« Responder #21 em: Novembro 13, 2007, 11:20:45 pm »
Situação no Iraque é "inaceitável" e "insustentável", dizem bispos norte-americanosA Conferência Episcopal dos Estados Unidos assegurou hoje que a situação no Iraque é "inaceitável e insustentável" e pediu a republicanos e a democratas que procurem uma solução comum para o conflito no país.
"Estamos convencidos de que a situação no Iraque é inaceitável e insustentável", assinalou o presidente da Conferência Episcopal, William Skylstad, num comunicado difundido hoje durante a reunião de Outono desta instituição que se realiza esta semana em Baltimore, em Maryland, e na qual participam cerca de 300 bispos de todo o país.
Os bispos afirmam estar "alarmados" com o clima partidarista que impera em Washington.
"Alguns políticos não reconhecem a realidade e os fracassos no Iraque e a necessidade de uma nova direcção", apontou o comunicado intitulado de "Apelo à cooperação bipartidária para uma transição responsável no Iraque".
O documento refere que um segundo grupo de legisladores "não se dá conta das possíveis consequências humanas de uma retirada muito rápida", o que contribuiu, segundo os bispos, para a "paralisia" partidária que domina a política norte-americana.
A Conferência Episcopal apelou a que os líderes norte-americanos se concentrem no objectivo "moral" de impulsionar uma "transição responsável" no país árabe e numa retirada rápida na medida em que se cumpra esse objectivo.
"Os objectivos morais desse caminho começam por se fazer frente à crise humanitária no Iraque e por minimizar as perdas humanas adicionais", destacaram os bispos.
O comunicado da Conferência Episcopal era bastante esperado, em vésperas de um ano eleitoral no qual se prevê que o conflito no Iraque atraia grande parte da atenção.
Os bispos norte-americanos emitem desde 1976, durante cada eleição presidencial, uma série de reflexões sobre as responsabilidades políticas dos católicos.
No entanto, insistiram que o documento não procura dizer aos católicos em quem devem votar mas que serve para definir aquilo que a igreja considera como acções "intrinsecamente maléficas" como o aborto, a eutanásia, a tortura e os ataques deliberados contra civis durante um período bélico.
Também hoje, os bispos elegeram o cardeal Francis George, um defensor da ortodoxia católica e próximo do Vaticano, como o sucessor de Skylstad, que acaba agora o seu mandato.
O novo presidente da Conferência Episcopal norte-americana e representante da igreja do país perante o Vaticano assume a liderança num momento complicado em que o catolicismo tem perdido influência perante as indemnizações milionárias pagas pela igreja por abusos sexuais de sacerdotes a menores.
Por sua vez, a organização Rede de Sobreviventes de Pessoas Vítimas de Abusos de Padres criticou recentemente Francis George pela sua gestão à frente da arquidiocese de Chicago, onde, argumentam, demorou meses a expulsar Daniel McCormack, um padre acusado de abuso de menores e que confessou no ano passado ter-se aproveitado sexualmente de cinco crianças que tinham entre 8 e 12 anos.
O bispo reconheceu, contudo, que foi lento a solucionar esse problema.
O novo presidente da Conferência Episcopal tem vários doutoramentos em Filosofia e Teologia e serviu durante anos em Roma, onde estabeleceu relações estreitas com o Vaticano.
Lusa