Programa Espacial Brasileiro

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Vitor Santos

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #15 em: Fevereiro 07, 2017, 11:41:39 am »
Satélite brasileiro SGDC pronto para embarcar para Kourou



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O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), para duplo emprego (civil e militar), construído pela Thales Alenia Space para o Brasil está pronto para embarque com destino à plataforma de lançamento de Kourou, na Guiana Francesa. Dali será levado ao espaço pelo foguete Ariane 5 em março.

A Thales Alenia Space assinou contrato correspondente ao SGDC com a Visiona (joint venture formada pela Embraer e Telebrás) no final de 2013. O programa ocupa posição-chave no plano de desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), ao mesmo tempo em que atende os requisitos estratégicos do Ministério da Defesa.

O satélite foi projetado para satisfazer dois objetivos principais: a implementação de um sistema seguro de comunicações via satélite para as Forças Armadas e o governo brasileiro, bem como para prestar suporte à instalação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), coordenado pela Telebrás, que visa reduzir o fosso digital existente no país.

O SGDC é parte integrante da estratégia brasileira de buscar independência e soberania.

A AEB e a Thales Alenia Space também assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) referente a um ambicioso plano de transferência de tecnologia, concebido para dar apoio ao desenvolvimento do programa espacial brasileiro.



FONTE: http://tecnodefesa.com.br/satelite-brasileiro-sgdc-pronto-para-embarcar-para-kourou/
 

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #16 em: Fevereiro 21, 2017, 11:05:13 am »







 

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #18 em: Março 30, 2017, 03:42:40 am »
Satélite de Reentrada Atmosférica (SARA)



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Imagine um veículo lançador de satélite, ou seja, um modelo de foguete que tem a finalidade de colocar satélites em órbita, composto principalmente por fibra de carbono. Esse é o diferencial do projeto VLM-1, que está sendo desenvolvido no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IEAv). Com propelente sólido, ele está sendo projetado para colocar satélites de até 150 kg na órbita baixa da Terra, mais especificamente, a uma altitude de 2000 km com relação à superfície terrestre.

Se o VLM-1 for bem sucedido, o Brasil vai se tornar um dos dez países a conseguir tal feito.
Segundo o gerente do projeto, Coronel Fábio Andrade de Almeida, o uso de estruturas em fibra de carbono aumentam a eficiência do veículo como um todo, diminuindo o peso da carga não útil.

“O desempenho esperado para o VLM-1 requer perfeita sincronia e funcionamento adequado de todos os sistemas do lançador. Para isso, motores, eletrônica embarcada, sistemas estruturais e módulo de carga útil precisam ser fabricados dentro dos mais rigorosos requisitos estabelecidos pelo IAE. O atingimento destes requisitos colocará a indústria nacional em um novo patamar de fornecimento de produtos altamente tecnológicos”, explicou o gerente.

Experimentos no espaço

Outro foco do IAE é a produção do Satélite de Reentrada Atmosférica. Denominado projeto SARA, o objetivo é desenvolver e fabricar dois módulos espaciais recuperáveis para o cumprimento de duas missões diferentes.

A primeira é a realização de experimentos de curta duração (aproximadamente 10 minutos) em local de microgravidade, ou seja, com a atuação mínima da força da gravidade. Nesse contexto, permite-se observar e explorar fenômenos e processos em experimentos científicos e tecnológicos que seriam mascarados sob a influência da gravidade terrestre.

“A condução de experimentos num ambiente de microgravidade possibilita o melhor entendimento, e o posterior aperfeiçoamento na Terra, de processos físicos, químicos e biológicos”, destaca o gerente do projeto, Major Élcio Jeronimo de Oliveira.

Já a segunda missão prevê a inserção e permanência do módulo em ambiente espacial, em órbita equatorial baixa (300km de altitude), por até 10 dias. Nesse período, poderão ser realizados diversos tipos de experimentos que necessitem das peculiaridades do ambiente espacial em um intervalo de tempo maior que o praticado pelo módulo suborbital.

Uma das diferenças entre as duas missões é a forma de chegada até o local pretendido. Na primeira, são utilizados foguetes e na segunda é necessário um veículo lançador de satélites que possui maior porte e é mais complexo.

Nos dois casos, após o término da missão, o SARA reentra na atmosfera, tem o sistema de paraquedas acionado e é recuperado em um ponto pré-determinado para ser reutilizado durante a sua vida útil. Veja como funciona o SARA no infográfico abaixo.

Energia em ambientes remotos

Já no Instituto de Estudos Avançados (IEAv) está sendo desenvolvido o projeto TERRA, com o objetivo de produzir um dispositivo gerador de energia elétrica com possibilidades de ser transportado para locais de difícil acesso. O dispositivo é baseado no princípio de geração de calor utilizando energia nuclear.

Os ambientes de difícil acesso podem ser locais variados, como o espaço, incluindo órbita da Terra e outros astros, a superfície de astros como a Lua, Marte, asteroides, etc. Também está incluso o leito oceânico (a 2000m de profundidade) para exploração do petróleo do pré-sal, regiões extremas (regiões polares) da Terra e locais de catástrofes ambientais que venham a ser isolados da malha elétrica.

O sistema possui como fonte térmica o calor produzido em um reator de fissão nuclear. Além de ser utilizado para fazer funcionar satélites, o sistema térmico também proverá propulsão ao dispositivo permitindo o controle da trajetória tornando-o um dispositivo exploratório.

FONTE: PORTAL FAB

 

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #19 em: Março 30, 2017, 09:44:27 pm »

Veículo suborbital VBS-30
 

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #20 em: Março 30, 2017, 09:48:06 pm »

Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE)
 

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #21 em: Maio 04, 2017, 11:20:08 pm »
Satélite SGDC lançado com sucesso !!!

Parabéns  :G-beer2: :G-beer2: :G-beer2:







« Última modificação: Maio 05, 2017, 02:04:22 pm por Lusitano89 »
 
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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #22 em: Maio 06, 2017, 10:43:12 pm »
Satélite faz do Brasil um ator de peso no setor espacial, diz Le Monde



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Em sua edição de sábado (6), o jornal francês Le Monde destaca que “o Brasil tornou-se um ator de peso no setor espacial” e “realizou um sonho que acalentava há 18 anos”. Após seis semanas de espera, provocada pela greve geral na Guiana Francesa, finalmente o foguete Ariane 5 colocou em órbita na quinta-feira (4) o satélite brasileiro de defesa e telecomunicações (SGDC), a partir do centro espacial de Kourou.

Le Monde ressalta que o Brasil estava ansioso para assumir sua segurança cibernética e sua soberania nas áreas de defesa e telecomunicações. O satélite fabricado pelo grupo franco-italiano Thales Alenia Space (TAS) foi construído na França, com a participação de engenheiros brasileiros.

O equipamento permitirá blindar as comunicações militares e ampliar a capacidade das Forças Armadas em operações nas fronteiras terrestres e em resgates em alto mar, além de melhorar o controle do espaço aéreo. O satélite também irá democratizar o sistema de banda larga, levando a internet para todo o país, conforme destacou o presidente Michel Temer após assistir o lançamento em Brasília.

Na extensa reportagem que dedica à retomada das atividades no Centro Espacial de Kourou, Le Monde cita o entusiasmo das autoridades em Brasília. “É o primeiro satélite operado completamente por brasileiros, e permitirá nossa soberania e independência”, destacou o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Até então, o Brasil era obrigado a alugar satélites de operadores estrangeiros.

França busca atuação destacada no programa espacial brasileiro

O equipamento estará operacional a partir de meados de junho, posicionado a quase 36.000 km da superfície terrestre. O projeto custou ao Brasil mais de R$ 2,7 bilhões, incluindo o próprio aparelho, o lançamento, os seguros e a infraestrutura no solo.

Le Monde lembra que se tratava de um contrato tão importante, que ele foi disputado por sete grupos industriais, o que é raro em uma licitação desse porte. A cooperação, que envolveu cerca de 30 profissionais brasileiros nas instalações da TAS nas cidades francesas de Cannes e Toulouse, também permitiu que o grupo industrial brasileiro Cenic construísse um painel de alumínio para o satélite. Em contrapartida, a TAS abriu um escritório em São José dos Campos, abrindo seus horizontes no mercado sul-americano. A França irá acompanhar o Brasil na concretização de seu programa espacial, conclui o Le Monde.

O mesmo foguete Ariane colocou em órbita o satélite Koreasat-7, da operadora sul-coreana Ktsat, que tem como objetivo melhorar a banda larga e a cobertura na Coreia do Sul, Filipinas, Índia e Indonésia.

FONTE: RFI

http://www.aereo.jor.br/2017/05/05/satelite-faz-do-brasil-um-ator-de-peso-no-setor-espacial-diz-le-monde/
 

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #23 em: Maio 07, 2017, 05:26:12 am »
Lançado ao espaço satélite brasileiro que será usado para comunicações e defesa



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Foi lançado há pouco ao espaço o primeiro satélite geoestacionário brasileiro para defesa e comunicações estratégicas. O lançamento, feito do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, foi acompanhado no Brasil pelo presidente Michel Temer e pelos ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, na sede do VI Comando Aéreo Regional, em Brasília.

A decolagem foi considerada perfeita pelo centro de controles da Arianespace na Guiana Francesa.

Depois do lançamento do foguete que leva o equipamento ao espaço, haverá um tempo de 28 minutos até a separação do satélite, que levará cerca de 10 dias para chegar à sua posição final.

Depois disso, serão feitos testes por 30 dias. Em meados de junho, o controle operacional do satélite já poderá ser feito pelas Forças Armadas. A banda utilizada para comunicações poderá ser usada a partir de setembro.

Além do satélite brasileiro, foi lançado para o espaço hoje um satélite da Coréia do Sul, também pela empresa lançadora de satélites Arianespace.

Satélite

Com 5,8 toneladas e 5 metros de altura, o satélite ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico. A capacidade de operação do satélite é de 18 anos.

O projeto é uma parceria entre os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e envolve investimentos de R$ 2,7 bilhões. O equipamento foi adquirido pela Telebras e será utilizado para comunicações estratégicas do governo e para ampliar a oferta de banda larga no país, especialmente em áreas remotas.

O satélite vai operar nas bandas X e Ka. A primeira é uma faixa de frequência destinada exclusivamente ao uso militar, correspondendo a 30% da capacidade total do satélite. Já a banda Ka será usada para comunicações estratégicas do governo e implementação do Plano Nacional de Banda Larga, especialmente em áreas remotas.

FONTE: EBC

http://www.aereo.jor.br/2017/05/04/lancado-ao-espaco-satelite-brasileiro-que-sera-usado-para-comunicacoes-e-defesa/
 

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #24 em: Maio 07, 2017, 05:31:55 am »

Satélite brasileiro de defesa e comunicações foi lançado com sucesso
 

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #25 em: Agosto 05, 2017, 11:32:05 am »
 

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« Última modificação: Outubro 13, 2017, 10:52:11 am por Lusitano89 »
 

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #27 em: Fevereiro 23, 2018, 12:37:22 pm »
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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #28 em: Março 14, 2018, 09:30:10 pm »
 

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Re: Programa Espacial Brasileiro
« Responder #29 em: Maio 22, 2018, 12:22:34 pm »
Programa espacial do Brasil foi alvo da CIA


Papéis mostram que satélites americanos espionaram complexo militar brasileiro

A CIA (Agência Central de Inteligência) usou satélites para espionar o programa espacial brasileiro e o complexo industrial militar do País entre 1978 e 1988. Documentos desclassificados pelo governo americano em dezembro de 2016 mostram análises de fotos aéreas das instalações de fábricas, da base de lançamentos de foguetes em Natal (RN), e do campo de provas de armamentos da Serra do Cachimbo, onde a Força Aérea Brasileira (FAB) construía um poço que poderia ser usado em testes de artefatos nucleares.

Além de satélites, os papéis mostram que os adidos de defesa e a embaixada americana dispunham de uma rede de informantes que permitiu aos Estados Unidos saber detalhes das negociações secretas entre Brasil e Arábia Saudita e as vendas de blindados e foguetes para o regime de Saddam Hussein, no Iraque, e para a Líbia, governada então por Muamar Kadafi. Os americanos temiam que, por meio dessas vendas, a tecnologia ocidental fosse parar nas mãos da União Soviética. Tinham ainda restrições às entregas a nações hostis aos Estados Unidos. Mas também enxergavam uma vantagem: o equipamento brasileiro podia roubar dos russos mercados inacessíveis a Washington.

Produzido pelo Centro Nacional de Interpretação Fotográfica, o relatório com o título Alcance de Mísseis: Instalações Mísseis Estratégicos SSM (Míssil Terra-Terra) lista dez locais de interesse da espionagem americana. O primeiro a ser fotografado foi a Base Aérea de São José dos Campos.

Na mesma cidade, os satélites registraram o Centro Técnico Aeroespacial (CTA) e a fábrica da Avibrás, que participava dos projetos de foguetes militares. Na vizinha Santa Branca, outra área da Avibrás foi vigiada, assim como em Piquete, uma fábrica de explosivos – os americanos pensavam que ali seria feito o combustível sólido do foguete meteorológico Sonda IV e do VLS (Veículo Lançador de Satélites).

O relatório de novembro de 1982 usa fotos da Base Aérea de Natal e de sua área de lançamento de foguetes e, por fim, do campo de teste de arma do Cachimbo. Os americanos previam que, em 1988, o País teria condições de lançar o VLS – ele só seria lançado em 1997 e seria abandonado após explodir em 2003 na Base Aérea de Alcântara, no Maranhão, deixando 21 mortos.

Em 1.º de outubro de 1982, os americanos fotografaram um protótipo do Sonda IV. Ele podia atingir mil quilômetros de altitude e levar uma carga de 300 quilos. Pelas coordenadas geográficas da foto é possível saber que ela foi feita sobre São José dos Campos. Em 27 de março de 1984, novo documento informava que se detectara a construção da torre de lançamento do Sonda IV, em Natal. Para os americanos “o Sonda IV podia ser adaptado para o transporte de arma”, o que nunca aconteceu
.

Engesa

Os satélites americanos também espionaram a Engesa, maior indústria de armamentos brasileira. Fabricante dos blindados Cascavel e Urutu, ela pretendia produzir o tanque pesado Osório. Em 25 de agosto de 1978, o satélite identificou pela primeira vez na fábrica em São José dos Campos oito Urutus e um Cascavel. O Brasil passou a vender esses blindados a países como Líbia, Iraque e Colômbia.

Em 1980 e em 1984 a CIA produziria relatórios sobre as vendas, acusando o País de não se importar com o destino final das armas. Segundo eles, blindados Cascavel foram repassados pela Líbia aos rebeldes da Frente Polisário, que lutavam pela independência do Saara Ocidental (território ocupado hoje pelo Marrocos), e a rebeldes do Chade.

No papel de 1984, os americanos analisavam as vulnerabilidades da indústria bélica brasileira. A principal delas, segundo a CIA, era depender de vendas externas. Qualquer corte de compras podia ser letal para ao setor.

O documento secreto via risco de vazamentos de tecnologia para países hostis do Terceiro Mundo e para Moscou. O Brasil já teria despertado a atenção dos russos, mas não estaria preparado para proteger seus segredos. Também informava que os governo brasileiro vetara a vendas para Cuba e Coreia do Norte.

As vendas da indústria bélica a países árabes eram apontadas pelos americanos como a causa de o Brasil votar contra os Estados Unidos e Israel nas Nações Unidas. Por fim, o documento revelava um segredo: o Brasil teria feito um acordo secreto em janeiro de 1984 de US$ 2 bilhões para desenvolver e produzir o tanque Osório para a Arábia Saudita.

Só três meses depois os dois governos tornariam público um protocolo de cooperação militar, assinado em Brasília pelo ministro da defesa saudita, o príncipe Sultan Ibn Abdulaziz. Em 1989, os governos anunciariam a produção do Al Fahad, a versão saudita do Osório, que acabou não se concretizando – os sauditas compraram o tanque americano Abrams. Os Estados Unidos estavam certos: a quebra do acordo com os árabes foi letal à Engesa, que faliu em 1993.

Brigadeiro

A rede de informantes americana atuou ainda na espionagem das atividades da empresa Órbita, uma parceira montada nos anos 1980 com a participação da Engesa e da Embraer. Além dos informantes, a CIA recebia informações da embaixada americana, que mantinha contatos com empresários brasileiros.

Vito Antonio de Grassi, então presidente da Órbita é apontado no relatório de 20 de maio de 1988 como a fonte da informação de que a empresa ia produzir mísseis terra-ar, ar-ar e antitanque para as Forças Armadas brasileiras. O vice-presidente da Órbita era o brigadeiro Hugo Piva, que depois chefiaria uma missão técnica brasileira que desenvolvia armas para Saddam Hussein.

O mesmo relatório informava que a Avibrás estaria desenvolvendo um míssil tático terra-terra. A embaixada dos Estados Unidos não quis se manifestar sobre o caso, assim como a Força Aérea Brasileira, a Embraer, a Avibrás e Vito Antonio de Grassi.

FONTE: Estadão / http://www.forte.jor.br/2018/05/21/programa-espacial-do-brasil-foi-alvo-da-cia/