Comprar!!! Porquê? Portugal deve construir

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Comprar!!! Porquê? Portugal deve construir
« em: Janeiro 10, 2008, 11:00:07 pm »
Fico sempre triste quando vejo que Portugal vai comprar isto ou aquilo, sem que qualquer empresa Portuguesa entre na corrida para o projecto.

Vejamos, já tivemos uma boa industria de defesa que exportou bastante e serviu o nosso exercito... Desenhamos e construímos até, uma pistola metralhadora que está cotada, em alguns sites do género, como uma das melhores, senão a melhor, na relação qualidade preço. Estou a falar da INDEP LUSA A2, que hoje é fabricada nos EUA sob licença, e com a denominação de LUSAUSA, e que foi por nós vendida em 2004 ( ver www.lusausa.com ; e pesquise por indep lusa A2 ).

Já na altura de sua apresentação, em 1992, a GNR recusou esta arma e escolheu a FAMAE. Será a Famae melhor? Não me parece. Mas mesmo que fosse um pouquinho melhor não era fabricada cá.

Agora o INDEP fechou, e vamos comprar uma arma para substituir a G3 ao estrangeiro.

Será impossível em Portugal, criar programas de desenvolvimento que tenham o apoio do estado, ainda que pequeno, mas com a garantia de que a empresa que apresente um protótipo que preencha todos os requisitos, incluindo a origem nacional dos componentes e materiais, ganhe o direito de a fabricar e fornecer ao exército Português, com todas as possibilidades de conseguir alcançar o mercado internacional.

Os PALOP seriam inclusive um bom mercado.

Será isto impossível, ou só um sonho de um patriota...

E não me refiro só a a pistolas, como as novas para as forças de seguranças ( GLOK), mas de quase todo o tipo de armas.

Se houver alguém que partilhe deste meu sentimento, desabafe aqui comigo... heheheh
« Última modificação: Janeiro 10, 2008, 11:04:39 pm por MonstruPortugal »
 

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Luso

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« Responder #1 em: Janeiro 10, 2008, 11:02:40 pm »
O pessoal do norte é mesmo o mais empreendedor... :wink:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

(sem assunto)
« Responder #2 em: Janeiro 10, 2008, 11:08:22 pm »
Citação de: "Luso"
O pessoal do norte é mesmo o mais empreendedor... :wink:


Talvez, mas quero acreditar que todos juntos seriamos capazes de construir um futuro tecnológico para os nossos estudantes... As empresas de defesa sempre foram um bom empregador de licenciados.
 

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Luso

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« Responder #3 em: Janeiro 10, 2008, 11:27:54 pm »
Pesquise os diversos tópicos e verá que isso já foi discutido. Para tudo! :shock:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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papatango

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« Responder #4 em: Janeiro 11, 2008, 12:27:19 am »
De facto assim é.

Os problemas que se colocam a Portugal, colocam-se a todos os países.

Básicamente é o mesmo problema que por exemplo se nos deparou no inicio do século XX.

Os canhões que conseguiamos produzir no século XVI a XVIII eram inuteis e não tinhamos tecnologia suficiente para produzir os nossos próprios canhões.

Hoje ocorre a mesma coisa. Mas no caso da INDEP, creio que foi de facto um erro estratégico a venda por exemplo da capacidade de produzir munição ligeira.

De resto, a tecnologia hoje está a um nível, que só parcerias tornam viável o desenvolvimento de novos sistemas de armas. E mesmo que todos os nossos engenheiros se dedicassem ao sector de defesa, mesmo assim não teríamos futuro garantido.

Se não houvesse guerras, lá tinhamos que reconverter as industrias de armamentos.

Um país não pode colocar demasiados ovos num só cesto e os nossos ovos divididos por vários cestos não são suficientes para criar nenhuma industria de armamentos.

Depois disso há o problema das economias de escala.

Lembre-se que na maioria dos casos um produto mesmo que Portugal o consiga desenvolver, custará sempre mais.
Como é que se explica ao contribuinte que as Forças Armadas gastem 5.000 euros numa espingarda automática quando a podem comprar por 750 euros ?

Há limites para os gastos. E isso implicaria um aumento nas despesas militares que embora como diz o Cavaco sejam um investimento, acabariam por ser exagerados e por criar mais problemas que soluções.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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zocuni

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« Responder #5 em: Janeiro 11, 2008, 10:16:59 am »
Tudo bem,

Não conhecia essa arma.Seria uma arma de boa qualidade?

Abraços,
zocuni
 

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tsahal

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Comentario.
« Responder #6 em: Janeiro 11, 2008, 12:41:06 pm »
Essa tua tristeza Monstru..., é um pouco infundada visto que não podemos propor aquilo que não fabricamos, concretamente em oferecer sistrmas de armas de um certo tamanho.

No entanto, cada aquisição comtempla a participação de empresas Portuguesas do sector da defesa e não so, do desenvolvimento e/ou na fabricação de alguma ao abrigo das contrapartidas.

Vou apenas dar-te um simples exemplo, a Edisoft vai fazer a manutenção e integração do sistema de combate do U209PN e está a desenvolver um ``fire control display´´ para os torpedos.

Para falar em contratos fora do pais, a EID assinou um contrato com a Malasia para fornecer uma grande quantidade de telefones de campanha e centrais de campanha.

Dois exemplos que demonstram que apesar de não termos uma industria de defesa como os outros (sempre os outros, nunca nós), damos algumas cartas.

Temos que incentivar e divulgar coisas positivas e não deitar sempre abaixo o que se faz aqui em portugal.
 

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« Responder #7 em: Janeiro 11, 2008, 01:20:06 pm »
Sim podem me dar esses bons argumentos, mas a meu ver não explica tudo. E porquê?, repare-se que a industria de defesa nos já a tivemos. O Indep fabricava armas de assalto, munições para todo o tipo de armas (artilharia, espingardas, morteiros) e um famoso morteiro, que muito vendeu. O problema foi deixar cair.
 Em tempos, acho que o Sr Cavaco, quis fabricar um pequeno míssil anti-carro, que se ficou pelas intenções, mas os Espanhóis, aproveitaram a ideia e fizeram-no eles, para um mercado que na altura não tinha concorrência. Depois com o excelente centro de inteligência aeronáutica que são, e eram, as OGMA, pensou-se num Helicóptero. Talvez sejam sonhos, mas à pequenos países a produzir as suas armas (Bélgica). E o exemplo da Espanha. Respondem-me vocês: “a Espanha é muito maior”. Eu digo-vos cada coisa À sua dimensão, mas é possível.

E entendam que, o que eu proponho é o envolvimento do sector privado. O governo apenas deveria, no mínimo, garantir a escolha de um projecto nacional que contemple todos os requisitos. E não me digam que não é possível, porque todos os projectos que são cá apresentados também tiveram custos de desenvolvimento, alguém teve que arriscar. Falo em investimentos futuros para toda a nação, criação de postos de trabalho, etc. Acho que é dinheiro muito mais bem gasto, do que o dinheiro enviado para o estrangeiro, dado a países, que não conhece, não pretendo lá ir, e por sinal os de lá, preferem os Australianos, os Americanos, os Japoneses, etc. São eles que vão explorar aos seus recursos.
Quanto à diferença tão grande em valores de material por cá fabricado e o construído no estrangeiro!!! Será assim de  5000Euros para uns meros 750E. Cá em Portugal deve-se ganhar bem!!!!
Além de que as escolhas de material obedecem a outras regras que não vêm nos "livros".

Talvez um dia, quem sabe....

Também reconheço que existem poucos mas muito bons exemplos, falo da EDISOFT, EIDe a IDD.
 

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tsahal

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« Responder #8 em: Janeiro 11, 2008, 01:40:36 pm »
Temos que ser realistas mas tentando sempre progredir.

Um missil feito aqui? Adquirido apenas por ser feito em portugal? Obviamente que um missil feito aqui mt difficilmente seria um sistema como outros desenvolvidos por empresas com conhecimentos adquiridos e com technologia provada. Seria um mau negocio para nós. Investir num missil invendavel aqui e la fora e com fracas ou reduzidas capacidades operacionais!

Falas-te na INDEP, sim claro, mas a INDEP produzia essencialmente para Portugal e no momento que não precisavamos de comprar mais G3s, comprar menos munições, medidas para n vender munições a paises envolvidos em conflitos visto que eles adquiriam aqui munições por serem mais baratas (n pela qualidade que segundo dizem era pessima), fecharam as portas.

Houve uma falta de visão, é verdade que deveriam ter investido numa arma para substituir a G3 pensando nas exportações obviamente, mas desenvolver uma arma nova custa dinheiro e existe mt concorrencia ja estabelecida antes e com creditos!

A G3 n foi desenvolvida aqui. Torna-se diferente apenas fabricar sem ter desenvolvido.
 

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« Responder #9 em: Janeiro 11, 2008, 01:51:06 pm »
Citação de: "tsahal"
Temos que ser realistas mas tentando sempre progredir.

Um missil feito aqui? Adquirido apenas por ser feito em portugal? Obviamente que um missil feito aqui mt difficilmente seria um sistema como outros desenvolvidos por empresas com conhecimentos adquiridos e com technologia provada. Seria um mau negocio para nós. Investir num missil invendavel aqui e la fora e com fracas ou reduzidas capacidades operacionais!

Falas-te na INDEP, sim claro, mas a INDEP produzia essencialmente para Portugal e no momento que não precisavamos de comprar mais G3s, comprar menos munições, medidas para n vender munições a paises envolvidos em conflitos visto que eles adquiriam aqui munições por serem mais baratas (n pela qualidade que segundo dizem era pessima), fecharam as portas.

Houve uma falta de visão, é verdade que deveriam ter investido numa arma para substituir a G3 pensando nas exportações obviamente, mas desenvolver uma arma nova custa dinheiro e existe mt concorrencia ja estabelecida antes e com creditos!

A G3 n foi desenvolvida aqui. Torna-se diferente apenas fabricar sem ter desenvolvido.


Apenas por exemplo do que aqui tenho dito:

Soube esta semana que uma empresa portuguesa farmacêutica, tem vindo a gastar milhões de euros numa investigação para o desenvolvimento de um novo medicamento contra a epilepsia. Foi noticia porque terminou a fase de investigação, após um valor astronómico de dinheiro gasto, mas já registou a patente e teve autorização para fornecer o mercado Norte Americano. Milhões e Milhões de lucros previstos. Foi um grande investimento que partiu da teimosia de um Portugues que apostou todos os seus recursos no futuro e agora tudo indica que o ganhou, e pelos vistos é mesmo para avançar, com mais uma fabrica cá pelo norte só para a produção para aquele mercado, mas ainda há outros a conquistar... Parabéns para ele e para nós...

è disto que falo meus senhores....

“Porra” para esta mentalidade pequena de Português que à séculos que não nos leva a lado nenhum. Já éramos PEQUENOS quando nos aventuramos pelos oceanos fora e olhem o que descobrimos.
 

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nelson38899

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« Responder #10 em: Janeiro 11, 2008, 01:57:14 pm »
BOAS

quanto a um país fazer um equipamento militar de elevada complexidade tecnologica, ja ninguem o faz sozinho e à varios exemplos, o futuro submarino espanhol, vai possuir vários equipamentos americanos as fragatas f100 o seu sistema de defesa é americano, os leo2A6E são feitos com licensa dos alemães e entre outros. Quanto a Portugal a mesma coisa se passa mas em menor extensão basta ver o Pandur os EH101 o C295 e os NH90 muitos componentes dessa aéronaves foram feitos nas ogma entre outros, em relação à marinha as nossas lanchas e futuros patrulhões feitos e desenvolvidos em portugal.

Ps. apesar de não aparecerem nas noticias, à muitas empresas a trabalhar com empresas ligadas ao sistema de defesa. lá por não fazermos pistolas, não quer dizer que não andassemos na area do armamento. quanto as pistolas existe uma fabrica em viana do castelo que faz.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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« Responder #11 em: Janeiro 11, 2008, 02:00:12 pm »
Citação de: "nelson38899"
BOAS

quanto a um país fazer um equipamento militar de elevada complexidade tecnologica, ja ninguem o faz sozinho e à varios exemplos, o futuro submarino espanhol, vai possuir vários equipamentos americanos as fragatas f100 o seu sistema de defesa é americano, os leo2A6E são feitos com licensa dos alemães e entre outros. Quanto a Portugal a mesma coisa se passa mas em menor extensão basta ver o Pandur os EH101 o C295 e os NH90 muitos componentes dessa aéronaves foram feitos nas ogma entre outros, em relação à marinha as nossas lanchas e futuros patrulhões feitos e desenvolvidos em portugal.

Ps. apesar de não aparecerem nas noticias, à muitas empresas a trabalhar com empresas ligadas ao sistema de defesa. lá por não fazermos pistolas, não quer dizer que não andassemos na area do armamento. quanto as pistolas existe uma fabrica em viana do castelo que faz.



É da Browning ( Originalmente Belga).
 

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nelson38899

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« Responder #12 em: Janeiro 11, 2008, 02:05:30 pm »
boas

Um pouco offtopico

mas sabias que ja se anda a investigar em portugal, tecnologia para satelites ao nivel das antenas. quem sabe se um dia deste não vão haver uma nova geração de satelites com tecnologia portuguesa. Por isso como disse à pouco, lá por não aparecer nas noticias não quer dizer que não se faça, mas claro em menor escala.

cump.
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Agostinho da Silva
 

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« Responder #13 em: Janeiro 11, 2008, 02:23:41 pm »
Citação de: "nelson38899"
boas

Um pouco offtopico

mas sabias que ja se anda a investigar em portugal, tecnologia para satelites ao nivel das antenas. quem sabe se um dia deste não vão haver uma nova geração de satelites com tecnologia portuguesa. Por isso como disse à pouco, lá por não aparecer nas noticias não quer dizer que não se faça, mas claro em menor escala.

cump.


Sou chato eu sei que sou, mas já agora:

Relativamente ao Submarino Espanhol, se existe tanta oferta estrangeira, tal como França com o Scorpene, Alemanha com U209, EUA, com Tantos , Rússia, e possivelmente outros, porque raio é que os Espanhóis haviam de investir tanto dinheiro numa tecnologia que não dominam, mesmo conseguindo parcerias das quais sou totalmente de acordo, porque são o futuro, e não me oponho a elas.

Porque ou se dá que fazer aos estaleiros ou eles fecham. A Coreia do Sul está a arrecadar para si toda a construção naval mercante, bem como a Rússia tem mão de obra muito mais barata e muita tecnologia para vender. Para se aguentar é preciso inovar, e só no ramo especializado como o militar e a de navios de investigação. O futuro é incerto e muitas guerras ainda virão, as ofertas que existem podem não superar a procura e vai existir mercado para todos. Oxalá me engane, para bem do mundo.
 

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nelson38899

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« Responder #14 em: Janeiro 11, 2008, 02:36:16 pm »
boas

Mercado à se houver compradores, e como o mercado militar só se faz se durante o desenvolvimento do equipamento já houver compradores senão, não se faz, por isso é que o futuro helicoptero de americano foi ao ar e assim muito mais coisas. Quanto ao submarino espanhol, eles vão ganhar o conhecimento mas ele só é viavel se houver compras e como espanha quer comprar cerca se oito unidades ja se torna viavel, se o mesmo se fizesse em Portugal não acredito que fosse um programa viavel. Um exemplo que vai ser viavel é os pandur pois portugal fez uma grande compra. se fosse na casas das 30 unidades não compensa o investimento.

cump.
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