A execução este ano é positiva face a anos anteriores, sem dúvida. Mas todos os programas cumpridos até agora pecam por tardios, literalmente todos, para não falar daqueles que ainda estão em standby e daqueles que nem em standby estão.
Foi positivo ver a rapidez e eficácia no processo dos ST5, talvez por obra da NSPA. Mas negativo os constantes adiamentos no programa SHORAD. Positiva a substituição da G-3, a opção ter sido acertada e o negócio em si bom (mais armas pelo mesmo valor originalmente previsto). De lamentar que não tenha sido abrangido os Fuzos.
Na Marinha, nada de positivo há a retirar julgo eu. Podemos dar uma palmadinha nas costas a dizer que "ao menos deu-se início ao MLU das BD e dos Lynx", mas se no caso dos Lynx tem demorado muito tempo, no caso das BD a revelação do "mastro oco" foi, diria eu, quase chocante. E a LPM até agora oficializada, poucos melhoramentos reais demonstra, desde logo com o "puxar o orçamento daqui para ali", com o MLU dos trezentos às VdG, à orçamentação de mais 6 NPO, potencialmente desarmados e sem modificações nenhumas, quando bastavam mais 4, totalizando 8. A questão dos Tejo também é de rir. O AOR já devia ter-se começado a construir ou a procurar algo em segunda-mão, e o LPD não ata nem desata.
Na FAP, finalmente deu-se a substituição dos AlIII, apesar do modelo escolhido ser longe do ideal, e civil, mas é menos uma preocupação que temos. O MLU dos C-130 peca por tardio e também por só começar a 3/4 anos da sua substituição. Os KC-390, positivo no que respeita a termos uma aeronave nova, mas negativo por representar 1/5 do orçamento total da LPM para os próximos 10 anos, por pagarmos em adiantado, e por ainda ser uma aeronave fresca.
Podíamos ter acabado o ano em grande com a decisão sobre o helicóptero médio escolhido de entre os modelos propostos pelos americanos, mas a história das quintinhas impediu tal decisão.
Para este novo ano, gostaria de ver sobretudo algumas decisões tomadas, tanto para os pequenos investimentos, como para os de maior envergadura. Sendo estes:
-Decisão sobre o héli médio;
-Decisão sobre o novo AOR;
-Início da substituição dos Alpha Jet;
-Início da construção de mais 2 NPO e aquisição das duas Marlin para os 2 últimos que entraram ao serviço;
-Tomada de decisão relativamente às fragatas, nomeadamente à substituição das VdG, procurando desde logo ou uma opção em segunda-mão, ou navios novos;
-Mais ST5 nas versões que faltam e avaliação da possível modificação de alguns Pandur 2 para receberem RWS + mísseis Spike;
-Decisão sobre o sistema SHORAD, e início do planeamento para 1) mais sistemas SHORAD e 2) sistemas HIMAD;
-Aquisição definitiva de viaturas de apoio para os Leos, e modernização destes últimos;
-Aquisição de um IFV de lagartas, novo ou em segunda-mão;
-Decisão sobre a substituição dos M-114.
PS: com estes programas que mencionei, não espero a conclusão de todos eles em 2020, até porque muitos deles demorarem 2 ou 3 anos a concluir e outros conto com o planeamento antecipado.