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Público on-line 17-04-2004 - 19h22
O novo líder do Hamas, Abdelaziz al-Rantissi, foi esta noite assassinado na sequência de um raide aéreo israelita na cidade de Gaza, segundo fonte hospitalar citada pela Reuters. Dois dos seus guarda-costas e um terceiro palestiniano também morreram. O anterior líder espiritual do movimento radical palestiniano foi assassinado numa acção semelhante.
Al-Rantissi sucedeu ao xeque Ahmad Yassin, histórico líder espiritual do movimento radical palestiniano assassinado numa acção semelhante, no mês passado.
Al-Rantissi seguia numa viatura, quando esta explodiu na sequência de um ataque de helicópteros israelitas, que terão lançado dois mísseis. Este ataque ocorre poucas horas depois de um bombista-suicida palestiniano ter assassinado um polícia de fronteira israelita no posto de Erez.
Centenas de membros e apoiantes do Hamas, acrónimo árabe para movimento de resistência islâmico, "invadiram" o hospital de Gaza, para onde foi levado o líder e onde ainda chegou com vida, mas gravemente ferido.
Al-Rantissi tinha prometido atacar Israel “com todos os meios” para vingar a morte do xeque Ahmad Yassin. Por seu lado, o Governo israelita fixou como objectivo a eliminação de toda a liderança do grupo, recorrendo a uma cada vez mais frequente política de assassinatos selectivos.
A última vítima desta política foi o fundador do Hamas, o xeque Ahmad Yassin, abatido quando era levado na sua cadeira de rodas desde a mesquita do seu bairro de Sabra, em Gaza, para casa. O ataque ocorreu logo após as orações matinais e o helicóptero Apache do Exército israelita serviu-se de três mísseis para atingir o seu alvo, tendo reduzido o corpo do velho xeque a pedaços.
O Hamas foi formado no início da primeira Intifada (1987-1993) pela confraria Irmãos Muçulmanos, opondo-se aos acordos de paz de Oslo, assinados entre Arafat e Rabin em 1993. O grupo radical armado continua a lutar pela criação de um Estado islâmico em toda a Palestina.