A indústria de defesa argentina

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SSK

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A indústria de defesa argentina
« em: Junho 18, 2007, 02:56:51 pm »
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A indústria de defesa argentina

A crise financeira que assolou a argentina em tempos recentes teve efeitos substantivos sobre a indústria de material de emprego militar. O texto que se segue apresenta um panorama atual da situação da indústria de defesa do país vizinho.
• Juan Carlos Cicalesi e César Del Gaizo

Atualmente, existem na República Argentina quatro grandes indústrias produtoras de material de defesa. Três pertencem ao Estado e a quarta foi privatizada durante os anos 90. A estas se agregam outras menores, dedicadas à produção bélica, manutenção de diversos sistemas eletrônicos e serviços especializados — entre cujos clientes estão as Forças Armadas locais.


Submarino ARA Salta (IKL-209) no recém re-inaugurado Astillero Domeq García (Foto: César Del Gaizo).

Astillero Domeq García
No dia 2 de setembro ocorreu a cerimônia oficial de reabertura do Astillero Ministro de Marina Manuel Domeq García, que se encontrava inativo há mais de dez anos. Exatamente três meses antes havia chegado ao estaleiro o submarino ARA Salta (IKL-209), para uma modernização de meia vida que implica no corte do casco (para permitir troca das baterias), inspeção, reparo, modernização e manutenção do casco e de outros componentes estruturais, mecânicos, elétricos e hidráulicos. Por coincidência, esse submarino havia sido o último a sofrer reparos no estaleiro antes do seu fechamento.
Durante a cerimônia, o presidente Kirchener ressaltou: “No contexto da recuperação produtiva e industrial que este governo impulsiona, nos propomos, com o Ministério da Defesa, a recuperar a indústria naval e metalúrgico-mecânica, e nesse objetivo se enquadram essas instalações que hoje reinauguramos. Após dez anos de inatividade, começamos a restaurar este local, que tem capacidade estratégica de alta complexidade”.


A Fragata (veleiro-escola) ARA Libertad encontra-se em reparos no Astillero Río Santiago
(Foto: J. C. Cicalesi).


Para a Armada Argentina, a reativação permitirá, quando somada à capacidade dos estaleiros Río Santiago e Tandanor, a reparação, construção e modernização de seus navios de superfície e submarinos, trabalhos que poderão ser estendidos a navios de outros países.
O Astillero Manuel Domeq Garcia está localizado na zona portuária de Buenos Aires, no canal Sul do Estuário do Rio da Pátria, único acesso à hidrovia formada pelos rios Paraguai, Paraná e da Prata, onde se encontram portos aptos a operação de navios oceânicos. Pode utilizar o sistema “Synchrolift” pertencente ao vizinho estaleiro Tandanor.
As instalações propriamente ditas foram projetadas para a construção de submarinos da classe “TR1700” ao abrigo do tempo. Estão compostas por um galpão principal e diversos galpões secundários menores, que ao serem fechados permitem a realização de trabalhos todos os dias do ano, independentemente do clima. Possui pontes rolantes com capacidade entre 10 e 100 toneladas, algumas das quais podem realizar movimentos de precisão.

Abaixo Sessenta anos os separam: Corveta ARA Gómez Roca (MEKO 140) e Navio-Patrulha ARA Muratore, ambos construídos no Astillero Río Santiago (Foto: Collección Patrullero Muratore).


Do plano inicial de construções navais, hoje em dia se encontram no galpão principal os submarinos ARA Santa Fe (70% completo, sendo necessários US$40 milhões para sua conclusão), terceiro da classe “TR1700” e primeiro cuja construção foi iniciada na Argentina, e ARA San Luis (IKL-209). Esse último aguarda a decisão sobre sua modernização ou sua transformação em museu, pois foi o único de seu tipo a ter participado de combate real (durante a Guerra das Malvinas, ocasião em que não foi localizado durante os 36 dias que permaneceu submerso hostilizando a Royal Navy). Há também partes de mais dois “TR1700”. É importante frisar que as instalações permitem o trabalho simultâneo em mais de um empreendimento.
A Armada Argentina possui três submarinos em serviço (dois “TR7100” e um “IKL-209”), dos quais o ARA San Juan tem prevista para o segundo semestre de 2005 a modernização de meia vida no Astillero Domeq Garcia — trabalho que foi realizado em seu irmão gêmeo ARA Santa Cruz pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. No AMRJ, parte dos trabalhos foi realizada a bordo de um dique flutuante, mas para o corte do casco esse dique flutuante teve que entrar num dique seco, pois é necessária a imobilização completa e total do submarino.
No momento existem na América do Sul 20 submarinos que deverão ser submetidos a reparos importantes, todos pertencentes à classe “IKL-209”. O Brasil dispõe de quatro unidades, que são habitualmente reparadas no AMRJ. O Chile dispõe de duas, a Colômbia de quatro, o Equador de duas, o Peru de seis e a Venezuela de duas. Espera-se que a Armada Argentina negocie com suas congêneres latinoamericanos a realização dos trabalhos em Buenos Aires, atraindo-as com a experiência argentina e com a mão de obra hoje barateada pela relação cambial peso/dólar, o que facilitaria a concretização dos contratos.
Essas instalações, juntamente com a conveniência proporcionada pelo Synchrolift, representam potencialmente a infraestrutura mais completa e avançada da indústria naval sul-americana, tendo sido projetadas especificamente para a construção e reparo de submarinos, estando também aptas ao trabalho em unidades navais de alta complexidade.

Astillero Río Santiago
Este estaleiro entregou a sexta e última Corveta da classe “MEKO 140” (ARA Gómez Roca), e atualmente está realizando profundos reparos no veleiro-escola ARA Libertad. O estaleiro encontra-se em preparativos para início da construção de até dez Patrulleras de Alta Mar (PAM) do tipo Corveta, com 80m de comprimento e deslocamento de cerca de 1.000 toneladas em plena carga. Esses navios disporão de armamento anti-superfície de capacidade mediana, e convés de vôo. Trata-se de um projeto binacional, no qual encontra-se envolvido também o Chile.
Paralelamente, o estaleiro constrói diversos navios mercantes para distintos armadores estrangeiros, até aproximadamente 60.000 t de porte bruto, encontrando-se capacitado a construir navios para fins militares, em princípio até o tamanho e complexidade de um Contratorpedeiro, como por exemplo o ARA Santíssima Trinidad, da classse “Type 42”. Os Patrulleros ARA King e ARA Muratore são testemunhos da qualidade dos produtos do estaleiro, tendo sido construídos há mais de 60 anos, e se encontrando plenamente operativos.

O lança-rojões Mara, produzido pela Fabricacciones Militares, está substituindo o M72 LAW americano (Foto: Ejército Argentino).


     
   
   
   
 A indústria de defesa argentina

A crise financeira que assolou a argentina em tempos recentes teve efeitos substantivos sobre a indústria de material de emprego militar. O texto que se segue apresenta um panorama atual da situação da indústria de defesa do país vizinho.

• Juan Carlos Cicalesi e César Del Gaizo

Atualmente, existem na República Argentina quatro grandes indústrias produtoras de material de defesa. Três pertencem ao Estado e a quarta foi privatizada durante os anos 90. A estas se agregam outras menores, dedicadas à produção bélica, manutenção de diversos sistemas eletrônicos e serviços especializados — entre cujos clientes estão as Forças Armadas locais.

Acima Submarino ARA Salta (IKL-209) no recém re-inaugurado Astillero Domeq García (Foto: César Del Gaizo).

Astillero Domeq García
No dia 2 de setembro ocorreu a cerimônia oficial de reabertura do Astillero Ministro de Marina Manuel Domeq García, que se encontrava inativo há mais de dez anos. Exatamente três meses antes havia chegado ao estaleiro o submarino ARA Salta (IKL-209), para uma modernização de meia vida que implica no corte do casco (para permitir troca das baterias), inspeção, reparo, modernização e manutenção do casco e de outros componentes estruturais, mecânicos, elétricos e hidráulicos. Por coincidência, esse submarino havia sido o último a sofrer reparos no estaleiro antes do seu fechamento.
Durante a cerimônia, o presidente Kirchener ressaltou: “No contexto da recuperação produtiva e industrial que este governo impulsiona, nos propomos, com o Ministério da Defesa, a recuperar a indústria naval e metalúrgico-mecânica, e nesse objetivo se enquadram essas instalações que hoje reinauguramos. Após dez anos de inatividade, começamos a restaurar este local, que tem capacidade estratégica de alta complexidade”.

 Ao lado A Fragata (veleiro-escola) ARA Libertad encontra-se em reparos no Astillero Río Santiago
(Foto: J. C. Cicalesi).

Para a Armada Argentina, a reativação permitirá, quando somada à capacidade dos estaleiros Río Santiago e Tandanor, a reparação, construção e modernização de seus navios de superfície e submarinos, trabalhos que poderão ser estendidos a navios de outros países.
O Astillero Manuel Domeq Garcia está localizado na zona portuária de Buenos Aires, no canal Sul do Estuário do Rio da Pátria, único acesso à hidrovia formada pelos rios Paraguai, Paraná e da Prata, onde se encontram portos aptos a operação de navios oceânicos. Pode utilizar o sistema “Synchrolift” pertencente ao vizinho estaleiro Tandanor.
As instalações propriamente ditas foram projetadas para a construção de submarinos da classe “TR1700” ao abrigo do tempo. Estão compostas por um galpão principal e diversos galpões secundários menores, que ao serem fechados permitem a realização de trabalhos todos os dias do ano, independentemente do clima. Possui pontes rolantes com capacidade entre 10 e 100 toneladas, algumas das quais podem realizar movimentos de precisão.

Abaixo Sessenta anos os separam: Corveta ARA Gómez Roca (MEKO 140) e Navio-Patrulha ARA Muratore, ambos construídos no Astillero Río Santiago (Foto: Collección Patrullero Muratore).
 

Do plano inicial de construções navais, hoje em dia se encontram no galpão principal os submarinos ARA Santa Fe (70% completo, sendo necessários US$40 milhões para sua conclusão), terceiro da classe “TR1700” e primeiro cuja construção foi iniciada na Argentina, e ARA San Luis (IKL-209). Esse último aguarda a decisão sobre sua modernização ou sua transformação em museu, pois foi o único de seu tipo a ter participado de combate real (durante a Guerra das Malvinas, ocasião em que não foi localizado durante os 36 dias que permaneceu submerso hostilizando a Royal Navy). Há também partes de mais dois “TR1700”. É importante frisar que as instalações permitem o trabalho simultâneo em mais de um empreendimento.
A Armada Argentina possui três submarinos em serviço (dois “TR7100” e um “IKL-209”), dos quais o ARA San Juan tem prevista para o segundo semestre de 2005 a modernização de meia vida no Astillero Domeq Garcia — trabalho que foi realizado em seu irmão gêmeo ARA Santa Cruz pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. No AMRJ, parte dos trabalhos foi realizada a bordo de um dique flutuante, mas para o corte do casco esse dique flutuante teve que entrar num dique seco, pois é necessária a imobilização completa e total do submarino.
No momento existem na América do Sul 20 submarinos que deverão ser submetidos a reparos importantes, todos pertencentes à classe “IKL-209”. O Brasil dispõe de quatro unidades, que são habitualmente reparadas no AMRJ. O Chile dispõe de duas, a Colômbia de quatro, o Equador de duas, o Peru de seis e a Venezuela de duas. Espera-se que a Armada Argentina negocie com suas congêneres latinoamericanos a realização dos trabalhos em Buenos Aires, atraindo-as com a experiência argentina e com a mão de obra hoje barateada pela relação cambial peso/dólar, o que facilitaria a concretização dos contratos.
Essas instalações, juntamente com a conveniência proporcionada pelo Synchrolift, representam potencialmente a infraestrutura mais completa e avançada da indústria naval sul-americana, tendo sido projetadas especificamente para a construção e reparo de submarinos, estando também aptas ao trabalho em unidades navais de alta complexidade.

Astillero Río Santiago
Este estaleiro entregou a sexta e última Corveta da classe “MEKO 140” (ARA Gómez Roca), e atualmente está realizando profundos reparos no veleiro-escola ARA Libertad. O estaleiro encontra-se em preparativos para início da construção de até dez Patrulleras de Alta Mar (PAM) do tipo Corveta, com 80m de comprimento e deslocamento de cerca de 1.000 toneladas em plena carga. Esses navios disporão de armamento anti-superfície de capacidade mediana, e convés de vôo. Trata-se de um projeto binacional, no qual encontra-se envolvido também o Chile.
Paralelamente, o estaleiro constrói diversos navios mercantes para distintos armadores estrangeiros, até aproximadamente 60.000 t de porte bruto, encontrando-se capacitado a construir navios para fins militares, em princípio até o tamanho e complexidade de um Contratorpedeiro, como por exemplo o ARA Santíssima Trinidad, da classse “Type 42”. Os Patrulleros ARA King e ARA Muratore são testemunhos da qualidade dos produtos do estaleiro, tendo sido construídos há mais de 60 anos, e se encontrando plenamente operativos.

Ao lado O lança-rojões Mara, produzido pela Fabricacciones Militares, está substituindo o M72 LAW americano (Foto: Ejército Argentino).  


Fabricacciones Militares (FM)
Atualmente a entidade encontra-se semi-paralisada, como conseqüência da falta de encomendas firmes em quantidades apreciáveis, resultado da falta de recursos das Forças Armadas. As instalações de que dispõe a FM estão superdimensionadas com respeitos aos pedidos que são recebidos, daí surgindo a necessidade imperiosa de exportar. Não é viável, por exemplo, abrir uma linha de produção para mil tiros de um determinado calibre para atender uma encomenda de uma polícia provincial. A FM continua produzindo as munições de uso mais corrente pelas Forças Armadas, tanto para armas portáteis como para morteiros, artilharia antiaérea e de campanha.
A FM produz as pistolas Browning Hi Power em suas diferentes versões em calibre 9mm e .40, o lança-rojões anticarro MARA, que está substituindo o norte-americano M72 LAW (com 125 unidades já estando em serviço com as tropas argentinas no Haiti), e uma versão do Fusil Automático Liviano (FAL) de 7,62 x 51 NATO com cano pesado, para tiro de precisão.
Além disso, está em condições de produzir morteiros, obuseiros, veículos blindados e equipamento de comunicações, tudo dentro da realidade das encomendas. Em décadas anteriores, a FM foi a principal fornecedora de equipamento militar argentino e exportou material bélico de todos os tipos, sendo a qualidade de seus produtos reconhecida em todo o mundo.

Lockheed Martin Aircraft Argentina
A concessionária da ex-Fábrica Militar de Aviones, Lockheed Martin Aircraft Argentina Sociedad Anónima, reabriu — mediante dois contratos firmados com a Fuerza Aérea Argentina — a linha de produção do AT-63 Pampa, versão do IA-63, treinador cujo projeto data da década de 80, tendo sido desenvolvido pela antiga FMA com apoio da então Dornier.


Acima Protótipo do AT-63 Pampa sendo montado no hangar 90 da LMAASA (Foto: LMAASA).

Atualmente, encontra-se em produção um lote de dez AT-63, sendo também feita a modificação para esse padrão dos dois protótipos dos onze IA-63 que se encontram em serviço na IV Brigada Aérea. Quatro das dez novas aeronaves de produção irão para a FAA, e as seis restantes serão oferecidas no mercado internacional. A empresa está também realizando inspeções e reparos em toda a frota de aeronaves de transporte da FAA, bem como a conversão para o padrão “Delta” dos
IA-58A Pucará.

Abaixo As grandes inspeções dos Pucará da Fuerza Aérea Uruguaya são realizadas na LMAASA (Foto: FAU).


Os primeiros trabalhos realizados para o Brasil foram a revisão de dois motores de um lote inicial de dez utilizados pelos Skyhawk da Marinha do Brasil. Atualmente negocia-se a realização do mesmo serviço em outras 40 unidades, existindo também a oferta de modernização do referido avião para um nível parecido com o dos Fightinghawk argentinos.
Estão sendo realizados serviços de manutenção em vários C-130 da Fuerza Aérea Colombiana, IA-58A Pucará uruguaios e T-34B Mentor bolivianos (ex-Fuerza Aérea Uruguaya). Espera-se atrair outras aeronaves desses países e de outros da região.

Outras empresas
Antes de mais nada, é importante destacar a participação na cadeia nacional de produção do Instituito Científico y Técnico de las Fuerzas Armadas (CITEFA), que se encarrega do desenvolvimento de produtos. O CITEFA tem uma limitada capacidade de produção, fundamentalmente baseada em protótipos. Para produção em série, seus projetos são transferidos à indústria.
Existem ainda na Argentina várias outras empresas ligadas à produção de material de emprego limitar, além de representantes das principais empresas mundiais produtoras de material bélico. A Champion S.A. produz baterias e outros elementos elétricos e eletrônicos para veículos militares, e foi selecionada para a manutenção, reparos e recuperação dos veículos de combate TAM. Atualmente, já revisou mais de 100 veículos, e também foi encarrregada de aperfeiçoar o Sistema Térmico de Visión Nocturna, que está sendo montado em diversas unidades do TAM da Primera Brigada de Caballería Blindada, outorgando-lhe uma capacidade de tiro noturno. Esse plano se encontra demarcado dentro do projeto de dotar o parque de veículos blindados argentinos de capacidade de combate noturno.


Acima Montagem em helicóptero de uma metralhadora Browning M2 de 12,7mm, em reparo desenvolvido pelo CITEFA (Foto: César Del Gaizo).
 
A empresa apresentou ainda um projeto de manutenção dos M113 do Ejército e LVTP-7 da Infantería de Marina, cuja aprovação está sujeita às possibilidades orçamentárias. No caso dos LVTP-7, o projeto está sendo analisado objetivando-se um acordo definitivo. A Champion SA é também representante no país da empresa italiana Oto Melara, cujos produtos são muito difundidos nos países da
região.
A empresa privada TALA S.A. prossegue com o programa de recuperação e repotencialização de caminhões da família REO, já tendo sido recuperados para o Ejército Argentino os primeiros trinta exemplares. A modernização inclui a instalação de um motor turbodiesel Cummins B5.9 e sua correspondente caixa de marchas. O Ejército possui cerca de 500 caminhões desse tipo, em distintas variantes, que assim permanecerão em serviço ainda por vários anos, a um custo que corresponde a um terço do que custaria um veículo novo.
A TALA também administra a recentemente reativada fábrica de bombas SITEA, construída pela Fuerza Aérea e localizada na Província de Córdoba, com capacidade de produzir bombas lançadas de aviões e projéteis de artilharia, todos de última geração.


Acima Simulador de tiro SIMRA II, desenvolvido pelo CITEFA (Foto: C. Del Gaizo).

A Nostromo Consultora SRL produz VANT (Veículos Aéreos Não Tripulados), alvos aéreos, e realiza diversos serviços de reparos de componentes estruturais aeroespaciais, entre outros. A empresa desenvolveu e o Mini Vampiro, um alvo aéreo que devido a suas pequenas dimensões e alta velocidade é de difícil derrubada por parte da artilharia antiaérea de tubo. É lançado através de uma catapulta ou decola a partir de um “trolley”, possui um sistema de controle por rádio que pode ser estendido com um GPS. Podem ser adaptados flares, cargas fumígenas e refletores radar. Utilizando a experiência assim angariada, foi desenvolvido o Super Vampiro, um VANT de reconhecimento controlado à distância.
A empresa Aerodinámica produz alvos aéreos rebocáveis, bombas de exercício de 3 e 25 libras e Mk.106, peças de reposição para canhões DEFA, tanques externos de combustível, etc. Outras empresas fornecem apoio técnico às Forças Armadas, como a REDIMEC, que executou a recuperação da capacidade original e colocação em funcionamento dos radares Cyrano II dos Mirage IIIEA e os diferentes sistemas dos IAI Finger da FAA. Essa empresa, além disso, fornece soluções técnicas em setores como radares, sistemas telemétricos, guiamento de mísseis, etc., bem como reparos de radares móveis de vigilância tridimensionais Westinghouse AN/TPS-43. Entre seus clientes estão as três Forças Armadas, a Policía Federal e a Gendarmería Nacional. Outra empresa é a Taltec SRL, que fabrica hospitais de campanha, centros de apoio logístico e equipamentos militares especiais, cozinhas de campanha e sistemas de purificação de água.


Acima Fuzil de precisão no calibre 7,62mm, para snipers (Foto: Hugo Bianucci).

A Fuerza Aérea contratou com a empresa MBA S.A. a manutenção e reparo de assentos ejetáveis segundo as exigências da Martin Baker. A empresa também presta serviços ao Ejército (aeronaves OV-1D Mohawk) e à Armada Argentina, bem como ao Uruguai e à Colômbia. Possui certificado de qualificação emitido pelo fabricante para realizar manutenção preventiva, inclusive de primeiro e terceiros níveis.
Uma das empresas mais pujantes é o Instituto de Investigaciones Aplicadas Sociedad del Estado (INVAP), que obteve um contrato para desenvolver e construir onze radares secundários monopulso e entregá-los em cinco anos. Esses radares formarão parte do Sistema Nacional de Vigilancia y Control Aeroespacial 2004, aprovado por decreto do presidente Kirchner em 14 de outubro de 2004, e que permitirá ao Estado argentino, através da autoridade aeronáutica, efetuar o controle de todos os movimentos aéreos em sua jurisdição, inclusive os provenientes de países vizinhos, contribuindo inclusive para a defesa aeroespacial. Os radares secundários têm finalidade e funcionamento diferentes dos primários; operam dentro de um raio de 360km e até uma altitude de 30.000m, interrogando de forma automática o transponder de cada aeronave.
É importante destacar que o INVAP realizou suas primeiras experiências com radares como contratado principal da Comisión Nacional de Actividades Espaciales (CONAE), para o qual desenvolveu o radar de abertura sintética para observação da Terra, que será usado nos dois satélites SAOCOM, que complementarão os outros sete de fabricação italiana segundo o projeto SIASGE (Sistema Italo-Argentino de Satélites para la Gestión de Emergencias). Este radar de microondas, que opera na banda L, poderá detectar qualquer objeto maior que três metros tanto em terra como no mar, ou enterrado a até dois metros de profundidade.
Outras indústrias privadas argentinas têm capacidade potencial de produzir diversos elementos de utilidade para as Forças Armadas e de segurança, já tendo anteriormente fabricado equipamentos para carros de combate, artilharia, navios e aviões. Espera-se que, após a recuperação econômica que se vem verificando, se concretizem as encomendas. •
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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(sem assunto)
« Responder #1 em: Junho 19, 2007, 03:40:47 am »
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Ao lado O lança-rojões Mara...

Então mas estes gajos vêm ao nuorte copiar ideias?! Ou é algum tipo de exportação não documentada?! :roll:


Cumptos
A realidade não alimenta fóruns....