Olivença

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papatango

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(sem assunto)
« Responder #15 em: Janeiro 25, 2004, 05:29:11 pm »
Citação de: "Dinivan"
Bueno, hay muchos tratados y lo que quieras, pero en el día a día, Olivenza es Española, y vosotros mismos lo reconoceis:

Citação de: "Tribunal de Elvas"
"...Na sentença hoje proferida, o Tribunal Judicial entendeu não ser da sua competência a tomada de uma decisão sobre a matéria..."



Meu caro Dinivan, agradecendo o ter-se dado ao trabalho de apresentar os seus pontos de vista, o que é sempre positivo, sería no entanto  interessante olhar com um pouco mais de atenção.

O tribunal da comarca declarou-se não-competente para tratar do assunto, mas isso não quer dizer que outros tribunais não tenham essa competência.

Do ponto de vista legal, Olivença é "De facto" Espanhola, mas é "De Jure" (juridicamente) território Português.

Ou seja, um tribunal pode de facto ajuizar sobre o tema, apenas reconhece que não tem os meios para aplicar as leis ou determinações judiciais que haja que aplicar no território português correspondente á Câmara Municipal de Olivença.

Portanto, é necessário entender exactamente o significado das palavras, e como é obvio, o tribunal da comarca de Elvas, nunca poderia ter competência para tratar temas de soberania.

O caso da CIA, é infelizmente uma nota curiosa da falta de atenção que os Espanhois dão aos casos portugueses, e uma demonstração de que a CIA entende Portugal muito melhor que a Espanha. A diplomacía portuguesa é também uma diplomacia de silêncio.

Sobre outros temas, os diplomatas portugueses teriam falado.
Sobre o tema de Olivença, o silencio é ensurdecedor.

O silêncio, é em si, a maior demonstração do perigo da situação. O tema é tão absolutamente explosivo, que qualquer governo português, tem pavor de tocar nele. Não por falta de argumentos, mas porque sabe como é que os portugueses reagem, quando são capazes de se unir e reagir de forma colectiva.

O tema de Olivença é muito, mas muuuito mais perigoso que Ceuta, Melilla ou Gibraltar. Tem que ser tratado com luvas de veludo, para não virar tragédia.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Dinivan

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« Responder #16 em: Janeiro 25, 2004, 06:02:35 pm »
Papatango, si lee con atención:

Citar
Na sentença hoje proferida, o Tribunal Judicial entendeu não ser da sua competência a tomada de uma decisão sobre a matéria, alegando que se trata de um litigio do foro da justiça administrativa e da tutela diplomática.

Es un problema diplomático (es decir, exterior a las fronteras portuguesas), que ellos no pueden tratar, no significa que ese tribunal en concreto no tenga poderes para ejercer control sobre Olivenza.

De todas formas le pondré la notícia en cuestión, que no es más que un ejemplo, no pretendo que sea motivo de conflicto.

Citar
O Tribunal Judicial de Elvas declarou hoje não ter competência para decidir sobre a providência cautelar apresentada pelo Grupo Amigos de Olivença (GAO), visando o embargo das obras de restauro na Ponte de Nossa Senhora da Ajuda.

Na sentença hoje proferida, o Tribunal Judicial entendeu não ser da sua competência a tomada de uma decisão sobre a matéria, alegando que se trata de um litigio do foro da justiça administrativa e da tutela diplomática.

A providência cautelar foi interposta pelo GAO contra a empresa espanhola Freyssinet S.A., alegando que esta procede «ilegalmente» desde Março deste ano a obras de restauro na velha Ponte da Ajuda, sobre o rio Guadiana, entre Elvas e Olivença.

Na providência cautelar, entregue a 4 de Abril último, o GAO exigia a imediata suspensão dos trabalhos de reconstrução da ponte, a retirada das instalações já efectuadas e a reposição do local no seu estado anterior.

Na opinião dos Amigos de Olivença, as obras na ponte, classificada como imóvel de interesse público português, estão ser efectuadas a mando do Estado espanhol «sem a necessária autorização da administração portuguesa», o que, segundo eles, implica «a violação de fronteira e do território nacional».

O tribunal entendeu não proceder a qualquer audição, incluindo das testemunhas, em que se incluíam o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Rondão Almeida, e o responsável do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR).

O autarca de Elvas disse aos jornalistas que as obras na velha ponte são de «cariz internacional», assentando num convénio celebrado entre Portugal e Espanha. «A Câmara não tinha que intervir», alegou Rondão Almeida, reconhecendo que se trata de um «problema complicado».

O presidente do GAO, António Marques, admitiu a possibilidade do grupo interpor recurso da decisão para o Tribunal da Relação, embora faça depender isso da análise prévia do despacho.

António Marques aproveitou para pedir ao governo português que inclua a questão da soberania sobre Olivença na agenda diplomática entre Portugal e Espanha e que «clarifique» a sua posição sobre a matéria.

Edificada no reinado de D. Manuel I e classificada como imóvel de interesse público em 1967, a velha Ponte da Ajuda está implantada no lado direito do Guadiana no concelho de Elvas e na margem esquerda no município de Olivença.

http://www.portugaldiario.iol.pt



Citar
Não por falta de argumentos, mas porque sabe como é que os portugueses reagem, quando são capazes de se unir e reagir de forma colectiva.

O tema de Olivença é muito, mas muuuito mais perigoso que Ceuta, Melilla ou Gibraltar. Tem que ser tratado com luvas de veludo, para não virar tragédia.


¿¿Pretendes decir que no se habla de ello porque los portugueses podríais invadir España?? Con Ceuta y Melilla existe ese peligro por parte de Marruecos. Pero Marruecos es una monarquía absoluta que haría cualquier cosa con tal de llamar la atención, y a pesar de todo no lo hace porque sabe cuales serían las conseqüencias.
 

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papatango

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« Responder #17 em: Janeiro 25, 2004, 06:36:27 pm »
Citar
do foro da justiça administrativa e da tutela diplomática.
[/i]
Em português, isto quer dizer:

É um tema que SÓ PODE ser tratado por um TRIBUNAL ADMINISTRATIVO e NÃO por um TRIBUNAL JUDICIAL.

Señor, mismo en España un tribunal administrativo és distinto de un tribunal judicial. no?  :lol:

Isso poderia ser muito mau para as relações entre os dois países, porque prejudicaría a economia.

Não é, como é obvio uma questão militar. Portugal trataría a questão militarmente, tanto como Espanha o faría no caso de Gibraltar.

Cumprimentos[/size]
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Dinivan

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« Responder #18 em: Janeiro 25, 2004, 07:24:53 pm »
Citar
É um tema que SÓ PODE ser tratado por um TRIBUNAL ADMINISTRATIVO e NÃO por um TRIBUNAL JUDICIAL

Perdone, pero desconozco qué es un tribunal administrativo, si más no, no tengo conocimiento de algo similar en España, a no ser que tengan distinto nombre.  :?
 

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dremanu

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História de Portugal
« Responder #19 em: Março 01, 2004, 11:43:18 pm »
No dia 27 de Fevereiro de 1901, em Campo Maior, nascia Rodrigo Carlos Dordio Rosado de Figueiredo Pereira Botelho.

Ainda jovem, apenas com o posto de Tenente, na altura da Guerra Civil Espanhola, quando o Governo de então convidou os militares portugueses a irem servir as tropas nacionalistas de Franco, ofereceu-se ao Comandante da sua unidade para ir tomar Olivença.

Durante toda a vida foi um intrépido defensor de Olivença Portuguesa, ele e toda a sua família.

O seu patriotismo e o inigualável amor que nutria pela cativa Olivença não o impediram de livrar da morte quantos republicanos fugiram para Campo Maior para se livrarem dos massacres de Franco.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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dremanu

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A Usurpação
« Responder #20 em: Março 02, 2004, 12:27:48 am »
No dia 20 de Maio de 1801, o exército espanhol, num acto de pura traição, toma o concelho de Olivença, usurpando 750 km2 do território de Portugal, incluindo uma das suas vilas mais importantes.

A Vila de Olivença foi conquista pelos portugueses aos mouros, pela primeira vez em 1166. A sua posse definitiva foi reconhecida em 1297, no Tratado de Alcanises, quando foram fixadas as fronteiras entre Portugal e Castela. Durante mais de 600 Anos a sua população bateu-se contra a investidas de Castela e depois da Espanha (a partir de 1492) para preservar a sua identidade nacional

Esta usurpação ocorre num momento particularmente dramático para Portugal, dado que vivia sob a ameaça de uma invasão pelo exercito francês. A Espanha aproveita-se desta fragilidade de Portugal, e declara-lhe guerra e num acto de traição, pela força das armas, usurpa um território que não lhe pertencia subjugando uma população indefesa.

Em 1815, após inúmeras manobras negociais, a Espanha compromete-se a devolver aquilo que havia roubado a Portugal, mas acabou por nunca o fazer. Pelo contrário, iniciaram uma sistemática política de genocídio cultural de uma parte do povo português e de ocultação das marcas de um crime.

Apropriaram-se de terras portuguesas

Usurparam património português

Procuram extinguir lentamente as famílias portuguesas

Negaram a identidade cultural aos seus descendentes

Ocultaram nomes e referências históricas de modo a esconderam a usurpação.

Fizeram tudo isto, também com a conivência de alguns traidores portugueses.

Não era a primeira vez que a Espanha fazia um genocídio cultural semelhante. Fê-lo quando obrigou à conversão forçada ao cristianismo de centenas de milhares de judeus e muçulmanos. Os que resistiram foram mortos ou fugiram espoliados dos seus bens. Na América Latina, cerca de 70 milhões de Astecas, Maias, Incas e tantos outros povos foram exterminados e de uma forma sistemática esvaziados da sua identidade cultural.O que hoje aqui aí encontramos são povos que perderam o sentido da terra que habitam e dos monumentos que os cercam. Algo semelhante podemos encontrar também em Olivença.

Andado pelas ruas da cidade e pelas antigas aldeias portuguesas, o que encontramos são pessoas que reclamam a propriedade de casas, igrejas, monumentos, ruas que foram erigidos por um outro povo com uma outra cultura, a quem carinhosamente tratam por "hermanos". Esvaziados da sua identidade cultural, a que hoje ostentam e se reclamam são as tradições e a fidelidade à cultura do invasor.  

Apenas na Alemanha Nazi e na Ex-União Soviética e na China, no século XX, ocorreram casos semelhantes. É por tudo isto que o caso de Olivença é importante, nomeadamente para compreendermos a forma como se pode exterminar um povo. Olivença pode ser considerado o primeiro caso de genocídio cultural empreendido na História Contemporânea da Europa. Uma das suas novidades reside na forma quase silenciosa como o crime foi perpetrado e ainda hoje é ocultado, o que pode justificar a forma naturalizada como a questão é encarada. Nenhum remorso ou alusão aos milhares e milhares de homens, mulheres e crianças a quem lhes foi negado o direito a uma identidade, à história das suas raízes, sendo que a única que lhes concediam era a do invasor.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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ferrol

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De novo a Olivença
« Responder #21 em: Março 02, 2004, 10:50:13 am »
O tema da olivença xa foi amplamente discutido no foro da revista defensa polos nosos amigos papatango e dinivan (sexa benvido a este forum).
O enderezo das 8 páxinas de discusión histórica, étnica e guerreira entre os nosos países está en:

http://www.defensa.org/modules.php?name ... 47188ce6f6

No que a min respecta gustaría de falar da unión galaico-portuguesa. As relacións entre as nosas xentes, falo de xente, non países, os minhotos, arraianos e demáis foron sempre boas. Únenos a historia, o idioma e a cultura.

Os portugueses sempre serán ben tratados na Galiza, igual que nós o somos no Portugal.

Agora ben, se falamos da unión, debería ser Galiza-Portugal, non Portugal-Galiza, porque ó fin, Portugal non é máis ca un anaco da Galiza arrincado pola Historia.

Desde logo, todo isto non é máis ca un desvarío, porque concordo en que sendo europeos, as fronteiras tenden a borrarse e non fai falla unir o que xa está unido polas persoas desde fai séculos.

Saúdos desde a Galiza.
Tu régere Imperio fluctus, Hispane memento
"Acuérdate España que tú registe el Imperio de los mares”
 

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dremanu

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A Ferrol
« Responder #22 em: Março 02, 2004, 03:25:12 pm »
Ferrol:

Obrigado pelo link que indicou, foi interessante de ler os "posts" presentes nesse forum. Do meu ponto de vista pessoal sou contra Castela e Espanha porque nunca nos respeitaram o direito de existir como Portuguêses, de sermos soberanos na nossa terra, e livres das suas intrusões no nosso país. Se tal nunca tivesse aconteçido, e os Castelhanos se tivessem comportado como verdadeiros "Hermanos", provavelmente Portugal e Castela hà séculos que teriam uma aliança de benefício mútuo aos dois países.

Falemos então da união Galaico-Portuguêsa; Não entendo muito bem a sua lógica em relação a Portugal fazer uma união com a Galiza, Portugal é um país independente, e Galiza é uma província(ou estado federal?) de Espanha, sendo assim porque isso nos interessaria?

Quanto a suposta "irmandade" galaica em relação a Portugal, acho esses conceptos muito bonitos e interessantes, e os meus primos minhotos sempre me falam bem dos galegos. O que me custa a aceitar nesses conceptos, é que não conheço episódio nenhum da história de Portugal, em que alguma vez os Galegos mandaram um exército para ajudar Portugal a lutar contra os Castelhanos. Pode ter sido até que houve ofertas feitas, mas recusadas por governos Portuguêses receosos de um cavalo Troiano de Castela, vindo para Portugal mascárado por detrás da "irmandade" Galega. E mais porque é que vocês nunca se rebeldaram contra a dominação Castelhana? Tudo isto me leva a acreditar que vocês sempre foram fieís a coroa castelhana, algo que nós Portuguêses- com exceção do reino dos Filipes-, nunca fomos. Isto me leva a lhe por uma outra pergunta, porque razão devem os Portuguêses acreditar, ou confiar nas boas intenções dos Galegos?

Entenda que as minha perguntas não são um ataque pessoal contra si, ou contra o povo galego, estou meramente curioso de escutar qual é o pensamento de um galego, porque não conheço nenhum a quem perguntar.

Dentro do contexto moderno acho interessante a ideia de haver uma união Galiza-Portugal, ou Portugal-Galiza(o que você quiser chamar), porque não dúvido que seria benéfico para Portugal, e provavelmente para os Galegos também, só não estou de acordo com a sua ideia que a participação na Europa vá iliminar fronteiras. Creio até que a EC tem os seus dias contados, e que o princípio do fim da EC começa no próximo ano, quando fizerem o alargamento a mais dez países.  Será muito difícil para países com culturas tão díspares de encontrarem consenso para todos os problemas que se adevinham vir a existir.

Finalizo dizendo-lhe que nas forças armadas portuguêsas aprende-se que irmandade ganha-se através do sacrifício mútuo, do espírito de unidade, na crença na pátria, e na compartilha do perigo físico, quando se luta pela sobrevivência. Por isso eu sou muito suspeito quando me vêm com promessas de "irmandade", especialmente quando todas elas são baseadas em nada mais que palavras.

Cumprimentos
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komet

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« Responder #23 em: Março 02, 2004, 04:25:28 pm »
Até porque as promessas de entrega de Olivença por parte de Espanha nunca passaram disso mesmo...
"History is always written by who wins the war..."
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #24 em: Março 02, 2004, 06:16:38 pm »
Caro ferrol,

Muito obrigado pelo link que apresentou. Gastei uns bons minutos a lê-lo por completo, e pude constatar as participações do nosso camarada aqui do fórum - papatango. Well done m8.  :wink:
Ricardo Nunes
www.forum9gs.net
 

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ferrol

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Bufff, a historia
« Responder #25 em: Março 03, 2004, 09:43:40 am »
Citação de: "dremanu"
O que me custa a aceitar nesses conceptos, é que não conheço episódio nenhum da história de Portugal, em que alguma vez os Galegos mandaram um exército para ajudar Portugal a lutar contra os Castelhanos.

Galicia nunca tivo exércitos organizados, porque cáseque nunca foi un país independente nin con unha nobleza forte dabondo como para opoñerse á Castelá.

Citação de: "dremanu"
E mais porque é que vocês nunca se rebeldaram contra a dominação Castelhana?

No século XIV en Galicia inventouse a loita de clases, coas guerras irmandiñas, nas que os campesiños expulsaron ós nobres das terras, hasta que estes pediron axuda a Castela que mandou un exército para reducilos de novo a pagar rentas das terras nobres.

Citação de: "dremanu"
Tudo isto me leva a acreditar que vocês sempre foram fieís a coroa castelhana,

Nós non, as elites que nos gobernaban.

Citação de: "dremanu"
Isto me leva a lhe por uma outra pergunta, porque razão devem os Portuguêses acreditar, ou confiar nas boas intenções dos Galegos?

Se vostede ten un veciño cun can que o dono ten atado, que nunca lle ladrou e que nunca lle mordeu e move a cola cando o saúda ¿confiaría nel?

Citação de: "dremanu"
Será muito difícil para países com culturas tão díspares de encontrarem consenso para todos os problemas que se adevinham vir a existir.


Ben, deica agora non nos vai mal cos Fineses nin cos Daneses. Penso que non se decata de que os problemas son sectoriais. Podemos estar contra o razoamento francés da pesca, e dacordo cos fineses, ou dacordo co plantexamento francés da agricultura e en contra do finés.

Non se trata de "todos os problemas", senón mais ben "cada problema".

Citação de: "dremanu"
Por isso eu sou muito suspeito quando me vêm com promessas de "irmandade", especialmente quando todas elas são baseadas em nada mais que palavras.


¿E que máis quere?

En fin, un saúdo para todos desde a Galiza.

P.D: Agradezo a Ricardo Nunes os parabéns. O foro que lle presentei está aberto á participación enriquecedora de canta máis xente mellor.
Tu régere Imperio fluctus, Hispane memento
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emarques

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« Responder #26 em: Março 04, 2004, 02:40:11 am »
Se bem me lembro, foram unidades galegas que começaram o levantamento contra Junot no Porto. Por isso, de certa forma, Portugal já teve ajuda de "exércitos galegos" contra invasores.

Mas na batalha de S. Mamede, a verdade é que a nobreza portucalense se estava a rebelar mais contra a dominação galega do que contra os leoneses, que estavam longe e nem chateavam muito. Ou seja, a ideia era mais afastar o conde de Trava e marcar a separação de Braga e Santiago de Compostela do que negar o direito do rei de Leão à coroa suprema da Hispania.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.
 

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caedlu

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O "PERIGO ESPANHOL" E OLIVENÇA
« Responder #27 em: Março 04, 2004, 04:19:07 pm »
O "PERIGO ESPANHOL"  E OLIVENÇA
 (o exemplo de um caso concreto...)
     Carlos Eduardo da Cruz Luna
        Prof. História do Ens. Sec.
   Não pretende este "trabalho" analisar profundamente o problema do "Perigo Espanhol", mas tão ~só reflectir sobre um caso CONCRETO, poucas vezes ( o que é mau) relacionado com a problemática de se tentar adivinhar qual poderia ser o futuro de Portugal se, por qualquer motivo, ficasse sob o domínio de Madrid. E penso haver motivos para reflectir...
     Antes, não resisto a recordar as palavras de Jordi Pojol, então dirigente da Catalunha (ainda não estava no Poder o mais nacionalista Pascual Maragall), ao "Expresso" de 12 de Outubro de 2002 : "...imagine que em 1640 a sublevação portuguesa tinha sido derrotada, e que desde então até hoje Portugal estivesse (...) incorporado em Espanha; Portugal teria sofrido a pressão das Instituições políticas, do Poder Administrativo Espanhol, a perseguiçáo da sua cultura e a proibição do ensino do Português nas escolas, na administração, na comumicação social e, inclusivamente, durante muitas e muitas décadas, a proibição de que se editassem livros em Português ou até mesmo que se desse catequese em português. Imaginem (...)que hoje a Praça dos Restauradores se chamasse Praça Felipe III e a Alameda D. Afonso Henriques se chamasse Alameda Felipe I."
    Seria interessante discutir se Jordi Pujol estaria ou não a exagerar. Não nos é possível saber o que sucederia exactamente o que sucederia se Portugal tivesse sido derrotado no conflito de 1640-1668. Mas, ao fim e ao cabo, há um caso concreto, e é esse que vou tentar analisar, de um território de cultura portuguesa submetido a Madrid. É raro estudar-se sob este ponto de vista, mas penso ser importante fazê-lo. Trata-se da Região de Olivença ( e Táliga...).
     Uma vez mais, é impossível saber se, unido a Espanha, Portugal seria transformado numa Gigantesca Olivença. Talvez a dimensão da território e o peso da população não tivessem permitido tal. Todavia, mesmo sem se chegar à situação do "Território das Oliveiras", causa muita apreensão pensar somente que se poderia chegar a uma situação intermédia, de tal forma negativa ela se apresenta em certos aspectos hoje em Olivença. É que...intermédia seria ainda bastante má...
    Já se sabe. Olivença foi conquistada pela Espanha em 1801. Segundo a interpretação diplomática portuguesa, o Tratado que se seguiu foi anulado em 1807, e tal anulação foi reconhecida pela Europa em Paris (1814), em Viena de Áustria(1815), e em documento assinado por Madrid em 1817.
    O problema começa aqui. Mais de 80% dos oliventinos desconhece tais factos, e acreditam que Olivença foi trocada por Campo Maior, ou que veio para Espanha no dfote de uma Rainha, ou em qualquer outra historieta sem fundamento histórico.
     Mas há mais. Em nenhuma escola de Olivença (e Táliga, aldeia independentizada no Século XIX) se ensina a verdadeira História da Região, mas tão só a História de Espanha. E isto desde há duzentos anos. O Oliventino cresce a aprender ( e a lutar por ) uma História que NÃO É A SUA.
      É verdade que se ensina actualmente português em Olivença, mas só no Ensino Primário, já que no Secundário tal não foi autorizado. E, claro, aprende-se o Português como algo um tanto "folclórico", algo de um tanto exterior à região. O velho Português alentejano, falado pelos idosos, é desvalorizado. Não há continuidade geracional.
     A nível de consciência colectiva, o oliventino tem poucas referências. Os seus apelidos e a toponímia, sempre que possível, foram adulterados, traduzidos,"mudados". E não se vislumbram esforços no sentido de reverter tal situação.
    Os apelidos " sobreviventes" são explicados das formas mais engenhosas possíveis. Por exemplo, é comum dizer-se que se tem um antepassado vindo de Portugal. Após falar aí com vinte oliventinos, quase metade afirma ser essa a origem do seu nome. Donde se conclui, com espanto, que das duas, uma: ou os locais têm pouca consciência de que os seus nomes eram todos portugueses na sua terra durante séculos e séculos, ou que vagas de imigrantes portugueses escolheram misteriosamente a região de Olivença para se instalarem...opção obviamente sem lógica.
     Como se poderá imaginar, é desconcertante ouvir dizer que nomes como "Vidigal" ou "Valério" são espanhóis... principalmente nesta último caso, pois um dos heróis da resistência lusófona em Olivença chamava-se Vicente Vieira Valério, que, por não querer escrever em castelhano, ficou sem recursos para sobreviver. Contam-se pelos dedos das mãos os oliventinos que conhecem este facto histórico.
    É chocante ouvir um professor de História de Olivença, de apelido Silva, dizer que os portugueses não devem reclamar o território, tal como os espanhóis não reclamam Campo Maior...mostrando ignorar que está a referir-se a uma falsificação da História.
      Muitos outros exemplos poderiam ser dados, como o de se argumentar que o nível de vida é superior em Espanha ( nunca se diz que já foi superior em Portugal; nessa época, a Ditadura Franquista reprimia todo o sentimento português; e, claro, esquece-se que o nível de vida de Gibraltar é superior ao de Espanha), o de se dizer que Olivença só cresceu sob domínio espanhol (recorde-se que, em 1801, segundo autores espanhóis, Olivença era comparável a Elvaqs e Badajoz, e que no século XIX decresceu...mesmo porque muita população foi obrigada a refugiar-se em Elvas, Alandroal; Vila Viçosa, etc. ), ou o de se dizer que entre 1297 (Tratado de Alcañices) e 1801 Olivença foi  território espanhol ocupado por Portugal...
     Apenas os monumentos dão aos oliventinos alguma noção clara de que algo não-espanhol existiu na localidade... e mesmo assim com algumas confusões. O casario, tradicionalmente igual ao meridional português, vai sendo demolido ou abandonado. As chaminés alentejanas vão desaparecendo... bem como as janelas estritas e os "poiais".
    As autoridades locais, mais "abertas" em Democracia que noutros tempos, não conseguem resolver tais contradições. Pelo menos os monumentos estão muito bem cuidados e aproveitados, o que só pode merecer rasgados elogios. Mas... são corpos sem "alma".
     Todavia, mantêm-se vivos inúmeros preconceitos antiportugueses, baseados em concepções "culturais" absurdas, falseadas, mesmo xenófobas. Que não nasceram do acaso. Houve uma "desportugalização" intencional e legislada ( não esquecendo a proibição da língua desde o século XIX), variando de intensidade, mas sempre presente, e nunca esquecendo a repressão franquista, época em que tal política foi particularmente intensa.
    É espantoso o que se pode encontrar em Olivença, se se aprofundar a Análise Histórica aos aspectos sociais, culturais, económicos, ou outros. É toda uma destruição de uma cultura, uma negação da História, uma perversão das consciências.
     Dir-se-á que Olivença (com Táliga) é uma região de 453,61 quilómetros quadrados, e um caso pontual; como alguém já disse, uma "borbulha" nas relações luso-espanholas. Mas, todavia, uma "borbulha" com duzentos anos, tratada com tanto desrespeito na sua substância, submetida a tantos atropelos, não permite encarar com qualquer optimismo uma eventual União de Portugal e Espanha.
     Talvez Madrid ainda não tenha compreendido, mas a sua persistência em não reconhecer dúvidas (di+plomáticas ) sobre a posse do Território, em "calar" qualquer queixa portuguesa, alimenta, e muito, aquilo que alguns consideram como um mito: o "Perigo Espanhol".
      Mas diga-se também, em abono da verdade, e quase a concluir, que o "Perigo Espanhol", se existe, deverá ser também fruto do pessimismo português. O hábito de por tudo e por nada se descrer das capacidades portuguesas, de se considerar que o País "não vale a pena", e que os portugueses são pouco inteligentes  ou incapazes, não ajuda em nada à afirmação, saudável e NÃO CHAUVINISTA, de Portugal.
     Veja-se o Caso de Olivença: há duzentos anos que se chora a sua ocupação, mas, para além do NÃO reconhecimento da legalidade espanhola no local, pouco se tem feito para corrigir a situação. Salazar, que tão nacionalista surge no pensamento de tantos, sabia o que o Franquismo estava a fazer na região: descaracterização total. E, todavia, nunca interpelou Franco a tal propósito.
        Políticos e elites ( escritores, jornalistas, etc. ) continuam a evitar falar de Olivença. Como se receassem um anátema. Continuam sempre a considerar que não é o momento oportuno. E há duzentos anos que pouco se faz. Porque é politicamente incorrecto. Porque se conota com a Direite. Porque é de Esquerda. Porque as relações com Espanha são desfavoráveis ou más. Porque as relações com Espanha são óptimas. Porque não devemos perseguir ilusões.
      "Não. As ilusões nunca são perdidas."- dizia BENTO DE JESUS CARAÇA - "Elas significam o que há de melhor na vida dos homens e dos povos. Perdidos são os cépticos que escondem sob uma ironia fácil a sua impotência para compreender e agir; perdidos são aqueles períodos de História em que os melhores, gastos e cansados, se retiram da luta sem enxergar no horizonte nada a que se entreguem."
        Talvez o "Perigo Espanhol" esteja, afinal, nas limitações de cada um dos portugueses, que, abusivamente, as estendem a todo um povo.
         Estremoz, enviado a 25 de Fevereiro de 2004
 

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caedlu

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O QUE A C.I.A. REALMENTE DISSE SOBRE OLIVENÇA
« Responder #28 em: Março 04, 2004, 04:26:37 pm »
O QUE A C.I.A. REALMENTE DISSE SOBRE OLIVENÇA (dirigido principalmente a DINIVAN...) E QUE TODA, MAS TODA A IMPRENSA ESPANHOLA DISTOREU E INTERPERETOU ERRADAMENTE (inclui tradução iINTEGRAL para português do texto original (obviamente) em inglês.  


Não gosto (minimamente) da C.I.A.. Convém esclarecer este ponto para
> que não haja confusões.  E, consequentemente, não reconheço autoridade à
> C.I.A. para opinar sobre assuntos exteriores aos Estados Unidos.
>    Todavia, há que analisar a recente referência à C.I.A. no seu
contexto,
> e, principalmente, ler o QUE LÁ ESTÁ!!!  Mentir (sim, mentir!) sobre isso

> não me parece um meio de se conseguir esclarecer seja o que for.
>    Em 14 páginas, a C.I.A. refere todas as disputas internacionais que
> descobriu, incluindo algumas entre o Canadá e os próprios Estados Unidos,
e
> entre estes e o México, e mesmo o conflito sobre Gibraltar. Em parte
> nenhuma se compara Olivença a Gaza ou a Caxemira, apenas se refere (pela
> primeira vez) que há uma questão por resolver. " Um dia terá de se
resolver
> esse problema", como disse Martins da Cruz, o Ministro dos Negócios
> estrangeiros de Lisboa em 3 ou 4 de Setembro de 2003. NÃO NEGOU QUE
EXISTIA
> UM DIFERENDO, embora não lhe dando muita importância. Afirmar que ele
disse
> que não existia não corresponde à verdade.
>    O melhor é vermos o que a C.I.A. diz. Sobre Portugal, diz
> apenas:"Portugal tem periodicamente reafirmado reivindicações sobre os
> territórios em redor da Cidade de Olivenza (Espanha)". Sobre Espanha, diz

> mais:" Os habitantes de Gibraltar votaram esmagadoramente em referendo
> contra o acordo de total partilha de soberania discutido entre a Espanha
e
> o Reino Unido para mudar 300 anos de governo da Colónia; Marrocos
protesta
> contra o controle espanhol sobre os enclaves costeiros de Ceuta, Melilla,
o
> Peñon de Velez de Gomera, as ilhas de Peñon de Alhucemas e as ilhas
> Chafarinas, e as águas circundantas; Marrocos rejeita também o traçado
> unilateral de uma linha média a partir das ilhas Canárias, em 2002, para
> estabelecer limites à exploração de recursos marinhos, e interdição de
> refugiados; Marrocos aceitou que os pescadores espanhóis pescassem
> temporariamente na costa do Sahará Ocidental, depois de um derrame de
crude
> ter sujado bancos de pesca espanhóis; Portugal tem periodicamente
> reafirmado reivindicações sobre os territórios em redor da Cidade de
> Olivenza(Espanha)".
>    É isto que se pode ler no relatório da C.I.A., que cita conflitos em
> todas as partes do Globo, não sendo a esmagadora maioria minimamente
> violentos.
>    O que é incompreensível é que TODOS os jornais espanhóis tenham
> noticiado que "A CIA inventou um conflito que ninguém conhece", ou que "A

> CIA compara Olivença a Gaza e Caxemira", ou que "A CIA pensa que há
> terroristas em OLivença". Pior do que tudo, é dizer que a discussão em
> torno de Olivença foi uma invenção e que ninguém tinha ouvido falar dela.

> Francamente, só por piada de mau gosto, ou por má-fé, se pode dizer tal
> coisa. Que imprensa é esta? Que responsáveis políticos são estes?
>    Não se lhes pede que concordem ou não com a justiça da disputa. É
> natural que opinem que não há razões do lado português. Dizer, mentindo,
> que a C.I.A. inventou tudo, ou que ninguém ouviu nunca falar disso, é que
é
> pouco ético!
> Carlos Eduardo da Cruz Luna    268322697          939425126  
R.Gen.Humb.
> Delg. 22   r/c         7100-123-Estremoz
> --
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #29 em: Março 04, 2004, 04:51:23 pm »
Seja bem vindo Carlos.

Votos de uma próspera participação no fórum defesa. Boa análise!  :wink:

Cumprimentos,

Ricardo Nunes
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