O DIAP de Lisboa acusou dez pessoas, todas do sexo masculino, no âmbito do processo às investigações privadas desenvolvidas por detectives com a colaboração de elementos de policiais.
A informação é avançada no site da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, que dá conta do modus operandi dos arguidos.
Um arguido simulava ser mulher e contactava homens por «chat» e telefone, seguindo-se ameaças, injúrias, perseguições, coacções e danos provocados nos bens desses homens e dos respectivos familiares, quando aqueles punham fim aos contactos.
Para o efeito, o arguido recorreu aos serviços de dois alegados detectives particulares, que obtinham informação sobre a rotina diária das vítimas.
Estes detectives contratavam, por sua vez, dois agentes da PSP e dois inspectores da PJ, os quais acediam a meios reservados à investigação criminal, fornecendo informação aos detectives a troco de dinheiro.
Além disso, também contratavam dois indivíduos para realizarem acções de vigilância. No esquema criminosa aparecia também um empregado num call center de uma operadora telefónica, que fornecia dados sobre comunicações.
As investigações particulares estenderam-se para além das vítimas que o primeiro arguido pretendia molestar, já que os restantes arguidos investigaram a vida de outros cidadãos, a pedido de terceiros, fotografando-os, vigiando-os e seguindo-os, ou até solicitando informação sobre a vida deles, sem o seu consentimento.
O Ministério Pública imputa aos arguidos os crimes de denúncia caluniosa, gravações e fotografias ilícitas, ameaça, coacção agravada, perturbação da vida privada, dano, furto, detenção de arma proibida, corrupção activa, corrupção passiva, peculato de uso, violação de segredo por funcionário e acesso ilegítimo a dados.
Os elementos da polícia, foram alvo de procedimento disciplinar.
TVI24