Novas sobre as pistolas...
Governo faz avançar concursode pistolas para PSP e GNR
http://jn.sapo.pt/2006/05/01/primeiro_p ... olas_.htmlCarlos Varela
AGNR e a PSP ainda este ano deverão começar a receber novas pistolas para substituir as velhas armas ainda em serviço, segundo adiantou ao JN o subsecretário de Estado da Administração Interna Rocha Andrade. Está em causa o fornecimento de mais de 35 mil pistolas, envolvendo um investimento superior a um milhão e 250 mil euros (250 mil contos), e há a certeza da opção pelo calibre de 9 mm.
Em todo o caso, o concurso de aquisição vai ser lançado autonomamente do processo que decorre nas Forças Armadas, uma vez que não foi juridicamente possível juntar ambas as situações, salientou o governante.
No entanto, embora Rocha Andrade não o tenha admitido, o JN sabe que é provável que processo tenha ainda que ter a intervenção directa do próprio ministro António Costa, uma vez que as forças policiais não se entendem relativamente a uma questão aparentemente simples as novas pistolas devem ou não ter patilha de segurança? Rocha Andrade não quis comentar a informação, mas salientou a vontade do Ministério fazer avançar rapidamente o concurso.
Falta de confiança
Actualmente, as armas ainda em serviço na PSP e na GNR têm uma média de 40 anos de utilização e há muito que em particular as associações das forças de segurança protestam pela necessidade de proceder a um processo de substituição.
É que, se bem que a arma só deva ser usada em última instância e as limitações impostas ao seu uso restrinjam fortemente a sua utilização, é bem conhecida a falta de confiança gerada pelas velhas pistolas de serviço, quer por parte da GNR quer por parte da PSP. Em muitos casos, sabe o JN, em particular os elementos de investigação criminal chegam a comprar armas com o seu próprio dinheiro por falta de confiança na arma de serviço.
Daí que tenha sido intenção do Governo assumir como uma das prioridades a aquisição de uma nova arma que possa ser usada quer pela GNR quer pela PSP. Quando o Ministério da Defesa de Luís Amado lançou o concurso para substituição da G-3, herdando uma decisão já tomada pelo anterior ministro da Defesa, Paulo Portas, o objectivo acabou por ser mais vasto e a opção acabou também por recair em novas metralhadoras assim como pistolas.
António Costa viu benefícios no facto de juntar-se nas pistolas ao processo de aquisição para as Forças Armadas, tanto assim que foram nomeados oficiais da GNR e da PSP para acompanharem o concurso e no Orçamento de Estado do ano passado foram inscritas verbas, no âmbito do PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central), para aquisição de material para as forças de segurança, abrangendo igualmente as pistolas.
Como consequência, a entrada do MAI veio atrasar o concurso nas Forças Armadas, tal como o JN já noticiou. No entanto, a Administração Interna acabou por retirar-se do processo, uma vez que, tal como adiantou Rocha Andrade ao JN, "pedimos um parecer jurídico sobre a possibilidade de podermos agregar-nos ao processo do Ministério da Defesa", mas o resultado foi negativo.
A principal alteração na sequência deste parecer é que o MAI está agora lançar um processo autónomo de aquisição e segundo o sub-secretário de Estado Rocha Andrade, "há a vontade do Ministério (da Administração Interna) fazer ainda este ano a entrega de algumas armas". Rocha Andrade admite que esse número possa rondar entre as três mil e as cinco mil pistolas e embora adiantar os valores em causa salientou que as verbas já estão previstas no âmbito do PIDDAC, no item de aquisição de material para modernização das forças de segurança.