[Falcão]

Abro este tópico para discutirmos uma opção cada vez mais utilizada em Portugal, o GPL.

A economia em relação à gasolina e ao gasóleo são mais do que evidentes. Em Portugal a rede de abastecimento já tem perto de 270 estações de serviço que disponibilizam este combustível.

As marcas já começam a disponibilizar toda a sua gama com esta opção, muitíssimo menos poluente, mais “amiga” do motor e, sobre tudo, menos volátil em relação ao preço do petróleo.

Incrivelmente, ou talvez não, há alguns entraves legais que fazem pensar na hora de adquirir um destes veículos. Não podem estacionar em garagens subterrâneas (caso único na Europa, até onde eu sei) e são obrigados a circular com um muito pouco estético autocolante, a indicar que é um carro a GPL, mesmo quando testes independentes afirmam e comprovam que são mais seguros do que os carros a gasolina.

Alguns países, como a Noruega, ponderam proibir todos os carros movidos a outro combustível que não GPL.

Estou convencido que este combustível, e a opção eléctrica, irão discutir taco-a-taco até a efectiva implementação da opção hidrogénio.

O que acham?

[FAAS]

A nível ambiental é de facto uma vantagem, mas nos tempos actuais acho fundamental olhar para o assunto do ponto de vista energético, isto é, substituir Gasóleo e Gasolinas por GPL deixa-nos no mesmo lugar de sempre, são combustíveis que um dia vão acabar e depois ? Como é?

[AC]

Há vários outros países europeus que põem restrições ao estacionamento de veiculos GPL em parques subterrânios.

Na Itália, é permitido mas só para veiculos construídos após 2001 que respeitam uma determinada norma de segurança e só no primeiro andar.

Na Alemanha, acho que depende das condições do parque.

Também é preciso ver outra coisa: o GPL tem um preço simpático porque os impostos sobre produtos petrolíferos é muito mais baixo. Qualquer coisa como 0,055 €/litro vs 0,557 €/litro para a gasolina. Não são os valores mais actualizados mas não devem fugir muito à realidade.

[Lince]

Febre do GPL cria listas de espera

Cada vez mais se vêem automóveis "topos de gama" a mudar para gás

 Os aumentos quase diários da gasolina e do gasóleo beneficiam o recurso ao GPL. Alheios à crise - que provoca a paralisação dos pescadores a partir de hoje e está em debate na Assembleia da República -, os instaladores de GPL (Gás de Petróleo Liquefeito) não têm mãos a medir, com listas de espera que chegam aos dois meses.

Pouco mais de 60 cêntimos por litro tem sido argumento suficientes para converter centenas de pessoas às vantagens inesperados dos veículos a gasolina (os únicos que podem receber um kit de GPL).

Todos os automóveis a gasolina podem funcionar a GPL, sempre com acréscimo do consumo, e com ligeira perda de potência, mas com grandes benefícios para o ambiente, pois são menos poluentes que a gasolina e o gasóleo.

Nada que preocupe Manuel Ferreira Gomes, que desde 1979 que usa carros a GPL, recorrendo, então, a uma simples botija de gás butano. "O primeiro carro foi um Opel Manta. Já tive um Alfa Romeo, dois Hondas e agora este Volvo. Mal o comprei instalei logo o kit. E as contas são simples de fazer. Com 35 euros faço 500 quilómetros, a conduzir sem preocupações de consumo", referiu Manuel Ferreira Gomes ao JN.

O instalador, Pedro Paiva, da Mastergás, em Grijó (Gaia), que também tem posto abastecedor, sublinhou que o investimento, se pode pagar em cerca de um ano e meio.
"Tenho clientes que em meio ano recuperam o investimento. Aparecem cada vez mais topos de gama, como o Porsche Cayenne, veículo em que o cliente facilmente poupa sete mil euros por ano em combustível e gasta cerca de 1800 euros no kit", revelou Pedro Paiva.

O sistema, garante o instalador, é totalmente seguro. O depósito, que pode ser cilíndrico ou tórico (aplicado no lugar do pneu sobressalente) e com diferente capacidades, possui diversas válvulas de segurança. A primeira logo à saída do depósito, funciona de uma forma eléctrica e apenas quando o carro está a trabalhar a GPL e outra antes da admissão. "Se arrancar todas as tubagens do sistema, apenas sai o gás que estava nos tubos", referiu.

Os depósitos aguentam cerca de 2,7 bares de pressão e, quando submetidos a fogo intenso, deixam escapar pequenas porções de gás "nunca explodindo". "Não conheço um único caso em Portugal".
O kit pode custar entre os 900 (para carros a carburador) e os 1850 euros, demora dois dias a ser instalado e conta com uma garantia de dois anos.
Uma das lutas dos instaladores é a abolição do autocolante indicando que o veículo circula a GPL. "É discriminatório e não faz sentido algum pois os carros são bem menos poluentes. Por isso é muita gente não usa o autocolante", referiu Pedro Paiva.

Sendo o GPL uma boa alternativa, a procura de veículos menos poluentes e mais económicos está a criar nichos de mercado. É o caso da AHEG, uma empresa do Cartaxo, que importa veículos híbridos, eléctricos a GPL, gás natural e outras energias. Alguns deles, de marcas comnceitadas, nunca foram vendidos em Portugal. Outro é o imponente jipe Hummer2 a GPL. Caro, mas ecológico...

"É a única alternativa a médio prazo"

O Gás de Petróleo Liquefeito é composto, em cerca de 60%, por gás natural e o restante por gases resultantes da extracção e da refinação do petróleo, ou seja, é um subproduto. "Não está sujeito a grandes pressões da procura, tanto mais que os grandes utilizadores, que eram a indústria, estão a virar-se para o gás natural, nem a variações de preço. Além disso, tratando-se de um combustível pouco poluente, paga menos Imposto sobre Produtos Petrolíferos e é muito mais barato", afirmou ao JN, Luís Duarte, da Associação Nacional de Instaladores e Consumidores de GPL (ANIC-GPL). Calculando em cerca de 40 mil veículos que, em Portugal, usam o GPL, Luís Duarte fala em preconceito "sem sentido". "A segurança está mais do que garantida e não há registo de um acidente provocado pelo GPL. Em Itália e na Turquia circulam mais de dois milhões de carros a GPL", sublinhou. Em relação à proibição de estacionamento em parques subterrâneos, Luís Duarte assegura ser necessário salvaguardar a segurança de todos os utentes. "Há instalações e depósitos antigos, e por isso é conveniente manter estas proibições. No entanto, é de referir que os carros a GPL podem circular pelos parques subterrâneos e, por via de uma alteração legislativa de 2006, pode-se estacionar desde que haja abertura ao nível do solo e do tecto". A ANIC, que existe há cerca de quatro anos, pretende representar os interesses dos distribuidores, revendedores e instaladores de equipamentos, autarquias e consumidores.