Putin quer potência militar face à «fortaleza» dos EUA

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ricardonunes

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Putin quer potência militar face à «fortaleza» dos EUA
« em: Maio 10, 2006, 02:12:49 pm »
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou hoje que a Rússia tem de afirmar-se como uma potência militar e económica face à «fortaleza» norte-americana e realçou o «papel positivo» que pode assumir no sector energético europeu.
No seu discurso anual à Nação, que durou uma hora, Putin evocou o orçamento militar dos Estados Unidos, que edificaram «uma fortaleza», e acentuou que a Rússia deve, por seu lado, assegurar uma defesa «sólida».

«Também devemos construir uma casa sólida porque sabemos o que se passa no mundo», disse, considerando ser «prematuro falar de fim da corrida aos armamentos», porque esta «está actualmente a sofrer uma aceleração e a atingir um novo nível tecnológico».

A economia russa, baseada essencialmente nas matérias-primas, deve diversificar-se e tornar-se uma economia inovadora, insistiu.

Evocando um outro «dossier» sensível das relações entre a Rússia e os Estados Unidos, advertiu que «a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio não deve ser alvo de um regateio».

A Rússia entregou em 1993 o pedido de adesão à OMC e a sua entrada na organização depende apenas da «luz verde» de Washington.

A 29 de Março último, Putin assinalou que a Rússia recebeu exigências «suplementares» da parte dos Estados Unidos, o que provocou o recuo do processo de negociações.

O presidente russo consagrou pouco tempo do discurso às questões energéticas - agora que a Rússia se tornou o primeiro produtor mundial de hidrocarbonetos, gás e petróleo.

«A Rússia pode desempenhar um papel positivo na formação de uma estratégia energética europeia unificada», assegurou, adiantando que é «necessário conquistar outros mercados potenciais, satisfazer plenamente a procura interna mas também respeitar as obrigações (da Rússia) face aos parceiros tradicionais».

As tensões ampliaram-se recentemente entre a União Europeia e a Rússia, acusada por alguns de querer utilizar os seus imensos recursos energéticos como uma arma política num contexto de subida exponencial dos preços do petróleo.

Abordando os assuntos de política interna, Putin considerou que a quebra da demografia é o «problema mais grave» na Rússia e anunciou medidas de apoio ao aumento da natalidade.

«O problema mais grave na Rússia moderna é a demografia», afirmou, evocando uma «situação crítica» com um decréscimo anual da população de cerca de 700 mil pessoas, num país de 143 milhões de habitantes.

Vladimir Putin incumbiu o governo russo de elaborar e pôr em marcha, antes do ano 2007, o programa nacional do apoio à maternidade calculado para «pelo menos 10 anos».

Reconheceu que um tal programa acarretará «custos verdadeiramente gigantescos», mas alertou o executivo para o carácter inadiável desse plano, «tomando em consideração a situação económica e demográfica no país».

Evocando a pista da imigração, privilegiou o recurso à mão-de-obra de russos a viver em países saídos da ex-URSS.

No plano da economia, o presidente russo prometeu que o rublo, a moeda nacional russa, será livremente cambiável já em Julho próximo e, neste contexto, exortou os legisladores a «criarem condições fiscais favoráveis para os investimentos» na economia nacional.

Putin defendeu a ideia de criação na Rússia da bolsa de petróleo, gás natural e derivados, defendendo que o rublo seja a moeda a usar nos cálculos nessa bolsa.

Reafirmando-se defensor do princípio de «uma livre e franca concorrência» na esfera da economia, insistiu em que o governo «continuará a combater os burocratas e homens de negócios que procuram o enriquecimento pessoal, à margem das leis».

Diário Digital / Lusa
Potius mori quam foedari
 

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marianah

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Re: Putin quer potência militar face à «fortaleza» dos EUA
« Responder #1 em: Agosto 28, 2014, 11:00:32 am »
Para entender melhor o conflito Rússia ~ EUA, mesmo depois da Guerra Fria, é preciso ler o livro  A Quarta Teoria Política, já traduzido para o português, do intelectual Dugin, o cara que cria as ideias que o Putin põe em prática.