É conhecido o conceito de Guerra Total, pois, penso que aqui seria de maior interesse um outro conceito - Defesa Total.
(até porque não estou a fazer este post no
www.forumataque.com)
http://en.wikipedia.org/wiki/Total_DefenceSegundo este conceito, a Defesa de uma Nação não está somente dependente das suas Forças Armadas, não é somente uma questão Militar.
Os cinco pilares da Defesa Total:
-Defesa Militar
-Defesa Civil
-Defesa Económica
-Defesa Social
-Defesa Psicológica
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Destes pontos, penso que os menos discutidos, tanto aqui no forum, como em qualquer outro sítio, são os últimos 3, Defesa Económica, Defesa Social, Defesa Psicológica.
-Defesa Económica
Este parece-me ser sem dúvida o pilar mais importante da Defesa de uma Nação. Sem dinheiro pouco se pode fazer, exceptuando defesas á base de tecnologia do Paleolítico. Uma hipótese fora de questão visto Portugal ter uma população muito pequena.
Nenhum País está perpetuamente em estado de guerra, portanto os tempos de paz, especialmente se duradouros, devem ser aproveitados para a construção de uma Economia Forte. É inútil gastar dinheiro em armas dispendiosas, se isso põe em causa o Motor do País, a Economia.
Um exemplo seria , Timor-Leste adquirir um (1!) F-16, obtendo assim um ganho percentual espantoso em capabilidade bélica.
Mas de que serviria isso em caso de guerra? É portanto um engano, pensar-se que, um aumento nos gastos na Defesa Militar, tem como consequência um aumento na Defesa Efectiva da Nação.
uns dados sobre Timor:
população: 1 milhão de pessoas.
PIB: 370 milhões de dólares.
PIB per capita: 800 dólares.
uns dados sobre Portugal:
população: 10,605,870
PIB: 200600 milhões de dólares.
PIB per capita: 19000 dólares
Como se poder ver, o problema urgente de Timor, é a Defesa Económica. E apesar da disparidade brutal dos números, eu acredito que o problema de Portugal é o mesmo. (não seria difícil incluir aqui outros números para realçar a nossa debilidade Economica)
https://www.cia.gov/cia/publications/fa ... os/tt.htmlUma Económia Sólida.
Eu não acredito muito em Constituições (Da República), em particular
nas volumosas, em que tudo se assegura, sem qualquer consideração sobre o que é possível assegurar. Poesia ás vezes é bonita, mas uma Constituição não pode ter Poesia, tem que ser algo baseado na realidade.
Está escrito na constituição que todo o cidadão tem direito a emprego.
Como pode isto ser assegurado? Em vez de artigos como este, eu proporia um bem mais simples.
Que se escrevesse na constitução que NUNCA em situação alguma, o País pode ter Dívida Externa. Dívida Externa 0.
Saberá o comum dos cidadãos qual é a Dívida Externa do seu País?
É pena que não seja fácil aceder a dados em sites portugueses (oficiais)
portanto utilizando os dados do Cia Factbook aqui fica:
287800 milhões de dólares.
Supondo que a população de Portugal é 10 milhões,
cada cidadão português teria que pagar 28780 dólares (22000 euros) aos estrangeiros (entidades que nos emprestaram dinheiro portanto.)
Quantos Portugueses terão na conta bancária 22000 euros, prontinhos para enviar para o estrangeiro? É este o dinheiro que devemos, que não é nosso.
O comum dos cidadãos saberá certamente que quando pede um empréstimo ao banco, tem que pagar todo o dinheiro que pediu, somado de juros. E juros de 287800 milhões de dólares? Mas será que ninguém pensa nisto?
O cidadão gosta muito de culpar os bancos, ah ladrões! juros e tal, meus caros amigos, o Lobo morde, é um facto, logo ninguém põe a mão ao pé da boca do Lobo. O Banco pede Juros, logo... o Banco morde! em vez de questionar porque é o o Lobo ou o Banco mordem, faz mais sentido afastarmo-nos deles.
Proponho um placard gigante no centro das principais cidades, com actualização diária (ou semanal,ou o que for possível), com o valor da Dívida Externa Portuguesa. Para que todos saibam. E com um número em baixo, baseado no valor dos juros médios, com o valor previsto para a Dívida Externa para o ano seguinte. Para que se saiba o que anda a fazer a liderança do País acerca desta questão.
Já chega de conversas como "Fica bem", "fica mal", "não fica bem ao primeiro-ministro" "não fica bem ao presidente da república"
"Fica bem" é uma questão superficial, de aparência.
A questão é se ESTÁ bem ou ESTÁ mal. Ás tantas parece a linguagem dos que decidem os destinos da Nação, se assemelha a uma linguagem de alguém que está a provar um fato novo, ou num cabeleireiro a discutir o penteado.
Concluíndo, por mim que se venda tudo, até que esta dívida esteja saldada, até que o dinheiro que devemos volte para as mãos dos seus donos (esses samaritanos, sempre dispostos a ajudar), e que possamos um dia saber com absoluta certeza que nem 1 centimo dos impostos é usado para pagar juros de dívidas.
Quando Portugal for um País Industrial, Exportador, e sem Dívidas, aí poderemos pensar em ter um exército bem equipado para defender a Economia, Cultura , e todas as outras coisas que fazem a Nação Portuguesa. Podendo até produzir tecnologia militar nossa, como em tempos o fizemos.
-Defesa Social
-Defesa Psicológica
Eu agruparia estes dois e chamar-lhes-ia Defesa Sócio-Cultural, senão pode dar a ideia de ser um problema interno, quando se trata de Defesa em relação ao exterior.
Temos um grave problema de identidade, a maioria das ideias defendidas pelos nossos líderes são ideias que não foram pensadas por eles, ideias Copy-Paste, ou Xerox se prefirem, vindas do Reino Unido, França e Estados Unidos. Isto significa que não há liderança, que não há ideias próprias. Todos, sem excepção , os Países que conseguiram grandes progressos, fizeram-no com ideias internas, com projectos próprios, produzidos e pensados localmente. Serão portanto obviamente ideias diferentes.
(isto da contaminação mental, ou seguir o mote, marchar ao som das ideias de outros, está completamente disseminado por todas as camadas , não se restringe somente á liderança)
Vivemos num mundo globalizado, mas os países com força têm como característica uma enorme vontade de serem diferentes.
Esta conversa do "Todos Iguais" , Paz no Mundo, e por aí fora, é uma mentira! No Mundo trava-se diáriamente uma Guerra Económica sem quartel onde há vencedores e vencidos. Obvíamente que é do interesse do Vencedor dizer que somos irmãos e tal, para sintamos a sua Vitória como a nossa, e no fundo continuamos perdendo.
Isto tem um pouco a ver com a psique do Português dos ultimos tempos,
onde se diz por exemplo, quando Portugal ganha no futebol "Ganhamos"
não se diz " Portugal Ganhou!". ou, a Europa Ganhou, o Mundo Ocidental ganhou. Não há uma noção exigente, de não querer a vitória dos outros para nós, um sentido de orgulho como quem diz, "não, essa vitória é tua , não é minha, não a aceito."
Uma coisa que noto sistemáticamente em Países mais fortes economica ou culturalmente que o nosso, é um sentido de orgulho brutal. Não aceitam esmola.
Daí que esta perpétua vontade de ser "como os outros" é um engano.
Se tentarmos ser "como os outros" "Como os Europeus" (ou norte-europeus), é que é garantido que nunca seremos nada parecido.
Até porque, nós somos nós, eles são eles.
O "Nós", a Nossa Facção é e só pode ser uma, Portugal.