Separatismos em Espanha

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Daniel

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2130 em: Outubro 30, 2017, 04:12:00 pm »
E qual era o problema? Os smiles também já funcionam?
Inicialmente pensei que fosse problema do browser ou da ligação.

Caro HSMW, o meu problema era mesmo o browser pois estava a abrir a Internet com o Microsoft Edge, por esse motivo, o menu não funcionava.
Passei a abrir o Forum Defesa com Google Chrome ou Internet Explorer, agora funciona tudo normalmente.  ;) :G-Ok:
« Última modificação: Outubro 30, 2017, 04:14:34 pm por Daniel »
 

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Daniel

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2131 em: Outubro 31, 2017, 11:16:15 am »
Páginas online do Governo catalão suspensas por Madrid

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A partir desta terça-feira, alguns dos sites da Generalitat (Governo regional) da Catalunha foram desativados na sequência da aplicação do artigo 155º da Constituição espanhola, que permitiu a Madrid suspender a autonomia da Catalunha. Se aceder às páginas www.govern.cat, www.president.cat ou www.vicepresident.cat vai encontrar, em todos eles, a mesma mensagem: “não é possível aceder a este site”.

A suspensão destas páginas online surge depois de o Senado ter aprovado a aplicação do artigo 155 com 214 votos a favor, 47 votos contra e uma abstenção, na passada sexta-feira. O artigo permite ao Governo espanhol assumir o controlo do poder político na Catalunha, assim como tomar conta da polícia regional (Mossos d’Esquadra) e de outros órgãos de poder e influência na região.

O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, nomeou entretanto a sua vice-presidente, Soraya Sáenz de Santamaría, para liderar a Catalunha até às próximas eleições autonómicas, que foram agendadas para dia 21 de dezembro. Soraya Sáenz de Santamaría assume assim as funções antes delegadas a Carles Puigdemont, presidente deposto do Governo regional.

A única página que ainda funciona é a da Administração da Generalitat (www.gencat.cat). Nesta página, o nome de Carles Puigdemont aparece ainda ligado à presidência do Governo regional, mas a referência encontra-se acompanhada por uma nota onde é explicado aos internautas que o Governo catalão se encontra “em remodelação”.

Essas gentes de Madrid para não chamar outro nome, não enganam ninguém, em nome do 155 agora podemos tudo, o povo é que mais ordena.
São muitos milhões que não querem ser espanhóis  :mala: para a EU não convêm uma espanha dividida por isso não aceitam uma Catalunia independente, enfim, a EU virou uma palhaçada.
 

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Lusitano89

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2132 em: Outubro 31, 2017, 01:38:34 pm »
 
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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2133 em: Outubro 31, 2017, 03:24:13 pm »
Nova sondagem dá maioria absoluta aos independentistas catalães
https://sol.sapo.pt/artigo/586943
Citar
A coligação Junts pel Sí (JxSí), que inclui o PdeCAT e o ERC, e a CUP terão, em conjunto, a maioria absoluta no parlamento catalão nas eleições autonómicas de 21 de dezembro, segundo uma sondagem do Centro de Estudos de Opinião (CEO) catalão. Com este resultado as forças políticas independentistas poderão formar um novo executivo independentista, renovando a causa catalã.
 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2134 em: Novembro 01, 2017, 11:33:28 pm »
As sondagens são subjectivas. aqui a dias uma sondagem do EL PAIS dava maioria absoluta aos nacionalistas, não fossem eles um jornal nacionalista, agora uma o centro de estudos e opinião catalão( o nome diz tudo= independentista) diz que os idenpendentistas tem maioria obsulota... na minha opinão as forças estão equilibradas e no dia das eleições é que se vai ver. acho que aqui vai haver pouca diferença
 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2135 em: Novembro 02, 2017, 03:10:05 pm »
Procurador espanhol pede detenção dos líderes independentistas catalães


 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2136 em: Novembro 02, 2017, 06:19:59 pm »
Procurador espanhol pede detenção dos líderes independentistas catalães

Não era de esperar outra coisa, esse sempre foi o modo de operar dos espanhóis (castilhanos) repressão a quem lhes aparece no caminho.
Madrid está a aproveitar a situação da Catalunia, para passar a mensagem a futuros indepedentistas, (Vascos e Galhegos) com a repressão, puro fascismo.

 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2137 em: Novembro 03, 2017, 02:22:29 pm »
Catalunha: Tribunal Constitucional não admite recurso da Generalitat contra suspensão de autonomia


http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/catalunha-tribunal-constitucional-nao-admite-recurso-da-generalitat-contra-suspensao-de-autonomia
Citar
Num comunicado, o TC sustenta que o recurso foi apresentado de “forma prematura”, uma vez que foi registado às 14:23 de 27 de outubro, antes de o Senado contar e aprovar as medidas apresentadas pelo Governo de Madrid.

Desta forma, sustenta o TC, o recurso não cumpriu um dos requisitos definidos na Lei Orgânica do Tribunal Constitucional, o que condiciona a aceitação de recursos de inconstitucionalidade, pois só podem ser apresentados a partir do momento da publicação da lei no Boletim Oficial, disposição ou ato com força de lei.

Trata-se da terceira recusa do TC para admitir o tramitar de um recurso contra a aplicação do Artigo 155.º, depois de, na semana passada, tomar a mesma decisão com base no facto de um acordo impugnado não poder ser objeto de um juízo de constitucionalidade.

Por outro lado, o Tribunal Constitucional ditou também três sentenças em que anula as normas ou disposições do processo de independência catalão, entre elas o decreto de convocatória do referendo de 01 de outubro.

Nas sentenças são considerados “inconstitucionais”, e por isso “nulos”, o decreto do Governo da Catalunha de normas complementares para a realização do referendo, e a resolução do parlamento catalão pela qual se designaram os membros da comissão eleitoral catalã.

As três sentenças são consequência da ditada a 17 de outubro, na qual é declarada nula e inconstitucional a lei do referendo, por invadir competências estatais e violar os princípios constitucionais, como a supremacia da Constituição, a soberania nacional e a indissolubilidade da união da Nação espanhola.

Tribunal Franquista é o nome correto,  em qualquer país democrático do Mundo, os recursos são admissíveis e recorríveis,  conforme os alegados crimes, até ao Supremo ou podem chegar ao Constitucional. Mas no país faz de conta, só o governo de Madrid, e os das Capas pretas também com sede em Madrid, é que decidem tudo e mais alguma coisa.














 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2138 em: Novembro 04, 2017, 06:00:38 pm »
Carles Puigdemont com futuro em aberto


 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2139 em: Novembro 05, 2017, 04:45:04 pm »
Carles Puidgemont entrega-se às autoridades belgas


 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2140 em: Novembro 06, 2017, 09:20:31 pm »
Catalunha. Alguns pontos de reflexão
Alexandre Reis Rodrigues

A despeito dos progressos na democratização do mundo, da crescente integração económica, da redução de barreiras alfandegárias, e da forma cada vez mais estreita como os países estão interligados em várias áreas - evoluções introduzidas pela globalização -, o mundo não se tornou mais homogéneo. Também não se confirmou a visão de que todas essas alterações levariam a um declínio da importância das identidades nacionais (entrada numa era de “post-national identity”

Esta conclusão é relativamente consensual. Para a grande maioria de observadores, os estados-nação continuarão a ser vistos como o pilar da ordem internacional em que vivemos e, como tal, qualquer ameaça de fragmentação é encarada, salvo exceções claramente fundamentadas, como um risco de instabilidade que é preciso evitar. No campo da minoria dos que não pensam do mesmo modo, um dos destaques vai para Parag Khanna que defende uma tese diametralmente oposta.
Estes dois extratos resumem o essencial do seu pensamento:

«The world of nation-states makes maps apear neat and tidy, but a map that appreciates
legitimate differences would be far more humane. … Self-determination is not a backward
tribalism but a mature evolution: Remember that territorial nations are not our “natural” unit;
people and societies are. We should not despair that seccessionism is a moral failure, even if it
recognizes innate tribal tendencies. A devolved world of local democracies is preferable to a world
of large pseudo-democracies. Let the tribes win».

«National sovereignity and territorial integrity are no longer sacrosanct principles; in fact, they
can be highly immoral when populations are besieged in Sudam and Syria, when drought-stricken
climate refugees aren’t relocated to fertile terrritories …. There is no higher morality than allowing
people to move wherever they need to, whether to avert natural disasters, escape conflict, …»


O debate deixou de ser apenas académico. A maioria que defende a tese do estado-nação encontra-se, presentemente, perante o alarme de um possível movimento de secessões que, a concretizar-se, alteraria drasticamente o panorama geopolítico mundial, logo a começar precisamente na Europa. As suas motivações variam, de um modo interligado, entre, por um lado, impaciência e descontentamento da parte de algumas comunidades em relação aos respetivos governos centrais e, por outro, aspirações de afirmação de identidade, que não veem ficar satisfeitas no âmbito do estado em que estão inseridas.

O assunto pode tornar-se extremamente sério. A concretizar-se, constituirá um enorme revés para o projeto de integração europeia, campo em que a Europa precisaria de ir mais longe para conseguir competir com as grandes economias mundiais e manter os padrões de riqueza e bem-estar que alcançou. Joschak Fisher chama-lhe um “absurdo histórico", considerando que a Europa está a ser atacada por dentro.

Estranhamente, porém, a liderança europeia prefere a tese de que a tentativa independentista da Catalunha é apenas do âmbito nacional espanhol e que a Europa nada tem a dizer, para além do apelo – na minha opinião, deslocado ou infeliz, para dizer o mínimo - de que a Espanha use «a força do argumento e não o argumento da força». Afinal, quem terá razão é Gideon Rachman, colunista do Financial Times, quando diz que a União Europeia não está a mostrar-se preparada, quer em termos políticos, quer no plano intelectual, para lidar com a crise em Espanha.

O conceito de autodeterminação, entendido como o direito de qualquer povo de formar o seu próprio estado, é outro ponto de debate entre a visão dos que o encaram como um direito inalienável e imparável e os que chamam a atenção para o perigo de usá-lo como um princípio primário sem procurar ver um pouco além. A discussão é pertinente porque a expectativa de que fosse uma fonte de estabilidade para o mundo não se confirmou. Tirando o caso da Checoslováquia, em 1997, que conseguiu gerir a secessão de uma forma totalmente pacífica, dando origem à República Checa e à Eslováquia, todos os outros têm tido um processo longo e muito conflituoso.

Joseph Nye e Robert Hass, estão no lado dos que recomendam cuidado defendendo que a aplicação do conceito não pode limitar-se a uma simples votação entre os iniciadores do processo, para tornar claro que é esse o caminho que uma maioria “clara” quer seguir. Se o princípio for acionado sem o acompanhamento de um conjunto de padrões mínimos a observar pelos povos que aspiram à sua aplicação pode facilmente levar ao caos e instabilidade no mundo. Nye considera que, se aplicado apenas nesses termos, pode tornar-se moralmente ambíguo.

O risco de caos é, de facto, elevado porque estados “homogéneos” - sem comunidades inclinadas a reclamar autonomia, como é o caso de Portugal - serão menos de 10% em todo o mundo. Todos os outros, em maior ou menor grau, não estão imunes a essa possibilidade.

O assunto não pode ser tratado pela forma simplista da realização de um referendo entre os primeiros interessados, movidos por sentimentos (obviamente respeitáveis) mas sem ter em conta a procura de alguma racionalidade e realismo, por exemplo, nos seguintes pontos: 1. Tem a independência assegurada um nível, pelo menos mínimo, de viabilidade política e económica Obviamente, são precisas as duas; se não houver a primeira, haverão obstáculos ao acesso aos mercados económicos e financeiros internacionais e o colapso será quase inevitável; 2. Se o assunto tem profundas implicações para toda a população do estado nação que se debate com um problema de sucessão, não deverão ser todos ouvidos?; 3. Se a iniciativa pode ter sérias implicações regionais, ou for suscetível de dar origem a um efeito dominó que possa levar a uma desintegração da ordem local existente, não deverá ser ponderado também nesse âmbito?

Nesse eventual contexto – que, aliás, é o existente - não deveria a União Europeia avaliar seriamente esse risco e demarcar-se claramente de tudo o que possa acentuá-lo? Que se passou com o referendo na Catalunha? Teve em atenção as considerações acima sugeridas? Está a região sob um estado tal de opressão e desrespeito por direitos elementares, por parte das autoridades centrais, que não restou aos seus dirigentes enveredar por um confronto aberto de desobediência às autoridades centrais? Era o assunto tão premente que justificava desafiar a ordem constitucional e a ordem democrática, avançando com um referendo cuja possibilidade tinha sido excluída Constituição de 1978 e que se realizou sem a observação dos padrões de exigência habitualmente observados na União Europeia e na OSCE para ser considerado livre e justo?

O Governo Regional da Catalunha ao levar a solução dos problemas de que se queixa pelo caminho da procura da independência - que nem sequer tem um inequívoco apoio da população da região - está a colocar o assunto num patamar em que é quase impossível encontrar uma base de entendimento. Pior, cujo desfecho dificilmente será pacífico. Sabendo perfeitamente que o Governo central não pode abdicar de fazer cumprir a Constituição está a procurar a via do confronto.

Mas esta é apenas uma faceta do problema. A outra diz respeito ao Governo Central em Madrid. Tem-se perguntado porque não autoriza o referendo. Não só não pode pelas razões atrás apontadas como nem sequer pode prometer vir a fazê-lo porque a decisão de uma eventual alteração da constituição depende apenas do poder legislativo.

Poderia, no entanto, dispor-se a fazer compromissos no campo da autonomia, onde há vários assuntos que se arrastam. Não é evidente, no entanto, que Rajoy esteja nessa linha. Parece esperar - presume-se - que das eleições prevista para 21 de dezembro saia um governo regional pró-unidade. É um jogo arriscado, porque existe uma maioria - que andará um pouco acima dos 60% - que aspira por maior autonomia, não necessariamente a independência. É prematuro tentar ler as sondagens que têm vindo a ser feitas e, aliás, se mostram contraditórias.

Resta saber se o desenvolvimento que esta crise precisa de ter, para sair da situação difícil em que se encontra, pode ser alcançado com os mesmos protagonistas. Do lado independentista, parece que não. Puigdemont aceita as eleições de 21 de dezembro no contexto de um caminho para independência, uma forma de dizer que não se contenta com maior autonomia. Quer tudo de uma forma irresponsável e sem qualquer respeito pela metade da população catalã que não aprova as suas exigências. Aliás, parece apenas interessado em prolongar o confronto, não reconhecendo a sua demissão e apelando à resistência. Do lado de Madrid, não é claro que tipo de disponibilidade haverá para admitir que não chegará invocar a Constituição e recorrer aos tribunais para resolver a situação. Poderá ter que se esperar por um futuro governo central para considerar o assunto sob uma visão mais aberta, se o atual não o fizer.

As questões que precisam de ser discutidas estão identificadas. Um recente artigo publicado pela Reuters identificava as seguintes três áreas: 1. Identidade cultural, incluindo medidas de proteção da língua; 2. Concessão de maior espaço para controlo local da economia da região, com reexame de propostas anteriores sobre as questões fiscais que Madrid rejeitou; 3. Entendimento mais descentralizado da organização regional do país, (excessivo centralismo da capital).

Se as partes não criarem espaço para as tratar, considerando a eventual necessidade de um outro quadro legal, a crise vai durar, desfecho que não interessa à Europa, muito menos a Portugal. Esperemos que os dois lados tenham presente o conselho muito pertinente de Guy Verhofstadt, antigo primeiro ministro belga:

«In politics, there is no shame in compromise. Quite the contrary: When a choice must be made
between a constructive bargain and ideological purity, it is always better to choose the path of
unity, however small the steps may be.
»



>>>>>>  http://database.jornaldefesa.pt/geopolitica/JDRI%20257%20041017%20catalunha.pdf
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Daniel

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2141 em: Novembro 07, 2017, 10:26:05 am »
A Catalunha anuncia-nos o século XXI? A Opinião de Francisco Sena Santos
http://24.sapo.pt/opiniao/artigos/a-catalunha-anuncia-nos-o-seculo-xxi

Citar
A crise catalã, agora em fase de perplexidade e cansaço mas com continuada incerteza, aparece-nos como anúncio de uma tendência que temos pela frente neste século XXI: o nascimento de novos países. É uma ebulição política e social que nunca parou e que teve uma erupção forte nas últimas três décadas.

O mundo tem, desde 1991, 34 novos países. A maior parte (15) resulta do estilhaçar da União Soviética: Arménia, Azerbaijão, Bielorússia, Casaquistão, Estónia, Georgia, Letónia, Lituânia, Moldova, Quirguízia, Rússia, Tajiquistão, Turquemenistão, Ucrânia e Uzbequistão. A dissolução da Jugoslávia levou ao nascimento, ao longo de 17 anos, da Croácia, Eslovénia e Macedónia (em 1991), da Bósnia-Herzegovina e da Sérvia e Montenegro (em 1992), depois o Montenegro também se tornou autónomo, independente (em 2006) e o Kosovo (em 2008). Neste período a Checoslováquia também se dividiu em República Checa e Eslováquia. A Eritreia e Timor-Leste são alguns dos novos países das últimas três décadas.
Várias partes da Europa estão ávidas de independência. A Escócia já testou essa vontade num referendo que em setembro de 2014 frustrou os independentistas com apenas – mas expressivos - 44,7% de apoios.

As regiões europeias que reclamam maior autonomia ou independência têm em comum serem mais ricas do que a média do país. É uma vontade que contem egoísmos, ao deixar para trás a solidariedade com regiões mais pobres.

No norte de Itália, a Lombardia, que se queixa da “preguiça sulista” do Mezzogiorno, já teve, em 1996, Umberto Bossi, um então líder da Liga do Norte, a proclamar a independência, que não passou disso. Mas a questão subsiste, é mais fiscal do que identitária. O antigo orgulho na Fiat, na Vespa e em marcas do “made in Italia” como Armani, Prada ou Trussardi vai-se apagando com a mundialização. O norte industrial de Itália quer guardar para si o lucro da sua vitalidade. Um referendo há 10 dias confirmou o movimento para maior autonomia na Lombardia e no Veneto.

Na Bélgica, é velha a vontade dos flamengos de meter os valões de lado. Até na Alemanha, muita gente da Baviera não gosta de suportar parte dos custos do atraso dos “lander” da ex-RDA.

Várias outras regiões, umas mais pobres (como a Córsega), outras mais ricas (País Basco) também têm no seu interior sementes pró-independência que, de tempos a tempos, saem da surdina.

Os efeitos brutais da crise financeira e a globalização tão despersonalizante, a que se junta a defesa de valores culturais, levam cada vez mais gente a procurar a possibilidade de recuperar o controlo sobre o seu território.

A Catalunha talvez esteja a ser um laboratório para o que o século XXI nos vai trazer. Mostra-nos que há muitas tensões pela frente. Neste caso, Madrid e Barcelona acumularam erros na falta de diálogo. A marcação de eleições na Catalunha ainda antes do Natal parece uma evolução positiva, porque permite contar vontades. Mas o problema não vai desaparecer. O independentismo vai continuar a colocar a Espanha perante a questão territorial. É o debate que tanto inquieta os chefes de Estado e de governo na Europa, pelo temor de efeito dominó.

A TER EM CONTA:

O Russiagate pode vir a ser ainda mais complexo que o Watergate.  A interferência a partir da Rússia (houve envolvimento de Putin?) nas eleições de há um ano nos EUA torna-se evidente. O chefe da investigação nos Estados Unidos, Robert Mueller, mostra-se implacável. Embora ainda sem tocar em Trump, está a apanhar gente de topo em volta de Trump. Para já, tem o chefe da campanha eleitoral sob altíssima pressão. Mas a maior preocupação para Trump tende a ser Papadopoulos – é ele e não Manafort a grande revelação das últimas horas.

O alerta para o estado do planeta assume modo cada vez mais grave.
 

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Menacho

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2142 em: Novembro 07, 2017, 12:22:02 pm »
Procurador espanhol pede detenção dos líderes independentistas catalães

Não era de esperar outra coisa, esse sempre foi o modo de operar dos espanhóis (castilhanos) repressão a quem lhes aparece no caminho.
Madrid está a aproveitar a situação da Catalunia, para passar a mensagem a futuros indepedentistas, (Vascos e Galhegos) com a repressão, puro fascismo.

 

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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2143 em: Novembro 07, 2017, 01:16:51 pm »
Procurador espanhol pede detenção dos líderes independentistas catalães

Não era de esperar outra coisa, esse sempre foi o modo de operar dos espanhóis (castilhanos) repressão a quem lhes aparece no caminho.
Madrid está a aproveitar a situação da Catalunia, para passar a mensagem a futuros indepedentistas, (Vascos e Galhegos) com a repressão, puro fascismo.



Acho que nem tu mesmo entendes o que publicastes, pois é isso mesmo que Madrid está a fazer na Catalunia a humilhar para se sentir importante, grande. Contra factos não existem argumentos, e a verdade, é que todo o mundo pode ver o que Madrid fez na Catalunia, repressão, com carga policial sobre o povo, puro fascismo.
Não te incomodes com o que eu publico, apenas  existem milhões de pessoas que não querem ser castilhanos, pelo que posso imaginar, para ti é muito difícil de aceitar.
No dia que aceitares a realidade do país que chamas espanha, tudo será mais facil para ti.
« Última modificação: Novembro 07, 2017, 01:21:05 pm por Daniel »
 
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Re: Separatismos em Espanha
« Responder #2144 em: Novembro 07, 2017, 01:31:21 pm »
Puigdemont: “O Governo catalão foi interrompido por um golpe ilegal do Estado espanhol”
http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/puigdemont-o-governo-catalao-foi-interrompido-por-um-golpe-ilegal-do-estado-espanhol-229847

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Na primeira entrevista depois de ter a Justiça belga ter decidido que, por enquanto, não vão extraditá-lo, Carles Puigdemont afirma que fugiu para Bruxelas para "denunciar o pulso totalitário de Mariano Rajoy [presidente do Governo espanhol]".O presidente deposto da Generalitat (Governo regional), Carles Puigdemont, admitiu que esta terça-feira que tem a perfeita noção de que possa vir a ser extraditado para Espanha e condenado a pena de prisão, juntamente com os quatro antigos membros do Governo que o acompanham em Bruxelas. Carles Puigdemont insiste que o seu Governo foi interrompido “por um golpe ilegal do Estado espanhol” e assegura que “a aplicação do artigo 155 é ilegal”.

“Os catalães foram roubados de uma legislatura, um governo e um parlamento”, afirmou o ex-líder do Governo regional da Catalunha na primeira entrevista depois de ter a Justiça belga ter decidido que, por enquanto, não vão extraditá-lo. “A Europa não pode ter um Governo legítimo na prisão ou no exílio. Eu não fui impedido pela lei, moção de censura ou confiança. Fui impedido por um golpe ilegal do Estado espanhol”.
Carles Puigdemont explica ainda que se dirigiu para a Bélgica para “denunciar o pulso totalitário de Mariano Rajoy [presidente do Governo espanhol]”, depois de ver os seus poderes serem retirados pela aplicação do artigo 155º da Constituição. O independentista rejeita a “constitucionalidade” do artigo aplicado e assegura que o Governo deposto tem o direito de “discutir a sua legalidade nos tribunais”.

“O Estado espanhol fala de constitucionalidade apenas quando lhe convém. A aplicação do [artigo] 155 é ilegal”, defendeu.

O governante deposto e outros quatro ex-ministros catalães estão na Bélgica, onde devem permanecer até serem intimados pelas autoridades espanholas. Carles Puigdemont diz estar “preocupado” com o facto dos restantes membros do antigo Governo catalão tinham sido detidos, incluindo, o antigo vice-presidente do Governo regional, Oriol Junqueras. “Os direitos humanos das pessoas que estão na prisão estão a ser violados”, afirmou.

“Temos noção de que podemos acabar na prisão se for concedida a extradição”, admitiu Carles Puigdemont, garantindo que estão “preparados” caso isso venha a acontecer.