimigo de frente, tal como um forcado quando enfrenta o touro.
A "vanguarda" passa assim pela "rectaguarda", e quando estas duas se encontram, distribuem-se abraços entre os portugueses, muitos deles são conhecidos e familiares, desejos de "Boa Sorte" e "São Jorge", já uma clara influência da presença dos arqueiros ingleses na hoste.
Também Nuno Álvares e Dom João I se encontram, trocam rápidas impressões, e despedem-se, com a certeza de que se voltariam a encontrar mais tarde, se Deus assim permitisse.

Por volta do 12h30, os portugueses ocupam a nova posição, perante um forte sol de meio-dia que se levanta, e sempre atentos, ao longe, à movimentação do inimigo.

Agora, sob a orientação de Nuno Álvares Pereira, Antão Vasques de Almada, Mem Rodrigues de Vasconcelos e alguns ingleses dava-se inicío às escavações e construção de obstáculos, tarefa em que participaram todos os portugueses que estavam nas linhas da frente e alas. Abrem-se covas de lobo, fossas, amontoam-se troncos de árvores, disfarça-se os buracos com ramagens.

Os portugueses, já sujos e cansados, com pó e terra por todo o corpo, escavavam energicamente, animados pela presença de El-Rey Dom João I que abandonara a rectaguarda para estar ao pé daqueles que mais sofriam.

Entretanto, eram cerca das 14:45, e Nuno Álvares, seguido de Rodrigo Afonso Pimentel e Afonso Lourenço, organizavam as alas do quadrado português.

Os castelhanos, esses, continuavam a sua marcha ao longe, e cada vez pareciam ser em maior número, o que levou Dom João I a mais uma vez exaltar e animar os portugueses que trabalham na construção dos obstáculos. Pouco tempo depois chegava Nuno Álvares.
Tinha dado a volta ao quadrado, transmitindo as suas ordens aos capitães, e da forma que melhor lhe pareceu, deu ordem ao que os que escavavam, voltassem à vanguarda, se armassem, e preparassem para o combate.

Eram 15:00 quando o quadrado se formou finalmente.
Na vanguarda estava Nuno Álvares Pereira com a sua Bandeira,
Na ala esquerda, chamada a Ala dos Namorados comandada por Mem Rodrigues de Vasconcelos estava uma enorme bandeira verde.
Na ala direita, a Ala da Madre-Silva, era comandada por Antão Vasques de Almada, pairava a bandeira de São Jorge.
A cerca de 200 metros atrás estava El-Rey Dom João I, na rectaguarda, com o seu estandarte real e as bandeiras de Avis.



Os portugueses agora enfrentavam o sol de frente, com os seus raios batendo-lhes nos olhos. Um ar quente entrava pelas gargantas dos soldados, penetrava nas já pesadas armaduras. O suor, mal-estar, as forças( já despendidas nas longas marchas e escavações) eram já inexistentes. Alguns desmaiavam, outros largavam as suas armas.
Se o ânimo começava a desfalecer, a sede era já uma constante entre todos os soldados.
Perante um sol de Agosto, não tinham uma única gota de água para saciar a sua sede.
Entre os que mais sofriam estava o próprio Condestável Nuno Álvares Pereira.
Também ele, mais que qualquer outro sentia os efeitos do calor abrasador.

Percorrendo a galope a vanguarda de um lado ao outro viu na cara dos seus homens, a sua própria sede, e decidido, foi até à ala direita, incumbindo Antão Vasques de Almada que fosse procurar àgua para os seus homens.

E assim foi.

Entretanto, no arraial castelhano, lá ao longe, discutia-se como se iria esmagar os portugueses. Continuavam a chegar mais tropas, cada vez mais, num turbilhão de lanças, espadas, cavalos, peões,
Parecia que toda a Espanha viera até ali, trazendo nos seus estandartes, a morte estampada.

Eis então que chega Antão Vasques de Almada a toda a brida.
Vai ter com o Condestável.
Nada.
Nem uma gota de água.
Os únicos riachos que encontrou estavam completamente secos, devido às altas temperaturas que assolavam esta época.

Quando isto ouviu, Nuno Álvares baixou tristemente a cabeça.
Anuiu a Antão Vasques para que se retirasse, e desmontando do seu cavalo, voltou para o pé da sua vanguarda, retirando o pesado elmo que levava sobre a sua cabeça.
Aos que mais sofriam com o calor e sede, Nuno Álvares confortou, abraçando-os, transmitindo palavras de esperança, ajudando-os a levantar, e compondo as suas vestes. Já apeado, andava pelo meio dos seus homens, que o olhavam com um misto de admiração e surpresa, por ver tão famoso e insigne capitão, partilhando a sua dor.

Também já Dom João I estava apeado, e tal como o seu amigo, ia percorrendo as fileiras, onde a todos distríbuía sorrisos e palavras de incentivo. Valoroso Rei aquele, a quem haveriam de chamar O de Boa Memória.

E era de notar, que também nas alas, os Ingleses permaneciam aí, partilhando laços de camaradagem cada vez mais fortes com os seus companheiros portugueses, laços esses que só são verdadeiramente "fortificados" em situações de sofrimento ou de guerra.

Estava-se a aproximar as 18:00, e grande era a azáfama e movimento de cavalos e homens entre o arraial castelhano. Era a momento em que se iria decidir o destino de Portugal.

É então que, verdade ou lenda, um rapaz aparece de repente vindo das florestas que rodeavam o campo e dirige-se até ao quadrado português.
Aí aguarda, observa, e é então que consegue ver o célebre estandarte do Condestável na frente do quadrado.
Dirige-se até aí e vai ter com Nuno Álvares Pereira. Entrega-lhe uma bilha cheia de água, para poder saciar a sua sede.
Só pode ter sido um sinal de Deus!
Um sinal de São Jorge!
Nuno Álvares apenas bebe um golo, entregando a bilha aos seus companheiros para que partilhassem a água por aqueles que mais precisassem.

Sentindo-se um pouco melhor, Nuno Álvares Pereira monta no seu cavalo.
Apenas ele.
Percorre a vanguarda a galope, gritando palavras de incentivo, com a sua espada na mão, tal como no monumento da Batalha.
"Portugueses, lutai por vossa terra!"
"Ânimo!"
"Se sóis vós descendentes do grande Henriques, então provai-lo agora, que Deus e São Jorge estão de olho em vôs!"

As palavras de Nuno Álvares, tão cheias de patriotismo e ardor, incendeiam no coração dos Portugueses a vontade e a força, fazendo chorar até os mais fortes.
Não querendo nenhum deles passar por cobarde, cerram fileiras, espetam as lanças no chão e aguardam a vinda da morte.
Nuno Álvares, desce do cavalo, ajoelha-se no chão, pede protecção para si e para os seus homens, beija a terra e levanta-se, colocando o elmo com a viseira aberta.

Vira-se para trás, de sorriso no rosto, olha para os seus homens e diz:
"Amigos, que ninguém duvide de mim"

Todos sabem o que se seguiu.
Após a vitória, Dom Nuno Álvares Pereira mandou edificar naquele mesmo sitío onde lhe apareceu o rapaz com a bilha de água e onde tinha permanecido o seu estandarte, uma ermida a São Jorge.
Esta:

E ainda hoje e sempre, lá estará uma bilha cheia de água, para quem passe e tiver sede a possa saciar.

"Para que ninguém tenha que sofrer o que eu sofri" disse Nuno Álvares aquando da construção da ermida.

E para que mais ninguém tenha que sofrer o que aqueles homens sofreram naquela tarde, para que nós hoje digamos " Sou Português", lembrem-se do seu exemplo, movidos apenas por amor a esta Pátria.
Provavelmente, embora não saibam, muitos de nós tivemos ou perdemos antepassados nesse dia 14 de Agosto.

Se encontrarem dificuldades durante a vossa vida, e não tiverem a quem apoiar-se, então que a honra de sermos os legítimos herdeiros destes homens, destes heróis, vos ajude a levantar, cravando bem fundo as lanças, gritar "Portugal" e a seguir em frente, apesar das adversidades.



Tomsk
« Última modificação: Março 31, 2009, 08:37:57 pm por TOMSK »
 

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cromwell

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« Responder #91 em: Dezembro 05, 2008, 06:30:53 pm »
O que é patético é alguns espanhois dizerem que só ganhamos a batalha porque havia experientes arqueiros ingleses na batalha e que foram os ingleses a pedirem a Nuno Alváres Pereira a fazerem as covas de lobo, mas nada disso foi provado historicamentes.
Isso é uma falácia de causa falsa, porque os castelhanos não enfrentavam na maioria ingleses, mas enfrentavam na maioria portugueses.
Os ingleses eram só 200, sendo o resto soldados portugueses.
Sim os ingleses combateram e tiveram um papel dicisivo na batalha mas quem estava à frente a defende-los de um possível ataque de cavalaria, enquanto eles eles dispravam as suas flechas?
Os peões portugueses.
Os nossos hermanos são tão arrogantes e nunca gostam de admitir que são derrotados por nós e por isso arranjam argumentos que não fazem qualquer sentido, só para não admitirem que perderam contra Portugal.

Não tenho razão?
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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TOMSK

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« Responder #92 em: Dezembro 05, 2008, 06:36:15 pm »
Ó homem, mas alguém disse o contrário?
 

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TOMSK

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« Responder #93 em: Dezembro 15, 2008, 08:48:53 pm »
O Dia de Aljubarrota

«Meu nome é Antão Vasques, o homem de quem diziam que tudo sabia da guerra. Comandei a ala esquerda de Aljubarrota.
Sei pouco de letras. Mas sei que o infinito dorme nas palavras. E o risco das palavras faz a criação das coisas. Dá às memórias a eternidade da ausência.»



«Um novo romance de Luís Rosa é sempre motivo de grande expectativa para o vasto público que a sua prosa exuberante e profundamente imbuída do sentido do rigor histórico há muito conquistou. É, mais uma vez, o caso de O Dia de Aljubarrota, um romance empolgante que, através de um artifício narrativo interessantíssimo, nos dá a conhecer a verdade dos factos de uma das épocas mais conturbadas e decisivas da história portuguesa. Para nosso gáudio, vamos assistindo, como se estivéssemos presentes, ao arrebatador relato que Antão Vasques, o homem que comandou a ala esquerda da batalha de Aljubarrota, vai fazendo, anos mais tarde, ao jovem cronista Fernão Lopes. Estamos assim perante o relato de um tempo de mudança e de grandes feitos, tumultuado por paixões exacerbadas e conflituosas, por teias de motivações e interesses e pelos enredos de um destino imponderável. Pois o dia de Aljubarrota foi também o dia em que o destino havia de ditar que cada um dos povos peninsulares iria traçar, por si, o seu caminho na missão de «dar novos mundos ao mundo».

Editorial Presença


Um bom livro para oferecer neste Natal, quem sabe... :P
 

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TOMSK

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« Responder #94 em: Dezembro 17, 2008, 04:04:58 pm »
O "Quadrado" de Aljubarrota



Ponto de vista de cavaleiro castelhano





Últimos momentos antes do embate



Castelhanos p´ró espeto!


- Daqui não passam!

 :P   :P
 

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TOMSK

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« Responder #95 em: Dezembro 26, 2008, 12:33:18 am »
A SIC passou esta Quinta-Feira passada uma pequena reportagem sobre o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, dando especial ênfase ao filme "Aljubarrota" que pode aí ser visionado.
Deixo-vos aqui algumas cenas, com especial atenção para a última imagem, em que podem ver o célebre "quadrado" português que derrotou Castela.









 

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TOMSK

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« Responder #96 em: Março 31, 2009, 07:17:10 pm »
Reportagem sobre o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota

 :arrow: http://www.tvfatima.com/portal/index.php?id=1480
 

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zeNice

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« Responder #97 em: Março 31, 2009, 08:31:17 pm »
grande leitura, obrigado TOMSK
 

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TOMSK

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« Responder #98 em: Abril 28, 2009, 11:02:40 am »
Os mistérios de Aljubarrota

Expresso
Rui Cardoso
21:00 Terça-feira, 21 de Abr de 2009



É, talvez, a mais mitificada e a mais estudada das batalhas portuguesas. Mesmo assim, muitas perguntas continuam sem resposta
             
Habituámo-nos a olhar para a batalha de Aljubarrota como um combate decisivo para a independência de Portugal. Foi-o, de facto. Mas dificilmente se consegue compreender este episódio se nos limitarmos a olhar para o antagonismo Portugal-Castela. Há uma dimensão mais vasta: a Guerra dos Cem Anos entre ingleses e franceses e o Grande Cisma do Ocidente , dividindo os seguidores do Papa de Roma e do de Avinhão.

Isto mesmo explicou o prof. Pedro Barbosa, do Centro de História da Universidade de Lisboa , ao falar na 4ª sessão do II Curso Livre de História Militar - Os Rostos da Batalha", dedicado aos confrontos de Atoleiros , Trancoso e Aljubarrota.

"Pode parecer-nos surpreendente que D. João de Castela , ao invadir Portugal pela Beira, no Verão de 1385, tenha arrasado uma capela perto de Trancoso , onde um ano antes forças suas tinham sido derrotadas. Mas é preciso lembrarmo-nos que o rei espanhol seguia o Papa de Avinhão e, para ele, os portugueses, seguidores do Roma, eram inimigos religiosos".

Dentro da mesma lógica transnacional em Aljubarrota houve arqueiros britânicos a lutar ao lado dos portugueses e cavaleiros franceses na hoste castelhana. E, tal como nas grandes batalhas da Guerra dos Cem Anos, um exército apeado e em posição defensiva, levou a melhor sobre uma formação mais numerosa e baseada na cavalaria pesada.

Como explicou o conferencista, ao contrário doutras batalhas da Guerra dos Cem Anos, como Azincourt e Crécy , em Aljubarrota houve, fundamentalmente, confronto de tropa apeada. O que implica a queda de um mito: o de que os cavaleiros medievais tinham armaduras demasiado pesadas para combaterem apeados. "A arqueologia experimental, sobretudo britânica, demonstrou o contrário. As armaduras do séc. XIV, sendo pesadas, eram tão equilibradas que permitiam ao cavaleiro fazer volteio".

Esta interpretação do campo de batalha em função das armas da época leva, também, a outra revelação interessante. Em Atoleiros (Fronteira), um ano antes, a única forma de entender o dispositivo montado por D. Nuno Álvares Pereira é olhar para o terreno e perceber que o comandante português tirou partido do relevo, dispondo os lanceiros na primeira fila e os besteiros atrás e num plano superior, o que lhes permitia disparar a coberto e por cima das cabeças dos seus camaradas.

Voltando a Aljubarrota o que, tradicionalmente, tem sido descrito como Covas de Lobo (buracos escondidos com uma estaca aguçada no fundo) podem, na realidade, ser restos de estacadas que os arqueiros britânicos costumavam erguer para se protegerem da cavalaria pesada. E algumas covas têm uma implantação estranha, pois situavam-se à retaguarda do provável lugar da primeira linha portuguesa, complicando uma eventual retirada.

Ainda que, segundo Pedro Barbosa, as descrições de Fernão Lopes sejam globalmente fiáveis, é preciso não esquecer que a Crónica de D. João I é escrita décadas depois dos factos. E que há sucessivas edições da obra, divergindo em aspectos importantes. Por exemplo, enquanto nas descrições mais antigas de Aljubarrota é destacado o papel de Martim Gonçalves de Macedo, ao livrar o Mestre de Aviz do ataque de Sandoval, nas mais tardias o episódio vai-se esbatendo, de forma a dourar a imagem do rei.

Também na descrição da batalha de Trancoso a fuga dos camponeses armados que integravam a hoste portuguesa e, depois são massacrados pela cavalaria ligeira (ginetes) castelhana, é mitificada. "Para fugirem na direcção de Trancoso, como diz Fernão Lopes, teriam de se deslocar na direcção da principal força espanhola". Para o prof. Barbosa o que o cronista está a tentar fazer é enaltecer o papel da nobreza nesta guerra. Para não falar da dimensão da derrota: os portugueses só teriam deixado vivo um castelhano para ir contar aos outros como tinha sido. "O espírito nacionalista do nosso grande cronista é perdoável..."
 

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« Responder #99 em: Maio 26, 2009, 01:57:53 pm »
@cromwell
sim tens razao em tudo o ke dixeste

- eles dizem ke ganhamos gracas aos ingleses ?lol
ya eles sao arrogantes ,claro a gente entende ,levaram forte e feio e nao gostam de admitir  :lol:  sao arrogantes ..

- gracas aos ingleses ? kuantos é ke eles eram ?lol nao eram mais
de 31 000 ?
pra ke a treta dos ingleses ?lol
na linha da frente tavam os portugueses  :D  )

nos ganhamos pk somos bons  :lol: ,desculpas de arrogantes ? na ,nós portugueses nao damos credito á akilo ke eles dizem ,a gente sabe
 

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TOMSK

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« Responder #100 em: Maio 26, 2009, 02:04:00 pm »
Olha o Portucale!  :wink:
 

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« Responder #101 em: Maio 26, 2009, 02:18:33 pm »
@TOMSK
obrigado pelas boas vindas

a ta ,nao sabia
de agora em diante sera sempre em bom portugues :)
 

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Ataru

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« Responder #102 em: Maio 26, 2009, 03:10:18 pm »
Bem-vindo Portvcale.

És mais um soldado luso nas fileiras do exército português na defesa da pátria contra o pérfido castelhano e a sua ambição imperialista  :Soldado2:
Greater Portugal = Portugal + Olivença + Galiza and the Eonavian Region + border villages that speak galaico-portuguese dialects + Cape Verde + St. Tomé and Principe + Cabinda + Timor
 

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« Responder #103 em: Maio 26, 2009, 06:05:03 pm »
@Ataru
obrigado  :lol:
 

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cromwell

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« Responder #104 em: Maio 26, 2009, 09:08:59 pm »
Citação de: "Ataru"
Bem-vindo Portvcale.

És mais um soldado luso nas fileiras do exército português na defesa da pátria contra o pérfido castelhano e a sua ambição imperialista  :Soldado2:
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa