C aro FoxTroop,
Estou aqui a falar de princípios, da segurança e defesa em sentido lato e abstracto.
Mas se você quer falar de casos particulares, localizados e muito concretos… não vamos a lado nenhum. Cada um pega nos seus e dá-lhes a importância e contornos que quiser.
Claro que não, por isso é que até se pelam para ir para teatros de operações de âmbito estritamente militar e até se teve de criar e equipar forças da GNR de proposito para esse fim. Já para não falar da tentativa de criação de uma marinha paralela. Claro que não, meu caro Trafaria.
No primero assunto deve estar a referir-se a uma missão em concreto: a ida da GNR para o Iraque, missão que desempenhou com brio e competência mas que teve um carácter absolutamente excepcional e origem em questiúnculas legais e quezílias de natureza politica entre Belém e S. Bento. Dificilmente se repetirá, não serve de modelo. Mas foi suficiente para por os militares em alvoroço, sobretudo a roerem-se de inveja. Dou vivas à GNR pela forma prestigiosa e prestigiante como representou a nação. Marcaram e mostraram tambem a Portugal e a todos os portugueses, e de que maneira, a sua competência e valia enquanto militares … isso provocou dor de corno a muita gente, se provocou, mas paciência, ninguém é dono do pais e as decisões - goste-se ou não - competem aos políticos.
Como deve lembrar-se avançou a GNR porque e só porque o PR estando contra a invasão não aprovou o envio de tropas. Como o PM era a favor e a GNR nao precisava de visto presidencial avançou esse força. Nao foram os GNRs que se pelaram para para lá irem, seja honesto. Foram apenas porque os militares estavam por imperativos legais impedidos de nessa guerra participarem.
Já quando menciona a criação de uma marinha paralela julgo estar a referir-se à continuada e incompreensível oposição da Armada (é essa a sua designação oficial) a tudo quanto diz respeito a alterações de politicas ligadas ao mar. Mas tanto tem a ver com politicas de segurança como de outras… a Armada julga-se dona do pais marítimo, orla costeira e arredores. De tudo se julgam proprietários, em tudo metem o bedelho.
Concretizando, directo ao assunto: quando da extinção da Guarda Fiscal e sua absorção pela GNR, sendo que a primeira era a força historicamente responsável pelas nossas fronteiras marítimas a segunda continuou naturalmente com o desempenho das funções e missões nesse âmbito até ai atribuídas à primeira (através da sua Unidade de Controlo Costeiro, designação actual do antigo e centenário Serviço Marítimo da GF). O que é que isso tem de extraordinário?
Nada, foi uma continuação na continuidade. Verdadeiramente de extraordinário talvez apenas o facto de a Armada ter aproveitado esse processo de fusão entre forças para tentar correr com elas do mar para fora. Ridículos como são tentaram fazer passar aos políticos e à opinião publica que se estava a criar um serviço novo mas afinal existia há quase 200 anos. Mas o problema era unicamente que a GF era pequenina e pouco visível … já a GNR, que a veio substituir, é enorme e a Armada, Almirantes e Comandantes parecem ter medo das sombras!
Como em tudo há que ler as coisas pelo lado positivo e aqui registe-se a vantagem e o importante pormenor de na marinha se ter ficado a saber que as fronteiras marítimas do país são uma competência do ministério da administração interna e não do da defesa.
Mas entendo! São esses mesmo senhores os que se têm oposto à formação da mais que necessária e desejada Guarda Costeira (uma força militarizada vocacionada para a imposição da lei, fiscalização e socorro na orla costeira, estuários, portos e mar até 15 milhas) agregando todos os cerca organismos dispersos e associados a essa actividade e quase todos – sem que se compreenda bem porquê - dirigidos por oficias da armada. É muita capela, muito tacho, compreende-se que se oponham… entende-se que queiram perpetuar a nossa condição de pais de terceiro mundo.
E se os militares nada têm (segundo as suas proprias palavras) para oferecer à população, certamente que as FS têm mais para oferecer. Pelo menos a nivel de ridiculo têm bastante (uma das que assisti recentemente foi à de um PSP ser esbofeteado na cara durante uma altercação e simplesmente ignorou o facto)
E eu disse que as FA nada têm para oferecer à população? Bem… ou eu sou muito esquecido ou você não sabe ler.
Mas não acha bizarro que se ponham em bicos de pés e façam um reboliço do caraças para oferecerem aquilo que outros (as FS) não pediram e pelos vistos não querem?
Aquilo a que você assistiu pode ter sido a demonstração de um acto de verdadeiro profissionalismo. Nós somos formados para lidar com o cidadão, não com o inimigo.
Nunca levei um estalo na cara que não fosse dado pelos meus pais, mas cuspidelas, pisadelas, e ficar sem bolsos da camisa, isso aconteceu N de vezes… nunca pessoalizei isso, entendi-o como o tijolo que cai em cima do pé do trolha, o pescador que se molha …
Casos são casos … e só casos.
Quanto às capelinhas que não existem nem têm interesse para defender, sabe o que eu digo. Que o Pai Natal este ano vem de amarelo, que o patrocinio agora é da Cutty Sark
Se essa é para mim confesso que não sei a que se refere, nunca fui patrocinado.
Mas estranho é que os militares ainda o não tenham obrigado a vestir de verde cá na nossa tirinha á beira mar plantada… por este andar não faltará muito!
Cumprimentos