A vulnerabilidade dos C-130 de ataque ao solo

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Rui Elias

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A vulnerabilidade dos C-130 de ataque ao solo
« em: Abril 28, 2004, 11:11:56 am »
Os EUA já têm utilizado os C-130 adaptados para bombardeamento ao solo em determinados teatro de conflito.

Segundo as notícias, parece que foram estes aparelhos que atacaram Falija, no Iraque esta madrugada, já que detêm metrelhadoras e canhões.

Uma vez que estes são aviões pachorrentos e que não atingem altitudes muito elevadas, creio que só serão usados em missões muitos específicas nas suas características.

Pergunto a quem perceberá mais do que eu:

Não serão estes aviões muito vulneráveis  aos tiros de anti-aérea, ou mesmo a misseis terra-ar :oops: ?
 

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papatango

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« Responder #1 em: Abril 28, 2004, 01:06:26 pm »
Efectivamente o AC-130 SPECTRE é um avião relativamente vulnerável.

Os Estados Unidos operam aviões equipados com  canhões para ataque  ao solo há bastante tempo. Deste o tempo do velho AC-119 e AC-47 que foram utilizados no inicio da guerra do Vietname.

Foram utilizados nos anos 80 na invasão de Granada e também foram utilizados no Panamá. Posteriormente, na guerra do golfo, um AC-130 foi abatido pelos iraquianos sobre o Koweit, tendo morrido todos os ocupantes.

Por causa disso, os AC-130 SPECTRE viram o seu numero bastante reduzido,  12 unidades em 1998. A sua utilização táctica, foi igualmente completamente revista, podendo ser utilizados apenas em conflitos de baixa intensidade, onde a possibilidade de qualquer reação anti-aérea é impossível ou improvável.

Portanto, para os americanos terem utilizado os SPECTRE ontem, é porque concluiram que não havia perigo de contra eles serem disparados meios anti-aéreos.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Rui Elias

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« Responder #2 em: Abril 28, 2004, 01:10:52 pm »
Caro PapaTango

Ainda os camones diziam que os sunitas de Faluja tinham armas pesadas...

Cumprimentos
 

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JNSA

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« Responder #3 em: Abril 29, 2004, 03:57:30 pm »
Neste momento os Americanos usam quer o AC-130H Spectre, quer o AC-130U Spooky. Ambos, mas especialmente este último, são óptimas plataformas de CAS.

Apesar de serem um alvo relativamente grande e lento, os sistemas de navegação e direcção de tiro extremamente avançados permitem-lhe enfrentar um grande leque de ameaças. Claro que num cenário em que não exista supremacia aérea, não servem para muito... Mesmo assim conseguem operar razoavelmente bem num ambiente em que as principais ameaças contra os aviões são metralhadoras pesadas e, ocasionalmente, uma ou outra peça anti-aérea sem radar, e mísseis Strela/Igla. Voando de noite são quase invulneráveis a este tipo de ameaças "low-tech".

Há uns tempos atrás eu tinha até proposto no Fórum Armada que, se se comprassem C-130J novos, deviam converter-se 3 dos actuais C-130H para AC-130H. Seria uma óptima forma de complementar os F-16/Alpha Jet...  8)
 

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Rui Elias

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« Responder #4 em: Abril 30, 2004, 01:46:29 pm »
Claro que estes aviões, em certas condições podem ser uma arma mortífera extremamente eficaz.

Mas no caso concreto de Faludja, assediada duas noites por esta arma aérea, parece que não valeu de nada.

Já sabiam que os americanos meteram a viola no saco e entregaram o controlo da cidade a um antigo oficial da Guarda Nacional de Saddam?

Estranho.

Então, levantaram o cerco?

Os nossos comentadores de jornais (Luís Delgado, José Manuel Fernandes ou Pacheco Pereira) chamar-lhe-ia "capitulação".

Guerreiros de sofá... :wink:
 

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Normando

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« Responder #5 em: Maio 01, 2004, 12:02:32 am »
Caro Rui Elias,

Se os americanos mantivessem o cerco, eram nazis e assassinos de civis e crianças; agora que levantaram o cerco e optaram por outra opção, é porque meteram a viola no saco e fugiram... Eu acho que já deviam era ter levantado o cerco há mais tempo e dado oportunidade aos iraquianos de resolverem entre eles o impasse, inclusivamente recorrendo a oficiais do regime de Saddam, que têm carisma e gozam de um capital de respeito e admiração naquela zona predominantemente sunita. Espero que tudo se resolva e a transição possa acontecer num clima de menos violência e crispação.
"If you don't have losses, you're not doing enough" - Rear Admiral Richard K. Turner
 

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Rui Elias

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« Responder #6 em: Maio 03, 2004, 01:16:42 pm »
Normando:

Acho que no fundo estamos de acordo um com o outro.

Mas continuo a achar que esta guerra foi uma tragédia para os envolvidos (iraquianos e americanos) e para o Direito Internacional.