Sector Mineiros/Extrativo

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Lusitano89

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #45 em: Fevereiro 26, 2013, 09:32:55 pm »
Canadianos e ingleses assinam acordo sobre prospecção de ouro no Alentejo


A empresa canadiana Colt Resources e a britânica Star Mining anunciaram ter assinado um memorando de entendimento relativo à concessão experimental de Borba, no distrito de Évora, para trabalhos de prospecção e de pesquisa de ouro. A Colt Resources, que tem vindo a realizar campanhas de prospecção de ouro na concessão da Boa-Fé e na área de Montemor-o-Novo, detém agora duas novas licenças de exploração no Alentejo, em Borba e em Cercal (Santiago do Cacém), focadas no ouro, mas que pretendem também aferir o potencial de outros metais, como o cobre, zinco e chumbo.

Em relação a Borba, a Colt divulgou que, na segunda-feira, assinou com a Star Mining um memorando de entendimento com as linhas gerais do acordo definitivo que as duas empresas pretendem celebrar dentro de "60 dias". Segundo um comunicado enviado hoje à agência Lusa, as duas empresas vão explorar, em conjunto, a licença de Borba e acordaram que a Star Mining "irá desenvolver um plano de trabalho e ganhará o direito de propriedade da concessão de forma progressiva".

"Numa primeira fase, após a conclusão de um programa de trabalhos e de despesas não inferiores a 350.000 dólares americanos, por um período de até 12 meses, a Star Mining pode inicialmente ganhar uma participação de 25% na licença Borba", estabelece o memorando.

A seguir, e depois de concluído "um programa de trabalhos e despesas não inferior a 750.000 dólares americanos, durante um período de até 24 meses", a Star Mining pode vir a "ganhar uma participação de 35% na licença de Borba", acrescenta o documento.

O acordo prevê ainda que, quando a Star Mining obtiver uma participação de 80% na licença de Borba, a propriedade remanescente da Colt, de 20%, vai ser revertida "para uma taxa de performance".

E a Star Mining, pode ler-se no documento, "também terá a opção de comprar esta participação remanescente de 20% da licença de Borba".

A Star Mining é uma empresa britânica de recursos naturais, focada na exploração de metais preciosos e de projetos de desenvolvimento de minas.

"Estamos extremamente satisfeitos com este acordo, pois, não havendo uma diluição para os nossos accionistas, tal permitirá à Colt uma maior exposição num projecto com grande potencial em Portugal", disse o Chief Executive Officer (CEO) da Colt Resources, Nikolas Perrault.

Já o CEO da Star Mining, Rowan Maule, frisou aguardar "com expectativa" o "início da atividade de exploração" na concessão de Borba.

"E estamos particularmente satisfeitos com a colaboração com a Colt, pois, iremos beneficiar da sua vasta experiência em projectos mineiros em Portugal", sublinhou.

O acordo entre a Colt e a Star Mining está sujeito à aprovação da Direcção-Geral de Energia e Geologia, do Ministério da Economia e do Emprego.

A atribuição à Colt Resources das duas novas licenças de exploração mineira no Alentejo foi formalizada no passado dia 20, numa cerimónia em S. Pedro das Águias, em Tabuaço (Viseu), presidida pelo ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.

Nessa cerimónia, a empresa canadiana e o Governo português assinaram contratos de concessão experimental das minas de tungsténio em Tabuaço e de ouro em Penedono, que envolvem investimentos de 97 milhões de euros.

Lusa
 

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miguelbud

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #46 em: Setembro 14, 2013, 12:02:14 am »
W Resources apresenta “excelentes resultados de amostras” de ouro em Portalegre

A W Resources, empresa de exploração de volfrâmio e ouro, anunciou, esta sexta-feira, “excelentes resultados” de amostras de solo no projecto de ouro que tem em Portalegre, Portugal.

No programa de exploração de amostras de solo naquela área (Crato- Assumar – Arronches), decorrido nos últimos seis meses, foram identificados 3,5 quilómetros de solo com “valores de ouro encorajadores”, segundo uma nota de imprensa disponível no site oficial da companhia com sede em Londres.
 
“Crato- Assumar- Arronches/Portalegre continua a ser um elemento de exploração de ouro com bastante futuro – a chave é determinar, sistematicamente, onde se vai furar. O resultado deste programa dá uma forte orientação para a próxima fase do programa”, refere o presidente da empresa, Michael Masterman, citado pelo comunicado de imprensa.

Depois desta fase do programa, o próximo passo é estender a “cobertura” para retirar mais amostras do solo, “seguida da abertura de fossos e da perfuração”, de acordo com a mesma nota.

Segundo os dados constantes no portal da Direcção-Geral de Energia e Geologia, a concessão para a exploração de recursos preciosos (ouro, prata, cobre, chumbo, zinco, terras raras e minerais acessórios) naquela área foi atribuída, a 23 de Março de 2012, à Iberian Resources Portugal. Contudo, a licença passou para a W Resources quando esta adquiriu a Australian Iron Ore, ficando também com a sua subsidiária, Iberian Resources Portugal.

A W Resources detém, assim, a licença a exploração da prospecção de ouro de São Martinho, perto de Portalegre, “cobrindo uma área de 101,7 quilómetros quadrados e localizada cerca de 200 quilómetros a este de Lisboa”, explica o site da empresa. As operações da companhia londrina estão ainda, em Portugal, na Régua e em Tarouca (Porto) e, em Espanha, em La Parrilla.

No dia em que foi feito este anúncio, as acções da W Resources subiram 8,84% em Londres para negociar nas 1,17 libras, tendo subido mais de 25% durante a sessão. Registou-se um volume que mais do que duplica a média dos últimos seis meses, de acordo com os dados da agência Bloomberg.
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas ... legre.html
 

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Lusitano89

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #47 em: Janeiro 22, 2014, 08:32:40 pm »
Identificados novos locais no Alentejo e Algarve com cobre, chumbo, níquel e zinco


Novos locais com cobre, chumbo, níquel ou zinco foram descobertos a sul de Portugal, permitindo actualizar a Carta das Ocorrências Mineiras do Alentejo e Algarve e atrair novos investimentos, disse hoje fonte do Laboratório Nacional de Energia e Geologia. "Há mais informação e mais dados onde há probabilidade de existirem minerais como o zinco, o chumbo, o níquel e, fundamentalmente, cobre e isto foi resultado de um projecto europeu [Interreg Espaço Atlântico], e que permitiu fazer estudos que conduziram a mais informação", explicou à agência Lusa Teresa Ponce Leão, responsável pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG).

O estudo indica, por exemplo, que existe cobre na faixa de Arronches/Campo Maior, incluindo a faixa Tomar/Córdova, e nas faixas de Alter do Chão/Elvas, Sousel/Barrancos, Arraiolos/Santo Aleixo, S. Cristóvão/Beja/Serpa e Ferreira do Alentejo/Mombeja/Beja.

Outra descoberta é que o chumbo está presente nas faixas de Montemor-o-Novo/Ficalho e Alter do Chão/Elvas, e o níquel aparece nas faixas de Ferreira do Alentejo/Mombeja/Beja, S. Cristóvão/Beja/Serpa e Alter do Chão/Elvas.

As descobertas ocorreram no Alentejo e no Algarve por serem regiões inseridas na faixa piritosa ibérica, ou seja, a principal região mineira do sudoeste europeu.

A identificação de novos locais com minerais vem permitir uma actualização da Carta de Ocorrências Mineiras do Alentejo e Algarve e com este novo documento, o LNEG pretende "disponibilizar informação actualizada a investidores" e "apoiar a indústria extractiva já instalada na planificação das suas campanhas de prospecção de minerais metálicos e energéticos", observou Teresa Ponce Leão.

"Actualizamos o conhecimento e identificamos novos alvos que serão passíveis de atracção de investimento para novas explorações", acrescentou a responsável, referindo que tais descobertas vão ajudar também na valorização da componente geológica e mineira.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #48 em: Março 28, 2014, 10:50:47 pm »
Exploração de minério de ferro em Moncorvo pode arrancar no final de 2016


A empresa concessionária das minas de ferro de Torre de Moncorvo, no Nordeste Transmontano, perspetivou que a exploração mineira comece no final de 2016.

"Estamos a fazer todos os esforços para que, no final de 2016, a exploração de minérios de ferro seja uma realidade no concelho de Torre de Moncorvo, antecipando em um ano o prazo dado pelo Governo para a conclusão da conceção experimental do projeto", disse o representante da MTI - Ferro de Moncorvo, Carlos Guerra.

A empresa concessionária acrescentou que o processo será executado de forma gradual nos próximos cincos anos. E quando se atingir "a velocidade de cruzeiro" poderão cria-se 500 postos de trabalho diretos. A MTI - Ferro de Moncorvo já havia revelado que os trabalhos de prospeção em curso na serra do Reboredo, na zona do Carvalhal, Torre de Moncorvo, têm mostrado "resultados promissores" pela qualidade das amostras de minério de ferro já recolhidas.

A empresa já disse que irá investir cerca de 600 milhões de euros ao longo do período de concessão, que tem uma duração de 60 anos. Espera que " uma decisão favorável sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)", que será entregue à tutela no próximo mês de abril, tendo as entidades competentes cerca de 100 dias para se pronunciarem sobre o estudo já efetuado.

Segundo a empresa mineira, o projeto de Torre de Moncorvo incide sobre "o maior depósito" de minério de ferro não explorado na Europa Ocidental. O presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, disse estar confiante no projeto mineiro, já que o Governo tem dado "respostas positivas". "Os benefícios para o concelho já foram negociados e uma das exigências é que a sede da empresa concessionária das minas ficasse no concelho de Torre de Moncorvo", frisou o autarca.

Quanto a outras contrapartidas, a autarquia vai poder contar com 3% do valor do minério extraído à boca da mina.

Lusa
 

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #49 em: Abril 13, 2014, 06:25:54 pm »
Minas portuguesas atraem chilenos


As minas em Portugal abriram o apetite de um dos maiores exportadores da indústria extractiva mundial: o Chile.

Fonte oficial do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE) adiantou ao SOL que o Governo tem mantido conversações com investidores deste país: “Já se registaram contactos de empresários chilenos a quererem investir em Portugal, designadamente através de parcerias para a prospecção de diversos minérios”.

O interesse chileno ficou mais claro esta semana. Um dos principais empresários da indústria mineira do país, Pedro Del Campo Toledo, esteve em Portugal. Ao SOL, admitiu que há oportunidades por explorar. “Somos um país com ADN mineiro. Portanto, haverá certamente empresas interessadas em investir em Portugal”.

O empresário manteve encontros com gestores portugueses, com o intuito de captar novas parcerias para a indústria chilena. E marcou presença num encontro promovido pela Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas (ANEME).

“As empresas portuguesas têm reputação de serem sérias. E Portugal tem muito prestígio em áreas como a energia, infra-estruturas, metalomecânica, manutenção, tecnologia de informação, certificação ou gestão de projectos. Os sectores em que procuramos parcerias”, detalhou.

Um novo passo para estabelecer acordos de parceria será dado em Junho, quando uma missão de empresários portugueses visitar o Chile. O país tem em curso mais de 50 projectos de investimento no sector, no valor de 100 mil milhões de dólares até 2020. A indústria mineira representa 60% do total das exportações do país da América do Sul, sendo o Chile responsável por um terço da produção de cobre em todo o mundo.

Por estas razões, “convidamos as empresas portuguesas a visitarem as nossas minas em Junho. Há muitas oportunidades no nosso país. É muito importante irem ao terreno e conhecerem os projectos”, sublinhou Pedro Del Campo Toledo.

A assinatura de parcerias com a indústria mineira chilena pode assim abrir portas ao investimento em Portugal. “Os principais players internacionais do sector estão presentes no Chile, como a Rio Tinto, a Anglo American ou a empresa estatal Codelco. E creio que estariam interessados em conhecer o processo mineiro de Portugal”, adiantou.

Esta opinião é partilhada pelo presidente da ANEME, José de Oliveira Guia. Apesar de não ter informações concretas sobre futuros investimentos do Chile em Portugal, antecipa “abertura recíproca para o cruzamento de interesses”.

Ponte para a América do Sul

No final do ano será a vez de empresários do sector mineiro do Chile visitarem Portugal. Nessa data poderão ser assinados acordos com empresas do país, e não só. “O Chile é o país com mais acordos de comércio-livre. Quem sabe se a maior oportunidade resultante das parcerias das empresas portuguesas com a industria chilena não poderá ser servir de plataforma para mais negócios na região, como no Peru, na Colômbia, no Equador, no Brasil ou na Argentina. Há muito espaço para crescer nesta plataforma sul-americana na indústria mineira”, explica Pedro Del Campo Toledo.

Os eventuais investimentos no sector mineiro em Portugal poderiam impulsionar a indústria mineira do país. O ex-ministro da Economia Álvaro Santos Pereira chegou a indicar que os recursos minérios em Portugal valem mais do que o PIB nacional, que ronda os 170 mil milhões de euros. Há um ano, defendeu “fortes incentivos fiscais e financeiros para as empresas nacionais e estrangeiras investirem nos recursos naturais”.

O ex-governante dinamizou concessões mineiras em todo o país - entre 2012 e 2013 foram assinados cerca de 80 contratos - até que a remodelação do Governo no Verão fez com que Álvaro saísse e a pasta da energia passasse para o MAOTE. De acordo com estimativas recentes do ministério de Moreira da Silva, apenas 30% do potencial mineiro está em exploração.

Uma indústria com potencial

A extracção geológica e mineira está no topo da agenda dos clusters de investimentos prioritários da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Actualmente, as exportações da indústria mineira portuguesa valem 856 milhões de euros, segundo os últimos dados da Direcção-Geral de Energia e Geologia, relativos a 2012. Deste total, 53,7% correspondem aos minérios metálicos, como o ferro. As rochas ornamentais têm uma fatia de 41,5%, em grande parte devido aos mármores e calcários, e os minerais industriais, como a argila e o caulino, valem 4,3%.

A Colt Resources (minas de Cercal e de Borba), a Redcorp (Lagoa Salgada) ou a MTI (Moncorvo e Rebordelo/Murçós) são algumas das empresas que têm investido na exploração e prospecção de minérios em Portugal.

SOL
 

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Lusitano89

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #50 em: Março 19, 2015, 07:15:53 pm »
Portugal em projeto europeu para explorar minerais em zonas subaquáticas


Portugal participa num projeto europeu de prospeção e exploração de minerais em zonas subaquáticas, no valor de 12,6 milhões de euros e que utilizará uma técnica mais segura e menos poluente, foi hoje anunciado.

Segundo um comunicado de um dos parceiros portugueses do projeto (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores -- INESC), o projeto tem o financiamento do programa de investigação e desenvolvimento da União Europeia H2020 e será "uma oportunidade para explorar a riqueza dos recursos minerais subaquáticos na Europa".Com o nome VAMOS! (Viable Alternative Mine Operating System), o projeto tem uma duração de 42 meses e vai desenvolver um robô para exploração subaquática e o equipamento associado à recolha de materiais.

Vão ser feitos testes em depósitos de minerais em quatro lugares diferentes da União Europeia, três deles depósitos minerais submersos em terra e outro em alto mar. "O protótipo baseia-se em técnicas de mineração em mar profundo, pelo que vai garantir uma opção mais segura e menos poluente para o aproveitamento económico de depósitos minerais que atualmente não são exploráveis por métodos tradicionais", diz o comunicado.

O projeto tem um consórcio de 17 parceiros de nove países. Na página oficial na internet explica-se que o fundamental para a abordagem do VAMOS! é o facto de a maioria dos depósitos de minerais na Europa estar em estratos aquíferos. E a técnica permite, diz-se, operar remotamente os equipamentos e não afetar o lençol freático local.

Jazidas atualmente inacessíveis, minas abandonadas ou alagadas e novas minas podem ser exploradas com este método, lê-se na página, na qual se lembra que a Europa tem exercido a atividade mineira ao longo dos anos mas que as zonas mais profundas ainda estão por explorar. As estimativas indicam, acrescenta-se, que o valor dos recursos minerais por explorar na Europa a uma profundidade entre os 500 e os mil metros é de cerca de 100 mil milhões de euros.

"A União Europeia consome entre 25 a 30 por cento da produção de metais no mundo, enquanto a extração de metais na União Europeia representa apenas três por cento da produção mundial", estimando-se que a Europa importa anualmente 200 milhões de toneladas de minérios, segundo a mesma página.

A título de exemplo a Europa depende do exterior em cerca de 74 por cento em relação ao cobre, em 86 por cento quanto ao níquel e em 100 por cento quanto a minerais como antimônio, cobalto ou tungsténio, entre muitos outros.


Lusa
 

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HSMW

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #51 em: Novembro 26, 2016, 07:05:25 pm »
Lítio na Reindustrialização de Portugal
 Portugal não é produtivo e não tem industria mas sendo pouco produtivo é o 5º produtor mundial de Lítio e o maior produtor da EUROPA.

Nos últimos 5 anos, muito se falou das nossas reservas de Lítio, neste momento exportamos os calhaus, que são transformados na Alemanha, vendidos acrescentando mais-valias.

Não sendo isso suficiente, aproveitam o Lítio transformado como matéria-prima, produzindo baterias, que depois exportam com valor acrescentado, para todo o mundo.

Portugal não tem 3 mil milhões de €uros para Junto às minas da Felmica na Guarda, construir uma fundição (mil milhões de €uros) e uma fábrica de baterias com capacidade de produção de 2 GWh por ano (2 mil milhões de €uros), mas teve 8.5 mil milhões de €uros para pagar de juros, sobre uma divida que continua a crescer.

Assim não dá, não vamos a lado nenhum, o caminho passa por definir o Lítio como reserva estratégica nacional, construir uma fundição e uma fábrica de baterias



http://oportugalbipolar.blogspot.pt/2015/02/litio-na-reindustrializacao-de-portugal.html?spref=fb
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 
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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #52 em: Dezembro 01, 2016, 05:23:59 pm »
Governo vai estudar potencial energético dos depósitos de lítio






A Secretaria de Estado da Energia aprovou ontem um despacho com vista à criação de um Grupo de Trabalho para identificar e caracterizar as ocorrências do depósito mineral de lítio em Portugal, bem como as atividades económicas associadas à sua revelação e aproveitamento.

Coordenado pela subdiretora geral da Direção-Geral de Energia e Geologia, Cristina Vieira Lourenço, e representantes do Laboratório Nacional de Energia e Geologia, da EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, da Associação Nacional da Indústria Extrativa e Transformadora e da Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores e Granitos, o Grupo de Trabalho visa ainda avaliar a possibilidade de produção de lítio metal.

“O potencial dos recursos geológicos nacionais, como fator de desenvolvimento económico e com uma importância estratégica crescente, determina a adoção de medidas de valorização e promoção dos bens naturais existentes em Portugal, numa ótica de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social”, realça o Secretário de Estado da Energia em comunicado.

A relevância dos minerais de lítio existente em Portugal é demonstrado pelo interesse crescente registado pelas empresas de mineira. Os minerais de lítio extraídos em Portugal destinam-se em exclusivo à indústria cerâmica, limitando-se a sua utilização como mero fundentes, conduzindo a poupanças significativas na fatura energética das empresas.

“Será assim importante estudar e definir o posicionamento que Portugal pode assumir, no panorama mundial, no que se refere a toda uma nova indústria, que se encontra a despontar, associada aos fenómenos de eletrificação da sociedade e designadamente dos meios de transporte. As conclusões deste Grupo de Trabalho deverão ser apresentadas, até 31 de março de 2017”, realça a Secretaria de Estado da Energia em comunicado.


>>>> http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/governo-vai-estudar-potencial-energetico-dos-depositos-litio-95698
 

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Lightning

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #53 em: Agosto 29, 2017, 01:54:12 pm »
A corrida ao "petróleo branco" português: o lítio
Citar
É um tesouro escondido debaixo dos nossos pés e está a atrair várias empresas estrangeiras que o querem explorar. É que o mercado do lítio, mineral usado nas baterias dos carros elétricos, agigantou-se. Mas nada é fácil na sua extração. Fomos ver como se faz.
http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-08-27-A-corrida-ao-petroleo-branco-portugues-o-litio

Portugal tem 30 pedidos de prospecção e pesquisa de lítio
Citar
Grupo de trabalho sugere ao Governo plano de fomento mineiro para avaliar os recursos e criação de cluster. A extracção de lítio como a que se faz em Portugal é mais cara, mas o país tem potencial no mercado mundial.
https://www.publico.pt/2017/05/23/economia/noticia/portugal-tem-30-pedidos-de-prospeccao-e-pesquisa-de-litio-1773061
« Última modificação: Agosto 29, 2017, 01:56:35 pm por Lightning »
 

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Lightning

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #54 em: Setembro 05, 2017, 01:53:31 pm »
 

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Viajante

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #55 em: Setembro 06, 2017, 12:14:57 am »
A guerra do Lítio no norte de Portugal já começou, mas para já é nos tribunais ;D

Guerra por lítio de Montalegre põe 370 milhões em risco
http://www.dn.pt/dinheiro/interior/guerra-por-litio-de-montalegre-poe-370-milhoes-em-risco-8746336.html?utm_source=dn.pt&utm_medium=recomendadas&utm_campaign=afterArticle&_ga=2.13818679.1213148490.1504529633-220832337.1436348284

É pena, porque passávamos a contar com uma fábrica de transformação de lítio em Portugal, com o consequente valor acrescentado criado, postos de trabalho, impostos.......
 

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #56 em: Setembro 27, 2017, 11:32:56 am »
Lítio português na mira dos investidores com acelerar da mobilidade elétrica

O interesse pelo lítio português despertou em 2016, ano em que deram entrada 30 novos pedidos de prospeção e pesquisa deste metal, impulsionado pelo aumento da procura global devido à utilização nas baterias do automóvel elétrico.



Dos 46 requerimentos para a atividade de prospeção e pesquisa na Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), 30 visam o lítio como substância mineral principal, envolvendo um investimento de 3,8 milhões de euros para o período inicial de contrato – dois a três anos – e uma área total de 2.500 quilómetros quadrados.

Esta corrida ao lítio levou o Governo a avançar com uma “alteração da forma como são dadas as concessões”, como revelou recentemente o ministro da Economia, Caldeira Cabral, no parlamento, o que passará pela abertura de concurso público, até porque existem atualmente vários pedidos para as mesmas áreas de concessão.

Os pedidos que já deram entrada na DGEG passarão pelo crivo das novas regras, que deverão ser conhecidas ainda este ano.

De acordo com o relatório do grupo de trabalho ‘lítio’, constituído há um ano como resposta a este crescimento de pedidos de prospeção de exploração, a viabilidade deste metal parece ser inequívoca, sendo apelidado de “metal do futuro”, devido às suas aplicações de elevada tecnologia, nomeadamente espaciais, eletrónicas e químicas.

Em Portugal, a utilização de minérios de lítio tem estado confinada à indústria de cerâmica, sendo considerado mais-valia, uma vez que baixa o ponto de fusão, permitindo assim baixar o consumo energético das empresas. Mas “a partir deste momento faz sentido desenvolver uma reflexão sobre os conteúdos em lítio dos vários minerais, bem como dos respetivos teores médios nos minérios exploráveis, isto é, os teores médios de lítio nos jazigos que tornam a exploração economicamente viável”.

Nos últimos dois anos assistiu-se a uma subida acentuada dos preços do lítio no mercado internacional, existindo estimativas de, a breve prazo, se verificar um exponencial aumento de automóveis elétricos, o que faz prever uma elevada procura de lítio a nível mundial, nota o grupo de trabalho, no relatório concluído em março e que desde então está na posse do Governo.

“É, assim, expectável que a prospeção e pesquisa deste recurso mineral, bem como a sua exploração e valorização venham a merecer um acentuado incremento, nomeadamente em países com recursos minerais de lítio geologicamente reconhecidos, como é o caso de Portugal”, acrescenta.

O grupo de trabalho não tem dúvidas quanto ao potencial de vários minerais de lítio e que estes são “tecnologicamente valorizáveis”, mas alerta para as debilidades nos recursos humanos e financeiros das instituições governamentais relacionadas com o setor mineiro, a desigualdade no grau de conhecimento sobre as várias jazidas e ainda um processo burocrático demasiado longo na decisão da atribuição de direitos.

A extração mundial de lítio é feita há várias décadas sobretudo a partir de salmouras (essencialmente, lagos salgados), devido ao menor custo operacional, mas a procura crescente de lítio no mercado, motivado pela mobilidade elétrica, tem levado ao lançamento de projetos para a extração a partir de minerais de rocha, procurando soluções inovadoras que permitam reduzir os custos de produção.

Como a Lusa noticiou em maio, o grupo de trabalho do lítio, constituído em dezembro para avaliar a possibilidade de produção em Portugal, propôs ao Governo um programa de fomento mineiro que teste tecnologia e demonstre o potencial industrial deste metal, financiado por programas financeiros.

No relatório, a que a Lusa teve então acesso, o grupo de trabalho defende – além da avaliação dos recursos minerais litiníferos do país – a implementação de uma unidade experimental minero-metalúrgica com o objetivo de desenvolver conhecimento e testar tecnologias para toda a cadeia de valorização destes recursos.

O lítio e os seus componentes são utilizados pela indústria de cerâmica e vidro, lubrificantes industriais, aplicações médicas, siderurgia de alumínio e as baterias.

De acordo com o Deutsche Bank, os principais mercados de destino para baterias em 2015 foram veículos elétricos (25%), telemóveis e ‘smartphones’ (19%), computadores portáteis (16%), antecipando que os mercados tradicionais do lítio cresçam em média 3,6% ao ano nos próximos dez anos.

A DGEG definiu 11 campos de pesquisa, em função das expectativas das empresas requerentes de direitos de prospeção: Agra, Sepeda – Barroso – Alvão, Covas do Barroso-Barroso-Alvão, Murça, Almendra, Penedono, Amarante – Seixoso-Vieiros, Massueime, Gonçalo-Guarda-Mangualde, Segura e Portalegre.

Esta corrida ao lítio em Portugal já chegou aos tribunais, na sequência do litígio entre a empresa nacional LusoRecursos, que detém a licença de prospeção – já atribuída -, e a australiana Novo Lítio (antes designada Dakota Minerals), que tem realizado os trabalhos de pesquisa em Sepeda, Montalegre, distrito de Vila Real.

Ambientalistas dizem que lítio é importante mas avisam para impactos da exploração

Desde a exploração até ao fim de vida como elemento de baterias elétricas, o lítio suscita algumas preocupações a ambientalistas ouvidos pela Lusa, que defendem que não se deve só contar com este metal e pedem atenção aos impactos ambientais.

"O lítio é importante para acabar com a dependência do petróleo nos transportes mas esperamos que haja muita energia solar para carregar as baterias de lítio, porque agora, a maior parte da eletricidade é produzida pelas centrais a carvão e assim não adianta", apontou João Branco, da Quercus.

Pela associação Zero, Francisco Ferreira considerou que é "crucial olhar para as baterias na lógica da economia circular", garantindo que há um sistema montado para reciclá-las e reutilizar o elemento que apenas constitui uma "parte mínima" da bateria, cerca de dois por cento.

Com a explosão dos veículos elétricos, generalizam-se as baterias com lítio, que também são usadas em habitações como forma de armazenar eletricidade.

João Branco acrescentou que em Portugal já se recolhem e tratam pilhas e baterias com outros elementos, mas apenas 35% da meta anual de 45% chegam a ser reciclado.

A nível global, "a percentagem de reciclagem de lítio ainda é incipiente, ainda não há um circuito", destacou Francisco Ferreira.

Mesmo em sistemas de reciclagem montados "há anos", como o que se destina a recolher os gases nocivos para o ozono que estão nos equipamentos de frio, a percentagem do que é recolhido fica-se pelos 09%, indicou.

O responsável da Zero defende ainda que é preciso "diversificar e descobrir alternativas", porque se se aposta só neste metal, "vão ser precisas milhares de toneladas à escala global", o que poderá tornar o uso do lítio insustentável a longo-prazo.

João Branco sublinhou por sua vez que as reservas de lítio estudadas em Portugal estão na rocha, ao contrário de outros países, em que se extrai um sal que contém aquele elemento e que o impacto da mineração depende da concentração.

Se for pouco concentrado, terá que ser extraída e escavada mais rocha, o que poderá produzir uma quantidade considerável de escória, sujeitas a processos de lavagem, que produzem muitos poluentes, não necessariamente o lítio.

Os impactos na paisagem ou em zonas protegidas que possam conter lítio vão obrigar a prestar atenção às avaliações de impacto ambiental, para que a procura de mecanismos de armazenamento de energia mais eficazes não obrigue a "sacrificar outros valores naturais".

http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/litio-portugues-na-mira-dos-investidores-com-acelerar-da-mobilidade-eletrica

Bem, conheço muito bem o que resta da antiga mina de ouro de Penedono. E se voltarem a explorar a zona à procura de lítio ou outro metal, pelo menos que tratem melhor os terrenos. A mina já foi encerrada à 70 anos e nas terras circundantes não há nada que consiga sobreviver no solo, seja erva, árvores..... a terra está completamente contaminada!

 

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Lightning

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #57 em: Maio 03, 2018, 01:46:34 pm »
Lítio transmontano pode tornar Portugal o primeiro produtor da Europa
https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/energia/detalhe/litio-transmontano-pode-tornar-portugal-no-primeiro-produtor-da-europa

A britânica Savannah Resources actualizou as previsões sobre a quantidade de espodumena, um mineral que contém lítio, existente na Mina do Barroso. As novas estimativas apontam para mais 50% do que o previsto inicialmente, de acordo com um comunicado  emitido esta quarta-feira, 2 de Maio.

Portugal pode ser o primeiro produtor europeu de lítio
https://www.dn.pt/dinheiro/interior/portugal-pode-ser-o-primeiro-produtor-europeu-de-litio-9302108.html

Mina do Barroso tem o dobro das reservas de lítio estimadas. Britânicos querem licença para construir fábrica em Vila Real. Os britânicos da empresa mineira Savannah Resources descobriram em Portugal aquela que será a maior reserva do mineral na Europa Ocidental.

A titulo de curiosidade, a empresa britânica já tem uma página dedicada à mina do barroso
http://www.savannahresources.com/assets/mina-do-barroso/
« Última modificação: Maio 03, 2018, 01:51:15 pm por Lightning »
 
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Lusitano89

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #58 em: Julho 24, 2018, 07:45:26 pm »
Ministro da Economia diz que setor mineiro em Portugal está "a mexer e bem"


O ministro da Economia destacou hoje a vitalidade do setor mineiro em Portugal, que está "a mexer e bem" e a ter vários projetos a avançar da prospeção para a exploração "de forma muito promissora".

"O que estamos a ver no setor mineiro é que está, de facto, a mexer e bem", disse Manuel Caldeira Cabral aos jornalistas, após a cerimónia de inauguração do Centro de Estudos Geológicos e Mineiros do Alentejo (CEGMA), na vila de Aljustrel, no distrito de Beja.

Segundo o ministro, o atual Governo tem tentado "dar um incremento" e conseguiu "uma expansão" de projetos existentes e deu "um dinamismo grande e um avanço importante" a novos projetos, que "estavam parados", como os do lítio.

Por outro lado, frisou, em Portugal, há projetos em várias regiões que "estão, de facto, a avançar da parte da prospeção para a parte da exploração de forma muito promissora e o que queremos é que avancem e que criem emprego".

O Governo também deu "muita relevância" ao "aspeto do conhecimento", sobretudo da riqueza do subsolo, disse, alertando que "o conhecimento do que é o nosso subsolo é o conhecimento do que é a nossa riqueza e a riqueza que está debaixo da terra e que não sabemos que lá está não é coisa nenhuma".

Por outro lado, "a riqueza que está debaixo da terra e que sabemos identificar e mapear é o nosso potencial e é esse potencial que vai trazer investidores e criar empregos e futuro, num setor que está a ter um presente muito mais promissor do que tinha há uns anos, mas que queremos que tenha um futuro muito mais promissor ainda", sublinhou.

Neste sentido, o ministro destacou "a importância e o contributo" do trabalho desenvolvido no CEGMA, que foi criado pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia para identificar, valorizar e promover a exploração dos recursos mineiros em Portugal.

O país tem mais de 600 quilómetros de amostras resultantes de prospeções feitas no subsolo da Faixa Piritosa Ibérica desde os anos 60 do século XX e que estão arquivadas na litoteca do CEGMA.

Mas, "muito" do material recolhido "não está devidamente tratado, mapeado e cartografado e, principalmente, não está sistematizado em suportes informáticos" para ser consultado por quem quer saber quais são os melhores sítios onde pode investir em prospeções e explorações, disse o ministro.

"O valor cria-se pelo conhecimento" e, por isso, o CEGMA está a trabalhar para "gerar conhecimento" e, desta forma, "garantir uma extensão da vida das minas" atualmente em exploração e "de mais minas, mais minérios e de outras possibilidades de riqueza do subsolo", frisou.

No entanto, "explorarmos ao máximo a riqueza das minas não nos dispensa do trabalho da diversificação da economia", defendeu, apontando como um "bom exemplo" o trabalho do presidente da Câmara de Aljustrel, Nelson Brito, que, "valorizando bem o papel das minas" na economia do concelho, "tem feito um enorme esforço para atrair outras atividades, porque uma terra não pode depender de uma única atividade", como a mineira, que "é cíclica e vai sempre depender dos preços mundiais" dos minérios.

Nesta lógica, na sua intervenção na cerimónia, Nelson Brito, apesar de frisar que o município quer "acarinhar" o setor mineiro para "que continue com o vigor que está a ter", defendeu a necessidade de Aljustrel "procurar alternativas económicas sustentáveis", sobretudo nas áreas da agricultura e da indústria, para a "excessiva dependência" da economia local em relação ao setor mineiro.

:arrow: https://24.sapo.pt/economia/artigos/ministro-da-economia-diz-que-setor-mineiro-em-portugal-esta-a-mexer-e-bem
 

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Lusitano89

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Re: Sector Mineiros/Extrativo
« Responder #59 em: Dezembro 17, 2018, 09:10:30 pm »
Minerar debaixo de água já é possível com engenharia portuguesa


Minerar debaixo de água já é possível, provou-se rentável economicamente e vantajoso para o meio ambiente. A exploração de minério em minas abandonadas e inundadas é possível graças ao desenvolvimento de um sistema robótico, que é composto fundamentalmente por um veículo de mineração subaquático de 25 toneladas, um submarino de inspeção autónomo para apoio à operação e uma barcaça de suporte à operação.

O veículo maior trata-se de um robô de 25 toneladas com capacidade de partir rocha e bombear o material extraído para a superfície de um lado e com um braço hidráulico com ferramentas intermutáveis do outro. O mais pequeno, chamado EVA, movimenta-se em torno do local de mineração, atualizando de forma constante um mapa 3D da área e transmitindo esta cartografia ao veículo maior, de modo a auxiliar na navegação. O robô EVA foi criado por investigadores portugueses do Instituto deEngenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), assim como todo os sistemas sensoriais que permitem a navegação e a operação do robô de 25 toneladas.

Estes robôs foram desenvolvidos no âmbito do projeto europeu VAMOS (Viable Alternative Mine Operating System), com um orçamento superior a 12M€ e financiado em 9,2M€ pelo programa da Comissão Europeia Horizon 2020, cujo objetivo passa pela exploração subaquática de minas terrestres.

“O EVA consegue operar debaixo de água durante cerca de 7 horas, só ao fim desse período é que é necessário trocar as 3 baterias de 1 quilowatt, um processo que é feito em cinco minutos. O robô tem capacidade para descer a cerca de 500 metros de profundidade, mas alguns dos sensores que integram o EVA já têm capacidade para descer a 3 mil metros, podendo ser facilmente adaptado de modo a ser capaz de descer, no curto prazo, até 1000 metros de profundidade”, explica José Miguel Almeida, investigador coordenador no Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do INESC TEC e docente do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

Os dois robôs usam múltiplos sensores para a navegação e posicionamento de elevada exatidão,e para observação do meio que os rodeia. Combinam assim a informação proveniente de sonares, câmaras e um medidor de distâncias a laser que permite a operação do sistema, onde quer que estejam e sob quaisquer condições de visibilidade. Os dados recolhidos, depois de processados e combinados, são enviados para um piloto no centro de controlo, que os consegue ver exibidos numa consola multitela, num ambiente de realidade virtual. Uma versão futura pode também ser capaz de visualizar o tipo e concentrações de minério à medida que é extraído, permitindo assim continuar a explorar aquele que é mais rico e não continuar a investir no mais pobre. Esta informação é fornecida pelo sistema de classificação e avaliação de minério, feito através de espectroscopia de plasma induzido por laser, que foi também desenvolvido por investigadores do INESC TEC, mais precisamente do Centro de Fotónica Aplicada deste instituto.

Apesar de este consórcio ser composto por 17 parceiros, pertencentes a nove países europeus, as principais instituições responsáveis pelo desenvolvimento destes robôs foram essencialmente cinco: SMD (Reino Unido), BMT (Reino Unido), DAMEN (Holanda), INESC TEC (Portugal) e SANDVIK (Alemanha).

O robô EVA está agora no Laboratório de Robótica e Sistemas Autónomos do INESC TEC, localizado nas instalações do ISEP, depois de ter sido testado com sucesso durante quase dois meses na Irlanda. “O robô que desenvolvemos representa os olhos deste sistema. Num lago, quando se começa a minerar no fundo, a quantidade de detritos em suspensão e a turbidez da água aumentam significativamente. Nesse sentido, só com um sistema como o EVA é que se torna possível manter as operações contínuas e um mapa atualizado do estado do fundo, até por questões de segurança da máquina maior”, explica o investigador.

Foi durante dois meses que decorreram os testes deste sistema robótico na mina inundada de Magcobar, em Silvermines. De acordo com José Miguel Almeida, “o VAMOS foi dos projetos mais exigentes em que participámos. Durante dois meses mobilizámos equipas de investigação para estarem em ambiente de mineração dia após dia. Os briefings começavam às sete da manhã e até ao final do dia o sistema robótico não podia parar, pelo que o nosso nível de prontidão tinha que ser elevado, algo que é completamente contrário ao normal funcionamento de um processo de investigação. Conseguir que equipas multidisciplinares compostas por elementosde vários parceiros industriais com diferentes metodologias, assim como de institutos de investigação e outros universitários mais académicos, com diferentes formações e interesses, colaborassem efetivamente foi um processo de aprendizagem. O que aconteceu na Irlanda foi único nesta área”.

Para transportar todo o sistema do VAMOS, incluindo o robô de 25 toneladas, a barcaça e a estação de controlo foram necessários mais de 17 camiões TIR e a operação obrigou a vários meses de preparação de toda a logística. Passados os quase dois meses de testes, houve espaço para duas demonstrações públicas. Participaram nestas demonstrações 85 pessoas, desde membros dos 17 parceiros que integram oprojeto, a geólogos e investigadores de empresas e instituições externas ao consórcio e, até mesmo, a populações locais.

As operações consistiram no corte e operação do material em diversos cenários, bombeando posteriormente o material cortado para um depósito em terra, para posterior avaliação e caracterização da eficiência do processo.

O investigador do INESC TEC explica a importância que este tipo de projetos tem para a Comissão Europeia: “a preocupação da CE ao apostar neste tipo de projetos prende-se, sobretudo, com a dependência do exterior para obter matérias-primas fundamentais para a indústrias e em como explorar recursos que detém. Apesar de a maioria das minas, quando foram fechadas, não serem economicamente viáveis, a verdade é que grande parte delas contém quantidades substanciais dematéria-prima e que, com os resultados deste projeto, podem voltar a ser rentáveis”. Atualmente a UE consome 25 a 35% do metal produzido a nível mundial, enquanto que a extração mineral na Europa ascende apenas a 3% da produção global de minério, o que significa que a UE importa cerca de 200 milhões de toneladas de minerais por ano.

O VAMOS, que teve uma duração de quatro anos, está quase a terminar e já há manifestações de interesse para transferir tecnologias como EVA e os sistemas de navegação e mapeamento para o mercado.

“Se houver, defacto, vontade de transferir o EVA para o mercado vai ser necessário adaptar o protótipo para um produto, o que vai logo tornar necessário padronizar as operações, de modo a que qualquer pessoa, independentemente de ser especialista ou não, consiga operar o robô”, conclui José Miguel Almeida.

O conteúdo Minerar debaixo de água já é possível com engenharia portuguesa aparece primeiro em i9 magazine.


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