Eu não contaria com os americanos a médio prazo. Cheira-me (cheira? tresanda!) que eles terão problemas que cheguem. Alemanha ou Brasil parecem-me os parceiros a considerar.
Respondo aqui à questão levantada sobre a saída da NATO de Oeiras.
A questão do futuro de uma eventual plataforma continental, é complicada na medida em que a dimensão da área que corresponderia a Portugal é enorme e completamente desproporcional relativamente ao tamanho do país e da sua população.
Portanto, coloca-se o problema da muleta.
Mas qualquer muleta vai sempre querer a sua parte.
A América também tem a sua plataforma continental atlântica e por isso não tem um problema tão grave quanto Portugal e se tiver alguma coisa a ganhar poderá apoiar Portugal.
O Brasil, infelizmente não tem nem vai ter tão cedo um peso específico real.
Não é que os brasileiros não queiram, o problema é que não podem. O Brasil não está directamente implicado e não tem grande coisa a ver com o Atlântico Norte. A politica externa brasileira pauta-se sempre por opções não intervencionistas, com excepções pontuais, como foi a intervenção na II guerra mundial.
Depois volta ao normal. Presentemente a actual direcção politica brasileira tentou dar uma imagem diferente, mas espalhou-se ao comprido.
A Alemanha, parece-me ser um contrasenso.
Trata-se de uma potência continental, sem tradição marítima. Uma opção pela Alemanha, colocaria Portugal em conflito com a Grã Bretanha, com a França, com a Espanha e com os Estados Unidos, sendo que todos estes países possuem meios navais correspondentes a nações com saída para o oceano.
Tal situação faz-me lembrar o Mapa Cor de Rosa, em que as grandes potências continentais (Impérios Russo, alemão e Austro-Hungaro, deste último não tenho absoluta certeza) apoiaram Portugal, mas no fim da história, toda a gente meteu o rabinho entre as pernas e foi a potência naval dominante que ditou as cartas.
A potência naval dominante do Atlântico, são os Estados Unidos. E isto não vai mudar nos próximos 250anos. Estar contra a América, será a mesma coisa que estar contra a Grã Bretanha no final do século XIX.
Mesmo que o poder dos americanos seja contestado na Ásia, no Pacífico e no Indico, a américa continuará a reinar suprema no atlântico norte.