Público: NA «GUERRA DO KATUR» ENTRE TIROS E MUITA FUMARADA

  • 1 Respostas
  • 2911 Visualizações
*

PereiraMarques

  • Moderador Global
  • *****
  • 7926
  • Recebeu: 1260 vez(es)
  • Enviou: 344 vez(es)
  • +5169/-235
Público: NA «GUERRA DO KATUR» ENTRE TIROS E MUITA FUMARADA
« em: Agosto 06, 2006, 11:39:58 pm »
Citar
NA "GUERRA DO KATUR" ENTRE TIROS E MUITA FUMARADA

Jornalistas da SIC, Visão e Expresso aprendem com o Exército técnicas para trabalhar em cenários
de guerra num curso de formação realizado em Mafra. Por Maria Lopes

Hoje, por volta do meio-dia, os militares portugueses dos Comandos integrados na força internacional Pefortur (Peace Enforcement for Katur), que se encontra em missão de paz no Katur desde a invasão do pequeno enclave pelas tropas de Albaraque, deverão libertar os nove jornalistas da SIC, Expresso e Visão e a médica da AMI, que ontem foram feitos prisioneiros de guerra pelos rebeldes. Na altura, o grupo estava no meio do mato, em regime de sobrevivência.
Não se conhecem ainda as condições físicas dos jornalistas - que já tinham estado uma vez nas mãos dos rebeldes ao caírem numa emboscada -, mas sabe-se que pelo menos um terá sido abatido e o grupo foi sujeito a torturas várias e violência. Parte dos jornalistas estavam embedded no grupo de Comandos e outros trabalhavam na zona em regime free-lancer.
A notícia, se fosse num real cenário de guerra, iria abrir todos os telejornais e teria até honras de especiais. Mas como não passa de um exercício inserido na acção de formação para jornalistas em cenários de conflito do grupo Impresa, será apenas objecto de uma reportagem alargada na SIC e nas páginas do semanário e da revista.
O mini-curso, que começou no domingo e termina hoje, está a ser ministrado na zona militar da Tapada de Mafra pela Escola Prática de Infantaria e pelos Comandos. Primeiro, o grupo teve aulas teóricas (na Brigada Mecanizada de Santa Margarida e em Mafra) sobre armamento e viaturas de combate, topografia e orientação, minas e armadilhas, socorrismo, sobrevivência, gestão do stress.
"Queremos dar-lhes condições para estarem alerta, terem consciência e conhecerem os perigos, saberem comportar-se num território hostil e trabalhar em conjunto com os militares se estiverem inseridos numa força", descreve o major Paulo Antunes. No caso de estarem embedded, é preciso saberem "como cada unidade militar reage consoante o cenário (urbano ou descampado, por exemplo) em que se move". "O exercício também serve para os militares, porque não é normal termos jornalistas inseridos nos pelotões. Há dificuldades de relacionamento porque uns preocupam-se com a segurança e o segredo e outros com a informação. É preciso limar essas arestas", acrescenta o major.
Já no meio do mato, na Tapada de Mafra, os dez formandos, sempre de capacete, colete antibala de mais de 15 quilos e camuflados, foram testados em exercícios representativos de situações de guerra que incluíram viaturas de combate, gás lacrimogéneo, tiros (com balas de salva) e fumarada. Foi uma semana de isolamento: dormiram em tendas num acampamento que serve de cenário aos exercícios habituais do Exército, com comida e banhos racionados, tal e qual como na guerra. E tiveram que recolher informação, fotos e sons como se a sua redacção estivesse à espera delas.
Quem pensar que foram dias de brincadeira, engana-se: os majores, capitães e tenentes coronéis lidaram com os jornalistas com praticamente a mesma disciplina que usam com os seus discípulos - e sem direito a questioná-la. Por seu lado, os formandos também estão a levar o curso muito a sério. "Isto é mais do que trabalho. Estamos a aprender como defender a nossa vida numa situação que poderemos enfrentrar a curto prazo", disse a pivot Clara de Sousa ao PÚBLICO, que acompanhou um dos dias de curso. E queixou-se logo a seguir que num dos exercícios fizera "tudo ao contrário e se fosse a sério tinha sido linchada na manifestação que estava a cobrir. Mais do que um teste físico, isto é para testar sobretudo os nossos limites psicológicos."
Apenas um dos jornalistas é experiente em cenários de guerra e por isso todos dizem que depois do curso têm "mais receio" porque conhecem os perigos.
Na quarta-feira, os dois exercícios consistiram no acompanhamento dos soldados naquilo que deveria ter sido uma deposição de armas e uma incursão à aldeia para apreender o arsenal dos invasores. Aos jornalistas é explicada toda a mecânica da operação, como se devem portar com os soldados. Mas há imprevistos e o cenário complica-se sempre. O primeiro acabou num tiroteio pegado e no segundo até houve jornalistas e soldados agredidos - a figuração é feita por militares de outras unidades.
A madrugada não tinha sido fácil: depois de uma missão à meia-noite, os jornalistas acordaram sobressaltados às duas da manhã e outra vez às quatro, com as tendas cheias de fumo de gás lacrimogéneo. É porque nem a guerra nem o jornalismo têm horas marcadas...

No site do Exército:
Citar
CURSO DE FORMAÇÃO DO EXÉRCITO PORTUGUÊS PARA JORNALISTAS EM ZONAS DE CONFLITO
   
No período de 23 a 28 de Julho de 2006, o Exército Português levou a efeito um Curso de Formação para Jornalistas em Zonas de Conflito, conduzido pela Escola Prática de Infantaria, com a participação directa do Centro de Tropas Comandos, ambos situados em Mafra. Esta iniciativa contou com o apoio da Brigada Mecanizada, da Escola Prática de Engenharia, do Centro Militar de Educação Física e Desportos, do Centro de Psicologia Aplicada do Exército, do Centro de Tropas de Operações Especiais e ainda de outras Unidades que contribuíram para esta acção de formação.

Esta formação teve como objectivo proporcionar aos participantes, informação específica relativamente às condições existentes nas actuais zonas de conflito e de guerra, recriando as difíceis condições em que os Jornalistas têm de realizar o seu trabalho.

Além da informação técnica sobre topografia e orientação, armamento, minas e armadilhas, comunicações, técnicas de sobrevivência, defesa Nuclear Biológica e Química, primeiros socorros e tipologia da conflitualidade, foi dado ênfase ao conceito de Jornalista “embedded” ou “inserido” com as forças militares em operações, tendo nesse sentido sido treinadas diversas situações e incidentes habituais nos actuais Teatros de Operações.
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20230
  • Recebeu: 2984 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1328/-3462
(sem assunto)
« Responder #1 em: Agosto 07, 2006, 09:59:21 pm »
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.