Iraque a ferro e fogo

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Spectral

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« Responder #135 em: Junho 15, 2004, 08:22:57 pm »
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Obviamente que quem mais arrisca (e de facto os europeus nesse aspecto somos uma nulidade e ora estamos contra o “Imperialismo” americano ora estamos a suplicar que venham ou vão a um ponto qualquer pôr ordem dado que não temos capacidade militar para isso, o que só significa que não queremos arriscar o pêlo) quer sempre maior protecção, dado que, se assim não for, qualquer comu… comum… ou europatriota pode apresentar uma queixa nesse mesmo TPI contra um qualquer General, Diplomata ou até Presidente norte-americano, por um soldado ter dado um par de estalos a um prisioneiro na sua posse. É ai que esta o cerne da questão. E como todos sabemos o amor que principalmente na Europa os comu… têm pelos EUA, está-se mesmo a ver o que aconteceria…


Para sua informação o sistema não funciona assim. Entre muitos outros pormenores para evitar situações como a que descreveu, os governos dos países ocidentais teriam sempre uma palavra a dizer sobre os processos que seguissem para a frente.

O TPI poderia ter tido um papel importante no Iraque. Mesmo com todas as garantias, os americanos recusaram-se a cooperar com ele e pior, ameaçaram outros países que se lhe pretendiam juntar...

Mas claro, nada devemos temer, porque o heróico e puro G.I. lá há-de estar a proteger-nos, sempre alerta e vigiante contra os pérfidos  co... comu...( vcs já sabem do que tou a falar  8) ), a fonte de todo o mal no mundo, etc, etc.

Não é só a cassete deles que é repetitiva  :wink:
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

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Tiger22

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« Responder #136 em: Junho 15, 2004, 08:40:00 pm »
Citação de: "Spectral"
Para sua informação o sistema não funciona assim. Entre muitos outros pormenores para evitar situações como a que descreveu, os governos dos países ocidentais teriam sempre uma palavra a dizer sobre os processos que seguissem para a frente.


Não. Não é assim. Se assim fosse isso esvaziaria o carácter de independência que um qualquer tribunal deve possuir. :wink:
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #137 em: Junho 15, 2004, 09:20:58 pm »
Citação de: "Typhonman"
Caro Ricardo Nunes, tente ler o artigo do T CORONEL Brandão Ferreira da Mais Alto de 1988 ou 89 e veja o artigo sobre a UE...


Caro Typhonman, eu gostaria mas infelizmente não possuo nenhum número da Mais Alto desses 2 anos. Será que é possível que me envie uma transcrição do artigo?
Ricardo Nunes
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Spectral

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« Responder #138 em: Junho 15, 2004, 09:40:05 pm »
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Não. Não é assim. Se assim fosse isso esvaziaria o carácter de independência que um qualquer tribunal deve possuir.


Olhe que é/era ( nunca mais se ouviu falar de nada). A fase de intereferência dos governos processava-se antes da situação chegar ao nível dos tribunais, mais ao nível da acusação.

Um exemplo semelhante: com a nova legislação, na Bélgica podia-se apresentar queixa contra crimes contra a Humanidade cometidos em qualquer parte do mundo. Imediatamente alguns "espertinhos" meteram um processo contra os Estados Unidos ( já não sei porque razão...), mas o Governo Belga bloqueou o processo aí.

Afinal, Nuremberga e Tóquio não foram tribunais completamente "livres" e "independentes", mas sua existência e actividade foram essenciais. Porque não continuar o seu espírito ?
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europatriota

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« Responder #139 em: Junho 15, 2004, 10:41:18 pm »
O direito internacional e o TPI e a Europa

A Europa sabe o que é a guerra, a devastação, os genocídios: desde a Idade Média que andou numa permanente guerra civil. No séc. XX a guerra tornou-se total. Já não morrem só uns milhares ou dezenas de milhares de soldados de cada lado. Morrem milhões de soldados e milhões de civis de cada lado. Só na II Guerra morreram 30 milhões de europeus (contra só 100.000 americanos na Europa ! E ainda dizem que os europeus não lutam...).

Com o aparecimento das armas nucleares, tornou-se claro que se houvesse uma outra guerra mundial seria a última, porque nuclear...
por isso, surgiu a CEE para substituir a rivalidade e a corrida às armas pela cooperação e integração económica e política dos beligerantes.  A maior conquista da CEE é a PAZ ! Nunca esqueçam isso. A paz eterna de que falava Kant, um grande europeu. E a receita europeia, baseada na cooperação, nas negociações, no consenso e num direito internacional aperfeiçoado, pode e deve ser alargada a todo o mundo. Essa é a missão da Europa. Mas para isso deve rearmar-se maciçamente !

De facto, garantir a paz na Europa já não chega para a nossa segurança. Se SSharon decidir, por causa do roubo de alguns territórios e lugares santos, provocar uma guerra mundial com o mundo islãmico arrastando os EEUU (a Europa não alinha), a segurança europeia estará em perigo. Os mísseis nucleares (em breve a bomba atómica será possuida por uma dúzia de países islâmicos...) poderão também cair aqui, pelo menos na Europa colaboracionista !

A Europa deve armar-se para poder meter na ordem os estados párias que desrespeitam o direito internacional, anexam territórios e procuram irresponsávelmente desencadear guerras apocalípticas. É sobretudo o caso de Israel !

Se tivessemos FA capazes e com a devida dimensão, ocupariamos a Palestina, poriamos fim ao genocídio dos palestinianos e convocaríamos eleições para eleger um governo democrático de maioria (one man, one vote). O mundo árabe acalmar-se-ia de imediato e o perigo de uma guerra mundial passaria. Se a Europa não o fizer,  vão fazê-lo eles, mais tarde ou mais cedo... Todo o Mediterrâneo é nossa zona de influência, e não se justifica que haja por aqui porta-aviões e bases americanas. Devem sair da Europa...   A coboiada nunca teve uma guerra a sério (e por isso acha uma catástrofe os 2800 mortos do 9/11 !! E se tivessem 20 milhões como os russos na WWII ?). São irresponsáveis e perigosos...

P.S. Noto nalguns uma certa crispação, face a um debate mais franco... Não vejo razão para tal, e o forum só ganha em interesse e audiência com discussões mais acaloradas...
A Grande Europa, respeitadora do direito internacional, da dignidade dos povos e da paz mundial deve unir-se, rearmar-se e liderar o mundo rumo à Paz Perpétua kantiana
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #140 em: Junho 15, 2004, 10:46:40 pm »
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Se tivessemos FA capazes e com a devida dimensão, ocupariamos a Palestina, poriamos fim ao genocídio dos palestinianos e convocaríamos eleições para eleger um governo democrático de maioria (one man, one vote). O mundo árabe acalmar-se-ia de imediato e o perigo de uma guerra mundial passaria.

 :shock:

Está a brincar não está? Estou curioso europatriota: qual foi a sua posição relativa à intervenção no Kosovo em 1999?

Citar
A coboiada nunca teve uma guerra a sério


Está a referir-se aos Estados Unidos? Apercebe-se do rídiculo que a sua afirmação? Fala de guerra a sério? Afinal de contas, existem guerras a brincar ou menos sérias?
Ricardo Nunes
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europatriota

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« Responder #141 em: Junho 15, 2004, 11:49:16 pm »
Ricardo Nunes:

Eu falo sempre a sério, sobretudo em questões políticas. A Paz do mundo é um assunto eminentemente sério. E a situação no Médio Oriente uma panela de pressão prestes a explodir. A Europa diagnostica bem o mal, mas não tem remédios para o curar... O mundo árabo-islãmico está-se a preparar para a médio ou longo prazo libertar a Palestina e Jerusalém dos cruzados sionistas. A custa de milhões de baixas, se for preciso. E quem poderá criticá-los por tentarem recuperar pela força o que pela força lhes foi roubado, tanto mais que a ONU, os EEUU e a Europa se revelam incapazes, por parcialidade ou impotência, para restabelecer a legalidade e a democracia ?

E, sendo assim, ninguém poderá garantir que, pelo jogo de alianças, não haja um risco de derrapagem no sentido de uma conflagração mundial... Daí, o interesse da nossa segurança em despoletar essa situação explosiva. SE JÁ SOMOS 450 MILHÕES (E PODEREMOS CHEGAR AOS 700 MILHÕES), PODEREMOS TER umas FFAA de vátrios  MILHÕES DE HOMENS.
 
Quanto ao Kosovo, apoiei a intervenção para impedir o genocídio dos kosovares e uma repetição de Sebrenica. Mas os bombardeamentos aéreos ultrapassaram a meu ver o uso razoável da força... Mas se no Kosovo, houve cerca de 1.000 vítimas mortais la limpeza étnica, na Palestina, desde 48, há já umas centenas de milhar... e poderá haver milhões. E, no entanto, os EEUU limitam-se a insultar a resistência ao invasor, chamando-lhes "terroristas"...

Sim, a coboiada não sabe o que são guerras a sério, como a Europa. A maior que teve foi a da Secessão em 1860, e só tiveram meio milhão de mortos. Na I e II Guerras só chegaram no fim e tiveram poucas baixas. Na II só tiveram a primeira intervenção decisiva na Europa 10 meses antes do fim e cinco anos após o início da guerra, quando esta já estava ganha, sobretudo pelos russos que se bateram sózinhos durante 3 anos contra 70% das forças nazis, com 20 milhões de baixas...

Morreram 300 vezes mais europeus que  americanos na Europa na II guerra, além de cidades inteiras devastadas e economias e infraestruturas destruídas, dezenas de milhões de deslocados, etc. Tudo isso a América nunca conheceu e daí a sua visão acoboiada e irresponsável da guerra . Daí afirmarem ridiculamente que o 9/11 (2800 vítimas) mudou o mundo.... e fez prescrever o direito internacional !!!

E os bombardeamentos de Hiroxima , Nagasaqui ou Dresden, entre outros,  mudaram o quê ? E os 20.000 a 30000 mortos desta guerrra do Iraque ?
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europatriota

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« Responder #142 em: Junho 16, 2004, 08:46:59 am »
Tiger 22:
Você disse:

Citar
se assim não for, qualquer comu… comum… ou europatriota pode apresentar uma queixa nesse mesmo TPI contra um qualquer General, Diplomata ou até Presidente norte-americano,


Ora, acontece que há muitos patriotas que não são de esquerda, entre os quais aqui o seu amigo. Se em toda a Europa (mesmo naquela que tem governos colaboracionistas e não patrióticos) a percentagem de cidadãos opostos à guerra do Iraque varia entre os 60% e os 95%, é fácil de verificar que ela vai muito além do eleitorado de esquerda...

Ser de direita não é forçosamente sinónimo de ser colaboracionista, nem o patriotismo é monopólio da esquerda. Há muitos governos de direita europatrióticos, como os da França, Bélgica, Luxemburgo, Grécia, Austria, etc. Mas nesta questão as categorias tradicionais de esquerda e direita são de pouca valia. A clivagem passa mais pelo patriotismo (ou não) dos europeus, pela primazia (ou não do direito internacional e dos direitos humanos), pela defesa da paz e da sobrevivência da humanidade contra o holocausto nuclear provocado por neo-nazis busho-ssharonescos, etc.

Também De Gaulle era da direita anti-comunista e no entanto, lutou ao lado dos comunistas contra os nazis (para estes, é claro, era também comunista...). No meu caso sou liberal, de direita, portanto, e defendo os valores ocidentais que os neocons americanos desprezam. A Europa é hoje o farol da Liberdade e dos valores ocidentais. Os EEUU de Bush  e os estado racista-apartheidesco de Israel são opostos a esses valores e não fazem parte do Ocidente. Sobretudo, pretendem precipitar com a sua loucura imperialista, tal como Hitler, o Mundo numa catástrofe. É simples... :)
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Ricardo Nunes

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« Responder #143 em: Junho 16, 2004, 10:11:10 am »
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Sim, a coboiada não sabe o que são guerras a sério, como a Europa. A maior que teve foi a da Secessão em 1860, e só tiveram meio milhão de mortos. Na I e II Guerras só chegaram no fim e tiveram poucas baixas. Na II só tiveram a primeira intervenção decisiva na Europa 10 meses antes do fim e cinco anos após o início da guerra, quando esta já estava ganha, sobretudo pelos russos que se bateram sózinhos durante 3 anos contra 70% das forças nazis, com 20 milhões de baixas...


Caro europatriota, face a afirmações como esta eu fico espantando. Completamente espantado.
Por duas razões: o senhor assume que sem os americanos, a 2ª grande Guerra estava ganha. Permita-me discordar. Foi precisamente pela sua intervenção que ficou ganha mais cedo. Aliás, no Pacífico, fora umas centenas de australianos, quem lutou sozinho foram os americanos. Depois, continua a fazer distinções com as baixas. O senhor é que sabe.
85% das vítimas da II grande guerra foram civis, logo se comparar as mortes de forças combatentes norte-americanas com outras forças verá que estão proporcionais.

 Diz que os americanos apenas interviram na Europa 10 meses antes da guerra ( e secalhar foi por isso que após a Normandia a guerra foi ganha, por causa dos americanos ). Mas está  enganado. Que eu saiba tanto a Sicília ou a Itália fazem parte da Europa ( da sua Europa suponho que não ). Logo 1943 seria a data mais correcta. Mas pense lá bem, temos a intervenção no Norte de África. Afinal 1942.

Caro europatriota, não é que está enganado por 2 anos?  :lol:

Por amor de Deus deixe-se de comentários ridículos. Os EUA foram tão importantes na 2ª grande guerra como a farinha é para o pão.
Todas as forças aliadas foram importantíssimas e os russsos, sem o apoio americano e britânico, não tinham prevalecido como prevaleceram.

Cumprimentos,
Ricardo Nunes
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europatriota

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« Responder #144 em: Junho 16, 2004, 10:46:13 am »
Caro Ricardo Nunes:

Repito: em Junho de 44, cinco anos (!!!) depois do começo da guerra (9/39), os russos já estavam na Polónia e há ano e meio que avançavam AVASSALADORAMENTE desde os confins da Ucrânia (Estalinegrado, 2 milhões de mortos, a maior batalha da história) para Berlim. Foi em Junho de 44 que os EEUU tiveram a sua primeira intervenção de monta na Europa (e mesmo assim só envolvendo na fase final 2 milhões de homens, contra os 10 milhões de russos em armas...). Sicília e sul de Itália foram apenas escaramuças menores, dados os escassos efectivos envolvidos. O mesmo se diga de Norte de Africa, onde apenas algumas divisões se degladiavam (o Afrika Korps, corpo de exército de Rommel, era um corpo, não um exército e muito menos um grupo de exércitos, e ainda menos vários grupos de exército, como acontecia na frente leste).

É claro que em Junho de 44 a guerra já estava ganha e a abertura da frente ocidental permitiu apenas antecipar o seu fim de alguns meses...
Valentia teria sido fazê-lo em 41 ou princípios de 42. Aí sim ! Mas então os americanos teriam uns milhões de baixas...

Parece dar a entender que as baixas civis não contam. mas é claro que contam. Numa guerra total como as guerras modernas, contam e muito. Senão porque é que os EEUU usaram bombas atómicas sobre civis no Japão, obtendo a rendição imediata ? Mas, mesmo contando só as baixas militares a disparidade do esforço de guerra é flagrante: mais de 7 milhões de russos cairam no campo de honra porque lutaram durante 4 anos sós contra 70% das forças nazis e aliadas (280 divisões e as melhores). Os americanos lutaram durante 10 meses no fim da guerra contra apenas 15% das forças hitlerianas que guarneciam a muralha do Atläntico, forças que eram as mais fracas do seu exército e que gostavam de se render quase sem luta. Todas as cidades libertadas, como Paris, foram-no quase sem luta. No leste houve luta casa a casa até ao último homem e todas as capitais libertadas ficaram em ruinas. Só na batalha final de Berlim cairam 250.000 russos ! 2,5 vezes o número das baixas totais de americanos na Europa ! Quem lutou foram os europeus, quem morreu foram os europeus e quem libertou a Europa dos nazis foram os europeus (russos e resistências nacionais). Esta é a verdade histórica. Os EEUU não são libertadores da Europa. Chegaram demasiado tarde e verteram pouco sangue para isso... Somos nós os europeus os heróis dessa batalha ! E é um insulto a esses heróis caídos afirmar que foram os EEUU que ganharam a guerra, quando a sua contribuição para a vitória foi tão reduzida. Mesmo no Pacífico, de que eu não falei, e onde os EEUU foram decisivos, a importância das batalhas não se compara à Europa. Os americanos tiveram aí 150.000 mortos, sete vezes menos do que as baixas de Estalinegrado e 4 vezes menos que as de Leninegrado...

A II Guerra foi sobretudo europeia e foi travada sobretudo no leste da Europa, tal como a IG o tinha sido a ocidente, na fronteira franco-alemã. São os factos contra as fantasias de Hollyhood ! Repito, a coboiada militarmente é uma anedota e está a ser batida pela heróica resistência iraquiana !

Saudações europatrióticas !
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Ricardo Nunes

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« Responder #145 em: Junho 16, 2004, 11:16:18 am »
Eu não acredito naquilo que estou a ler. Nós até podemos ter lido os mesmo livros, ter entrevistado os mesmos veteranos ou ter visto os mesmos documentários mas temos então uma interpretação bem diferente dos factos.

A campanha italiana foi uma pequena escaramuça? Vossa excelência molda os factos aquilo que lhe é mais conveniente. É a conclusão a que cheguei.

Dia D em 1941 ou 1942? Mas você julga que a guerra é uma brincadeira de crianças? Que é avançar e pronto? Por amor de Deus, use a sua inteligência. Uma operação como a "Overlord" demora anos a planear, afinal de contas foi a maior invasão naval da história humana. Para si é tudo mais simples - é enviar os homens e pronto. Tenha juízo.

O papel dos EUA na libertação da Europa foi preponderante. Eu compreendo o seu anti-americanismo mas não retire à história e aos factos aquilo que eles representam para sua própria satisfação pessoal.
Ricardo Nunes
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europatriota

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« Responder #146 em: Junho 16, 2004, 12:43:13 pm »
Pois, você não contradita os factos e números que indiquei e que vêm em todo o lado e depois admira-se da conclusão necessária que deles se extrai...

Quer um exemplo das escaramuças em Itália ? Olhe as forças aliadas envolvidas no desembarque de Anzio, perto de Roma em 1944:

Citar
the invasion force consisted of the U.S. 3d Infantry Division; the British 1st Infantry Division and 46th Royal Tank Regiment; the U.S. 751st Tank Battalion, the 504th Parachute Infantry Regiment of the 82d Airborne Division, and the 509th Parachute Infantry Battalion; two British Commando battalions; and three battalions of U.S. Army Rangers. The U.S. 45th Infantry Division and Combat Command A (CCA), a regimental-size unit of the U.S. 1st Armored Division, were directed to land as reinforcements once the beachhead was established.


Quer dizer: 3 divisões, mais 7 batalhões e 3 regimentos avulsos, ou seja, mais ou menos 4 divisões no total, cerca de 40.000 homens. Acha isto uma grande invasão ou ofensiva ? Por isso é que os alemães apenas tinham na frente ocidental 15% das suas tropas e 70% no leste...

Sabe que a invasão alemã de junho de 41 (operação Barbarossa) tinha 180, repito 180 divisões (4 milhões de homens) ? Que o Exército vermelho tinha em 44/45 10 milhões de homens em armas a lutarem na frente, de Murmansk ao Mar negro ? Cinjamo-nos aos factos e aos números...  Como negar que as operações no ocidente até ao dia D na Normandia (e mesmo esta, enfim...) não passavam de escaramuças, de picadelas de mosquito nas costas da besta nazi ?

Quanto ao atraso da intervenção americana, deixe-se de histórias. Precisaram de 2 anos para a preparar ? Desculpas de mau pagador, é o que é ! Borregaram, baldaram-se (como o Bush ao Vietname...), porque tinham milhões de russos a suportarem heróica e sangrentamente a investida da besta nazi durante anos e anos... se quisessem verdadeiramente contribuir a sério para derrotar o nazismo, podiam ter desembarcado em Portugal, Espanha, Turquia, em Murmansk, no Irão (para chegarem ao Cáucaso), etc. etc.

Amélias é o que são esses cóbois. No campo de honra baldam-se e atrasam-se 5 anos a chegar à guerra (essa nem o Solnado...) e depois fazem mil filmes em Hollyhood a armarem-se em "heróis e libertadores da Europa" (como se esta não tivesse lutado e derrotado só a besta nazi tendo 300 vezes mais baixas que os "libertadores"...)  

Por isso é que eu digo, os EEUU não sabem o que é uma guerra a sério, porque nunca a tiveram no seu próprio solo, com os seus civis a serem exterminados aos milhões e os seus soldados a lutarem contra milhões e a morreram aos milhões. Os europeus sabem o que é a verdadeira guerra, porque a fizeram (não puderam esperar pelo fim nem preparar convenientemente a resposta, porque o inimigo não lhes deu tempo...) e por isso são hoje responsáveis e AMANTES DA PAZ e não cóbois de cabeça esquentada...armados em mata-mouros !

Saudações europatrióticas ! Bibauropa !
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Rui Elias

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« Responder #147 em: Junho 16, 2004, 12:57:53 pm »
Eu sobre este assunto tenho as minhas opiniões mas tenho que manter o meu actual low profile.

No entanto posso dizer que o que o Europatriota escreve, de um modo apaixonado e apimentado parece-me por damais evidente.

Quanto ao monopílio que a "direita" terá sobre patriotismo, não corresponde à verdade, já que como os colegas terão notado, eu por exemplo situo-me numa área de "esquerda" e patriotismo português, e vontade para a construção de uma Europa unida económicamente, politicamente e militarmente não me falta.

Uma Europa que não seja um contraponto aos EUA e à emergência da Rússia, mas sim uma Europa que possa ter capacidade para transmitir os seus valores humanistas, sem tiques neo-colonias e cruzadísticos da actual administração americana, sem querer impor os valores ocidentais de cima para baixo a povos com outras tradições  e culturas, ao pior estilo da "outorga" da liberdade.

E a prova de que esse é o caminho errado é o fracasso político da intervenção americana junto da sociedade iraquiana, apesar dos iraquianos se terem livrado da tirania de Saddam.

A liberdade é o povo que a conquista.

O povo iraquiano pode ter sido massacrado no tempo da tirania de Saddam, como o é o povo líbio sob a tirania do bom ditador reabilitado pelo ocidente, de seu nome Kaddafy.

Saddam também serviu os interesses do ocidente enquanto foi útil, como o é a monarquia saudita, que em matéria desrespeito pelos direitos humanos não fica atrás da de Saddam em requinte.

Uma Europa forte e unida poderia passar a pôr o actual regime terrorista de Telavive em sentido.

Seria a forma da Europa ganhar o respeito e amor dos outros povos e contribuir de uma forma positiva para a justiça e fim do terrorismo de estado de Sharon.

Se se inteviu na Sérvia a propósito das "perseguições" aos kosovares de etnia albaneza, porque não intervir rápidamente na Palestina?

Se se argumenta com os actos terroristas dos extremistas do Hamas, o que dizer das actuações o UÇK? Que se tratava de uma organização de beneficência?

Dois pesos e duas medidas, mais uma vez?

Milosevic ao pé de Sharon e restantes conselheiros é um autêntico militante da paz mundial.

Só que um está no Tribunal de Haia, e Sharon ocupa a cadeira do poder no único estado do médio oriente que reconhecidamente possui armas de destruição maciça.

E para complementar esta triste comédia, os EUA agora pedem a imunidade para os civis americanos no Iraque (leia-se "seguranças" que fazem o trabalho sujo, no lugar dos militares regulares, numa espécie de Waffen SS do século XXI).

Porque por detrás das guerras há políticas e opções, e não podemos fugir das questões políticas para discutir os conflitos armados.

Com serenidade
« Última modificação: Junho 16, 2004, 01:17:03 pm por Rui Elias »
 

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Fábio G.

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« Responder #148 em: Junho 16, 2004, 01:02:59 pm »
Acho que devia mudar o sue nick para euroign****** ficava-lhe que nem uma luva. Fico estupefacto com a forma como menospreza o esforço de todos os militares americanos que lutaram na II GM e diz que os EUA não foram importantes para a derrota da Alemanha. Voçê faz-me rir. :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:  :lol:
 

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emarques

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« Responder #149 em: Junho 16, 2004, 01:40:29 pm »
Citação de: "europatriota"
Quer um exemplo das escaramuças em Itália ? Olhe as forças aliadas envolvidas no desembarque de Anzio, perto de Roma em 1944:

Citar
the invasion force consisted of the U.S. 3d Infantry Division; the British 1st Infantry Division and 46th Royal Tank Regiment; the U.S. 751st Tank Battalion, the 504th Parachute Infantry Regiment of the 82d Airborne Division, and the 509th Parachute Infantry Battalion; two British Commando battalions; and three battalions of U.S. Army Rangers. The U.S. 45th Infantry Division and Combat Command A (CCA), a regimental-size unit of the U.S. 1st Armored Division, were directed to land as reinforcements once the beachhead was established.

Quer dizer: 3 divisões, mais 7 batalhões e 3 regimentos avulsos, ou seja, mais ou menos 4 divisões no total, cerca de 40.000 homens. Acha isto uma grande invasão ou ofensiva ? Por isso é que os alemães apenas tinham na frente ocidental 15% das suas tropas e 70% no leste...

Anzio não foi uma "grande ofensiva", foi uma acção de envolvimento. (E permita-me discordar dos seus números: The battle of Anzio begun on January 22 1944 with the landing of 110.000 american and british troops under the command of general Lucas em http://anzio.netfirms.com/ ) O objectivo do desembarque em Anzio não era a invasão da Itália, porque isso já eles tinham feito. O objectivo era flanquear as 15 divisões alemãs colocadas em posições defensivas na linha Gustav. E, na perpectiva de ter sido uma operação amfíbia, foi enorme. Foram usados todos os meios de desembarque disponíveis no Mediterrâneo. Não é a mesma coisa transportar um corpo de exército por mar e lançar um exército através das planícies russas.

Citar
Sabe que a invasão alemã de junho de 41 (operação Barbarossa) tinha 180, repito 180 divisões (4 milhões de homens) ?


Sabe que fez mal as contas, repito, fez mal as contas? :P) sofreram tantas baixas? Porque queriam. Os alemães mostraram sempre muito espanto pela forma como os russos estavam dispostos a sofrer dez baixas por cada uma que causassem aos alemães. A doutrina soviética foi de usar as vidas dos soldados para poupar munições de artilharia, enquanto a doutrina inglesa e americana foi de usar fogo de artilharia para poupar os soldados. Há uma razão para os grandes generais soviéticos terem todos a fama de "carniceiros".

Só porque os americanos não estavam dispostos a tomar as posições defensivas alemãs com uma vaga de homens quando podiam perfeitamente assentar-lhe com um obus em cima não quer dizer que "não saibam o que é a guerra".

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... se quisessem verdadeiramente contribuir a sério para derrotar o nazismo, podiam ter desembarcado em Portugal, Espanha, Turquia, em Murmansk, no Irão (para chegarem ao Cáucaso), etc. etc.

E para que é que os americanos iam lançar ainda mais tropas na frente russa, no caso de Murmansk ou da "grande caminhada para o Cáucaso"? E como seriam recebidos pelo Estaline? A URSS já recebia em Murmansk tudo o que queria: material americano em grandes quantidades. Quanto ao atraso: os americanos entraram na guerra em Dezembro de 1941. Em 1942 estavam a desembarcar no norte de África (com um exército ainda muito mal preparado), e em 1943 já estavam na Itália.

Quanto aos outros cenários... Não deixaria de ter piada atacar um país neutro para conseguir atacar o inimigo. Não foi isso que a Alemanha fez em 1914? O que é que lhes chamaram na altura? Bárbaros. "Remember poor Belgium!"

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(como se esta não tivesse lutado e derrotado só a besta nazi tendo 300 bvezes mais baixas que os "libertadores"...)


Por essa forma de ver as coisas, a França não sabe o que é uma guerra. Os nazis mataram muitos mais ucranianos do que franceses. Ou do que teriam matado americanos se tivessem conquistado uma parte dos EUA.
Ai que eco que há aqui!
Que eco é?
É o eco que há cá.
Há cá eco, é?!
Há cá eco, há.