Caro amigo:
Naturalmente que a resposta teria outra profundidade caso eu fosse ler alguma coisa sobre o assunto. No entanto, aqui vai a ideia geral simplificada:
- Portugal assumiu compromissos internacionais de Defesa. e não foi só com a NATO. Também foi com a EUROFOR, com comando em Florença, por exemplo. Ao abrigo desses compromissos, deve efectuar contribuições, que podem incluir contingentes para operações no estrangeiro, nomeadamente, quando se trata de forças constituidas para Operações e Apoio à Paz, destinadas a actuar em Teatros "Non-Article 5", ou seja, que não são de guerra.
- Acordos no âmbito da Defesa com outros estados, de forma independente dos compromissos internacionais referidos no parágrafo anterior também são comuns. Normalmente esses acordos dizem respeito a equipamento ou cooperação técnico-militar.
Para responder à sua questão, na medida do que é meu conhecimento (como disse, não fui ler nada sobre o assunto), não são os EUA que possuem uma "grelha" de classificações, mas o sistema é muito parecido quando se trata de participações em missões internacionais. O peso e significado de um contingente português num teatro tem implicações em dividendos, nomeadamente caso Portugal fique sujeito a uma ameaça. E essa ameaça pode não se tratar de uma ameaça convencional (pode ser terrorismo, por exemplo).
O que pode também acontecer é o "intermédio" entre as duas situações anteriormente descritas. É que Portugal está a tomar parte na ISAF, no Afeganistão e as Forças Armadas dos EUA estão tão "esticadas" que agradecem qualquer comparticipação estrangeira que lhes alivie um pouco a carga. Falando de cor, parece-me lógico que a conversa entre o Ministro da Defesa Português e o Secretário de Defesa Americano tenha como teor qualquer coisa do género: "vocês precisam de nós, no sector para onde mudámos as coisas estão um bocadinho mais quentes, digam lá o que é que nos podem oferecer em troca da nossa manutenção na área...". Portanto, neste caso, tratar-se-ia de um misto das duas situações: por um lado, estamos a participar numa missão internacional, o que nos dá dividendos internacionais. Por outro lado, podemos fazer um pequeno acordo paralelo com uma das forças presentes no Teatro na medida em que estamos em posição de o poder fazer: o nosso Batalhão, por pequeno que seja, faz jeito aos americanos. É menos um que têm de lá colocar. Ou pelo menos, se não colocassem lá nenhum, não têm que se esticar tanto no terreno e, portanto, não ficar mais vulneráveis.