« Responder #2 em: Maio 29, 2008, 10:40:08 pm »
Portugal sobe dois lugares na lista da competitividade
Portugal subiu dois lugares no ranking anual da competitividade do Fórum Económico Mundial (WEF - World Economic Forum). O 22.º lugar luso além de representar uma subida na classificação que mede os mais competitivos, surpreende por surgir à frente de países como Irlanda, Espanha, França e Bélgica.
Os países nórdicos e dois dos tigres asiáticos lideram a tabela, elaborada através da combinação de informação estatística com inquéritos de opinião junto de 11 mil empresários de 117 Estados. A Finlândia mantém a posição do país mais competitivo do Mundo, pela quarta vez em cinco anos. Entre os dez primeiros, constam, ainda, a Suécia (3.º), a Dinamarca (4.º), a Islândia (7.º) e a Noruega (9.º). O facto de estes países contarem com um ambiente económico saudável e com institutos públicos "extremamente transparente e eficientes" é determinante para a obtenção de uma boa classificação, nota o WEF.
Estados Unidos, na segunda posição, Taiwan, na quinta, e Singapura, na sexta, completam a lista dos dez países mais competitivos do Mundo, num ranking que analisou um total de 117 nações.
Espanha desce
A subida de Portugal fica a dever-se aos bons resultados obtidos nos sub-índices ligados aos institutos públicos (15.ª posição) e à tecnologia (20.ª), que compensaram as perdas verificadas no que diz respeito ao ambiente macro-económico (37.º). Mas o país contou, também, com o tropeção de Espanha - caiu seis lugares em relação ao ano passado.
Entre os Vinte e Cinco da União Europeia, Portugal surge num honroso 10.º lugar. O economista e professor na universidade Católica de Lisboa, João César das Neves, deixa, no entanto, um alerta "Não devemos ficar demasiado entusiasmados com estes indicadores, assim como não devemos entrar em pânico quando outros estudos apontam para resultados negativos".
O facto de o ranking ser ordenado com base em critérios "relativos e pouco sólidos" deve refrear entusiasmos, aconselha. "Esta ordenação acaba por ser uma salada de muitas coisas", sublinha César das Neves, que considera a descida de Espanha ainda mais surpreendente do que a subida de Portugal no ranking.
Ambiente negativo
O WEF subdivide cada um dos sub-índices em vários itens. Englobado no capítulo do ambiente macroeconómico - parcela na qual o país obteve o pior resultado -, Portugal aparece em 64.º lugar, no que diz respeito à estabilidade, no 58.º, quanto ao desperdício do Governo, e em 22.º, em relação ao crédito.
Portugal apresenta, ainda neste índice, como principal vantagem comparativa as taxas de juro (no 11.º posto) e, como maiores desvantagens, as expectativas que antecipam um quadro recessivo (103º), a taxa de poupança nacional (94.º) e a taxa de câmbio efectiva (91.º). Ainda como factores negativos para o ambiente macro-económico nacional, o WEF destaca a dívida pública (72.ª posição) e o défice orçamental (71.ª).
No sub-índice relativo às instituições públicas, Portugal ocupa o 16.º lugar no capítulo das leis e contratos e em 19.º no que diz respeito à corrupção. Quanto à classificação da tecnologia, o país aparece em terceiro no sub-índice de transferência tecnológica, mas em 30.º no das tecnologias de informação e comunicação e em 35.º na inovação.
"A competitividade está ligada a aspectos muito diferentes. Não tem a ver com um só detalhe", sublinha João César das Neves. "O quadro competitivo afecta toda a gente. Mas a interpretação da competitividade em cada um dos sectores só pode ser percebida se a informação for desagregada", nota. "Pode ser diferente da agricultura para o comércio, por exemplo".