Eu acho o Emidio Guerreiro uma pessoa notável.
Mas é evidente, que ele não se encaixa no PSD da parte ex: ANP.
Aliás, todos nós sabemos que o PSD é um partido de tendências, e as tendências são históricas, porque o partido foi criado um bocado como uma federação.
Quando ocorreram as eleições de 1975 (para a cosntituinte) dentro do PSD ficou claro o poder que tinha o PSD rural, das estruturas da antiga ANP, por causa dos resultados e da distribuição de votos do partido. Onde a ANP estava mais ou menos organizada, e tinha uma estrutura capaz, foi onde o PSD teve mais votos.
Essa parte do PSD passa então a fazer valer os seu poder. Algum tempo depois, há a famosa cisão do PSD (quase metade do partido vai-se embora), e dá-se criação da ASDI, com Sousa Franco e Magalhães Mota.
Nomes como Helena Roseta, que hoje está ao lado de Manuel Alegre, eram proeminentes no PSD urbano, e posteriormente foram-se embora.
O PSD ex-ANP também não ficou intacto. Parte dele passou-se para o CDS em 1976, quando com Freitas do Amaral conseguem uma votação elevada (16% e o 3º lugar).
Para mim Emidio Guerreiro era um lutador. Tinha mais um ano que a idade do século, e portanto tinha 75 anos em 1974. Foi um homem das Brigadas Internacionais na guerra civil de Espanha, e portanto achava viável a movimentação armada. Mas os militares acabaram com a necessidade de revolução popular.
Emidio Guerreiro funda o Partido Popular Democrático (PPD) e posteriormente (a meu ver) desilude-se com as formas utilizadas pelo partido para ganhar tamanho e importância. Mário Soares era um perigoso esquerdista, e representava uma via algo terceiro-mundista para os gostos dele, e provavelmente é por isso que não aderiu ao Partido Socialista.
Claro que não gostou da aliança com o então CDS e da Aliança Democrática, que ganhou as eleições em 1979. O PSD não era o PPD que ele havia criado.
Enfim, uma opinião muito por alto