Regionalização e aborto

  • 3 Respostas
  • 2982 Visualizações
*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8525
  • Recebeu: 1621 vez(es)
  • Enviou: 681 vez(es)
  • +934/-7259
Regionalização e aborto
« em: Janeiro 14, 2004, 12:31:19 pm »
O referendo sobre a regionalização efectuado há uns anos demonstrou a vontade dos portugueses de não quererem esse sistema organizativo.
Agora vem a sondagem da Católica que afirma que cerca de 45% dos inquiridos dizem que a culpa do nosso atraso é da falta de regionalização.

Quanto ao aborto, o mesmo sucede: o referendo de 98 foi contra o aborto mas agora a tendência vai no sentido de o legalizar.

Diz muito sobre o valor da opinião popular e da maneira como ela é volúvel.

Está na altura das FA começarem a compreender o "inimigo" para poderem melhor o combater.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

emarques

  • Especialista
  • ****
  • 1177
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #1 em: Janeiro 15, 2004, 12:19:43 am »
Se bem me lembro, o resultado dos referendos não indicou que o povo português preferia uma ou outra das opções que lhe foram propostas. A resposta que se pode tirar de ambos os referendos, a que mais de metade da população não compareceu, é que a população ou não se interessa pelo assunto ou decidiu que os deputados foram eleitos como representantes do povo precisamente para tomar essas decisões.

Ou decidiu. muito simplesmente, que um domingo de férias era mais importante que qualquer uma das hipoteses referendadas.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8525
  • Recebeu: 1621 vez(es)
  • Enviou: 681 vez(es)
  • +934/-7259
Ou seja...
« Responder #2 em: Janeiro 15, 2004, 09:46:07 am »
Ou seja, a parte da população que entendeu não se pronunciar resolveu queixar-se. Os típicos acomodados.
Quanto a mim, só me interessam os votos contra ou a favor.

Mas quando diz que temos políticos para decidir em vez da "pox populi" não posso estar mais de acordo. Contínuo a dizer que a classe política nacional representa muito bem os seus constituintes. E culpa tem quem lhes dá a importância.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

*

JNSA

  • Analista
  • ***
  • 833
  • +1/-2
(sem assunto)
« Responder #3 em: Janeiro 15, 2004, 02:22:21 pm »
Concordo com o EMarques - o vencedor de ambos os referendos não foi nem o sim nem o não - foi a abstenção ( rima e tudo  :x  E o mais grave é que isto já está a acontecer também nas eleições ordinárias e não só nos referendos...

Mas se virmos bem, nunca houve muito interesse em instituir o mecanismo do referendo em Portugal - constitucionalmente existem uma série de entraves porque ele pode acabar por retirar legitimidade aos representantes eleitos... e infelizmente hoje em dia pouco mais é do que uma arma de arremesso político.

Para mim os países nórdicos e a Suiça são exemplos de democracia exactamente pelo nível de participação popular que têm nas decisões politícas. Então na Suíça o exemplo é flagrante com o uso recorrente do referendo para uma multiplicidade de situações ( inclusive em matérias de compra de armamento - gostava de ver isto em Portugal...  :lol:  E os resultados preliminares seriam apresentados e analisados por um painel composto pelo João Baião e pela Teresa Guilherme, mediados pela Manuela Moura Guedes...  :twisted:

Abraços
JNSA