Portugal vai formar técnicos para aeroportos chineses

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Portugal vai formar técnicos para aeroportos chineses
« em: Abril 12, 2006, 02:04:13 pm »
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A empresa responsável pela gestão dos aeroportos portugueses ANA vai formar técnicos, em número ainda indeterminado, para infra-estruturas aeroportuárias na China. O protocolo de formação com o Governo chinês será assinado no próximo dia 28 e prevê o intercâmbio de profissionais entre os dois países. Em Macau, o presidente da ANA, Guilhermino Rodrigues, disse ainda que a empresa «prevê fazer dois cursos já este ano, um deles na Mongólia interior».
 
 
A par da gestão aeroportuária, os técnicos chineses deverão ainda receber formação ao nível dos sistemas de qualidade e da protecção ambiental, há semelhança do que já foi feito com as entidades de controlo de tráfego aéreo chinesa e japonesa. Satisfeito com a nova parceria, Guilhermino Rodrigues fez questão de salientar que esta é uma maneira de participar no gigante mercado da aviação chinês. «A China tem 148 aeroportos, mas até 2020 prevê-se que seja a maior potência aeronáutica mundial», acrescentou.
 
 
Um estudo recente da Universidade de Aviação Civil da China refere mesmo que o país vai precisar de, pelo menos, 240 mil peritos e 2400 aeronaves nos próximos 20 anos. Empresários da aviação civil, tripulações, profissionais de segurança e do transporte aéreo e mecânicos serão os técnicos mais procurados. As necessidades da China estão sob a mira da ANA e o presidente da gestora aeroportuária reconhece que a assinatura do protocolo no dia 28 de Abril poderá abrir portas a outras parcerias, sobretudo em Macau.
 
 
O aeroporto local, propriedade da Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau - CAM (que tem o Governo como accionista maioritário), está sob a gestão portuguesa há cerca de dez anos e a China já manifestou interesse em renovar a concessão. Assinada em 1994 entre a proprietária das infra-estruturas e a «joint-venture» sino-portuguesa ADA (51% da China International Aviation Holding Company - CNAC e 49% da ANA), a concessão termina em 2009, mas os gestores aeroportuários já estão a preparar as negociações. Guilhermino Rodrigues revelou que «foi manifestada disponibilidade para continuar e o Governo de Macau também adiantou que gostaria que a gestão da ANA continuasse». A renegociação da concessão será iniciada a partir de 2007, mas o responsável salientou que «o memorando de cooperação com a China poderá levar a um protocolo entre a CAM e ADA para outros aspectos, como novas rotas ou marketing aeroportuário».
 
 
Na última semana, o director do Aeroporto Internacional de Macau, Carlos Seruca Salgado, foi convidado para permanecer no cargo por mais três anos e admitiu que a prioridade será «reorientar o aeroporto para a nova realidade económica» do território. Os lucros do jogo, a construção de novos casinos e o desenvolvimento da economia local obrigaram a planear obras de extensão do aeroporto e à aprovação de 40 novos hotéis. A actual oferta de dez mil camas aumentará para 20 mil no primeiro ano, até uma capacidade máxima de 65 mil.
 
 
As obras de extensão do aeroporto estão previstas para o final do ano, do lado terra, e vão obrigar o Governo chinês a investir 600 milhões de euros. A pista será aumentada em 350 e 150 metros em cada uma das extremidades, ficando apta a receber o gigante Airbus 380 e a processar um total de 12 milhões de passageiros. A presença portuguesa na gestão das infra-estruturas lucrará com a mudança, pois o serviço que presta em Macau tem uma percentagem fixa de remuneração - em 2005 no valor de um milhão de euros - , mas também inclui a distribuição total de lucros.


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